Filme: Five Nights at Freddy's 2
Era melhor terem parado no primeiro, que não foi bom, nem ruim, só existiu. Este por outro lado é um desastre.
Um filme que ignora a lore dos jogos, que mal possui enredo e o pouco que tem foi colocado de lado pra dar lugar a algo genérico: 1 fantasma que possui mais de 10 animatrônicos simultaneamente através de wi-fi, descobre como sair do "restaurante" e sai matando 4 pessoas aleatórias.
Mal feito é apelido e me dói pensar que gastaram dinheiro numa produção tão ruim. O preço das fantasias cosplay dos muitos personagens dos jogos, não se valeu pois na parte em que deveriam mesmo ter investido, não o fizeram.
História confusa, repleta de buracos, péssima continuidade, e sem o menor respeito pela essência dos jogos. Aqui, vemos roteiristas inventando uma história sem embasamento algum no que os jogos contam, e se saem piores do que se tivessem tentado copiar o original.
É só um show de cosplays, em estética, mas sem um pingo de essência.
Cosplays do Terror
Se você quer ver robôs grandes se mexendo pausadamente, desfilando por ai, este é o filme. De resto ele não tem nada a oferecer.
Acho que os fãs reclamaram tanto dos ajustes feitos no Freddy do primeiro filme, que a produção do segundo optou por tentar ser mais fiel a isso, e dedicaram todo o tempo e esforço somente a isso. Fizeram ótimas roupas, nada mais.
Mesmo que se pareçam muito com os animatrônicos vistos no primeiro e segundo jogo, até tem coisas do terceiro inclusive, no geral a história foi tão longe e fora da casinha que nada remete ao jogo.
Tentam fazer algumas referências idiotas, como o uso da máscara do Freddy pra se esconder dos robôs, mas a própria história não consegue associar a ideia ao que tá mostrando, pois ela constrói algo totalmente oposto ao uso original.
A Máscara enganava os espíritos dentro dos robôs no original, Foxy era o único que não caia na pegadinha pois ele sabia que era uma máscara. Aqui ela engana o código deles, e Foxy não é enganado pois dá defeito. Parece pouca coisa, parece uma alteração bobinha mas, acredite, isso muda tudo.
No mais nada lembra o jogo, nem em estética, nem em referências, nem em história. Só há um monte de easter eggs gratuitos sem explicação alguma, tipo uma sombra do animatrônico sombrio aparecendo, numa história que não o comporta.
Não tem motivo pra essas cenas acontecerem. Mike volta pra pizzaria (aliás ele vai pra outra) pra monitorar e rastrear os robôs que estão controlados via wi-fi, e ao invés de desligar tudo e ir embora, ele fica lá correndo riscos sem razão.
Perda de Personalidade
O jogo é idiota, você fica parado mexendo em monitores pra sobreviver a 5 noites em um lugar repleto de assombrações automatizadas, e no caso do segundo jogo as coisas ficam mais variadas, com sistema de iluminação pra contenção e a Máscara do Freddy.
Só que o torna o jogo interessante é a dinâmica individual com cada animatrônico. O que funciona em um, não vale pra todos. Alguns tem formas diferentes de lidar com as ferramentas do guarda noturno, e o que define isso é a personalidade dos robôs.
Uma vez sendo cada um uma possessão individual, eles reagem de formas diferentes. Algo que este filme nem tem como reproduzir já que limita todos os animatrônicos a corpos vazios, movidos por um único fantasma, a "Marionete". Mas daqui a pouco falo disso.
O que distancia essa adaptação do original, é esse malabarismo que fizeram pra tentar encaixar personagens criados no primeiro filme, e ajustar eles pra um enredo que combine com elementos soltos do segundo jogo, só pra tentar de alguma forma justificar o título.
O ruim é que não é preciso ser fã da franquia e conhecer a lore secreta de cada fantasminha, algo que no jogo é contado de forma subliminar através de minigames que podem ou não aparecer pro jogador entre uma noite e outra, mas que sustentam o mistério ao menos.
Ao assistir ao filme, a ideia que se tem é que o jogo é muito ruim mesmo, focado só em gameplay e toda essa ideia subliminar, e o cuidado pra dar dinâmica aos robôs, morre. Parece, e aqui posso afirmar inclusive, que nem tentaram pesquisar a história dos jogos.
Fiz um artigo em que eu explico toda a história do segundo jogo, inclusive me preparei pro filme com ele... mas mesmo se não tivesse jogado ou escrito, eu odiaria o filme.
A História Deveria Valer
"Difícil adaptar 'Fnaf' pro cinema, é um jogo parado, cheio de jumpscary e focado unicamente no gameplay. Não tem enredo, é só um segurança tentando ganhar dinheiro"... este é um equívoco alarmante de roteiristas e produtores acomodados com histórias mastigadas.
Os jogos, não digo todos mas boa parte, tem uma baita história inclusa, mas escondida, que depende que o jogador queira entender pra conhecer. O trabalho da adaptação seria coletar os dados mais minuciosos, e expô-los com mais clareza pro público em geral.
O primeiro filme tentou, falhou por acabar se desviando na construção de um enredo mais gorduroso, mas ele tentou. Aqui nem isso fizeram. Descartaram tudo oque tinha de bom nos jogos, inclusive o próprio terror, pra investir na história de Mike, Vanessa e a irmã dele.
Agora não é "Five Nights at Freddy's" é "Five Nights with Mike and Family". O protagonista está longe de ser o urso metálico, inclusive Chica ganha muito mais destaque que ele (e nem é a verdadeira, é só um fantoche), sendo que o próprio personagem nem tem mais algo pra contar ou mostrar. O filme decide que FNAF não é mais sobre fantasmas, infância, trauma e culpa histórica, virou drama familiar com robôs andando no fundo.
Inventam que a irmã dele sente falta dos amigos fantasmas, participa de um concurso de robótica, e ele não trabalha mais de segurança (alias parece que nem trabalha mais). A policial Vanessa agora sofre traumas em sonhos pela morte do pai, e até trazem um irmão pra ela chamado Mike também (que depois falam ser Michael).
Mal Uso do Tempo e Personagens
Em sonhos, ela se vê como a boneca do Fnaf 3, enquanto foge do fantasma do pai, e caramba gente, que bost4 de enredo é esse?
Na íntegra o tempo tá uma bagunça, é dia e noite em questão de cortes, os personagens vem e vão como se não tivessem objetivos reais (uma hora o protagonista vai pra feira de robótica da irmã, abandona ela, e spawna na pizzaria dos animatrônicos, procurando por ela, continuidade que se fod4).
Eu explicaria mais sobre o assunto mas sendo sincero, é tudo tão ruim e mal conectado que eu prefiro só esquecer que assisti. Gente... sabe a regra do ponto A ao B? Eu falei sobre isso em algum artigo, não me lembro qual, em que expliquei que dão voltas, desenham na folha, e só quando não tem espaço vão pro ponto B... pois é... aqui é só um risco reto tão curto que fica sem graça. É A-B, B-C, C-D, tudo isso enquanto forçam a barra com uma novela barata cheia de robôs desfilando.
Não respeitam passagem de tempo, elipse, coesão, nada! É apenas personagem indo e vindo, sem motivações plausíveis, sem razões ou objetivos. Queria usar os mesmos rostos, tipo os animatrônicos destruídos do segundo jogo, mas não sabiam como e só... usaram! Eles são controlados, aparecem, e morrem como se fosse sucata. Baita negócio sem graça.
Eu jurava que pelo menos o Coelho sem rosto ia dar medo (mano, ele é o mais daora da franquia inteira) e ele foi reduzido a monte de sucata preso em tubulações.
A Marionete
O vilão do filme é o Puppet, também conhecido como Charlotte, que tem sua história contada no comecinho. Era uma menina que viu o coelho amarelo tentando matar um coleguinha, e depois de ser ignorada pelos adultos, ela própria salvou a criança, morrendo esfaqueada na frente de todo mundo.
Então a menininha se fundiu ao animatrônico que ela mais amava, o Puppet, que naquela pizzaria em especial era a estrela. A ironia? O nome do lugar é Freddy, e a estrela é o Puppet... lógica?
Mas beleza, apesar desse flashback se passar em 1980, os animatrônicos são os mais modernos, mais do que os vistos no filme que se passa em 2020! E isso é de uma continuidade ridícula que não soube trabalhar com os dados dos jogos.
Então nasce a vilã, a Marionete possuída que dorme com uma caixinha de música, mas ao despertar consegue possuir pessoas, e inclusive ela controla os animatrônicos com a mente.
Não há outros fantasmas mais, apenas ela mesmo, e ela atrai justamente a irmã do Mike, sem motivo nenhum de conexão, ao mesmo tempo que poupa a Vanessa de possessões pois elas eram amigas de infância e... a cara não dá, enredo podre.
E ai tá, a vilã força o desbloqueio da segurança da pizzaria pra sair pela cidade matando adultos aleatórios pois ela odeia os adultos.
E no fim, ela é derrotada pelo poder do amor, pois Mike conheceu o pai dela, ganhou uma caixinha de música dele, e usou nela no final.
E claro, ela possui a Vanessa no fim, pra dizer que vai ter terceiro filme, e espero que não.
O Vilão Oculto
O irmão da Vanessa é o vilão verdadeiro, que tem poderes mediúnicos e controla também os animatrônicos com a mente. Ele se revela no final, como um dos seguranças que esperou a hora certa pra libertar a Puppet e se aproveitar da fama dos animatrônicos pra espalhar o caos e morte, tudo em homenagem ao falecido pai.
E aqui descobrimos do nada, que Vanessa tem um irmão e escondeu isso do Mike também. Aliás ela escondeu foi é tudo.
Mas tal revelação é estúpida, e apesar de nos jogos terem revelações similares, lá há um cuidado absurdo pra tudo parecer coeso. Questão de épocas, datas, eventos, ambientes... tudo trabalha em prol do enredo. Aqui, é tudo em algumas noites e dane-se, taca toda a informação de qualquer jeito e entenda quem quiser.
Os Fantasmas Esquecidos
A criançada que possuiu os animatrônicos bonzinhos do primeiro filme sumiram, sem explicação, pra aparecerem e derrotar o irmão da Vanessa aqui (sem matar), lutando contra as versões dos anos 80 deles, que pareciam ser versões modernas.
E... tudo isso só pra eles falarem "Não vamos mais conseguir contê-lo, Mike você terá de lutar com ele ainda mais forte" e sumirem. Falo no plural mas o filme não teve verba pra contratar outras 3 crianças e usam apenas uma como fantasminha.
Tudo mal feito gente, acredite.
O Coelho Dourado Voltará
E no pós crédito é revelado que o pai da Vanessa ainda vive no corpo de animatrônico que ele criou pra si. E era disso que o fantasma solitário falava quando disse que não poderiam contê-lo.
Agora o Salsicha voltará. Se a franquia continuar. Pior Adaptação do Ano
Fnaf 2 - O Filme,
É uma das coisas mais pobres que já assisti.
Por mais que tenha efeitos bons pelas fantasias, unicamente por conta das fantasias, nada nele funciona como adaptação.
É só um compilado de easter eggs ruins, coisas que parecem fazer alguma alusão aos jogos mas nem de longe o fazem, e um enredo costurado de qualquer jeito.
E repare, em momento algum falei de terror pois não há.
O máximo que ocorre são piadas bobas do tipo "Quero ver o que há na sua cabeça" e o animatrônico controlado pela Puppet explode a cabeça de alguém, mas sem mostrar, nem sangue tem.
E pior, usam maquiagem em pessoas reais pra evitar o uso da própria Puppet na maioria das vezes.
Tá feio isso.
Espero que parem. Ta desrespeitoso e olha que, se fizeram esse desastre com o 1 e o 2... tenho medo da tragédia que será adaptarem o 3 que é sem dúvidas o pior jogo da série (eu mesmo parei de jogar por causa dele, é muito ruim).
É isso.
See yah.
4 Comentários
E pensar que tinha planos meses atras pra ver esse no cinema, mas por causa do role (assim como foi com o primeiro em 2023), ainda bem que não deu certo e não perdi dinheiro com isso...
ResponderExcluirA lore toda doida dessa franchise só funciona nos jgs mesmo, pelo menos para os fãs pois nunca chamou minha atenção e nem me cativou, embora o lance dos sustos seja algo bem feito e até lendario, mas a historia que pelo jeito funciona para os fãs não é algo que vejo dando certo no cinema, imagino um dia a netflix fazer uma serie porcaria disso tambem.
Sabe o mais bizarro? As histórias que a fanbase conta sobre FNAF tem moh potencial de creepypasta. Negócio eu bom se cair nas mãos de um diretor que entenda terror. FNAF são dois tipos de terror unidos, o visual. E o psicológico, e pra cinema acho que o psicológico que funcionária. O visual fica cartunesco, uns robôs bonitinhos e brilhantes não dão medo mano. Na boa, eu n me assustaria com um robô com olhos cheios de led kkkkk. No jogo soh funciona pq eles vem no jumpscary, e no filme nem isso tem. Certeza que se quisessem mesmo, fariam melhor facilmente. Mas não a Netflix kkkk. Se alguém conseguiria trabalhar bem com o terror psicológico de FNAF, seria a A24... Acho que eles entenderiam o que a lore pede. Mas ne, depende muito do diretor.
ExcluirTem potencial de creepypasta, bem observado, outra coisa que não vejo dando certo no cinema...
ExcluirE falo essas coisas de não ver dar certo, pelo simples fato que é bem obvio que com bons diretores e equipes no geral se fizerem um bom trabalho qualquer coisa fica boa po kkks então eu não posso entrar nessa sempre pq fica muito no "e se" que é bem facil e até obvio, eu foco sempre no mais provavel, e o mais provavel é que nenhum diretor, produtor ou roteiristas de ponta vão querer fazer um trabalho super incrivel pra que o fnaf seja uma obra prima no cinema kkkkks as vezes eu vejo fãs brisando e ficando putos, mas ja deviam entender que nem todos profissionais que pegam projetos pra adaptar são fãs ou estão dispostos a respeitar as obras originais, então ja deviam saber controlar hype ou desejos pessoais, é isso cara.
E isso é lamentável, pois o mundo do cinema poderia se favorecer de boas histórias, ao invés de se privar delas por serem conteúdo "modinha de jogos".
ExcluirPior que esperar surgir algo brilhante de algo que se vende sozinho, pra pessoas sem muitos critérios (boa parte das comunidades fanáticas só querem ter mais pra consumir, sem pedir fidelidade ou qualidade), é querer demais. Os caras não produzem pra agradar criticos ou pessoas que gostam de filmes e séries, produzem pra chegar nas grandes comunidades, lucrar com agrados ou criticas em massa (tudo gera lucro) e partem pra próxima.
Mas, havia potencial! Aliás se tem algo que eu to ansioso pra ver é o filme baseado em Backrooms... mas em relação a adaptações eu já perdi a fé (Zelda chegando, o medo crescendo).
Obrigado demais por comentar, isso me estimula a continuar.
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