AnáliseMorte: Silent Hill - The Short Message - Um Jogo Surpresa e Surpreendente

Um novo jogo, não anunciado, simplesmente saiu de graça para PS5, da franquia Silent Hill. E é um título totalmente original, completo, e ainda por cima de graça, e com uma qualidade muito boa.


O jogo segue uma ideia similar ao famoso "P.T.", porém ele não é teaser nem anúncio de algo que nunca existirá... ele é tudo o que precisa ser.

Sendo um jogo de terror em primeira pessoa, ele não tem combates, é curto (menos de 2 horas já da pra concluir), mas consegue ser tenebroso, e carrega a essência de Silent Hill, mesmo nem sendo em Silent Hill.

Enfim, falarei tudo sobre o game a seguir.

Boa leitura.


Jogabilidade


"The Short Message" é um jogo atualmente exclusivo para PS5, e disponibilizado na PlayStation Store sem custos. Ele vem com 3 capítulos, e tem início, meio e fim, com um terror tematizado por "suicídio" e depressão na adolescência, em tempos modernos pós pandemia.


O jogo é tecnicamente linear, com nossa personagem sendo capaz de andar, responder no celular, e interagir com objetos e documentos, além de abrir portas.

Ela não corre, nem tem qualquer tipo de ataque, porém ela precisa fugir de uma única criatura que aparece as vezes, sem opção de combate (só nessas horas ela começa a correr um pouco).


Esse sistema é parecidíssimo com o de "Shattered Memories" (sem lutas, apenas fuga), mas com ainda menos liberdade ou ações, somos limitados a perambular em desespero por corredores escuros, com a tal criatura em nossa cola, e o celular nos dizendo quando ela está ou não atrás, ou na frente, da gente, tudo com uma trilha sonora espetacular e de dar arrepios.


O celular aliás é nosso melhor recurso, pois além de informar a presença da criatura, ele também traz mensagens constantes e até nos ajuda na rodada final, mostrando a direção para que sejamos salvos.


Tirando isso, a personagem apenas vagueia por cenários que se alteram com o tempo, indo e voltando até portas se abrirem e continuar avançando, achando coisas assustadoras aqui e ali.


Nem há forma de se perder, pois o jogo não dá opções de exploração grandes. Os cenários são pequenos, e apesar de ter muita coisa pra se ver, e muitos detalhes, a rota é uma só.


O máximo que há pra se fazer é a ação de investigar e reinvestigar salas. As vezes um documento novo surge, ou um evento diferente que causa medinho (e também adiciona algum detalhe à trama), mas no geral é praticamente andar em linha reta.


Durante todo o processo, a protagonista pensa alto consigo mesma, ou então conversa no celular com suas amigas, até ir descobrindo onde está o que tá havendo, e se perder num verdadeiro pesadelo. 


Não há game-over ainda por cima, pois sempre que a garota morre (geralmente se for pega pela criatura), ela rebobina o tempo e volta pro começo. Mas, não é exatamente um "poder", e também não é um mero recurso de jogabilidade. 


Tem um motivo pra ela "rebobinar" o tempo, na própria trama.



Visual e Cinemática


Algo que chama a atenção logo de cara é o uso de gravações reais, misturadas com cinemáticas. Inclusive, quando apareceu a primeira cutscene eu pensei "Caramba, o gráfico ta realista de mais", porém era uma gravação, igual ao que a Remedy faz com seus jogos, como no Alan Wake. Pra Konami isso é novidade.


Aqui, a Konami replicou a técnica de botar pessoas reais em filminhos dentro do jogo, mas também faz questão de mostrar cinemáticas com a engine própria do título também, e a diferença é gritante.


Não que isso desmereça a obra, mas entre um live action e uma cena in-game, é uma transição monstruosa de grotesca. O jogo é bonito, mas nem de longe mostra a capacidade total do PS5.

Mas, isso é compensado com momentos inventivos, repletos de bizarrices ao estilo Silent Hill. São poucos momentos, mas quando ocorrem, como a transição de cenário para o "Dark Place", ou barulhos estranhos com manequins aparecendo do nada, tudo é feito de um jeito bem perturbador e assusta.


Claro que não da pra deixar de estranhar quando uma garota asiatica, dublada em inglês (e mal dublada ainda por cima), aparece falando com a câmera em uma "memória"...


Pra depois surgir a nossa personagem, com cara de quem foi renderizado num PS3.


Aliás, o jogo é em primeira pessoa, mas constantemente temos um vislumbre de como nos parecemos, pois sempre que a personagem reage a algo que descobre, rola cinemática com cenas do jogo mesmo.


As com live-action ocorrem apenas em memórias, hora ou outra.


Personagens


Há uma quantidade boa de personagens, a maioria citado em documentos ou em falas do cenários, mas nem um é dos jogos principais (apesar deste se conectar com Silent Hill 4 por algumas sutis semelhanças na ambientação) mas os principais são os seguintes:


Anita


Ela é a protagonista, uma garota perturbada, que sofreu abusos na infância e ficou traumatizada, e ainda por cima tinha poucos amigos no colégio.


Um dia ela simplesmente acorda, num prédio aparentemente abandonado, sem saber como foi parar lá, até que recebe a mensagem de uma amiga, pedindo para ela a encontrar. As memórias dela começam a voltar aos poucos a partir de então, com ela tentando descobrir e entender como foi parar ali.


Então conforme investiga, ela percebe que está presa ali, e no que antes parecia apenas um lugar vazio, começam a rolar eventos estranhos, com objetos se mexendo e vozes pelos cantos, até uma "Mulher de Cerejeira" aparecer e persegui-la, com o único propósito de mata-la.


Contudo, não importa como morra, Anita volta a vida, cada vez mais mergulhada no terror, cada vez mais afogada pela angústia. 


Aliás, os olhos dela ficam rapidamente em vermelho, e ela revê suas memórias de trás pra frente. É literalmente ela voltando no tempo até fazer direito.


A garota tem forte tendência suicida, mas isso se agrava cada vez mais, conforme ela se recorda mais sobre si mesma.


Maya


A amiga que Anita foi procurar, mas se esqueceu. 


Ela é uma artista conhecida nas redes sociais, por fazer grafite pela cidade, e tem seguidores aos montes, com números crescendo cada vez mais.

Isso causa inveja em Anita, que sempre se compara com ela, e busca aceitação se espelhando nela, e caindo em depressão. Porém, Maya tem seus próprios problemas.


O primeiro deles é que ela já está morta. Maya se matou meses antes, naquele mesmo prédio. O local era conhecido por suicídio de jovens, e ela conhecia essa fama pois sua arte era inspirada nas garota que ali morreram.


Ela se matou pulando do prédio, pois apesar do sucesso aparente para os outros, em seu intimo ela era solitária e também depressiva, e pra piorar, ela sofria muito com o bullying digital.

Mas a principal causa de sua morte, foi a inveja de Anita, e agora ela ressurge para cobrar sua vingança, ou pelo menos é isso que Anita acredita.


Amelie


A primeira amiga de Anita, e também alguém que se importa muito com ela, Amelie conversa bastante por celular, mandando mensagens pra ela o tempo todo.


Apesar e Maya também mandar mensagens as vezes, Amelie é mais prestativa e demonstra preocupação com a amiga, inclusive é ela quem cita o luto pela Maya (o que choca com a revelação dela ter morrido).

Amelie era muito próxima de Anita, até que conheceram Maya em seu "estúdio", grafitando. Aparentemente, Maya ficou interessadíssima em Amelie, e se aproximou muito dela, afastando-a aos poucos de Anita. 


Isso fez com que a amiga sentisse ciúmes, e no fim, as palavras dela botaram ela nessa situação.


Kettenstadt


Então, apesar de não ser bem um personagem, mas sim um lugar, é importantíssimo falar dessa cidade.


"Kettenstadt" é uma cidade fictícia na Alemanha, onde a história se passa, e não tem qualquer relação com Silent Hill. Na verdade a história toda rola só no "Villa", o nome do prédio dos suicídios, que fica em Kettenstadt.


Ele aparentemente não tem relação com Silent Hill, mas há um documento que diz que a cidade teria sido amaldiçoada no passado, por uma bruxa que foi queimada ali, e por causa disso está em crise. O que talvez seja influencia da cidade dos EUA.


A cidade principal só chega a ser citada em um artigo, chamando de "Fenômeno Silent Hill" o fato de aparecerem névoas pouco antes de pessoas cometerem suicídio. 


Isso é interessante pois acaba colocando Silent Hill, e essa característica da neblina, como algo conhecido publicamente e até noticiado. O terror de lá também estaria se propagando por todo o mundo, e "The Short Message" seria apenas um dos muitos eventos semelhantes.

O que antes seria algo seletivo e que afeta poucas pessoas, agora está em constante crescimento, e é de conhecimento mundial. Esquisito, pra dizer o mínimo, mas curioso.

Detalhe também que o jogo se passa em tempos modernos, em pleno 2022, pós Pandemia do Covid 19. Ele cita isso várias vezes.


Mãe de Anita


Apesar de não aparecer fisicamente, a voz dela é escutada por Anita o tempo inteiro, assim como de várias outras pessoas. Porém, a dela é a que mais marca, pois sempre remete à infância, quando ela a maltratava, abandonava ela e o irmão em casa pequenos, trancados, proibidos de sair, e as vezes até trancafiados em armários.


Essa mulher amava a filha, e o bebê, era mãe solteira, e tinha traumas pela criação por sua mãe. Porém, mesmo dizendo que jamais seria como ela, acabou se transformando por causa de um homem, e seu amor virou ódio, sem explicação. Ela muda de personalidade, se torna negligente, chegando ao ápice de matar o próprio bebê.


Pior que isso, ela ainda escondeu o corpo no refrigerador da casa, completamente abandonada, tomada por lixo e sujeira, e acabou sendo presa, denunciada pela própria Anita ainda criança.


Ela saia com o cara da Pizza, e como no começo ele não se dava bem as crianças, ela passou a deixar elas sozinhas em casa, nas piores condições possíveis, até chegar à tragédia.


Anita foi adotada posteriormente, mas o curioso é que aparentemente ela já era adotada antes, ou quase. A mãe dela dizia que ela não era sua filha, que era um erro, uma maldição, causada por sua mãe. Isso provavelmente significa que ela era uma "Criança da Ordem", talvez pelo mesmo processo que Alessa passou (ou parecido). 


Lembrando que "Crianças da Ordem" são aquelas geradas pela seita de Silent Hill, para ter algum tipo de "dom divino", através de rituais diabólicos. O fruto disso sempre é alguém que pode manipular a realidade e trazer monstros, mas tudo depende do psicológico da criança.

A mãe de Anita tinha 41 anos quando ela ainda era pequena. É uma idade avançada de mais pra uma mãe de primeira viagem, e com duas crianças pequenas, um delas recém nascida. 

Aparentemente, Anita tinha 10 anos quando o acidente aconteceu (ocorreu em 2012) e sua mãe foi presa.


Mulher de Cerejeira


Por fim, temos o monstro, a "Mulher Cerejeira". É uma criatura de forma feminina, que tem flores de cerejeira brotando por todo o corpo, e sempre quando aparece causa distorções na câmera, e também no celular de Anita.


A princípio ela parece ser um fantasma, talvez da Maya querendo vingança, ainda por cima com a ideia de que Maya acreditava que flores sairiam de seus ferimentos como em um poema.

Ela gostava muito de desenhar e pintar isso, com vários de seus grafites sendo exatamente garotas com flores brotando de seus ferimentos.


Maya pintava as garotas suicidas daquele prédio, então esse era seu jeito de transformar a dor em arte, a flor seria a vida brotando da tragédia. Só que, a Mulher de Cerejeira era algo ainda maior que isso.

Ela é a personificação desse conceito de Maya, e sua paixão, com a violência da mãe de Anita, e sua reprovação.

Isso fica mais evidente no trecho final do jogo, quando Anita confronta sua mãe através do armário, e a silhueta do outro lado da porta é a da Mulher de Cerejeira.


A própria Maya ajuda Anita no final, com suas mensagens de positividade, mesmo estando morta, e tentando guia-la para a saída. No fim das contas, era tudo um mal nascido na cabeça de Anita.


Isso pois, Anita tinha o poder de evocar a neblina de Silent Hill. O dom amaldiçoado de convocar um mundo de pesadelo e terror, pra assombrar a ela e a qualquer um que ela julgasse merecedor de tal tortura.


O "poder" teria brotado após o trauma com a morte da amiga, e a culpa que ela carregava por ter sido má com ela nos últimos momentos. 



História Completa

Bem, irei resumir a história do jogo, mas não há muito o que falar.


Capítulo 1


Anita acorda no prédio dos suicidas, e procura pela amiga, até descobrir que ela morreu.


Então ela é impulsionada pela inveja, junto de pura depressão, se comparando com ela e buscando aceitação. 


Mas, ela é perseguida pela Mulher de Cerejeira, e enquanto foge encontra uma escadaria para o topo do prédio.


Assim que ela chega lá, vê um mural em homenagem a sua amiga falecida...


E fica tão carregada de emoções negativas que simplesmente se joga do prédio...


Morrendo na queda igual a amiga.




Capítulo 2


Porém, Anita acorda novamente no mesmo quarto de antes. Detalhe que há desenhos de um Buraco Negro, a cada retorno dela. Isso faz alusão aos "buracos de viagem" de Silent Hill 4.


Ela procura por uma saída, recebendo mensagens constantes de Maya dizendo "Encontre", mas sem nunca dizer o que.


Enquanto procura, ela simplesmente passa por uma porta e chega na escola onde sofreu bullying a juventude toda, e lá recobra mais algumas memórias.


Então a garota se recorda de um livro que Maya lhe deu, o qual tinha um bilhete. 


Era seu bilhete suicida, destinado a Amelie, como um pedido de socorro.


Mas, ela nunca chegou a entregar o bilhete pra Amelie, e acaba se sentindo responsável pelo suicídio da amiga, fugindo da Mulher de Cerejeira uma vez mais, e indo parar novamente no todo do prédio.


Ela liga pra Amelie, pede perdão pelo que fez, e se joga do prédio, agora pra pagar pelo que fez com a amiga.




Capítulo 3


Mas ela acorda novamente, agora ainda vê seu próprio corpo estirado na sua frente. Ele some depois, mas ela já começa a entender que não pode morrer, até descobrir o que fazer, ainda com as mensagens de Maya em seu celular.


Ela procura por uma saída, até chegar em sua própria casa, na infância. Ela fica até menor, e revive através de sons, os piores momentos de sua vida.


Ela testemunha a morte do irmão, e a prisão da mãe, e ainda é torturada psicologicamente pelos gritos de rancor da mãe, paralelo a momentos felizes em que tinha a breve aprovação dela (como em um desenho que ela fez).


Ela também testemunha um pouco da realidade de Amelie, e como ela também tinha problemas familiares (os pais brigavam, eles eram pobres, etc). E a própria Maya, também tinha seus problemas, o que a levaram a tomar a decisão de tirar a própria vida, em fuga.


Com tais respostas, ela foge mais uma vez da Mulher de Cerejeira, só que agora com muito mais desafio. Pra escapar, ela precisa destrancar uma porta repleta de correntes por dentro (outra referência ao Silent Hill 4).


Porém, elas só somem caso ela localize boas memórias, indicadas pelo fantasma de Maya. Ela a guia durante a perseguição, surgindo em seu celular e mostrando quando está perto.


Depois de coletar todas as 5 memórias, a porta se abre, e ela consegue enxergar positividade na vida.


Novamente no topo do prédio, Anita liga pra Amelie, lamenta pela morte de Maya, diz ser culpada por ter dito coisas ruins pra ela por ciúmes, e ainda fala que pedirá desculpas pra ela pessoalmente.


Perto de se jogar, Amelie manda mensagens implorando pra ela conversar com ela, pedindo tempo para ouvi-la, e mostrando estar ali por ela.


Em prantos, a garota é empurrada pra trás por uma força invisível, e se vê livre do pesadelo.


E agora, ela apenas aceita viver, empurrando sua maldição pra longe (enquanto sua mente estiver boa).


As garotas se reúnem depois, conversam, e posteriormente se mudam. Nada disso é mostrado, mas uma mensagem de Amelie nas redes sociais diz isso, sugerindo que deu tudo certo.


Amelie viaja pra sua terra natal e aparentemente leva Anita junto.


Assim, termina a história.


O menu do jogo também muda no final, com a imagem de esperança de Anita, e a seleção de capítulos ao invés de "New Game".

Finalizando


De todos os 5 títulos de SH anunciados ano passado, esse é um que não estava na lista, pra grata surpresa deste que vos fala.


"The Short Message" foi dirigido e produzido por Motoi Okamoto, o mesmo produtor de Silent Hill 2 Remake (que também teve seu trailer recentemente divulgado).



E, te juro que depois da tragédia que foi (e está sendo) o SH Ascension, foi um tremendo prazer conhecer Silent Hill "TSM".


Esse sim é um SH de respeito, e além do tema "suicídio de jovens" ser recorrente (sempre tem um alerta antes de cada capítulo), ele ainda traz sua própria "neblina", o celular.

Isso pois os defeitos do celular, os erros e problemas técnicos do aparelho, que indicam a presença da criatura, são a coisa que mais marca no jogo.


Assim como chuva me faz lembrar de Dounpour, e dias nublados de Silent Hill 2, um celular crashando agora sempre irá me lembrar de "The Short Message".

Ele não chega a ser um revolucionário como foi o "P.T.", pois não traz nada realmente novo pro gênero, além de sua ótima história e atmosfera. O visual é simples de mais, e ele é curto de mais, porém é um jogo bom, e mostra que ainda sabem fazer bons Silent Hill. Minha esperança foi renovada.

Fiquei feliz com esse jogo, finalmente um acerto hein Konami. Pena que é exclusivo de PS5.

O bom, é que o SH2 Remake terá pra PC também... eu prefiro PC.

Aliás, achei que este era na verdade o "Silent Hill f", mas não, é outra coisa, que nem tinham anunciado. Tomara que tenham outros projetos secretos de SH por vir.


Onde ele se encaixa na Cronologia?


"The Short Message" é muito próximo de Silent Hill 4 em contexto. Temos uma pessoa "amaldiçoada" que usa seus poderes para limpar a própria consciência, fora de Silent Hill (mas usando poderes derivados dos rituais de lá).


Em Silent Hill 4, Walter Sullivan usa seus poderes para, mesmo depois de morto, continuar um ritual que pudesse invocar a mãe dele de volta ao mundo. Mas o cara era maluco, e no fim é detido por um cara com depressão.

Na ocasião, ele usava os "buracos de realidade" para abrir passagens pro protagonista do jogo testemunhar seus assassinatos (tudo parte dos pré-requisitos do ritual maligno dele), fazendo ele viajar pra diferentes lugares em Silent Hill, sem nem sair de seu apartamento em outra cidade.


Inclusive, Short Message, Silent Hill 4, Shattered Memories e o Ascension (que eu contesto a canonicidade dessa porcaria) são obras que ocorrem fora de Silent Hill. O Silent Hill 3 começa fora da cidade, mas acaba indo pra ela em dado momento. No 4 (The Room) o protagonista anda por projeções de memórias de Walter, que eram partes de Silent Hill (mas ele nunca viaja pra cidade). Já no Shattered Memories, é tudo coisa da cabeça de Heather.


Além disso tem a Porta trancada, que é uma forma de mostrar que a mente da pessoa está lacrada por ela própria. 

As iniciais "C.B." (Cherry Blossom) são a assinatura do pseudônimo de Maya como artista, algo reproduzido pelo subconsciente de Anita para mantê-la trancada pela sua própria culpa.


Aqui, a protagonista (Anita) acaba agindo contra si mesma, mas em SH4, o antagonista quem tranca o protagonista usando essa mesma técnica.

Silent Hill 4 - Porta Trancada


E ai que tá, isso não é só um easter egg sem sentido, como o quarto de The Room em Downpour, pois aqui tem a essência e significado equivalente. Não reciclaram a ideia, apenas reformularam e aplicaram em um contexto novo.


Há a Mulher de Cerejeira (eu chamo assim, me julgue), para servir à necessidade de julgamento de Anita. Ela quem cria essa projeção, e ele usa essa forma pra persegui-la, mas no fim ela apenas "cancela" ela. Isso apenas destaca que ela mesma tem controle sobre essas entidades.

E não é a primeira vez que algo assim acontece. Heather fez isso em Shattered Memories ao dar vida ao seu pai, e Walter  fez o mesmo criando projeções suas pra matar e atormentar pessoas. Crianças da Ordem tem poderes inimagináveis.

E, agora ficou claro que elas não se restringem a Silent Hill. Seus poderes podem causar transtornos em qualquer lugar, mas normalmente afetam apenas eles. O que me pegou de jeito foi ver que o mundo sabe disso.


Entre Downpour e The Short Message, muita coisa parece ter rolado. Só torço (muito) que não sejam as coisas que Ascension tá mostrando. O pior é que, pela placa no começo do jogo (No Hope) provavelmente são, pois uma das cidades onde o pseudo jogo está rolando é "Hope Junction".


Triste, mas fazer o que. Ao menos Short Message é decente e compensa.

Enfim, obrigado pela leitura.

See yah.

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