AnáliseMorte: Silent Hill - The Arcade - Tudo Sobre o Jogo Esquecido da Franquia

A muitos anos venho tentando jogar este título, mas sempre obtive dos mais variados erros. Contudo, depois de finalmente achar uma solução, pude concluí-lo e assim analisa-lo.

Silent Hill - The Arcade


Este é um título da franquia principal de SH, lançado em 2007, mas com exclusividade para Arcades. Por se tratar de um Tiro em Trilhos, estilo "House of the Dead", para muitos pode soar como um título secundário e sem importância, deixado de lado e jogado no esquecimento.

E de certa forma ele é, além de ser num gênero totalmente diferente do comumente visto na franquia, ele ainda é de difícil acesso, curtíssimo e sem uma história muito complexa. Nem mesmo criaturas ou cenários totalmente originais ele tem, com reciclagem de inimigos e ambientes já vistos antes ao longo da franquia, mesclados sem uma lógica plausível, e sem grande significado.

Mesmo assim, ele sempre me intrigou pois, no meio de um monte de referências fortuitas e sem relevância canônica, há uma história bem curiosa ali, gritando por atenção.

O jogo em si é bem simplório, mas sua história é no mínimo interessante.

Falarei tudo a respeito, explicando tudo o que puder, sem poupar detalhes. Então...

Boa leitura.

O jogo

"The Arcade" é simples, mas divertido. Em todas as minhas dezenas de tentativas de termina-lo, pude me divertir atirando em criaturas genéricas de Silent Hill, enquanto passeava pelos cenários mais famosinhos, automaticamente.


Chega a ser um ode a "SH" considerando que, não há reais novidades neste título (ao menos à primeira vista, somente referências), o que combina com o gênero escolhido afinal, a galera que ia jogar lá nos arcades ia só pra meter bala usando arminha, e gastando fichas pra ter continues... ficar mais de alguns minutos jogando era muito.


Só que o que torna ele importante é seu enredo, que acaba mostrando uma outra Silent Hill, diferente da que estamos acostumados a ver, e para os órfãos do survival horror, é uma boa pedida conhecê-lo.


Primeiro que ele mostra uma Silent Hill habitada, antes do grande pesadelo se iniciar. Ele também nos apresenta novos conceitos e personagens, que apesar de mal explicados, são o suficiente pra somar ao grande e tenebroso universo dessa cidadezinha.

Inspirando-se mais no conceito espiritual, do que no demoníaco, este título se enquadra bem nos estilos de Silent Hill 2 e 4, mas ele também faz alusão a todos os outros, com seus cenários e monstros bastante familiares.


Só que ele tem suas novidades, tem seus diferenciais, e tem seus eventos que merecem uma boa analisada.

Gameplay

Jogar é fácil, basta mirar e atirar em tudo que se mover. 


Os personagens se movimentam sozinhos, e nossa função é apenas essa: Meter tiro. É igual qualquer jogo de tiro em trilhos.

As vezes podemos até escolher rotas, mas isso nunca muda nada de forma significativa. Essas rotas só são atalhos ou caminhos levemente diferentes, que levam tudo pro mesmo lugar.


Também há o desafio de derrotar os chefões, ao término de cada fase, no menor tempo possível ou cumprindo alguma regra da batalha, para assim salvar nossos amiguinhos, o que só afeta mesmo o fim do jogo.

Como personagens, nós controlamos um cara e uma garota (ela é o player 2), que só aparecem em cutscenes. Nossos amigos acabam sendo vítimas da cidade, precisamos salvar eles de inimigos ao acaso, e nossas pistolas tem munição infinita.


Exceto no caso das armas provisórias como Espingardas ou Rifles que pegamos pelos cenários. Elas são mais fortes, mas tem munição limitada, que quando se esgota faz a pistolinha voltar.

Narrativamente falando, tudo isso é bobagem. Desde os amigos sendo salvos até nossas balas e armamentos, pois o jogo não tem a menor justificativa pra eles existirem.


Os personagens aparecem jogados pelos cantos, capturados por chefões dos mais bizarros, que nem tem explicação. Além disso, nada explica a razão deles serem alvos, onde o único que de fato tem alguma importância é o protagonista.

Todo o resto do elenco é só peso morto, presente pra fingir que há algo pelo que lutar. A gente acha eles, salva, tem uma cena de abraço e pronto, somem. Até porque a câmera é em primeira pessoa e o máximo que vemos são as pistolas recarregando. Dá pra ouvir os personagens falando é claro, mas nunca é dito pra onde a galera que é salva vai depois disso.


Aliás, nossa tarefa mesmo nem existe a princípio.


Somos pessoas aleatórias que por alguma razão passaram da cidade pacata de Silent Hill, pra uma versão enevoada e repleta de criaturas, do dia pra noite.


Aí saímos fazendo tudo quando é monstro virar peneira.


O Enredo

Aí que entra a história. O que nos faz mergulhar nesse mundo bizarro dessa vez é a conexão do protagonista, com seu tataravô que foi uma vítima de Silent Hill.


Quase como se, ele fosse puxado pra completar a vontade de seu falecido parente, esse jovem rapaz é obrigado a encarar a lenda do Little Baroness, o navio que sumiu no Lago Toluca.

O que seria só uma lenda de Silent Hill, tipo aqueles contos antigos do folclore da cidade, acaba por se revelar algo real, e pessoas realmente morreram no velho Lago. Era comum haverem desaparecimentos e afogamentos, o Little Baroness mesmo era um caso famoso, e ainda por cima haviam lendas de que mãos afundavam barcos que tentavam cruzar o lago à meia-noite.


Se não me engano, o Lago Toluca é um dos muitos pontos turísticos de SH, ganhando força justamente pelas lendas macabras. Um pouco disso é dito em SH2 e SH4 (justamente aqueles que mais se conectam com histórias de fantasmas).

A proposta de Arcade é mostrar uma dessas histórias:

Um Navio Turístico chamado Little Baroness um dia teve um incidente a bordo, onde uma mãe matou a própria filha, e todo o navio desapareceu pra sempre. Sem corpos, sem restos.


Um dia, um jovem que era parente distante do capitão do navio, tem a brilhante ideia de viajar a passeio para Silent Hill, e só de chegar na cidade, ele atiça os espíritos inquietos e evoca o terror para si, e para todos que o cercam.


Tecnicamente, tudo só rola por causa desse cara, que não se benzeu antes de pisar nas terras malucas de SH.

Personagens

Eric, o Tataraneto


Como deu pra ver, a única coisa de especial que esse moleque tem é o fato de ser parente do antigo capitão, que sumiu no lago 75 anos atrás. 

Ele passa a ter visões de seu tataravô e do incidente, além de ter mãos puxando ele pra água em suas visões.


É essa conexão que dá força pra maldição daqui, pois é por causa da presença do garoto, que os espíritos do navio encontram alguém pra ancorar. 

Como não é dito nada sobre a história do rapaz, com pouquíssimos momentos em que ele cita seu tataravô, a gente fica sem saber exatamente como ele atiçou os espíritos. Mas, ao que parece, essa era a primeira vez que o garoto visitou a cidade, na vida, então Silent Hill faz suas cobranças de sangue por proximidade.


Chegou perto, dívida lembrada e solicitação de pagamento enviada. O cara tinha laços com a cidade e não sabia, só deu azar.

Tina, a Colega


A amiga do garoto então, ela caiu nessa de gaiato. Ainda toma um "cala a boca" logo no começo do jogo (vi essa cena tantas vezes, o cara nem deixa ela falar, ele é bem ignorante diga-se de passagem).


Ela não tem absolutamente nada, mas nada mesmo, de importante. Ela só foi a razão pra ele ir pra cidade, pois a ideia partiu dela. O cara tava de boa, nunca teve visões do passado nem nunca foi chamado pra cidade (tipo uma Cheryl Manson da vida), mas bastou um rabo de saia pra fazer ele cair num pesadelo.


Ela tinha uma amiga (como conheceu não sabemos) e decide levar um presente pra ela, junto com sua turminha da faculdade/escola/colégio (eu sei la, eles estudavam juntos). A pequena excursão pra cidade turística de Silent Hill resultou em todo mundo sendo caçado por monstros.


Tudo culpa dela, que levou logo uma bomba relógio chamadora de fantasmas pra cidade. Ta certo que ela não tinha como saber que Silent Hill tinha uma taxação de juros a longo prazo pra lá de cruel, e que seu amigo era herdeiro da dívida, mas se não fosse por ela, ninguém teria morrido.

Se bem que, se o jogador fizer certo, ninguém morre no fim... ou pelo menos suas almas ficam livres (pois há a possibilidade de todos já estarem mortos desde o começo, igual James Sunderland em Silent Hill 2)


Emilie Anderson, a Moradora Possuida


A garotinha que já vivia em Silent Hill, morava com o pai e tinha perdido a mãe a anos. Ela tava de boa, feliz na dela, até que sua amiga lhe apresentou o Garoto com o Encosto.


Só de se parecer com a criança que morreu no barco, Silent Hill pensou "Opa, olha ela ali" e do nada decidiu incluir a menininha na dívida. Ela que já até morava lá de boa, passou a ter de pagar por algo que ela nem era responsável (ou pelo menos não totalmente né).

É que assim, ela acaba sendo arrastada pela névoa também, pra Silent Hill dos Monstros, só pelo contato que teve com o jovem rapaz amaldiçoado.


Daí ela é parcialmente possuída pelo espírito de uma garota morta e pronto, maldição instaurada. Meio que a ideia de Silent Hill 2 é usada aqui, onde Emilie, já encapetada sem perceber, vê o espírito da falecida mãe a chamando pro Lago Toluca, igual a esposa de James chamando-o do além túmulo (se bem que ele também tava morto).


O Capitão


75 anos atrás, em 1918, um tio pilotava um barco de passeio quando do nada, um dos tripulantes decidiu se suicidar-se, matando consigo sua filha. Não a filha do barqueiro, a filha dele mesmo, ou dela, enfim, uma veia tacou a filha no lago e morreu, pois a filha levou ela junto.


Silent Hill gostou do sacrifício e pediu mais! Logo em seguida foi barco e os demais 11 tripulantes (totalizando 14 pessoas perdidas) direto pra Silent Hill Enevoada e pronto, nunca mais viram eles.


Obviamente, considerando as mandingas que rolam pela cidade sem ninguém notar, o que a mulher fez com a própria filha foi parte de algum ritual que só ferrou geral, mas só a galera do barco tinha se lascado, o resto da cidade permanecia tranquila, só com  mais um caso de sumiço em massa e uma nova lenda macabra pra contarem.


O problema é que o capitão tinha parentes fora da cidade, e o sangue dele corria pelas veias desses parentes, e caso um dia algum deles ousasse pisar na cidade, ela os convocaria como parte do ritual! Se alguém voltou pra cidade atrás do velho se lascou junto, e só sobrou o tataraneto dele.

Décadas depois, o moleque foi pra cidade.


Hanna, a Menina Morta


A garota morta se chamava Hanna, e só foi vítima da mãe mesmo, coisa normal em Silent Hill, provavelmente a mãe dela era da mesma escola religiosa da Dahlia, e fez o que aprendeu lá. 


Ou seja, sim, talvez a mãe dela fez um ritual mesmo pra trazer alguma entidade dos cafundós, mas o que importa é que, nada saiu como ela queria, pois a alma da menina não queria morrer.


Ela era um sacrifício involuntário, e sua resistência provocou o que a mãe dela queria invocar, fazendo com que viesse com defeito de fábrica.


Daí umas mãos fantasmas (provavelmente as mãos dos 13 tripulantes mortos no sacrifício), tentam manter a criança selada junto à entidade, mas o desejo dela voltar a viver é tão grande, que ela possui uma criança viva. É ai que ela incorpora a menininha inocente, guiada pelo tataraneto da única pessoa que se importou com ela: O Capitão.


É que o Capitão tentou salvar ela, e não conseguiu (pois nem pulou na água, se tivesse pulado talvez salvava).


Lorraine, a Mãe Filicída


Por fim, a mãe malvada possuída pelo tinhoso, que pegou a própria filha e tacou nas águas mortais de Silent Hill, sem nem ter cursinho de natação... ou uma mulher vingativa que viu o mal na própria filha, e quis salvar o mundo.


O que importa é que todo mundo se lacou, pois com a queda da menina, foi o barco todo pro fundo do lago, levado pra versão satânica da cidade pra sofrer pra sempre.

Nunca mate alguém em Silent Hill, e se matar, saia da cidade antes de aparecer neblina. E também nunca testemunhe mortes em Silent Hill... aliás, melhor nunca nem pisar em Silent Hill, nunca se sabe se tu tem algum parente sanguíneo por lá.


Aliás, repare que a mulher usa as mesmas roupas azuis de colarinho branco, que Alessa usava.


O nome dela é mencionado numa gravação de rádio perto do final do jogo.


Frank Anderson, o Pai


Voltando pro presente, a menininha tinha um pai, e tava tudo bem com ele. Tirando o fato dela do nada começar a ver a mãe dela e sentir que tava sendo chamada por ela pro lago, o que fez o pai até leva-la pro psicólogo, tava tudo bem.


Depois da visita dos jovens, a garotinha começou a ser perseguida, mas diferente deles, ela levou um tempo pra ser jogada na versão satânica da cidade. Claro que isso acabou rolando, e ela levou seu pai junto.

É comum as crianças e inocentes demorarem mais pra perceber o lado maligno da cidade, então pra garotinha e seu pai, as coisas não estavam mudando. 


Só começam a mudar mesmo quando eles ficam perto do garoto e sua amiga. Aqueles dois eram alvo da cidade então, a neblina os alcança.

O pai é crucial no final, pois ele ajuda a filha a voltar ao normal, antes da aspirante a Mama pegar a garota e se tacar no lago (malz, pra mim lembrou muito o filme do fantasma materno assassino).


Mas o que importa mesmo é que no fim, todo mundo é salvo, até mesmo a menina morta!


Scott Fairbanks

O assassino da esposa de Frank, uma das mentes criminosas de SH... que provavelmente foi um inocente.


Rádios em Silent Hill atraem criaturas. É uma ferramenta pra enganar o jogador, onde normalmente pensamos que ele nos indica quando há algo perto, mas na verdade ele chama o que tiver por perto na nossa direção. Só que aqui, ele serve mais pra dar algumas informações a parte.

Apesar de ser absurdamente difícil de ouvir (além de ser chiado, os sons de tiros e criaturas berrando atrapalham muito), ele tem muitas informações importantíssimas.

Durante a parte final do jogo, começa a tocar no rádio uma matéria sobre o assassinato da mãe de Emilie. O bizarro é que assim, a matéria passa a impressão que Scott não era um assassino.


Primeiro que, ele havia entrado na casa dos Anderson pra furtar, mas executou a mãe de Emilie a tiros, na frente dela, saindo totalmente transtornado e abalado depois disso. Ele porém nem atirou na garotinha...

Emilie viu tudo, ela testemunhou a morte da própria mãe, e passou a fazer tratamento regular em terapeutas.


Seu pai, era médico do Hospital Brookheaven, informação esta dada na mesma matéria. Ele largou a profissão de médico e virou curador do Museu da cidade. 

O ponto louco disso tudo é que, Scott não tinha antecedentes como assassino, e não havia razão para matar a mãe de Emilie. A forma como ele ficou transtornado depois disso indica que talvez, ele tenha testemunhado algo perturbador.


Silent Hill sendo Silent Hill, não seria estranho se na verdade, Emilie tivesse matado a própria mãe na frente do cara. Talvez já possuída por Hanna (O que inverteria tudo! Inclusive a responsabilidade de Eric sobre os eventos).

Hanna teria motivos pra matar a mãe (vingança pura), e isso ainda repetiria a ideia de Silent Hill 2 onde espíritos são perseguidos pelo Cabeça de Pirâmide, para pagarem por crimes impunes.


Ou seja, talvez Eric não tenha despertado a maldição, talvez ele só tenha trazido seu tataravô pro tabuleiro de um jogo que já tava rolando a tempos. Emilie já tinha sido possuída por Hanna, Tina visitava a garota regularmente, e calhou de ser pura coincidência seu amigo ter relação com o antigo capitão do Little Baroness.

O que conectou ele e seus amigos ao que já tava rolando com Emilie foi esse parentesco, mas em todo caso o fantasminha de Hanna já tava causando terror na vida da garota sem perceberem.



A História Completa do Jogo

Tá, aqui farei de um jeito diferentão pra contar a história. Ao invés de falar como sempre faço, resumindo por momentos específicos, vou contar baseando-me nas criaturas vistas!


Tentarei aqui explicar a presença das criaturas junto com seus aparentes significados. Assim como ocorre em todo Silent Hill, há uma razão pra escolha da aparência dos monstros, e também um motivo mais que mero saudosismo para os locais onde surgem. Lembrando que, muitos deles nem parecem tão originais (mas na verdade são viu).

Aliás, todas as criaturas vistas aqui são projetadas da mente de Emilie mesclada com Hanna, então são memórias ou perspectivas de ambas, misturadas.


Homens de Rabo

Essa é a primeira e mais recorrente criatura, sendo um ser humanoide desfigurado, que aparece em bandos perambulando pelas ruas de Silent Hill.


O início do jogo parte do estacionamento do motel onde Eric e seus amigos haviam passado a noite, o mesmo lugar que pode ser visitado em Silent Hill 2. 


A criatura surge aos montes, andando, se arrastando, sendo devorada por outros monstros e até se pendurando. São vários, mas são todos bem fáceis de derrubar.


Uma criatura semelhante pode ser vista em Silent Hill 4, que eu chamo de "Monstro Macaco", e a simbologia por trás dele pode ser a mesma: Seres insignificantes.


Eles seriam os demais habitantes da cidade na visão de Hanna, personificados como seres ambulantes sem expressão. O que difere é que não agem como primatas, nem fazem barulhos de primatas, pois nessa personificação eles surgem da mente de uma menina falecida, e não de um psicopata como Walter Sullivan. Mas eles também tem o rabinho.


Na fase da prisão (um pouco mais adiante) eles aparecem mais definidos, com olhos fundos, e uma camada mais limpa de pele. Para Hanna, as pessoas que estariam presas ali tinham mais importância do que as pessoas da cidade, pois ela própria já havia estado presa.


Tudo indica que ela era Órfã, e provavelmente fez parte do famoso orfanato de Silent Hill, criador de crianças traumatizadas e com poderes paranormais para A Ordem. Mais pra frente explico melhor isso.


Enfim, a arma que usamos é meio que um "presente" do primeiro cara salvo. Ele é visto caído no chão no estacionamento do Motel e não tem como falhar, ele é salvo automaticamente assim que vencemos a primeira horda de criaturas. Aliás, ele também deixa com a dupla um rádio que acaba sendo a pior coisa que ele entrega. 


Cão Enfaixado

Outra criatura bem recorrente no começo são os Cachorros com a cabeça dividida. Eles simbolizam exatamente a mesma coisa que em Silent Hill 3, onde também aparecem, só que aqui representariam outras "cabeças".


É que o cão de cabeça dividida representa em SH3 a cabeça de Heather e Claudia, duas mentes que projetavam seus temores e pesadelos traumáticos como criaturas em Silent Hill, já aqui, isso ocorre da cabeça de Emilie e Hanna, duas meninas dividindo o mesmo corpo. 


Detalhe curioso é que apesar deles parecerem com os cães de SH3, eles estão enfaixados e suas cabeças não ficam divididas, o que demonstra melhor simetria entre as mentes combinadas. No caso de Heather e Claudia, elas nem chegaram a "compartilhar o corpo", apenas a mente mesmo, numa personificação inconsciente das criaturas que quando apareciam, por mais enfaixados que estivessem ainda não conseguiam unir as metades da cabeça.


Enfim, o protagonista e sua amiga tem de massacrar alguns desses bichos pra tentar sair da cidade, até entenderem que não tem pra onde fugir.


Alguns deles são vistos devorando corpos de Gum Head pelo chão da cidade. Isso é importante pois, não foram eles que mataram esses corpos (eles são vistos ao lado dos monstros e não se atacam), nem os protagonistas. Logo... quem os matou?


Hummer


Esse é um monstro voador simples que aparece nos penhascos de Silent Hill, na primeira vez. Eles brotam justamente quando os jovens se deparam com os abismos e a impossibilidade de fuga, forçando-os a dar meia volta e correr pro Hospital.

São basicamente Moscas fundidas com Morcegos e Pássaros. São bem esquisitos, e são exatamente iguais as criaturas que aparecem em Silent Hill 4, na "Prisão Aquática".


Como eles surgem no momento em que os jovens constatam que estão presos na cidade, pode ser que a personificação dessa praga seja um simbolismo de "falta de liberdade". Curioso isso pois, essas mesmas criaturas seriam uma personificação da mente de Walter Sullivan, enquanto criança. 

Isso traça um paralelo entre ele e Hanna, e não é o único. Ao longo do jogo, várias entidades projetadas pela mente das garotas se equiparam aos desgostos de Walter quando ele esteve preso, não na cadeia, mas no Orfanato.


Enfermeira

Mulheres com o rosto desfigurado vestidas de branco, que perambulam armadas, com canos ou rastejando feito insetos. Assim são as Enfermeiras na visão de Hanna e Emilie.


Mesclando conceitos equivalentes aos de vários Silent Hills, mais uma vez as "Nurses" aparecem no Hospital, só que na visão de crianças: Seriam mulheres vulgares, que não parecem ter rostos pois nem olham pra elas.


Assim como as enfermeiras do hospital em que o pai de Emilie trabalhava, que lhe causavam desgosto pela proximidade com seu pai, juntamente com a ideia gerada por Hanna de pessoas sem face, pois fingiam que ela não existia quando era tratada lá.


O jogo não nos conta com todas as letras, mas podemos interpretar isso observado essas personificações. Hanna provavelmente visitava o hospital com frequência, tanto que é o único lugar no jogo inteiro em que ela se projeta fisicamente (e foge).

Era como sua casa. Ao longo do jogo também aprendemos mais sobre ela e sua possível doença, justamente pelos monstros. Já no caso de Emilie, seu pai era Médico, mas largou essa profissão depois de perder a esposa.


Pyramid Head


O Juiz, Júri e Carrasco de Silent Hill, sempre se personificando entre as realidades da cidade, Valtiel retoma à face de Cabeçudo Piramidal para perseguir mais alguns monstros e fantasmas inquietos. 

Ele é o primeiro chefe, no Hospital, mas também é o Penúltimo Chefão do jogo, caçando a galera com sua horda de insetos, e não poupando ninguém.


Ele usa sua famigerada Espadona, e assim como foi em Silent Hill 2, sua personificação existe para caçar os culpados impunes da cidade, seja quem for. Qualquer um que é pego dentro da versão sombria de Silent Hill, é automaticamente caçado pelo cabeçudo (ou seja, a probabilidade de Eric, Tina e todos os demais já estarem mortos é enorme).

Valtiel é seu nome, o zelador da cidade, e aquele que faz a vontade dela ganhar forma. Só que neste caso as vítimas são injustas. Todos que são puxados pra cidade sombria foram um equívoco da maldição, proporcionado por causa do Sangue do Capitão, e o ritual mal executado da mãe de Hanna.


Além dos monstros mortos (provavelmente vários deles foram alvos do Pirâmide), os jovens que perambulam pela cidade não estavam mortos (ou estavam e não sabiam), nem eram espíritos (ou eram, mas não eram culpados). Apenas eram vítimas de Hanna, e por acaso acabam caindo no alcance do carrasco.

Algo curioso é que, Silent Hill tem duas versões aqui, a normal (neblina) e a sombria, que só surge quando tudo enferruja, se desgasta e o som do Apito do Navio toca. O Cabeça de Piramide costuma aparecer apenas na versão sombria da cidade.


Essa versão mais profunda só passa a surgir a partir do Hospital. Mas independente de em qual local os personagens estejam, eles já estão na versão distorcida.


Como sempre, Silent Hill se divide em camadas, uma mais profunda que a outra. A superfície é aquela onde ninguém nem percebe o que tá acontecendo. 


A camada da Neblina é aquela onde os monstros e fantasmas tentam influenciar o mundo real.


E a obscura é onde as criaturas vivem livres e soltas. Também é onde o Pirâmide ama caçar.


Bem, na luta contra o Cabeça de Pirâmide, é quando rola o segundo salvamento de algum amigo. 

Uma garota quase é morta depois de cair e desmaiar, e basta atirar no cabeçudo até ele soltar ela e perseguir os protagonistas. 


Fazendo isso ela é salva no final, depois que tudo volta ao "normal". Só que assim como todos os demais amiguinhos, ela fica pra trás (em Silent Hill!) e nunca mais se ouve falar dela.



Creeper


Os bichinhos asquerosos que acompanham o cabeçudo, surgiram pela primeira vez em tal proximidade no filme "Terror em Silent Hill", que foi justamente de onde a ideia do Cabeça de Piramide invocando as Baratas pra ajuda-lo ficou famosa. Mas eles também eram criaturas comuns vistas para perturbar as pessoas presas na cidade, ao longo de toda a franquia.

"The Arcade" foi lançado em 2007, época onde já haviam saído os 4 primeiros jogos da franquia: Silent Hill 1 (1999), Silent Hill 2 (2001), Silent Hill 3 (2003) e Silent Hill - The Room (2004); Também havia o primeiro filme, lançado em 2006, que fez a releitura do Cabeça de Pirâmide visto em SH2, criando toda essa ideia de insetos. 


O "Origins" saiu no mesmo ano porém, em Novembro, e Arcade saiu em Julho, por isso nada dele foi adaptado. Ele se inspirou um pouco em cada jogo, mas também bebeu muito da fonte de inspiração que foi o filme. Curiosamente, a ideia do Cabeça de Pirâmide inspirado na versão do filme foi posta em prática duas vezes na franquia: A primeira aqui, e a segunda só em 2008, no "Silent Hill Homecoming".

Os Creepers aparecem se rastejando aos montes, e são uma das criaturas que pulam na tela e precisam ser retiradas, caso contrário tiram muito dano mordiscando.


Quando começam a aparecer, é porque o Cabeçudo tá perto, e apesar de nem sempre ter sido assim (em Silent Hill 1 eles existiam também, mas o Cabeça não), viraram uma criaturinha nojenta e recorrente de toda franquia.

Scraper

Essa é uma criatura que apareceu em Silent Hill 3, como uma réplica de um dos chefes, como criatura comum depois de sua derrota. Ele foi quem matou o pai de Heather, na alcunha de "Missionary", passando a ressurgir aos montes como essa cópia (gerada justamente pela mente de Heather).


Apesar de em SH3 seu significado ser bem mais relacionado ao trauma da perda de seu pai, e a ideia do aborto, seu surgimento aqui não se relaciona a nenhuma dessas características. Aqui, ele é mais como os cirurgiões do hospital, razão pela qual aparecem no dito cujo, e também cercados por enfermeiras.


Suas ferramentas pontiagudas e luvas, além do rosto coberto por uma máscara, são a forma como as crianças viam os médicos, pelo menos Hanna os via assim. Tudo leva a crer que ela passou por maus bocados no hospital.


O primeiro deles é visto perseguindo Emilie, que já estaria com Hanna em seu encalce, tudo no famoso Hospital de SH.


Tuberculosis


Esse monstro é um chefão do Hospital, na parte final pelo menos, e é enfrentado no topo do prédio. O curioso é que o local muito lembra o combate contra a "Borboleta" no Silent Hill 1, com o cenário me soando muito familiar. Mas a criatura em si é extremamente diferente.

É um monstro grande com asas fundidas em seus braços, um machado numa das mãos, e uma aparência humanoide, mas também bestial. Ele tem um ponto vermelho sobressalente no peito, onde fica sua única fraqueza.


Ele é rápido, voa muito e ataca mordendo e dando arranhões, e a dificuldade está em acerta-lo no peito, quando ele não se defende. 


Seu nome entrega seu significado: Tuberculose. A doença era o mal que assolava a mente de Hanna ou Emilie. Considerando o carinho enorme que Tina tem pela mocinha, eu não duvidaria que ela tinha ou teve tal doença (elas podem ter se conhecido no hospital). O mesmo vale pra Hanna, que pode ter morrido afogada, mas talvez sofria com a doença.


Em todo caso, a criatura assim como esse mal está diretamente ligada as mocinhas, por isso se personifica e pra variar, logo do lado de Emilie (a luta ocorre com ela perto, apesar dela não aparecer).


Tremer

Esse é outro inimigo pequeno que pula na tela, e é só uma lesma nojenta que vem aos montes, igual o outro inseto. Mas, ela aparece bastante na prisão, local visitado após passar pelo Hospital. Também aparece muito em Silent Hill 4.


Seu significado também é comum com Walter Sullivan, e seu desgosto por criaturas nojentas, muitas vezes encontradas em locais úmidos e escuros. Emilie e Hanna partilhavam desse desgosto.


A princípio nem era pra ele aparecer, pois depois que Emilie é salva do chefão, ela e seus amigos acabam passando pelo Museu em que seu pai trabalhava, para chegar até o Lago Toluca. Mas, ao atravessar o local, rapidamente tudo se transforma na Prisão de Silent Hill.


Insane Cancer

Essa é uma das criaturas que aparece na Prisão, e no Metrô (este é um local de rápida passagem mais adiante), sendo um grande monstro obeso que obstrui o caminho, e derrete quando morto.


Originalmente visto em Silent Hill 3, essa criatura simbolizava a ideia de "algo crescendo" e uma barriga inflada, com pele sobrando e tal. Era um dos temores de Claudia com relação a Heather. Aqui porém, não há nada relacionado a gravidez indesejada ou algo do tipo.


O que achei curioso é que aqui ele corre as vezes, e as vezes já é visto morto e germinando outra criatura. Ele não murcha como na versão de SH3, e apenas derrete igual qualquer outra criatura, além disso achei ele com silhueta mais masculina (apesar de ser praticamente a mesma criatura visualmente).


Talvez seja algum medo profundo na mente de Hanna durante sua estadia no Orfanato, algum trauma sofrido após abusos, ou apenas o temor pela doença mesmo, algo crescendo dentro delas (nesse caso, a tuberculose).


Toadstool


Essa é a criatura que surge do corpo do bichão gordo, e ela é vinda de Silent Hill 4, um tipo de fungo formado por vários tentáculos que saem das criaturas mortas. Ele é visto na Prisão, bastante.


Reforça a ideia de ser a representação de algo crescendo sem ser desejado, como uma doença ou a própria Hanna, e como se sentia pelo tratamento de sua mãe em seus últimos momentos.


Greedy Worm


Esse é um tipo de "sub-chefe" que persegue os protagonistas pela prisão. Lutar é inviável mas necessário só pra poder fugir dele, que atravessa paredes e corredores.


Mas, a criatura mesmo pertence a Silent Hill 4, pelo menos ela que é vista pendurada nos cantos dos cenários (e não é uma criatura violenta lá, na verdade ela nem ataca, ou pode ser morta, só sendo parte dos cenários mesmo).


Sua tremenda agressividade é novidade aqui, e na versão original ele era a conexão entre os mundos que Walter Sullivan projetava. Aqui, é uma baita criatura pra nos caçar e tentar devorar, que tenta a todo custo engolir Emilie.


Nessa parte da história, ela anda junto com Eric e Tina, apesar de não aparecer em tela, após ter sido resgatada do Hospital.


Split Worm


O chefão da fase aparece no que lembra muito o pátio da Escola em Silent Hill 1, inclusive a transição me lembrou o local onde o Lagarto foi combatido. Porém, tudo é com água e a criatura fica mergulhando.


Sua fraqueza é a boca, quando se abre e mostra a dentadura.


Outra coisa, esse chefe é basicamente o mesmo visto em Silent Hill 3, e apesar de ter uma aparência semelhante ao outro verme, este tem o corpo bem menor.


Antes dele aparecer também, um dos amigos de Eric estava pra ser executado, pendurado num saco como se tivesse enforcado. O corpo dele fica caído no cenário, todo ensacado, e pra salvar ele é preciso impedir que o chefe o devore, em uma determinada parte.


É bem rápido, e quando ele tá perto de morrer, mas não é tão difícil, bastando só acertar a boca do chefe antes dele atacar.


O chefe em si é só um enorme verme que se move muito rápido, cospe aqueles vermes menores na tela, e fica dando voltas pela água.

Enquanto em Silent Hill 3 seu significado era diretamente ligado à gravidez indesejada de Heather, aqui não há muito sentido em sua aparição.


Mas, considerando o cenário em si, e a transição repentina do sólido pro líquido, com todos ficando ilhados numa plataforma flutuante, é provável que isso seja uma representação do medo de Hanna e Emilie sobre o próprio lago.

Antes da troca de lugar ocorrer, tudo era apenas a saída do museu, bem como a passagem para o lago que Emilie havia sugerido. Provável que os Vermes, tanto o que persegue pela prisão inteira, quanto este, sejam uma tentativa de Hanna impedir seu novo corpo em potencial de se aproximar daquele local.


Logo, os vermes gigantes seriam a própria Hanna se personificando, como um parasita.

Vale dizer que depois de vencer a criatura, o mapa da prisão permanece aparecendo, e é quando ocorre uma cena bizarra com tudo chegando num tipo de 3° camada (sim, ainda mais perturbador que a Silent Hill Sombria). 


Durante a exploração e fuga, os personagens passam por um longo corredor repleto de grades e uma risada de criança tenebrosa. Isso lembra muito uma passagem equivalente em Silent Hill 2.

E daí em diante, o que antes seria a Prisão de Silent Hill 4, mais parece o Asilo de Silent Hill, com salas acolchoadas e tudo mais, local este visto em Silent Hill 3.


Mama

E pra variar, esse é um mapa grande mas sem criaturas novas, que acaba levando direto pro próximo chefão, a Mama.


Ela é enfrentada num cemitério, e é uma boneca grande com um rosto muito parecido com o de Emilie, com braços e pernas bem maiores que o corpo.


Ela se move muito rápido, anda no teto e rente ao chão se quiser, e ainda se esconde atrás de lápides.


Outro dos amigos de Eric é "capturado" por esse chefe, mas no caso dele ele só cai numa cova mesmo, mas pode morrer caso Mama não seja derrotada a tempo. Um relógio cronômetro aparece pra indicar isso inclusive.


O nome dela entrega seu significado, ela seria a visão de Hanna sobre sua própria mãe, e a ambição dela por si mesma. Também parece simbolizar o desejo de Hanna por Emilie, querendo captura-la e possui-la a todo custo.



Essa chefe tem como fraqueza a cabeça, mas como ela é rápida e ainda se esconde, é bem desafiador vencer ela a tempo.


Outro detalhe é que, o cemitério seria uma representação parecida com a do Silent Hill 2, onde tem os túmulos de James, Walter, Angela e Eddie.



Numb Body

Aqui rola uma bomba de referências gratuitas. Quando eles alcançam o porto e chegam no lago, dão de cara com o Little Baroness, pra onde Emilie corre ao ouvir sua mãe chamando. É tudo bem rápido, e mal da tempo da galera pensar, pois assim que o apito do navio toca, tudo muda.


Daí os protagonistas são levados pra um Shopping, repleto desses Numbs. O bizarro é que é o mesmo Shopping de Silent Hill 3 (que fica fora de SH) e é ainda por cima a mesma criatura do Shopping, também em Silent Hill 3.


Só que a criatura lá tinha um significado, como um feto em desenvolvimento e a preocupação com isso. Já aqui, é a coisa mais aleatória possível.

Não da pra imaginar um significado pra ele na mente de Hanna nem de Emilie. Além disso, Hanna nunca saberia como é um Shopping (ela nunca viveu nessa época). Toda a projeção do local é uma memória de Emilie, assim como outros locais depois desse.


Mas, a criatura em si é só uma adição sem significado (é só um monstro), o que é triste, pois faz parecer que algumas criaturas foram pensadas, já outras foram só tacadas em tela pra fazer número.

Tanto o caminho pelo shopping, quanto pelo metrô, são memórias dos últimos momentos que Emilie teve com sua mãe (os felizes) antes dela ser assassinada. 


Então pelo menos pra isso há justificativas. Outra coisa interessante é que com isso, fica subentendido que Emilie, assim como Hanna, podem projetar o mundo que quiserem (habilidade essa que Walter tinha também).


Robbie the Rabbit

O famoso Coelho, mascote do Parque de Diversões de Silent Hill, recebe bem mais destaque aqui, virando um inimigo em massa, e até um pseudo-chefe.


É que a última viagem feliz de Hanna com seus pais foi para o parque (depois de passar pelo shopping e pelo metrô), e lá ela conheceu o Robbie, coelho que a apavorou.


Por isso sua personificação nessa projeção de sua memória, é assustadora e assassina (o que também levanta questões sobre a sanidade de Emilie, antes mesmo de Hanna a afeta-la).


Os Coelhos aparecem aos montes, sendo psicopatas armados que atiram machados, motosserras e também com armas de fogo, além de fazem de tudo pra matar os turistas.


O parque em si é a mesma versão mostrada em Silent Hill 3 (tão escuro quanto), mas ao invés dos monstros chatos, temos um monte de coelhos rosas perturbadores.


O "chefe" da fase em si é um carrossel, onde eles ficam montados girando, e precisam ser executados. A luta no Carrossel é bem simbólica, pois foi o último combate de Heather e também é onde rola o combate contra Cibyl em Silent Hill 1.


Cabeça de Piramide Projetado

Depois do parquinho, rola um terror com memórias misturadas de Emilie e Hanna, onde o Cabeça de Pirâmide se personifica pra caçar os jovens.


É uma loucura, com tiroteio e troca de cenários a todo instante, pulando da Silent Hill Sombria pra Super Sombria, onde o Piramudo anda loucamente.


O cenário lembra muito os caminhos de ferro que Heather atravessa em sua aventura, mas pouco importa o que são, pois também lembram Silent Hill em seus estágios finais em SH1. Essa é tipo a camada mais funda do pesadelo, onde as criaturas mais terríveis perambulam atoa.


Enquanto atiram e fogem do cabeça, da pra ouvir gravações do jornal tocando no rádio, falando do caso da mãe da Emilie. Isso significa que tudo que eles estavam visualizando era a mente dela reagindo à morte da mãe.


Logo, o Cabeça de Pirâmide nessa parte não é real, mas sim uma projeção dela do seu próprio carrasco (que ao invés de caçar ela, tá caçando é os amigos dela!). Esse é aquele momento em que Silent Hill pira total, e os poderes da cidade se embaralham com os das Crianças da Ordem, e Emilie era, querendo ou não, uma Criança da Ordem, junto da falecida Hanna.


A luta derradeira com ele rola num terreno baldio, que é o local onde ficava o Orfanato de Silent Hill. Enquanto rola a luta também da pra escutar Emilie pedindo por ajuda, e a mãe dela gritando pra ela fugir, tudo pelo rádio. Esse era o momento em que o assassino teria invadido a casa dela e atirado na mãe... ou será que não? O contraste do combate com essa gravação é como se, o Cabeça estivesse dizendo "É tudo mentira, você vai pagar por isso".


Algo que reforça essa ideia é que, aquele era um local real, puxado da memória de quem? Hanna ou Emilie? Qual das duas jogou os protagonistas ali? O Orfanato já havia sido demolido neste período (o jogo se passa em 1993), então o que as atraiu justamente pra esse ponto, e porque ele estava demolido?


Ao meu ver, tanto Hanna quanto Emilie tinham traumas ligados a esse local. Como o passado de ambas nem é citado, provavelmente as duas sejam adotadas, e tiveram sua passagem traumática pelo orfanato da cidade, em suas respectivas épocas.

Além disso, talvez o Cabeça tenha tomado controle dessa memória de Emilie e puxado suas "testemunhas" para um ponto onde ela não teria controle (logo, ele seria real mesmo), pra assim puni-los. O que não faz sentido é a razão dele caçar Eric e Tina, e não a própria Emilie e seu encosto, Hanna, a menos que Eric, Tina e todos os outros já estivessem mortos, mas eram mantidos ali por causa de Emilie e Hanna.


O combate final contra o carrasco é a forma delas vencerem o trauma, usando como ferramenta seus amigos.


Phantom


Após enfrentar e vencer o cabeça de pirâmide, o jogo leva os personagens pra Escadaria Espiral de Silent Hill 4. O porém é que esse cenário é chamado de "19181993". Seguindo a ideia numeral de Walter Sullivan, isso é só um anagrama simples que significa "1918 a 1993". Nessa parte também rolam gravações no rádio, mostrando uma mulher chamada Lorraine conversando com um rapaz pelo telefone.


A gravação em si é sobre o momento em que Lorraine perdeu o marido, e o rapaz oferece suas condolências com pães da esposa. Varias semelhanças com a vida de Emilie e Hanna são insinuadas, com a perda recente de um ente querido, ou o fato do pai de ambas ser um médico (pelas falas, dá a entender que "Jack" - nome de alguém falecido citado pelo cara no telefone - era pai de Hanna, e ele seria um médico em sua época, igual Frank como pai de Emilie). 


Tudo pode ter influenciado na sincronização das duas mocinhas. E tem mais uma coisinha: Quem matou o pai de Hanna? E se na realidade, ela mesma o matou? Isso insinuaria que sua mãe a executou como vingança? Ou será que tinha mesmo um ritual rolando?


Em todo caso, isso só é pra mostrar que a mente das duas meninas havia se sincronizado. Assim, todos vão direto pro Little Baroness, onde o pai de Emilie a encontra, se entregando de bom grado pra mãe de Hanna.


Eram fantasmas interagindo com pessoas vivas, e o espírito maligno da Mãe de Hanna a queria novamente (igual o filme "Mama" mano). Quando Emilie se dá conta de seu pai, e perde a influência de Hanna (que a estava controlando botando a imagem da mãe dela como se fosse a sua), ela se recusa a repetir o ritual.


Mas a mulher maligna faz questão de pega-la assim mesmo e jogar no lago.


O que muda dessa vez é que Eric e Tina se jogam pra resgatar Emilie, ignorando todo o resto.


E ao cair na água, todos são levados pra uma câmara isolada onde Hanna aparece, e projeta si mesma, numa forma gigantesca, com mãos segurando seu corpo, e sua cabeça gigantesca tendo um braço enorme saindo direto de sua garganta.


Hanna havia afundado o Little Baroness, Hanna havia matado a todos, tudo por causa de seus poderes como Criança da Ordem. E pra piorar, agora ela existia atormentada pelos espíritos daqueles que ela matou, presa num looping dentro do lago. 


Agora era sua chance de se livrar disso, usando Emilie como seu novo portal, mas a mãe dela a impediu, jogando Emilie no lago também.

Enfim, a luta consiste em atirar em sua boca, no braço até ela morrer. 


Em certa parte do tiroteio, aparecem mais braços segurando a garota pelo pescoço. Eles não impedem ela de nos atacar, mas são a chave para salva-la.


Quando caiu no lago, o que a impediu de nadar foram espíritos do próprio lago. Aqueles braços eram como esses espíritos, pessoas que morreram ali (assim como aquelas que ela matou) a puxando para a condenação eterna.


Livra-la disso enquanto ainda luta com ela atirando no braço principal da boca (que seria o braço de Hanna tentando escapar!), é definitivo para o que se será um final Bom, Mediano ou Ruim. 


Na verdade, salvar todos os amigos de Eric e Tina é o que define se será um Final Bom ou Ruim, mas salvar Hanna e Emilie é o ponto que muda tudo.

Atirando nos braços, e derrotando a criatura, Emilie é salva.


Mas, Hanna também, e seu espírito consegue sair do lago e encontrar paz. Este é um ponto que insinua que todos já estão mortos inclusive.



O Final "Bom"

Eric pega o braço de Hanna, seu espírito, e a tira do lago sombrio. 


Ela então agradece pela libertação, chora e o abraça. A cena é cortada então...


Mostra um momento antes dela morrer, quando ela chora por sua mãe odiá-la, mas o Capitão a conforta. Depois disso ela se encontra com ela, e é quando rola sua morte. Do jeito que o jogo mostra, parece que os fantasmas estão ficando bem mas, é tudo uma memória, pra mostrar que o Capitão foi o único que se importou com a queda dela, e foi uma das vítimas injustas de sua fúria. 


Só que assim, tecnicamente, havia alguma razão pra Hanna se preocupar com sua mãe gostar dela ou não. Alguém de fora como o Capitão não teria como saber, e só confortaria a garota, assim como seu tataraneto só foi lá pra ajudar, mas não tinha ciência da história completa.


Então rola outro corte de cena, e mostra os "sobreviventes" à margem do lago, sorrindo, e contemplando o navio fantasma desaparecer junto da névoa.


E felizes, eles terminam a bizarra aventura, com o pai de Emilie jogado num canto com ela nos braços.


E a dupla felizona... uma felicidade muito estranha.


Eric não parecer ser o Eric. Apesar dele acenar para o fantasma do capitão no Little Baroness, o sorriso dele é suspeito de mais. (Pra mim, ele foi possuído no final, levando Hanna pra fora de seu pesadelo).


Os demais amigos porém, nem aparecem mais, e nada garante que eles voltaram mesmo pra realidade. Pode ser que todos permaneceram presos no mundo dos espíritos. Enfim, são só teorias, pois a história acaba aqui.


Assim termina Silent Hill - The Arcade.

Como sempre, eu considero só o primeiro final que pego (e dei sorte, peguei o melhorzinho, onde a psicopata escapa!). Mas eu dei uma olhada nos demais pra confirmar é claro. Ainda assim, esse me parece o principal.


Claro que há o final Ruim, onde todo mundo se lasca, e o final meia boca, onde só metade da turma se ferra (os gasparzinhos tudo se dão mal).

Ainda há o tradicional final UFO, que é só uma loucura sem tamanho. É complicado de fazê-lo, tem que atirar nos Ovnis ao longo do jogo, mas eu nem achei 1 sequer.

Mas assisti como ele é, e é só a loucura de sempre: O Capitão fugiu pro espaço com os aliens, e agora Tina, munida de uma bazuca, viaja com Eric numa nave espacial, virando outro jogo de tiro, de navinha agora (o Gladius, outro título da Konami), com um Coelho jogando... e o jogo ainda é finalizado durante os créditos.

De resto, bem, acho que não tenho mais o que falar.

Como disse, eu levei um tempo pra conseguir jogar, e gravei meu gameplay para postar no Youtube.

Se quiser assistir, é uma horinha só. 


E bem, mais um SH pra lista!

Agora vamos esperar pelos próximos lançamentos (falo de todos aqui: "Os 5 Novos Silent Hill"), e talvez, um dia, quem saiba eu traga algum artigo sobre "SH - Orphan" e "SH - Book of Memories".


Até lá... see yah!


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8 Comentários

  1. Primeiramente feliz aniversário!!

    E segundamente, vamos lá, quem diria que você iria fazer análise logo deste aqui, hein? Já conhecia faz tempo mas nunca me interessei muito. Parece uma tentativa bem fuleira de fazer de Silent Hil um shooter, tipo como fizeram com Resident Evil, mas não deu certo não só por ser tão diferente mas por ser bem tosquinho, ne?E olha que tem uma história bem interessante mas... Parece até Fatal Frame com isso de ritual, supostamente, e falhado e os fantasmas e etc.

    E sim, não sei se por pressa mas percebi que há um tanto de erros de escrita, viu senhor? Preste mais atenção e tenha mais cuidado... rsrs tô de olho!

    E bom, quem sabe uma análise de Orphan? Por favor, eu já zerei aquela trilogia várias vezes (o 3 foi umas 2 ou 3 porquê é o que menos gostei) e vá por mim, a história lá é tão interessante quanto a deste aqui, só que ainda com mais elementos sombrios e um tanto confusa (há muitos pontos esquisitos e sem explicação, até o final você fica tipo "isso quer dizer o quê?") e até mesmo uma Alessa muito mais perigosa e assassina que a do game, lembrando mais a do filme. Eu até tenho história sobre como achei essa série e a alegria que foi na época, pois tinha um celular com java e achar games de terror pra o formato... Era meio complicado,rsrs.

    E bom, mais uma vez feliz aniversário! Não sei como tem andado aí na sua vida e tenho certez que este ano também você passou por coisas as quais te marcaram muito e quem vão com você por toda a vida sim, e que deve ter tido momentos difíceis mas... Enfim, é mais especulação e um pouco de intuição minha,rsrs, o fato é que considero você um cara muito inteligente, crítico e observador, parece ser o tipo de amigo que é muito bom de ter nas nossas vidas. E claro que se precisar vou estar disponível quer seja falar de jogos ou da vida em si. Feliz aniversário de novo e até a próxima!

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    1. Caraca obrigado sr Marcio!!! Cara tu lembrou rs.

      Uma pena, pois acho que talvez teria rendido um gás na franquia. Já pensou se lançassem ele pra Wii naquela época do Shattered Memories? Podiam ter usado a mecânica do Wi-Mote e mano, talvez daria bom, e quem sabe seria até melhor que o Shattered.

      Contudo, vale ressaltar que SH e Fatal Frame tão pau a pau na bizarrice kkk.

      Erros? Desculpaaa, é que eu escrevi e por regra não li nada antes de publicar. Eu cheguei a editar, fiz o possível pra corrigir o que vi, mas optei por não ler até minha memória atualizar. Em 5 dias ela reseta... ai leio... consigo editar melhor assim. Mas obrigado pelo toque e por favor, me desculpa, prometo que tomarei mais cuidado na análise de Hi-Fi Rush!

      Orphan, o jogo que eu nunca sai do primeiro rs. Foi um dos meus primeiros contatos com a franquia... eu tenho o jogo convertido e tal, mas queria muito concluir o Arcade primeiro. Agora não tenho desculpas, é hora de finaliza-lo!!!

      Prepara que logo farei live dele. Me conquistou com a palavra "confuso". Amo isso, quero decifrar!!!

      Eu lembro dessa época sr, ah se lembro. Jogando no bloquinho na escola... naquela foto que tenho de mim no Pc antigo, tem meu celular da época um Sony Ericson... tinha pouco jogo mas este era um se não me engano. Só que eu só tinha o primeiro... alias eu lembro também que tinha Devil May Cry nele... 3D e tudo, ou será que to misturando as memórias... vish mano, preciso rever tudo.

      Esse ano foi pancada, eu larguei o emprego do nada, pra dedicar ao meu sonho, to na luta kkkk.

      Meu, obrigado de mais por existir cara!!! Irei corrigir o artigo e obrigado por ter lido mano, e comentado. Meu to felizão.

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  2. Parabéns de novo, baby!

    E olha que o Shattered foi bom mas lembro que comecei a achar um tanto chato com o passar do gameplay. Teve muitas ideias boas mas acabou ficando um resultado previsível em partes, mas tem um baita plot twist!

    Sim, embora eu ache que Fatal Frame seja ainda mais assustador as duas franquias são simplesmente inesquecíveis!

    E sim, entendo em relação aos erros mas ok, acontece,rsrs.

    Ah e olha que o primeiro é justamente o menos difícil, inclusie nos puzzles, já do 2 pra frente minha nossa! Capricharam demais até, principalmente no 3. E sim, é confuso pacas, e bem que eu ia amar um quarto capítulo mas creio que a intenção era mesmo só ir até o 3 que realmente conclui a história.

    E sim, falando em games de terror java você tem que dar uma olhada em Nowhere. Aquele jogo é tudo que você pode pedir pra um jogo de terror pra celular, até hoje é meu java favorito!

    Ah eu tinha razão então, hein? Suspeitei desde o princípio! Sonho, é? Vou querer saber mais a respeito!

    Bom, eu também tô muito feliz de existir, rsrs, no mais boa sorte e que Deus nos guie!

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    1. SH é mais interpretativo, Fatal Frame é simplesmente aquele terror que te faz dormir com medo. Ainda to tomando coragem pros próximos... o Maiden e Eclipse não contam como numerados?

      Sobre Shattered... heh, ele é meu 2° SH favorito... por incrível que pareça.

      Nowhere... se parar pra pensar eu quase nunca analisei jogos de celular... pode ser uma boa.

      Enfim, tomara que eu lembre mano... memória anda fraquejando mais que o comum.

      Amém sr!!!


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  3. joguei muito na epoca do fliperama....tinha ate esquecido mas nao me lembro se zerei....feliz cliche de novo....

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    1. Então o sr era Silentizeiro e eu não sabia... curioso kkkkk. E vlw sr Rodrigo.

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  4. Hahaha ah mas vá por mim,ainda tem coisas em FF que também vão te deixar confuso e com margem pra interpretação! E sim, os dois games também contam como numerados.

    E sim, ainda pretendo jogar o Shattered de novo, ainda mais agora que tô jogando games do ps2 no notebook, muito bom!

    Sim, este Nowhere eu te garanto que vai te deixar muito pensativo e que você vai ter vontade de jogar até o fim só pra ver o que acontece, a história lá tem de tudo, desde monstros horripilantes, um aparente mundo alternativo, um estranho incidente natural que causou a morte de muitos e até partes de nudez, e isso num jogo java! O game também conta com dois finais!

    Memória fraquejando muito, é? Cuidado hein, tá muito novo pra isso ainda... Rsrsrs! E sim, amém!

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    1. Fiz as correções hein! Não sei se achei tudo, mas fiz questão de mudar o máximo que deu rs. Novamente, valeu o toque hein.

      Eu sofro com uma memória fraca pra tudo kkkk. Por isso escrevo pra não esquecer. To quase terminando Hi-Fi Rush, jogo legal de mais. Assim que publicar o artigo vou partir pro próximo. To em dúvida entre Lies of P, Gylt ou Fatal Frame Mask...

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