AnimeMorte: Capitão Laserhawk: A Blood Dragon - Remix - Explicando o Anime da Ubisoft

Cara que anime perfeito! E eu nem sei se ele é realmente um anime, isso pois ele é como um jogo de videogame, porém não interativo.

Confuso? Eu também achei, e adorei pois foi algo que nunca havia visto antes. Na verdade ele ainda me fez reavaliar minha concepção do que é Crossover, Easter Egg, Multiverso e etc

Ele não adapta jogos, mas reutiliza universos de jogos para contar sua história, uma história de um futuro utópico repleto de tecnologia e criaturas híbridas, além de infinitas referências aos games da Ubisoft, com direito a Splinter Cell, Rayman, Assassin's Creed, Watch Dogs, Far Cry, e por ai vai, mas não espere nada que conheça, nem qualquer referência óbvia ou meramente figurativa, as coisas aqui vão muito além que mero fanservice.

Este anime de apenas 6 episódios é uma surpresa, como mais uma das produções surreais da Netflix ao nível de Cyberpunk: Mercenários, só que... numa pegada diferente.

Ele é mais um daqueles animes repleto de violência, ação, surpresas, reviravoltas e claro, uma arte única... ou melhor, várias artes únicas.

Pois a grande ideia dele é replicar videogames, e não adapta-los. Isso é genial, e a exata sensação que você teria jogando, você adquire assistindo. É brilhante!!!

Falarei mais a seguir, explicando a origem dos personagens, e ainda evitarei spoilers.

Boa leitura.

Eu conheci esse anime por causa do Rayman. Vídeos no TikTok mostrando trechos em que ele aparece falando palavrão como âncora de um programa de televisão. Rapidamente o que pensei foi "Isso é só um fanservice pra vender o anime, certeza" mas... depois de rever, notei que tinha mais coisa ali. Não era o Rayman que conheço, mas sim um personagem novo, usando sua cara.

Rayman é um personagem de jogos de plataforma, criado pela Ubisoft, que é característico por sua aparência e claro, os membros do corpo flutuantes. É praticamente o mascote da empresa, com vários jogos dele.

Curiosidade atiçada, fui ver do que se tratava na Netflix. Estranhamente eu não tive ele recomendado pra mim, sendo que ele trata de vários assuntos que eu curtiria: Cyberpunk, Anime Violento, Adaptação de Jogos, Realidade Virtual, e até Live Action (pasme). Ainda assim, tive de procurar pra assistir, esquisito né? Ele também se enquadra na categoria LGBT, Humor, Animação Infantil, Romance, Conteúdo Sexual, e Besteirol!!! Isso dependendo de pra onde se olha.

São praticamente todas as tags que me chamariam, mas não chamaram. Talvez o excesso de características tenha camuflado ele, ou confundido os algoritmos da plataforma. Contudo, o ato de englobar múltiplas categorias é também parte da proposta da obra.

Só que ele não mistura ou "carrega" só seu título (grande pra caramba), mas também o próprio anime. E sabe o que é incrível?! Ele acerta EM TUDO.

Sua animação é variadíssima, mas sempre muito bem executada, e referenciando jogos diferentes, indo do 3D para Pixel Art, mas tudo depende do momento.

Até rola Motion Capture para fazer alusão a jogos antigos de Aventura, em que usavam fotos e vídeos pixelados e pré-renderizados de pessoas reais para interpretarem seus personagens.

Essa variedade de estilos se soma a história e, se nosso objetivo era caçar referências a jogos Ubisoft, o resultado é o oposto e são as referências que nos caçam! (Pera... quê?!)

Apesar de se escorar a muitos e muitos conceitos e personagens de jogos diferentes da empresa, nada é diretamente relacionado a esses jogos. As coisas estão ali, saibamos o que são e significam ou não, e os personagens tão tudo misturados, conheçamos eles previamente ou não.

Ainda assim, dá pra entender a história perfeitamente, pois tudo é bem apresentado e explicado, sempre no tempo ideal, com referências a enredos, personagens, jogabilidades e cenários dos jogos, mas num âmbito original.

O protagonista é Dolph Laserhawk, original da obra, mas ele não é o único a enquadrar esse papel, pois a história se expande conforme ele interage com outros personagens, ficando muito maior do que ele.

A princípio, é a história de um grupo rebelde que enfrenta uma Utopia manipulativa chamada Éden, que obriga as pessoas a viverem seguindo suas regras, e até submete a população à lavagem cerebral para que não hajam rebeldes.

Só que assim como Hawk, há outros grupos enfrentando o sistema, grupos estes que aos poucos são exterminados pelo exército de Éden.

Ele tem implantes cibernéticos, com seu braço sendo multifuncional e capaz de soltar lasers, e seu olho tendo funções oculares melhoradas de rastreamento, por exemplo.

E, ele não luta sozinho, tendo um par romântico masculino, que a longo prazo torna-se importantíssimo para motiva-lo.

Do lado de Éden, temos o jornalista Rayman, um porta-voz da empresa que é carismático de mais, e o grande influenciador da sociedade, desde a infância. Assim, todos seguem a empresa, escutam a empresa, obedecem a empresa, através do refugiado da Dimensão X.

Ele é alienígena, com partes do corpo flutuantes e não há equivalentes a ele, aparentemente. Porém no mundo em que tudo se passa há várias outras espécies misturadas.

Um exemplo são os híbridos, basicamente animais antropomorfizado que são criados em laboratório, ou se reproduzem, e vivem em meio a sociedade (porém, enfrentam o preconceito é claro).


Rabbids

Ainda há mutantes, também saídos da Dimensão X (os Rabbids!!!), que hora ou outra fazem suas participações.


Os Rabbids são do mesmo universo do Rayman, mas eles tem jogos próprios (e até crossovers, como o mais recente com o Mario).

Niji 6

De quebra, há os humanos, mas eles também são variados, sempre graças aos implantes cibernéticos.

Claro que as coisas não se limitam a isso, pois também há várias armas, e aparatos tecnológicos avançados, que só enriquecem o vasto universo futurista que nos mostram. Um exemplo são os Power Rangers, ou melhor, o time Niji 6! Composto por heróis do estado que usam implantes, e até um megazord.

Nem preciso dizer que tudo isso é tirado de algum jogo né? Mas não é de um apenas, e sim todos! Os Niji 6 seriam a personificação do "Tom Clancy's Rainbow Six", mas só em nome (afinal, o jogo é de tiro e nada colorido), só que todo o resto do anime não se baseia apenas nisso, e há muitas outras fontes de inspiração.

Legal que o anime até caçoa do nome do grupo, que igual ao nome do jogo, não tem sentido em ser chamado de "Rainbow".


Os Demais Jogos


Cada detalhe desse universo é tirado de algum jogo da Ubisoft, mas nada disso é diretamente ligado a eles. Não é necessário que conheçamos os jogos para que saibamos o que são, a gente entende o que é uma referência ao estilo Graphic Novel, só no formato que o anime assume, e não precisamos saber qual a Graphic Novel específica que ele referencia, já que a ideia é universal. Isso funciona em vários momentos pois ele assume formato de "gameplay" as vezes, enquanto conta sua história.


Bullfrog

Mas há jogos que eles puxam elementos chave e até personagens, mesmo que não sejam totalmente fieis aos detalhes, tipo, tem um Assassino de Assassin's Creed, mas ele é também um híbrido (um Sapo chamado Bullfrog), com sotaque francês, e é cômico, além de poder ver o futuro. Sendo o último da Ordem dos Assassinos, ele aparece como um personagem hilário, que nem existe no mundo real dos Assassinos, mas representa eles com maestria.

Inclusive, o antagonista do anime também é de Assassin's Creed, a grande ordem dos Templários está por trás de Éden, mas tanto faz conhecer o passado deles ou o que são, só no que nos mostram já conseguimos compreender que não prestam, que manipulam, e que desejam controle absoluto... também representando perfeitamente o que os jogos mostram.


Jade e Pey'j

Tem também a Jade, protagonista do Beyond Good and Evil, só que com uma repaginada visual. 

A personagem vem acompanhada de seu tio de consideração, também do mesmo jogo, e também com uma baita repaginada. Curioso como ele foi "avantajado" pra ser mais bruto do que no jogo original.


Rayman

E poxa, Rayman é vilão! Ou pelo menos é o que transparece, algo que está longe de ser real nos jogos. Mas da mesma forma, a participação de Ramon é impecável para mostrar quem Rayman é de verdade, também representando-o com precisão.


Sam Fisher

A chegada de Sam de "Tom Clancy: Splinter Cell" foi o que me pegou de jeito, pois eu fiquei o tempo todo pensando "Como assim, o que houve com ele?" e quando ele entra em ação, cara... é o MESMO CARA, mas em condições totalmente distintas, e próprias desse universo.


Marcus Holloway

Esse universo tem elementos de Watch Dogs, e ficam claras as referências desde a abertura, com hackers tentando burlar o sistema e tudo mais, inclusive usando o mesmo símbolo do grupo hacker do jogo. 

Marcus Holloway, principal opositor ao Éden, é o protagonista de Watch Dogs 2, só que bem mais velho aqui. É curioso como nessa mistureba, aquela teoria de "universo compartilhado" por causa de easter eggs nos jogos, acaba ganhando mais forma, graças a essa junção bem feita.


Cody Rhodes

Eu não sou muito familiarizado com os jogos da Ubisoft, mas provavelmente muitos conceitos também são de outros jogos que fizeram parceria com a empresa, ou apenas referências mesmo pra deixar tudo ainda maior, por exemplo, tem um personagem lutador de WWE chamado Cody Rhodes, que é inspirado em um lutador real de mesmo nome, e participa de jogos de WWE. 

Mas, a Ubisoft não tem jogos do gênero (em Rainbow Six Sieg, jogo de tiro, até tem alguns personagens de lutadores de WWE como pacote de expansão). No Ubisoft Connect (serviço da Ubisoft para alocar e vender jogos) tem jogos de WWE tipo o "WWE 2K22", quem tem o personagem. Então da pra ter uma noção de que talvez, a proposta não seja apenas utilizar seus personagens e IPs, mas variar com títulos com que tiveram contato.


Just Dance

Há também referências a jogos que não são totalmente mostrados, tipo "Just Dance", que aparece em um comercial.


Pagan Min

E alguns personagens secundários, como Pagan Min de Far Cry 4, o vilão que, bem... teve uma participação bem marcante e importante, principalmente pro protagonista.

Aliás, comerciais são grandes fontes de informação, mas também de fanservice e referências, contudo, até isso é trabalhado pra contribuir pra narrativa, nos dizendo o que precisamos conhecer pra que tudo faça ainda mais sentido, e tenha maior impacto.


Não se Apegue

Falando em impacto, caso assista, não se apegue a personagens. 

Seguindo modelo de histórias futuristas e repletas de carnificina, ninguém está isento de ser descartado. 

Com uma ideia que lembra Gantz a Esquadrão Suicida, um grupo de personagens legais, mas mortos pra sociedade, chamados "Ghosts", são postos em missões em prol de uma líder misteriosa, mas podem ter suas cabeças detonadas a qualquer instante. 

Claro que o anime inteiro não fica apenas nessa ideia e vai se expandindo depois, mas é um dos momentos que nos prendem e também atingem forte com as baixas.

Enfim, existem muitos jogos diferentes aqui, e várias histórias que vão se desenrolando a cada nova referência, tudo misturado pra gente curtir. Até mesmo cenas com TELA DE LOADING existem, e sério, QUE ANIME TEM TELA DE LOADING!?

Meu cérebro ficou confuso enquanto eu assistia, mas juro que adorei, tanto que quando apareceu o botão de continue, eu apertei Enter no sim, mesmo que não fosse minha ação!

Esse é o tipo de obra que precisa da continuação PRA ONTEM! E isso vai acontecer, já que a história ainda não acabou.

Nunca pensei que gostaria de assistir um Streaming de Jogo, mas na lógica, é isso que Capitão Laserhawk é. 

Meu, ele me lembrou tanto No More Heroes, principalmente pela violência mesclada ao mundo dos jogos. Só que aqui, não censuraram nada em relação aos títulos, apenas reimaginaram tudo e pegaram a essência pra contar uma nova história.

Difícil explicar o quanto é divertido, e já to ansioso pela continuação.

Recomendo que veja!!!

É isso.

See yah.


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