Crítica: Superman - É um novo filme de origem que foge do convencional

Superman 2025


Superman é um filme de origem que mais uma vez apresenta o herói kryptoniano mais forte do planeta Terra, lutando contra o mal e principalmente contra a difamação, mas dessa vez tem algo muito diferente na história, pois ela não se foca no Superman ou no Clark Kent, e sim no Super-Herói.

Esqueça a discussão de quem é melhor, DC ou Marvel, e atenha-se ao fato de que tudo que envolve super heróis dos quadrinhos se tornou chato pra caramba de acompanhar, pois tudo é muito parecido e segue um modelo já muito saturado. Então veio este filme e mudou as coisas, trazendo de volta um ar novo para algo que já estamos cansados de assistir.

E o filme ainda é bom pra um caramba, cheio de ação, umas lutas legais, um humor decente, e apesar da história ser meio fraquinha, ele não falha em entreter.

Boa leitura e, tem spoilers?


Um novo elenco


Henry Cavill foi legal pra caramba na versão sombria do azulão, mas já deu, agora é David Corenswet no papel, usando uma roupa mais clássica com cueca vermelha e tudo, e o cara entrega um baita Superman.

Infelizmente mal dá pra ver o Clark Kent dele, personagem que pouco aparece já que o principal herói tem de dividir tempo de tela com muitos outros meta-humanos, e ainda tem um tempo dedicado ao elenco secundário do Planeta Diário que, na minha opinião, forçaram um pouco.


É que dessa vez o elenco é gigante viu, além da Lois Lane por Rachel Brosnahan, naquele romance que nunca pode faltar.


Tem o Jimmy Olsen (Skyler Gisondo, o pegador), que te juro que forçaram a barra demais pra ele ser significativo.


Lanterna Verde (Nathan Fillion, o eterno "The Rookie"), que aliás tá muito divertido de assistir. O cara salvou a reputação dos Lanternas...


Mulher Gavião (Isabela Mercede, magnífica), que, apesar de não fazer muito, já honra as asas que veste. Lembrou muito aquela da animação da Liga da Justiça, só que não é ruiva.


O Mr. Terrific (Edi Gathegi, o cara simplesmente é mesmo INCRIVEL), que é traduzido nos quadrinhos e aqui como Senhor Incrível (não confunda com o da Pixar), que convenhamos, é o personagem mais surreal do filme. Achei que ele seria chato, afinal o personagem em si é convencido, inteligente, mas meio sem emoções... mas ele rouba a cena.


Metamorfo (Anthony Carrigan) também aparece, e com uma baita participação, feito com tanto CGI (já que ele é basicamente um monte de elementos misturados) que o ator nem dá pra reconhecer.


E claro o Lex Luthor de Nicholas Hoult, que tá assustador (sério, a cena da pistola deu muito medo).



Um novo universo


Mas além de tudo isso rolam pequenas participações especiais que não apenas apresentam todo o novo cenário no qual a DC quer estabelecer seus novos filmes, como já deixa claro que James Gunn, novo diretor dessa loucura toda, firmou os pés com praticamente tudo alterado no Universo Cinematográfico DC.

Agora, a Supergirl mudou completamente, no papel por Milly Alcock (sendo que tinham escalado uma para The Flash recentemente), que convenhamos está espetacular (ela só aparece um pouquinho e já mostra que é uma nova pegada pra personagem).


Maxwell Lord, aquele mesmo vilão do péssimo filme da Mulher Maravilha 2, aparece rapidinho também com um novo rosto (uma pena Pedro Pascal era ótimo), como Sean Gunn (exatamente, o irmão do James que adora pegar papeis em seus filmes naquele velho e bom hábito de nepotismo hollywoodiano).


Rick Flag Pai,  pai daquele que morreu no segundo filme do O Esquadrão Suicida (que inclusive também é do James Gunn) recebeu uma forma live action agora. Ele já apareceu na animação do James Gunn "Comando das Criaturas" e agora surgiu pelo próprio Frank Grillo (quem deu voz ao personagem), se preparando pra série do Pacificador.


E curiosamente, o próprio Pacificador se mantém o mesmo, aparecendo rapidamente também, e sendo o John Cena (tuntunruntunnnn... se bem que agora que ele é um vilão na WWE ficou meio chato...).


Mudança de dimensão? Talvez isso seja abordado melhor na série mas, em todo caso, cadê o Batman?


Um novo estilo


Esse filme é engraçado, mas muito pé no chão, apesar de terem um monte de sandices. O Lex tá maligno demais. Não poupa esforços, tecnologia e manipulação pra chegar onde quer chegar.

Tem humor, mas é dosado pra não prejudicar a seriedade da história, ao mesmo tempo que tem seriedade, mas ela não é tão pesada pra não chatear.


Tudo é harmônico, com direito a diálogos sérios e emocionais, com um fundo engraçado, e isso realmente funciona sem nos distrair.

Ainda tem o Krypto, o cachorro do Superman que apesar de ser totalmente de CGI, é uma parte significativa de toda a história.


Só que, o que eu achei mais interessante é a ordem de tudo e como tudo é contado e mostrado.


A ordem difere


Superman não é sobre Clark Kent escondendo sua identidade, não é sobre o mundo em perigo, não é sobre alienígenas ou super vilões... é sobre humanidade e heroísmo.

Chega a ser estranho que no começo, é chato demais ver Lois Lane criticando o Superman por questões políticas, e ele se defendendo com fúria por razões emocionais, e no fim notar que toda essa cena era necessária, já que no fim, a reputação do herói não está na camisa que ele veste, mas nas ações.


Toda a trama de Lex ardiloso como sempre, buscando derrubar o herói pra subir nele e assim alcançar o sucesso que almeja, fica vazia quando ele próprio percebe que é impossível fazer isso.


E, ainda há uma parte importante do filme que destaca a origem do super em relação ao seu objetivo original, e a natureza alienígena dele, que contrasta com seu objetivo e desejo humano, algo que adquiriu durante sua vida humana.


Gostei de como isso foi trabalhado, e deu uma identidade boa pro longa.


Espero mais filmes assim


Este é aquele tipo de filme de "time de heróis", mas ele não depende de nada disso e nunca se afasta do tema principal, que está no título. Ele aproveita o conhecimento que já temos do personagem para trabalhar sua ideia em um novo ambiente.

O mundo já tem heróis, poderes, perigos, vilões e coisas malucas demais pra ficar toda hora mostrando como isso foi nascendo. Agora, mesmo com um novo início pro universo, o fazem pegando o bonde andando.


A história é nova, mas num mundo onde outras histórias já aconteceram. O próprio começo é o final de um combate de muitos que o Super já teve, o cachorro voador dele já tá do lado dele, ele já tem seus arqui-inimigos, ele já tem seus super amigos...

Não perdem tempo explicando as entrelinhas, apenas mostram, e nós pegamos carona com isso. Normalmente, eu me incomodaria com um filme com esse aspecto "acelerado", que não se dá o tempo pra trabalhar aquele início comumente usado em filmes do gênero.


Mas aqui funciona, pois naturaliza a ideia de que é tudo sobre o Superman, mostrando que é o Superman, e porque ele é assim.

E o legal é que tudo acaba, sem precisar dar continuidade, mas ao mesmo tempo, de um jeito tão simples que dá pra se esperar muitas outras histórias facilmente contadas neste mesmo ambiente... 

Eis que James Gunn mostra que não é preciso uma ameaça universal e caótica pra fazer uma história de super-herói. Basta ter uma boa história, com bons efeitos, uns combates maneiros, e tudo funciona.

Os vilões


E por fim, nenhum dos vilões realmente importa... mas vale citar o Ultraman (um ser tão forte quanto o Super) e a Engenheira (uma mulher geneticamente modificada pra se transformar em nanorrobôs), dois vilões do arsenal de Luthor que só mostram o quanto ele pode ser cruel.

E acredite, muito mais pode vir do bolso dele...


É isso.

Obrigado pela leitura.

Espero não ter dado spoilers mas se dei... tem spoilers.

See yah!


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6 Comentários

  1. cara vou parafrasear o peter jordan( sim eu concordei com ele) um live action de quadrinho....pra quem e fã esse filme e muito legal....eu gostei do grito da mulher gaviao que parece um gaviao kkkk

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    1. Eu fiquei assustado igual os caras correndo kkkk. Combinou muito aquilo.

      O filme de fato é exatamente um live action de quadrinho... esquisito né? Antigamente o pessoal queria algo mais realista mas hoje em dia, queremos apenas algo divertido, sem necessariamente lógica.

      Lex Luthor daqui tá tipo o Coringa do Batman Dark Knight... acho que foi o melhor Luthor já criado nos filmes (po mano, ele pegou o Super pra cristo).

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  2. bem, Ultraman se for seguir os quadrinhos pela logica ele seria o bizarro ja que e clone do superman e a engenheira pode virar aliada....

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    1. E considerando que ele foi pra um buraco negro, pode ser que tenha se convertido totalmente no Bizarro. Apesar de que, ainda acho que ele é só um tipo de referência ao clone do super lá no Filme 4 dos clássicos. A ideia foi praticamente a mesma, um modelo criado em cima de fios de cabelo...

      Aliás, num é bizarro como tudo neste filme foi por conta do Luthor? O cara fez uns 15 planos pra derrotar o Superman.

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  3. Preciso assistir esse filme o quanto antes, aparentemente tem gente mudando de identidade por causa desse filme, e a ultima vez que eu vi isso acontecer foi quando lançou Endgame...talvez valha a pena mesmo, não sei, em todo caso, amo o super, acho ele massa demais, e como sempre, belo texto Sr. carinha!

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    1. Na pior das hipóteses tu terá uma experiência cinematográfica que pagará o ingresso. O filme é bom mesmo po, é leve e divertido, não da pra se arrepender.

      E poxa, obrigado sr Wilson.

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Obrigado de mais por comentar, isso me estimula a continuar.

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