SérieMorte: Black Mirror: 6° Temporada - Episódio 2 - Loch Henry (Existe um erro?)

Okay, tem algo muito estranho nessa série e um pequeno detalhe me fez pirar, pois não pode ser só um equívoco... 


Falo da Netflix, e da Streamberry. As duas plataformas são a mesma coisa, apenas uma versão fictícia de uma representada pra não confundir... pelo menos foi isso que pensei até perceber que ambas existem, simultaneamente.

Bem, falarei mais a respeito e até mesmo direi minha teoria... 

Boa leitura.

Escrevi um pouco sobre o que é Black Mirror e a afinidade que a série sempre teve com tecnologias medonhas, lá no review sobre o Primeiro Episódio da 6° Temporada. E bem, a nova temporada surgiu agora e ela tem sim muita tecnologia envolvida, porém as coisas não estão mais focando no "futuro" e sim na própria realidade atual.


Lembrando que a série é Antológica, ou seja, cada episódio é independente e tem começo, meio e fim. Então da pra assistir qualquer episódio, de qualquer temporada, sem nem saber o que é Black Mirror, que você vai entender. Mas, eles acabam tendo conexões sutis, que ajudam a interpretar algumas "pistas no ar" do que pode vir.

O segundo episódio se passa em tempos contemporâneos (falo assim pois não são citadas datas, mas ele se passa no século 21, em meados de 2023 mesmo, o que nota-se pelas tecnologias de época). Porém ele também fala de tecnologias antigas, que podem até mesmo nos tempos atuais trazer algum tipo de pavor escondido. 


No caso, o alvo da vez são as Fitas VHS, mas não apenas elas, pois o episódio traz uma vez mais para a temporada a abordagem das Plataformas de Streaming, quase que jogando indiretas pra própria Netflix, uma segunda e muito perturbadora vez.

Isso pois, não só chegam a citar a Netflix (e vi isso no áudio original também), como introduzem a plataforma num universo no qual ela existiria com outro nome, a Streamberry. A questão é que... será mesmo?

Episódio 2: Loch Henry


O episódio é um True Crime, ou seja, um documentário sobre um crime real. Mas ele funciona mais como um "Bastidores do documentário", mostrando como os produtores, um casal estudante de cinema, acabou por se entusiasmar com a ideia de fazer um documentário sobre um crime já esquecido dos anos 90, que ocorreu na pequena cidade natal de um deles, chamada Loch Henry.


Partindo da premissa de regravar cenas antigas dos locais dos crimes, e também com a proposta de entrevistar pessoas da época, eles fazem isso com apoio de um amigo morador, tudo pra talvez trazer o turismo de volta pra cidade, a muito abandonada (apesar de ser linda).


Isso pois, o crime na época era voltado justamente para turistas, onde um morador local sequestrava, torturava e matava pessoas, sem ninguém notar, e só foi pego por ter cometido um pequeno vacilo.


Bem, até aí não tem nada de "Black Mirror", pelo menos foi o que pensei até que começaram a assistir Fitas que não deviam, e descobriram verdades por trás do antigo crime que estavam enterradas.


Não posso dar spoilers, mas pela segunda vez consecutiva, a série conseguiu entregar uma reviravolta surreal porém, bastante verossímil e convincente. Estou chocado com o que vi.

Mas existe um porém...

Bem, a questão é que talvez, dessa vez, a coisa seja mais Black Mirror do que foi no primeiro episódio.


É que, existe uma pista, ou melhor, algumas pistas, de que talvez o episódio não se passe no século 21, e sim seja uma simulação de realidade, fingindo ser o século 21.

Pois é... mesmo que em parte alguma seja sequer insinuado isso, e o episódio funcione com perfeição em sua trama e narrativa, os detalhes e "erros" indicam que há uma sub-trama se formando ao longo da temporada. Seria tipo: A Reviravolta dentro da Reviravolta... o plottwist supremo.

Tem três momentos estranhos, que podem indicar que essa realidade é simulada:

O primeiro deles é a Netflix. A citação da plataforma não condiz com nada que vimos até então, pois tecnicamente, ela não existe nesse universo. Ou pelo menos não deveria existir.


Streamberry não é uma plataforma genérica da Netflix, nem uma concorrente como Disney Plus, Amazon Prime, Hulu, HBO Plus, etc. Na real, é a própria Netflix, mas convertida no mundo de Black Mirror.

No entanto, ela é citada, com direito a uma série fictícia mencionada juntamente, pra servir de exemplo de True Crime. E isso acaba contrariando não só o que ocorre aqui, como o que ocorreu no episódio anterior, pois ambos encerram com a Streamberry sendo a plataforma "real".


É que o episódio acaba fechando com a Streamberry produzindo o documentário do casal, com base nas descobertas que fizeram. Ou seja: Eles são a plataforma vigente.

O segundo momento está justamente ai... pois a Streamberry só aparece depois de um acidente, que joga todos num hospital. Há muitos furos estranhos nisso, pessoas sem ferimentos, ausência de consequências, falta de personagens coadjuvantes, reações nada condizentes com a natureza humana, e no fim até mesmo a elipse de uma cena pra outra soa muito suspeita... como se nada fosse real ali, como se as coisas faltassem e se encaixassem com brechas vagas de mais.


O terceiro momento está apenas numa citação na televisão. Que todos os episódios de Black Mirror são conectados, isso já sabemos (foi algo escancarado na 4° temporada). Por isso é muito comum haverem easter eggs e referências a outros episódios, através de recortes de jornais, cenários, nomes, citações e até mesmo tecnologias... e esse ponto é curioso, pois Junipero é mencionado ao lado de Loch Henry.

De volta a Juniper?


"Junipero" é um projeto de Realidade Imersiva onde pessoas idosas tem a mente posta dentro de um computador, pra viverem como jovens, ou como desejarem, onde quiserem, e com quem quiserem. Outras pessoas podem entrar nesse programa e é tipo um sistema de aposentadoria póstuma... bastante bizarro (tem um episódio inteiro sobre isso em outra temporada). 

Pois bem, aqui, a citação rola na premiação do documentário Loch Henry, e um dos concorrentes ao Bafta é justamente um documentário sobre Junipero, que estaria em desenvolvimento e passando pela polêmica costumeira das novas tecnologias. Ou será que não?!


E se... o protagonista desse episódio está dentro de Junipero após seu acidente?

O mais curioso é que o episódio deixa isso no ar, e abre espaço pra tal interpretação. 


E mesmo assim, mesmo se nada disso for real, mesmo se a história for apenas um produto da imaginação do cara pra ganhar seu Bafta... ele ainda gera as mesmas reações de sempre. Ou seja, ainda é um baita documentário, ainda tem uma reviravolta de arrepiar, e ainda é excelente pra assistir.

Mais um epísódio ótimo!


É um baita True Crime! Com cenas de época muito bem simuladas, com filmagens adaptadas e até imagens "antigas" que soam realmente como antigas.


Imagina só se fizessem algo assim, como found footage?! Eu acreditaria. Juro... pois parece real de mais.

Além disso, o episódio ainda da uma patada na própria Netflix, expondo mais um de seus "truques" pra angariar fundos. Agora, com a modinha dos true crimes e a exploração do sofrimento alheio, pra entreter as pessoas em suas casas.


Bastante coragem permitir algo assim na plataforma. Mas... é Black Mirror! Os caras sabem como impressionar, até mesmo dando tapa na cara da própria chefia.

Próximo episódio... Aliás, cara, eu posso tar errado (afinal estou assistindo ainda, e com muita calma) mas como eu sentia falta de teorizar!



Atualizando... Assistindo... Digitando...

Enfim...

See yah!!!

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2 Comentários

  1. Mas que interpretação mais doida kkkk adorei! Eu realmente tinha estranhado eles falarem da Netflix e da Streamberry no mesmo episódio, sendo que até então era a mesma coisa, mas não havia passado do estranhamento. Agora tô com outra visão da coisa, afinal, aquele acidente pareceu muito sem consequência, isso não costuma acontecer em série nenhuma. Tinha um monte de gente no carro e todo mundo saiu de boa, sendo que só ele ficou no hospital e mesmo assim não foi nada demais. Por outro lado, que porcaria de realidade simulada que ele estaria vivendo hein, pois apesar de ganhar o bafta, ele perdeu a mãe e a namorada então tudo foi pro ralo mesmo assim. Fico dividido, mas foi bom ver pelo seu ângulo

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    1. A lógica talvez seja aquela da mente se adaptando ao simulado. A informação teria de soar realista pra não ser rejeitada e explodir o cérebro do cara... sei lá, as vezes é tipo o início do projeto e estaria em testes, com ele sendo uma das cobaias iniciais.

      Juro que este episódio me fez pirar kkkk. E aliás, ainda bem que não fui o único a estranhar... tipo, as vezes fico achando que to viajando muito na maionese.

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