CríticaMorte: Atlas - Mechas, Robôs e IAs

Um filme sobre uma armadura robótica autoconsciente que cria um laço emocional com seu usuário, é disso que trata "Atlas", da Netflix.


Caso conheça a animação da Pixar chamada "Big Hero 6", o filme da Sony chamado "Venom", o filme da DC chamado "Besouro Azul", ou o filme da Blumhouse chamado "Upgrade", já da pra sacar a pegada do longa:

É uma pessoa que não curte máquinas aprendendo a curtir.

E ainda assim, mesmo sem nada exatamente original, ele é bem legal de ver.

É um filme de ficção científica exagerada, que não procura ser complicado, mas é complexo em seus ricos detalhes. Viajaram muito na criatividade e não mediram esforços pra tornar tudo muito belo, com bastante ação, efeitos especiais lindíssimos, e sequências de tirar o fôlego. Porém, viajam um pouco de mais, cambaleando entre a tênue linha da Ficção Espacial com Fantasia.

Falarei mais a respeito a seguir.

Boa leitura.


Robôs!

Tá eu já joguei todas as comparações possíveis na introdução. É que a todo instante eu me vi pensando "Ora essa, o robô é um simbionte" e sempre que penso assim, lembro de Venom, Besouro Azul e Upgrade.


É a mesma coisa: Uma mente secundária conflituosa, aprendendo a conviver com seu hospedeiro. De início é briga e discordância, e no final tão tudo sincronizados agindo como um só. Eis o "Complexo de Simbionte"!!!


Perdoe a sinceridade, eu tinha certa expectativa de pelo menos ter surpresa com algo diferente, e no fim foi mais do mesmo. Chorei?! Como sempre choro, sou uma manteiga derretida, então até nesse ponto foi mais do mesmo.

Só que, nunca imaginei que ia me prender tanto a um filme com robôs, e olha que normalmente eu não gosto muito desse gênero. Sabe filmes/séries como "Círculo de Fogo", "Avatar" ou "Fallout"? Em que tem uma tecnologia robótica militar na qual as pessoas entram, e sincronizam seus movimentos? Essa coisa, também conhecida como "MECHA" (Maquina Equipável Complementar Humanoide Automatizada), geralmente não me atrai.


Mas do jeito que Atlas lida com essa tecnologia, convence bem. É praticamente a armadura do Homem de Ferro, mas mais crível. Até o sistema de sincronização mental e motora é bem convincente e curiosa, com a personagem podendo apenas sentar e relaxar, ou sair andando pra forçar os movimentos da armadurona.


O esquema da personalidade extra também é bem bolado, e voltando ao complexo de simbionte, é interessante como ela evolui gradativamente conforme nós e a protagonista nos acostumamos a ela.


Ciência!

Num futuro utópico onde a humanidade quase foi dizimada pela IA, temos a humanidade hiper desenvolvida, com IA... só que melhorada é claro.


A ciência aqui é bem maluca, e se levada minimamente a sério o filme perde seu brilho, incluindo o incrível investimento visual e artístico que ele tem.

É belo de mais, mas nada faz sentido. São naves voando no meio das cidades, espaço sideral cheio de luz, barulho das naves em pleno vácuo (que todo conhecedor do espaço sabe que não tem, mas aceita pois os pais da ficção espacial usaram e abusaram disso em Star Wars, StarTrek e Star sei lá o que), além de um monte de coisinhas aqui e ali que se dizem ciência, mas são só imaginação mesmo.


E é ruim isso? Claro que não! É um filme, não uma realidade paralela exposta visualmente! Não é uma previsão assertiva e estudada de como será o futuro da humanidade, se é que houve algum estudo pra elaborar esse cenário.


É só muita arte e alegorias pseudocientíficas pra entreter, e isso tá excelente. Eu me entretive. E também não manjo nada de ciência pra falar o que tá certo e o que não tá, só achei exagerado mesmo.


História?

Eu não sei bem se dá pra chamar o que acontece aqui de "boa história". Tem começo, meio e fim, tem reviravolta, tem vilão, tem surpresa, tem lutas, tem viagens, tem gente morrendo, tem explosão, tudo é contado direitinho, e tem uma bela narrativa. Então sim, é uma boa história.


Só num é inovadora. Sinto que já assisti este filme várias vezes antes, mas nunca o fiz. Pois, na minha cabeça eu só fui lembrando dos similares.

A trama é uma moça, que tem um passado triste, e odeia as máquinas, sendo repentinamente forçada a se juntar a uma máquina, pra sobreviver. Seu objetivo é derrotar o vilão, que é uma máquina que ganhou consciência e quer exterminar a humanidade, pra contraditoriamente salvar a humanidade pois sabe que a humanidade faz mal a si mesma.


E é isso! Quantos robôs vilões já não fizeram o mesmo? Sigma que o diga.

Não há um subtexto como se espera em filmes do gênero, afinal, quem pega um "Interestelar" da vida pra assistir, já vai preparado pra sair com o cérebro fritando. Aqui, é tudo tão simples e mastigadinho que cria até uma estranheza.

Mas, ele ainda é um filme que trouxe algo que muitos filmes parecem ter evitado nos últimos anos: Criatividade visual.


Ele ousa, moldando um mundo que certamente tem um baita background, e se concentra em personagens unidimensionais e rasos, mas suficientes para nos agradar.


A história é justamente sobre a moça e sua armadura, nada além, nada anterior, nada depois, nada escondido. É isso.

Teve uma hora até, que eu achei que a história ia guinar ao ponto de parecer um "Detroit Become Human 2", mas não po. É tudo muito simples, as motivações, as razões, as decisões, todos os "ões"... é tudo simples.


E mesmo assim, chorei com o final do robô... E chorei mais com o pós final do robô... E chorei mais por ter chorado com o choro.

É uma doidera, mas compensa.


Enfim, obrigado pela leitura.

Só quis falar um pouco a respeito mesmo.


See yah!



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