CríticaMorte: Feitiço (2020)

Estava eu de boa após a decepção com Pinóquio quando me convidaram pra assistir um filme de terror da Netflix, só pra espairecer. Eu confesso que nem queria escrever a respeito mas, já que assistimos é melhor não desperdiçar!


Vou tentar não enrolar mas, é um filme estereotipado com uma péssima abordagem sobre o tema "Vodu".

Boa leitura.

Que filme péssimo viu. Ele até começa bem, com um suspense convincente que vai escalonando e ficando grande, até tropeçar no primeiro erro de lógica que só aniquila qualquer expectativa, mostrando que é só um monte de clichê, misturado com elementos previsíveis.


Uma família viaja de avião particular pro interior, pra um destino que até agora estou sem entender (foram pro enterro do pai do cara ou algo assim), mas tanto faz, afinal é só pretexto pro avião cair e só sobrar o pai, protagonista, preso numa cama, numa fazendinha. 


Daí uma mulher, um velho, e um cara fortão, servem de carcereiros dele, sem dizer exatamente como ele chegou ali, e nem o que pretendem fazer com ele.

Ferido no pé, ele tenta escapar até descobrir que a família é de feiticeiros que mexem com magia Vodu e pronto, ele tá ferrado.


Daí pra frente é só clichê. Rola morte de animais, sacrifícios, canibalismo forçados na base do suspense e claro, o bom e velho vodu, capaz de amarrar pessoas e fazer elas voarem por ai.

O filme é carregadíssimo de trilha sonora pra causar tensão, e fica nos indicando o que temer e quando temer com isso, sendo que ação mesmo pouco ou nada tem.


E quando digo ação não é questão de combates, mas de terror mesmo. Sem sustos, sem situações perturbadoras, sem nem mesmo ameaça de fato. O cara encontra inúmeras formas de escapar e só não o faz pois o roteiro o prende.


A magia em si é mostrada como um tipo de ferramenta física capaz de agir instantaneamente e afetar tudo e todos rapidamente, tanto que ela é usada pelos vilões no fim, e até pelo herói!


O cara literalmente descobre ser o bruxão artesão, faz um monte de bonecos na velocidade da luz, cria rituais e amaldiçoa geral, tudo a tempo de levar a família ainda viva e praticamente ilesa embora!

Não mexam com ele, ele tem bonecos e sabe como usar.

Chega a ser absurdo como tudo se resolve, pois ele apenas vira superpoderoso do nada e pronto, vence o mal usando a própria arma deles contra eles, e TIRA UM PREGO DO PRÓPRIO PÉ, BOTA DE NOVO, TIRA MAIS UMA VEZ E TUDO ISSO SEM NEM DESMAIAR.


E pensar que a princípio eu ainda fiquei teorizando sobre quem era realmente vilão, sobre haverem males na floresta, sobre os tipos de magias e quais seriam os objetivos da excêntrica família... mas não, era tudo balela mesmo.

Gente má no meio do nada pegou os forasteiros e usou eles pra fazer rituais, e é isso. Nem tem uma reviravolta ao estilo "Corra (2017)", mesmo tentando muito fazer algo do tipo (o velho só queria um coração novo tadinho).


Se tem algo decente no longa, é só a aparência dos bonecos que dão medinho, ainda mais por lembrarem o filme "O Mestre dos Brinquedos". Só que eles não se mexem é claro, a câmera só gosta de filmar eles e dar closes pra nos deixar tensos.


Se bem que no fim mesmo, um dos bonecos ganha vida... mas é só pra dar aquela encerrada artificial nos moldes do terror, onde o vilão não morreu de fato e, sei lá, transferiu a mente pra um boneco?! Vi isso em "Chucky" hein, e pior que é Vodu que ele usa mesmo.


Aliás, este longa consegue ter um suspense legal no começo, me lembrou muito o filme "Misery (Louca Obsessão)" inspirando em um dos livros de Stephen King, que começa justamente com uma moça, muito fã de um escritor, mantendo ele preso após resgata-lo de um acidente, em uma cama, tudo para ter seu livro favorito em primeira mão.

Sei que é uma comparação desonesta pro lado do filme de 1990 (que é extremamente melhor), mas eu tinha que citar, afinal a premissa inicial é quase a mesma.

Cena de Misery - 1990

A diferença é que ele também aproveita de elementos como fazendeiros suspeitos em família, vistos em filmes como "O Massacre da Serra Elétrica", mas sem o gore, nem a violência explícita.


O que há de violento aqui é pra chocar pelas ideias, como os pobres bichinhos mortos (tadinho do gatinho), que nem chegam a ser mostrados, mas só de saber o que os personagens foram capazes de fazer da uma agonia.


E bem, não tenho mais nada a declarar, apenas que, tem muito filme melhor pra ver.

Mas é aquilo, pra que um dia eu não pense "Poxa, não me lembro se esse filme é bom, acho que verei hein", já deixo registrado aqui que, não, não vale a pena ver.


A menos que queira rir com os absurdos de um filme de terror ruim e nada audacioso, com pouca criatividade e muita cena forçada.

É isso, e... mano... o que que eu to assistindo!? Pelo menos serviu pra rir bastante. Achei divertido nesse sentido... só que acredito que não era o intuito desse longa... afinal ele parece se levar a sério.

Além do mais, o tema nele abordado não é nada "divertido". Trata-se de um tipo de magia antiga que, tem muitas histórias bem mais interessantes a se contar do que algo no estilo "Supernatural"Eu mesmo me lembro de ter visto um filme mais sério sobre o assunto e muito mais assustador... só não lembro qual filme era. 

E viu? É exatamente por isso que decidi sempre registrar o que assistir. Evito perder referências.

See yah!

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2 Comentários

  1. Vodu é pra jacu...

    Mais um filmeco achado pelo max que ele tras aqui pq sim... genial...

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    1. O filme foi terrível mesmo, mas foi bom pra escrever. Mesmo que não tenha sido aquilo tudo, um dia servirá de referência.

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