Crítica: O Macaco - Um Lixo de Adaptação

"The Monkey", a escória dos filmes besteiróis de terrir.


Um filme que se diz inspirado em um conto de Stephen King, mas que na verdade é uma sequência de cenas imbecis que debocham tanto do humor, quanto do terror.

Stephen King deveria processar Osgood Perkins por usar seu nome num lixo desses (afinal é só isso que atrai e engana). Este filme é tão somente uma das coisas mais ridículas e sem graça que já vi na vida.

Atuações medíocres, efeitos práticos e especiais relaxados, sequências e eventos de pseudo horror completamente absurdas e estúpidas, e um humor equivalente ao de uma criança de 6 anos, eis uma bomba que não merece nem um Framboesa de Ouro, mas sim uma Floresta de Framboeseira inteira.

Enfim, bora esculhambar. E não evitarei spoiler.

Boa leitura.


Resumindo o Filme "The Monkey"


O filme fala de um macaco de brinquedo que toca um tambor amaldiçoado, e quem brinca com ele faz pessoas próximas morrerem. Basta apenas virar a chave de corda dele e pronto, pessoas sofrerão acidentes.


Premissa legal não? Pena que tudo é desviado pra história de um pai fracassado, com um irmão gêmeo perturbado, que passa a usar o macaco pra matar pessoas na tentativa de se vingar do próprio irmão.


E a motivação do vilão é o simples fato da mãe deles ter morrido pois o irmão sem querer usou o tal macaco perto dela, quando os dois o encontraram ainda crianças.


Sem conseguir pelo menos relacionar o macaco aos acidentes, o filme implora pra que descartemos o bom senso e apenas aceitemos que os moleques sabiam que o macaco causava acidentes desde o começo, quando nunca nem é insinuado isso.

E só por este ponto, o filme já seria muito ruim mas ele piora, e piora de mais.


Mortes Imbecis


Sabe "Todo Mundo em Pânico"? Aquele humor debochado que satiriza e parodia terror por seus absurdos? Então, é isso que "O Macaco" tenta fazer, mas ao invés de parodiar outros filmes, ele próprio se auto parodia.

Eu nunca nem sonhei com tamanha idiotice, pois se um filme com mortes ridículas já é tosco de mais, imagina um filme que além das mortes ridículas, faz questão de expor o quão doentio e perturbado ele próprio é, zombando disso.


Como se uma criança tivesse roteirizado e dirigido tudo, é uma história mal contada, que gasta tempo forçando piadas, e escancarando mortes tão toscas que até Chucky sentiria vergonha vendo algo assim.


Não chegam nem a fazer sentido! A cada minuto de filme tudo escalona até tacaram o dane-se e fazerem qualquer coisa. Começa com um cara tendo as tripas arrancadas, depois uma moça tendo a cabeça cortada por um sushiman, depois uma mãe com o ouvido jorrando sangue sem motivo algum, e daí desistem de tentar criar algo, e só botam pessoas caindo mortas de qualquer jeito.


Chegam aliás ao ápice de fazer uma mulher explodir por tocar numa piscina recém eletrocutada por ar condicionado! Tipo, e eu achando que Premonição exagerava! É só bobo, estupido, uma paródia mesmo... só que o problema é que não há o que parodiar.


Pior é a morte da moça que cai numa caixa de iscas, depois tem a cabeça queimada por chegar perto de mais do fogão, e no fim se empala numa placa no quintal de casa, tudo isso na tentativa de fazer rir, mas apenas expondo a nata do ridículo.


O filme zomba de si mesmo ao fazer isso, e da inteligência do público achando que é engraçadíssimo botar por exemplo, um monte de líderes de torcida num ônibus escolar, tendo a cabeça arrancada por causa de um caminhão. Seria engraçado isso? Não, pois fica estranho pelo timing errado. E também não é assustador, pois colocam personagens secundárias em tom de humor pra sofrer o acidente, que é muito mal mostrado pra variar e sem sentido (os dois avançam sinal vermelho, não entendi nada da cena).


Isso rola no último quadro do filme, e lembrou muito aqueles finais de Todo Mundo em Pânico, com alguém sendo atropelado, mas até lá tem graça, aqui não. 

Chegam a botar uma mulher com o bebê pegando fogo atravessando a rua, como se isso fosse algo engraçado, mas além de ser de mal gosto pra caramba, ainda é mal feito, e posto de qualquer jeito na história.


O chato de tudo isso é que além de nada servir pra assustar, nada é engraçado também, só é vergonhoso, e o pior de tudo é que a história nem anda com esses eventos. Tem uma hora que um cara completamente aleatório, morre ao pisar num ancinho e quebrar o pescoço. Além de ser mal feito, é mal montado, mal mostrado, e nem está condizente a algum momento do filme. Soltam a cena aleatoriamente por uns 10 segundos e nunca mais se fala nisso.


O Vilão e o Terror


Se acha que o filme ganha alguma sustentação pra toda essa besteirada através do seu mascote vilanesco, nem perca seu tempo imaginando isso. Não é como Freddie Krueger que gosta de "brincar" com as vítimas, nem como o já mencionado Chucky que por ser um brinquedo, faz as mortes serem cada vez mais ridículas. Não é chocante e assustador, é só idiota mesmo, e sem ter relação com o brinquedo.

O Macaco não anda, não fala, não faz nada, apenas bate um tambor e, quando termina, alguém morre por um acidente forçado. Nem mesmo esforçados são pra criar os acidentes, pois antes fosse como um "Premonição", exagerado, porém horrível e chocante.


Nem mesmo faz rir, pois o que torna as coisas bobas não é o vilão, ou as mortes em si, mas o elenco e suas respectivas reações. Todo mundo parece amador de mais, incluindo os protagonistas (sem emoção, parecem ler o roteiro e é tudo muito falso) e pra piorar os diálogos não ajudam em absolutamente nada.

São conversas chatas, piadas bestas, reações incoerentes. Poxa, botam um padre fazendo piadas e falando palavrão durante o funeral de uma pessoa! Que tipo de terrir é esse? Todo mundo parece só imbecil de mais, independente das ações do vilão... se é que ele age né.


A essência de um filme de terror voltado pro humor é divertir e depois chocar, essa é a graça, esse é o objetivo. Não é só soltar piadas vindo do elenco, mas sim brincar com o absurdo, e espantar através disso. Qualquer coisa voltada pro humor extremo vira paródia, e pra haver uma paródia, é preciso haver algo a se parodiar, e não é este o caso.

O longa nunca faz alusão a outros filmes de terror, nunca da a entender que está satirizando algo, ele apenas soa imbecil. Inclusive, se adicionar risadas na edição, vira um tipo de sitcom de terror, muito mal feita.

O resultado é algo sem graça, que mais parece feito pra insultar do que pra entreter. 


Voltando aliás ao vilão, o irmão gêmeo do cara que é o maldoso pois ele está virando a chave do macaco, tentando mata-lo. Só que tem um porém nisso, quem gira a chave não pode morrer aparentemente, e o irmão dele tinha virado a chave pelas primeiras vezes na infância.


Aliás, tem isso também...


Flashback Sem Sentido


A história começa no futuro, com o protagonista tentando se livrar do macaco, e depois regride ao passado mostrando a infância dele.

Isso seria para tentar explicar como ele adquiriu o tal macaco, e também mostrar como sua vida era difícil, mas o que resulta disso é um monte de personagem desinteressante, diálogos bestas, eventos desconexos e piadas vexaminosas. 


Nossa, reservam tempo pra fazer ele ser zombado na escola por um grupo de meninas, só por ter levado um macaco de brinquedo pra escola, mas nem se quer mostram ele revelando o tal macaco! Aliás é tudo tão rápido que nem sei se foi por ter piscado, ou por ter cochilado durante o filme, mas só sei que não fez sentido. É um destaque e exagero sem tamanho pra algo tão ridículo.

Enquanto nos momentos que deveriam investir um pouco mais de atenção, não o fazem, como na hora em que a primeira morte acontece. A babá dos moleques perde a cabeça, pois o macaco começa a tocar o tambor. Só que, ninguém vê ele em ação! Tudo acontece com ele no carro, enquanto a babá e as crianças estão num restaurante... como que conseguem relacionar o brinquedo com o acidente????


Fiquei toda a hora pensando que iria ser preciso mais algumas sequências de acidentes pra que os garotos notassem o que havia em comum, mas logo depois vem a segunda morte, causada justamente por um deles suspeitar do macaco.

Macaco este que não tem nada de especial não, é só um brinquedo do pai deles, que acharam nas coisas dele. Sem mensagem de maldição, sem lenda urbana, sem alguém botando medo com ele... nada. 


No fim, a terceira morte ocorre pois eles testam a teoria, e nem perdem tempo mostrando o acidente (aliás mostram, um cara morre pisoteado por cavalos enquanto dorme num saco de dormir em um acampamento, mas só se vê o saco recheado de carne moída), e os jovens já descobrem que o macaco os causa.


Pior ainda é o outro enlouquecendo ainda criança por descobrir que o irmão matou a mãe, sem nem conversarem a respeito... e tudo só vai se resolver 20 anos depois quando eles se reencontram.

O espaço de tempo é gigantesco, mas nem se esforçam pra preenche-lo, inclusive trazem toneladas de personagens secundários tirados do nada, pra falar que há uma história (sendo que nada importa!).


O Final Explicado


No fim, o irmão malvado tenta matar o sobrinho, mas acaba se encontrando com o irmão e eles conversam, resolvendo todas as diferenças EM UMA RÁPIDA CONVERSA. Daí ele morre em seguida pois o macaco foi forçado ao limite por ele, e consequentemente quebrou, amaldiçoando geral sem parar, independente de darem corda.

Com isso a cidade inteira começa a sofrer acidentes absurdos, com explosões, aviões caindo (tudo fora de cena), o cavaleiro do apocalipse dando um oi, tudo resultante do macaco quebrado, e o protagonista vai embora, levando o macaco, ao lado do filho que girou a chave pela última vez antes dele pifar (o tio dele forçou a girar, e depois o macaco zoou).


Aliás, aposto que o diretor e roteirista achou que ia arrasar botando uma referência bíblica, como se o macaco trouxesse o apocalipse, mas ficou só mais uma tosqueira ali atoa, pois se era uma piada, não teve graça (um velho triste esfumaçando em seu cavalo, nossa que hilário) e se era metalinguagem, não fez sentido, já que o filme nunca tenta se levar a sério. Seria o humor do palhaço triste? Ridículo.


Sobre o protagonista e o filho, nem vale a pena gastar tempo explicando. Ele é divorciado, mas precisa cuidar do filho e nada disso é relevante pra história, já que o garoto nunca vira um alvo do macaco (sabe-se lá porquê). Inclusive, o tio dele só tenta usa-lo pra de algum jeito provocar a morte do irmão, sendo que sinceramente, seria mais fácil ele mesmo ir lá e matar.

Só ficam no suspense achando que alguém se importa, mas tudo é tão entediante que, te juro que só torci pra acabar logo e de preferência todo mundo morrer, mas eles sobrevivem.


Outra coisa, é um filme de 1 hora e 30 minutos, que parece durar uns 4 dias... de tão chato que é.

Legal que a Disney foi ligeira ao impedir que eles usassem o Macaco de Pratos no filme, macaco que é o brinquedo original do tal conto de Stephen King (The Monkey - 1989). 


O macaco dos pratos foi usado no filme da Pixar (Toy Story 3), e a Disney tinha patenteado o brinquedo, por isso mudaram ele pra um Macaco de Tambor no filme de terror.


Mas, isso não faz a menor diferença, pois o filme é uma porcaria e seria igualmente com os pratos. Fica só como curiosidade.

Não era de esperar menos do mesmo diretor de Longlegs, outra porcaria que finge ser terror mas mal consegue contar uma história.

Mas enfim, tudo isso é só minha opinião. 

Obrigado pela leitura.

See yah.

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2 Comentários

  1. Eu realmente achei que era um curta de terror do Toy Story 3....obrigado por refrescar a minha memória (eu jamais iria lembrar que ele usava pratos e não um tambor, por que raios eu achei que era a mesma coisa?)

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    Respostas
    1. Hei sr Wilson!

      Pois é, e o mais chatinho do filme é que ele mal usa o tal macaco. Se bobear um curta da pixar faria melhor uso e daria mais medo.

      Excluir

Obrigado de mais por comentar, isso me estimula a continuar.

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