SérieMorte: The Last of Us - 1° Temporada - Final

E assim se encerra a primeira temporada da melhor adaptação de jogos já feita, pelo menos até hoje.

Assim como foi em todo seu desenrolar, ela foi precisa, criativa, bastante emocionante, muito bem escrita, bem atuada, mas principalmente: Fidedigna ao material base.

O último episódio é exatamente como o jogo, sem tirar, mas pondo um pouco mais. Esse "pouco mais" foi o complemento que apenas melhorou, o que já era perfeito.

Boa leitura.

Sem delongas, o episódio retrata tudo o que o ato final do jogo mostra, e sem qualquer pressa, mesmo sendo um episódio "menor".

Chega a ser assustador como tudo simplesmente foi feito com perfeição, e pior, o que parecia ser muito pra ser contado em pouco tempo, apenas se encaixou num final tão amargo, cruel, decisivo e seco, como foi no original.

Cenas clássicas como o encontro das Girafas se repetem, e carregam grande emoção, ainda mais por combinarem tão bem com tudo o que acompanhamos até então.

Mesmo assim, ainda há espaço pra novidades, muitas novidades, o que repito, chega a espantar pelo excelente uso de tempo em tela.

As Novidades

Primeiro, tudo inicia com um flashback mostrando ninguém mais ninguém menos que a mãe de Ellie, Anna, bem no momento em que ela dá a luz. 

Isso não era essencial pra história até que fizeram, pois apesar de originalmente isso não ser mostrado, chega a ser um crime não terem feito isso no jogo, pois meu deus, que perfeição!

Revelar como Ellie nasceu responde uma questão primordial da trama, dando certos indícios de qual seria a razão dela ser imune, e tão rara. Mas, isso também eleva o drama envolto de Marlene, e o quanto as ações dela pesariam posteriormente, não apenas pra Joel, mas pra ela própria.

Não que isso alivie as decisões controversas de Joel, mas ainda assim, isso só contribui pra que soframos muito mais, e sintamos as consequências do que viria.

Outra novidade, ao menos que eu notei agora, e não havia notado antes, é a relação invertida de Joel e Ellie.

Após tamanho trauma do episódio anterior, Ellie surge ainda abalada, e mais silenciosa, enquanto Joel, pelo alívio de ter sido salvo, e dela também ser salva, apenas age mais animado, aberto, e extrovertido.

A jornada chegou ao ponto em que ambos trocaram de lado, mas também se tornaram muito mais próximos.

Disso, saiu a revelação da tentativa de suicídio de Joel. Sem mostrar, apenas baseando-se no diálogo, nós conhecemos o estopim de sua jornada como sobrevivente rancoroso. 

E no fim, também temos a revelação do que houve com Riley, com Ellie explicando pra Joel quando iniciou sua própria jornada de sobrevivente rebelde.

Enquanto na primeira não me lembro de ter visto qualquer diálogo do tipo no jogo, na segunda, a cena foi um resumo em falas, de algo que é mostrado em jogo. E, não dava pra fazer melhor.

Além de harmonizar com o que vimos até então, é bem encaixado, e é suficiente pra dar o que precisamos pra nos emocionar.

O Restante

E então rola a reprodução em live action do que já havia sido feito no digital, com tudo, absolutamente tudo, sendo adaptado perfeitamente.

Se mudaram coisas foram só singelos eventos, como a forma que Joel e Ellie alcançam seu destino. No original, Ellie se feria, mas aqui, Joel que se lasca.

Mas a ordem dos fatores não afeta o resultado, e isso até cria uma possibilidade extra: Joel acaba não tendo conhecimento sobre o quanto Ellie ouviu, ou o quanto ela sabia, pois ele é apagado... e quando ele começa a agir, não há tempo de conversas.

Inclusive, o maior destaque está na cena de ação do massacre de Joel: Só... lindo. 

Usando uma montagem de som dinâmica, ficando mais abafada quanto mais ele se aprofundava no "erro", com direito até a trilha sonora principal meio distorcida, o protagonista toma seu caminho e só avança, metendo bala em tudo que se move sem piedade.

Isso é perturbador sim, mas também catártico, e eleva suficientemente o que já era presente no original. O peso da escolha de Joel, não é ofuscado de forma alguma, muito pelo contrário, ele é destacado com esse belíssimo trabalho da edição, direção e atuação.

Por fim, o desfecho foi cru, assim como no original.

Baseando-se na confiança de Ellie em Joel, e a persistência numa mentira... tudo acaba, de um jeito vazio, abrupto, mas completo ao mesmo tempo.

Mesmo não conhecendo o segundo jogo... estou ansioso de mais pela segunda temporada... e tenho plena convicção de que serão capazes de adapta-la com excelência.

Só resta agora aguardar.

E... eu sei, a história não foi modificada, e tipo... os zumbis ficaram completamente de lado... mas The Last of Us sempre foi uma história sobre sobreviventes, em um mundo já todo ferrado.

Os infectados são apenas o pano de fundo, e assim permanecem aqui. Fiquei um pouco decepcionado pois, trocaram o tipo de infecção pra algo que tinha potencial pra ser bem mais perigoso (e presente), mas no fim acabou que, mantiveram isso só como cenário mesmo.

Mas foi algo sábio a se fazer, pois permitiu mais ênfase no lado humano, e no conto principal da dupla de sobreviventes.

Estou feliz pela obra.

Finalmente algo que presta!

Porr4 Joel.

E é isso.

Espero que tenha curtido o episódio, e essa temporada também. 

Se quiser conferir como é a história do jogo, pelo menos o primeiro, clique aqui. Fiz um artigo inteiro sobre ele.

Muito obrigado pela leitura!!!!

See yah!