AnimeMorte: Cyberpunk: Edgerunners

E se repete minha história com "To Your Eternity"... mas agora fui até o fim.

"Cyberpunk: Edgerunners" conta a história de um grupo de pessoas num mundo bem avançado em tecnologia, inclusive na área de implantes cibernéticos (o que acaba ganhando bastante espaço na trama). 


Com direito a "Neuro Danças" (onde os personagens entram em memórias ou eventos gravados em Realidade Virtual), "Telefones Neurais" (que servem pra conversar usando a mente) e  vários outros aprimoramentos que distanciam seus usuários cada vez mais da humanidade, acompanhamos uma surpreendente história de drama, ação, tecnologia, humor e amor, seguindo os passos de David.

Boa leitura... e eu não darei nenhum spoiler, então espere um texto rápido.

O mundo no qual essa história se passa segue aquele estilo de "futuro utópico de tecnologia absoluta". Lembra muito histórias como "Ghost in the Shell", "Matrix", "Alita", "Akira" e "Jogador N° 1". Não é só pelo quesito tecnologia, mas toda a ambientação e a forma como esses universos são retratados, sempre brilhantes, bagunçados mas ao mesmo tempo, bonitos e coloridos, mesclando coisas antiquadas e inovadoras em uma densa harmonia.


A animação não deixa a desejar, e tem seu próprio estilo, as vezes sendo um pouco caótica pelo excesso de cores e detalhes espalhados mas, sempre muito bela, e muito bem movimentada.


Cores inclusive é algo que não falta, fazendo do mundo de ficção científica futurista aqui mostrado, algo ainda mais belo, mesmo em seus pontos mais feios. É a magia de artes ambientadas nesses futuros, onde a luz, cores, brilhos e estilos diferentes se misturam tornando tudo mais atraente.


Todos os personagens são profundos, tem suas histórias bem contadas, e tem significado, além de serem muito interessantes. Difícil não torcer por eles, não se identificar ou apenas gostar deles, até os mais repulsivos.

E esse jeito como ele nos envolve com os personagens é uma doce armadilha, para nos atingir mais forte ainda quando suas reviravoltas chegam. Essa história simplesmente não tem um pingo de dó da gente.


Juro que não sei como estou conseguindo escrever, pois mal enxergo a tela do PC de tão embaçada que minha visão está pelas lágrimas. E não são apenas lágrimas de tristeza, são de felicidade, pois pude assistir algo tão magnífico em apenas 5 horas da minha vida (São 10 episódios com apenas 24 minutos cada).

Me arrependo apenas de não ter visto antes.


Eu pretendia falar muito de como o anime serviu de redenção para o jogo da CD Project (Cyberpunk 2077) agora que ele está sendo "relançado" com patchs e atualizações, que o fizeram melhorar, e perder os tantos bugs que deram uma manchadinha na reputação dessa empresa, ao entregarem um jogo que mal podia ser concluído de tantas falhas na época... mas não... ele vai além disso.

O anime mesmo que tenha muita relação com o jogo virtual, ou o RPG de Mesa, é independente de tudo isso. O que ele faz não é só contar uma história legal que fica na memória e nos faz querer consumir mais desse universo. Isso ocorre? Sim... mas não é o melhor dele.


O melhor dele, é a forma como cada episódio desenvolve a trama e joga pistas de como tudo terminará, ainda que nos permita a dúvida, a ingênua esperança de obter um final totalmente feliz. 

Ele não decepciona, e eu adoraria poder contar tudo, mas só espero que assista, e veja com seus próprios olhos, e sinta com seu próprio coração.


Desculpe por essa recomendação, mas veja... e prepare-se pra algo incrível.

Além da quantidade gigantesca de gore e sangue, o anime conta com bastante, porém relativamente moderada quantidade de violência e nudez, com direito a tanta coisa nojenta e impactante que nos faz perguntar a todo momento a razão de assistirmos. Razão essa recordada constantemente pela poética trama que só nos engaja profundamente e emocionalmente em tudo que ele quer mostrar, e mostra.


Faça vista grossa pra violência e nudez se isso te desagrada. Essa coisas pertencem ao universo que a história retrata e são parte essencial da trama. Muito do que é mostrado é pra causar perplexidade, surpresa, desconforto ou apenas gerar uma estranha imersão. 

E não se preocupe, mesmo com coisas explícitas, não há atos explícitos. Tudo é bem dosado, e mostrado apenas o suficiente pra que recebamos a mensagem.


De resto, só tenho elogios e mais elogios. Repito que posso ter me desagrado um pouco com a fluidez das cenas, principalmente as de ação, por conta da aglomeração gráfica. Como tudo é muito rápido (propositalmente junto ao enredo), os desenhos ficam um pouco sobrepostos e as vezes são difíceis de acompanhar. Mas tudo é muito bem feito, detalhado, e belo, além de chocante.


Além disso, a história é muito fácil de absorver e compreender. Mesmo que as vezes soe complexa de mais, ainda mais por uso de gírias próprias desse universo, ou diálogos longos, nada fica cansativo, nem é expositivo de mais. O que é contado é feito de forma visual e sonora, em harmonia e equilíbrio.


E repito, a música é perfeita. Escolheram as certas pros momentos certos, e elas só amplificam as emoções que já estão afloradas pelo que assistimos. 

Essa é uma das melhores experiências audiovisuais que já tive este ano.


Enfim, é isso.

Obrigado pela leitura.

E assista, por favor.

Tá Netflix, e prepare um lenço.


See yah,

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