Comando das Criaturas
(Creature Commandos)
Aos interessados na DC, venho informar que acertaram! Apesar de que as últimas obras da DC em relação as bombas da Marvel só se destacaram (talvez com exceção do Coringa 2), e em animação eles nunca deixaram a desejar (talvez com exceção de Piada Mortal), não é surpresa ver que entregaram algo realmente incrível em "Comando das Criaturas", ou "Creature Commandos".
Um tipo de "Esquadrão Suicida", seguindo a mesma premissa, mas com monstros, essa animação esbanja qualidade, criatividade, e diversão, com uma quantidade de ação e drama extrema e equilibrada, ao mesmo tempo.
Com satisfação escreverei sobre o que já vi até então, e já posso garantir que vale muito a pena assistir.
Boa leitura.
Comando das Criaturas
é o Esquadrão Suicida 3
Os maiores acertos da DC no cinema e televisão são nas animações, e geralmente em derivados de Batman e Superman, só que depois da onda de heróis em grupos que a Marvel usa e abusa até hoje, eles optaram por uma investida no lado oposto, pelos Anti-heróis e vilões em grupos, sempre seguindo o famoso Esquadrão Suicida.
Já são pelo menos 4 projetos cinematográficos com eles, que podem ter começado mal com a empreitada do Zack Snider no primeiro filme (que em sua defesa, foi mexido pelo estúdio e deformado sacrificando sua qualidade), mas se salvaram com o segundo filme, já nas mãos de James Gunn.
Esse cara, com merecida aparição animada na abertura da série, é um diretor de mãos cheias que consegue fazer grupos desconhecidos, se tornarem bem mais interessantes do que podia-se esperar, e assim como foi no caso da Marvel, ele fez acontecer com "O Esquadrão Suicida", segundo filme do grupo de condenados lutando violentamente em prol da justiça relativa, para não explodirem.
Desse projeto, nasceu a série Pacificador, também dirigida por James Gunn, só que isso rolou bem no momento em que o universo cinematográfico DC e suas séries foram descontinuadas, junto da venda de um dos estúdios principais e uma repaginada nos manda-chuvas...
Ainda assim, dos muitos projetos interrompidos prematuramente, os de James Gunn continuaram com luz verde.
Daí bastou o sucesso de Pacificador, indo na direção de um público mais maduro e apelando pra baixaria e violência, mesmo sendo algo baseado em quadrinhos, o cara assinou um padrão para a DC em seus projetos vindouros.
Sem precisar apelar pra infantilidade como nos produtos da concorrente, a liberdade comia solta em trabalhos mais agressivos e de humor ácido, e isso realmente deu muito certo.
Talvez, no quarto projeto, Esquadrão Suicida Isekai (que eu ainda pretendo falar a respeito), o lado do humor pesou um pouco mais, mas a violência característica dos quadrinhos DC se manteve...
Até que finalmente chegou Comando das Criaturas, continuação de "O Esquadrão Suicida" e também de "Pacificador", já que se passa no mesmo universo, mas em desenho animado.
E é a mesma pegada, mesmo com o nome mudando um pouco. Consequências rolaram pelos incidentes lá em Monte Maltês, cenário do filme, e por causa disso uma nova abordagem pra "Força Tarefa X" foi elaborada, sendo agora apenas com criaturas esquecidas pela humanidade, já que com prisioneiros dava dor de cabeça junto a galera dos Direitos Humanos. Curiosamente, diferente de praticamente todas as outras animações da DC, esta tem valor cânone junto aos filmes e séries do James Gunn.
Força Tarefa M
Chamada dessa forma, esse novo "Esquadrão Suicida" disfarçado é formado por monstros, apenas monstros e nada de humanos, tirando é claro o líder deles, que também é quem os controla na base da ameaça, o Flag.
E sim, o General Flag tá de volta, apesar dele ter morrido no segundo filme. Acontece que não é o mesmo Flag, apenas a patente e nome são os mesmos, e ele é pai do cara, assumindo seu posto sob comando da Amanda Waller.
Um pouco mais sério, solteiro, e bem mais imponente que seu falecido filho, Flag é um líder capaz de dar conta dos monstros que é forçado a guiar em uma missão aleatória, só como teste. E, nesse caso, ao invés de explodir cabeças, ele usa uma máquina de choque no cérebro de geral, que se ativa simultaneamente em todos caso desobedeçam de alguma forma.
É um jeito criativo de preservar eles, e ao mesmo tempo disciplina-los, afinal se um errar, todos pagam, inibindo erros por parte deles próprios, que se impediriam.
Pelo menos isso em teoria, na prática ainda são monstros, e cabeças vão rolar querendo ou não.
A animação pega pesado em violência gráfica, e ela é estruturada pra nos aproximar aos personagens, naquele bom e velho estilo do "Dá e Tira", similar a um Game of Thrones.
Se apegar é um equívoco, e o título da obra engana dando a impressão de que não vai ser tão letal, mas acredite, só tiraram "suicida" do título pra não ser bloqueado nas pesquisas ou ir mal em divulgação.
O Novo Esquadrão
Os personagens são a pura nata do lado B, com criaturas esquecíveis e ignoráveis na galeria DC, mas ainda assim, todos ganham destaque e são tão bem apresentados, que a gente pega eles pro protagonismo rapidamente.
A Noiva
Pra quem conhece o famoso monstro de Frankenstein, a esposa dele é só um secundário qualquer, que recebe seu espaço pra brilhar, apenas como algo criado para saciar os desejos sexuais de seu forçado marido, mas que tem muito mais profundidade e vontade de viver do que ele próprio. Ela tem superforça como ele, e uma resistência grande.
Perseguida a vida inteira pelo monstro obcecado, ela acabou capturada e presa, e agora é forçada a participar da Força Tarefa M, mas no fundo, tudo que ela quer é viver em paz.
Viver nem é um problema, afinal ela é tecnicamente imortal, já que é um cadáver reanimado com partes costuradas, mas ela apesar de não morrer por envelhecimento ou putrefação, ainda está sujeita a mais esquartejamentos, traumas, e abusos.
Robô Recruta
Sean Gunn dá voz a dois personagens do elenco principal, o que é bem curioso eu diria. Ele foi quem interpretou a captura de movimento do Doninha no filme principal e, ele costuma fazer papeis nos trabalhos do irmão James Gunn, mas aqui ele extrapola logo em dois.
O que ele mais fala obviamente é o do Robô Recruta, personagem obcecado em matar nazistas, criado única e exclusivamente pra isso, que é equipado com armas de alto calibre e uma sede de sangue incessável, mas também tem um esquisito moralismo que o impede de atuar sem ter permissão de superiores.
Ele é apenas um robô, mas ele tem uma mente e pensa, e apesar de não se distanciar das diretrizes originais, e nem demonstrar desejo em "viver", ele cria simpatia por alguns amigos, e passa a querer matar nazistas ao lado deles.
Doninha
Já o(a) Doninha é ainda uma incógnita. Sobrevivente do segundo filme, ela foi capturada novamente, e agora foi recrutada pro novo esquadrão, novamente forçada a lutar em prol de algo que ela também nem deve entender.
Totalmente fora de si, esse monstro bizarro não parece ser violento, até começar a atacar e finalmente mostrar do que é capaz, e apesar de ter sido só uma isca no filme, aqui ganha destaque e espaço pra aparecer bem.
Infelizmente, difícil se apegar a uma criatura de passado tão bizarro, mas provavelmente a animação tentará justificar o genocídio que a criatura causou envolvendo crianças.
Atualização: No episódio 4 a gente morde a língua. Nessas horas notei o quanto o preconceito nos afasta do bom senso.
Nina/Mazursky
Talvez a personagem mais fofa da história, que ainda quero muito entender como foi de mero monstro aquático a ser maligno detido, Nina é um monstro da água quase como uma sereia, com pernas, guelras, e que não pode respirar fora d'água.
Ela simpatiza com o Robô Recruta e também com a Noiva, mas até o momento não mostrou nada eficaz para a missão na qual foram inseridos, sem mostrar qualidades de luta ou poderes, e ainda tendo uma séria vulnerabilidade por água.
O triste, é que ela parece tão frágil que levanta um alerta sobre o quanto pode ser perigoso se deixar apegar a ela, e o pior é que ela consegue puxar nossa atenção.
Dr. Phosphorus
Há também o hilário Fósforo, um esqueleto vivo e radioativo (não confunda com o cara de fogo do primeiro filme, apesar de lembrar). Ele é incapaz de deixar sua forma de caveira encandecida, e apesar de não queimar suas roupas, ele pode queimar qualquer coisa que encostar desde que queira.
Ele é engraçado pois é autêntico, e gosta de zombar de tudo, principalmente mas não exclusivamente do Flag.
Os melhores momentos da animação certamente são com ele do lado, já que ele torna tudo mais curioso por seus comentários sarcásticos.
Frankenstein
Este é um personagem ainda não presente, mas que está na abertura e aparece em pontas soltas nos episódios. A obsessão dele é perseguir sua noiva, o que coloca ele no caminho dela, e consequentemente no do esquadrão. Porém, ele não parece ser um dos mocinhos.
Ele é um vilão, terrível pelo que fez à Noiva, mas ainda mais pelo potencial que tem para espalhar destruição. Tão forte ou até mais do que ela, ele pode aparecer a qualquer momento pra reclama-la, e isso pode ser desastroso.
E, a partir do episódio 4 ele começa a ter mais destaque, justamente como um aliado, mas não do Comando. Frankenstein parece ter muitos recursos e dinheiro, mas não é muito maduro.
Rick Flag
Ainda há o Rick Flag, pai do antigo Flag, e que é um velhinho bem dotado.
O cara não tem poderes, é apenas um soldado, mas ele é casca grossa e um ótimo general.
Além do mais, ele consegue o respeito dos seus soldados temporários facilmente.
Mas, ele não é o líder que Waller espera, principalmente depois que a missão é reconfigurada. E aliás, o gordinho do Pacificador aparece como personagem secundário.
Circe, a Amazona Mágica
Há uma personagem vilã, antiga prisioneira também, mas que se libertou e tenta reclamar o trono de Pokolistão. Ela é uma amazona, que usa magia, e parece até mais forte que a Mulher Maravilha. Em todo caso, é estranho que ela se alia com homens (seduz geral), pra atacar um reino que nem está em Temiscira, ainda por cima se dizendo a verdadeira herdeira.
Tudo ainda é muito vago sobre ela, e não me surpreenderia se o plottwist dela fosse algo relacionado ao Esquadrão, aos métodos da Amanda Waller (até porque, a missão ser proteger alguém por mero tratado internacional não convence), e talvez a algo muito maior que um mero país a dominar.
Apesar de ser muito forte, ela não é imortal e, todos estão em perigo nessa animação.
Princesa de Pokolistão
A princesa Ilana é uma personagem majoritariamente secundária mas que, é o grande motivo do esquadrão ter sido formado. Princesa de um reino fictício e tecnologicamente desenvolvido, ela é alvo da Amazona e sem ter muito sobre si revelado, o objetivo do Esquadrão é apenas defende-la.
Só que logo de cara ela mostra uma queda exagerada pelo vovô Flag, e ela também é bem diferente de seus familiares representados nos quadros por todo seu castelo. É linda, e suspeito que haja algo por trás disso tudo.
Ela ainda não é a rainha de Pokolistão, pois sua avó, atual rainha, ainda vive catatônica. Mas é tudo muito incerto sobre ela e seu significado no começo.
Claro que a missão não é apenas protegê-la, e haverá uma grande reviravolta, mas ai é questão de tempo.
E... quando vem a resposta sobre o que ela realmente é... o negócio fica bem mais complicado, e a missão é reconfigurada. Rola até participação especial da Liga da Justiça, do Pacificador, e mais uma galerinha bacana.
Amanda Waller
Por fim, Viola Davis é nossa eterna Amanda Waller, que já tá no papel mesmo nas constantes mudanças de atores, tem uns 5 ou 6 projetos já. Ela volta agora pra recrutar geral e forçar a operação da vez, mas não é a antagonista.
Na verdade aparece pouco no começo, e ela não ameaça ninguém de morte dessa vez, pelo menos por enquanto.
Finalizando
Bem, a série conta atualmente com 3 episódios, extremamente bem animados, num estilo americano mas muito mais fluído que muito anime ou animação que já vi.
Ele terá um total de 7 episódios, cada um lançado semanalmente, e cada episódio parece falar um pouco sobre cada personagem, revelando o passado enquanto a história anda no presente, ele estando vivo ou não. Por enquanto, minha impressão sobre a animação é muito positiva, e estou até ansioso por mais.
Ela se assemelha muito com a série do Ominiman, "Invencível", com o mesmo nível de violência gráfica e baixaria.
Os combates são agitados, e muito bem feitos, e a série empolga muito, além de impactar.
Vale a pena conferir, e é mais um projeto divertido e macabro da DC. Está como original da Max (antiga HBO Max), mas do jeito que o mercado dos streamings é, duvido nada que logo apareça por outras plataformas.
Enfim, é isso! Se gostou do texto, comenta ai pra me ajudar... cada comentário aumenta meu nível de motivação em 1%! Pode ser anônimo, pode até me xingar (se num curtiu), mas ajuda muito acredite.
Se for necessário atualizo aqui com o tempo. Mas por enquanto, me dou por satisfeito!
See yah!
6 Comentários
Ótima recomendação Max. Estou um pouco por fora das animações da DC, parei depois da guerra de Apokolips eu acho, mas sempre admirei muito a qualidade das animações (as live actions por outro lado…). Preciso me atualizar um pouco, mas em breve devo parar pra assistir e verei essa série também.
ResponderExcluirEssa série já começa o que é chamada de "fase James Gunn", onde o cara tá tentando reorganizar o universo DC.
ExcluirTudo ficou muito bagunçado com os últimos filmes e séries... aquela ideia maluca de dar pra divisão televisiva da Warner a liberdade de criar séries de baixo orçamento, tipo Flash, e a de abrir espaço pra estudo de público com filmes de gêneros dos mais variados, só foi minando o estúdio.
Felizmente optaram por controlar tudo antes de caírem numa lambança enorme como a Marvel caiu.
A DC foi ligeira, notou que o gênero de quadrinhos no cinema precisa de uma repaginada e optou por apostar no que tem de melhor. Ironicamente, a escolha do James Gunn como "show runner" dos novos produtos, é bem similar a do Kevin Feige no controle da Marvel... mas no caso dele, a Disney cutuca muito nos projetos e isso ainda é muito prejudicial.
Torço pra que a Warner não pese pro lado da DC a longo prazo... Mas dos produtos atuais, tipo Pinguim e essa série animada, só vi acertos. Quero ver o próximo filme deles...
se nao me engano pode virar um live action
ResponderExcluirEis um ponto positivo e atrativo hein! Um live action com monstros poderia até ter um lado de terror, o que falta muito nos filmes de heróis.
ExcluirLembra quando tavam afirmando que o Aqua-man ia ser um filme de terror? Mano, ia ser tão irado um filme com pegada de herói mas puxado pro lado de terror, sem apelações.
Tipo Constantine, que inclusive é da DC né... Quando vi Constantine eu jurava que era filme de terror, puxado pra algo de heróis mas, muito enviesado no terror e horror, o que ficou perfeito. Lembro que fiquei surpreso ao perceber que ele era da DC (se não me engano já tinham comentado antes, mas só caiu a ficha quando vi ele aparecendo numa animação do Flash).
Acho que eles funcionariam em live action, e poderiam até botar ainda mais monstros. Né?
infelizmente constatine virou um super heroi nos quadrinhos....ainda usa magia mas nao e a mesma coisa da epoca do selo vertigo....e comando criaturas as dublagens sao de um elenco estelar.... por isso que pode virar filme e é canone com o novo universo dc nos cinemas
ResponderExcluirTa falando sério? Tadinho, os caras conseguiram transformar aquele personagem tão pé no chão em super? Não acompanho os quadrinhos, na real o único real contato que tive com Constantine foi o filme e as animações, e olhe lá.
ExcluirSinceramente sr Ro, eu torço muito pra que os caras façam mesmo um filme disso! Vai dar super certo, e tipo, já tem tudo encaminhado pra tal...
Acho até que o James Gunn botou o Doninha na animação pra dar indícios de que planeja liveactionizar tudo mesmo.
Obrigado de mais por comentar, isso me estimula a continuar.
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