SérieMorte: A Escola Amaldiçoada (School Tales - The Series) - Comparando com os Quadrinhos

"A Escola Amaldiçoada (School Tales - The Series)" é uma série tailandesa de terror antológico, produzida pela Five Star Productions e lançada em 2022 na Netflix. Seu diferencial é que a série é inspirada em WebComics Tailandesas, pertencentes a um concurso de publicação independente chamado "School Tales".

Eu fiquei intrigado pra conhecer as obras originais (ainda mais por conta da introdução da série) mas, onde procurar? Tive que fazer praticamente um dossiê aqui com a resposta, tanto que falarei bastante dos quadrinhos logo mais.

O material de origem são histórias ilustradas e escritas por vários autores diferentes e independentes, que participaram de um concurso online, publicando seus quadrinhos no site/app WeComics. Os 8 que inspiraram as histórias dessa temporada você pode ler clicando aqui.

Você também pode inclusive conferir todos os demais contos visitando a página do WeComics, só clicar aqui.

Bem, a cada episódio, acompanhamos um conto diferente, independente dos demais, e com início, meio e fim, todos com uma única semelhança: Se passam em Escolas (tema também exigido no concurso).

Falarei mais a respeito a seguir então...

Boa leitura.

Não é a primeira vez que vejo uma série antológica, e é algo que vem se tornando bem comum, com recentemente tendo o lançamento de "O Gabinete de Curiosidades" e também "Goedam". No entanto teve uma série com praticamente a mesma proposta: Terror em Escolas Asiáticas diferentes. Mas, nessa outra série chamada "A Garota de Fora", o foco era mais a estudante nova chamada Nano.

Diferente dessas três citadas, "A Escola Amaldiçoada" se destaca por se inspirar nos quadrinhos, mas peca em vários sentidos e não entrega um resultado muito satisfatório. Muitos episódios são desnecessariamente grandes e parecem alongados de forma artificial pra consumir tempo, sem fazer bom proveito deste. 

Onde poderia haver desenvolvimento de personalidade, acabam depositando tempo de mais em mostrar personagens conversando sobre temas totalmente alheios, e se distanciam do foco dos contos. As coisas só começam a ficar mais concisas nos três episódios finais.

Aqui vou mostrar os Quadrinhos usados como fonte de inspiração, aqueles mesmos que aparecem na abertura da série, com o título das obras originais (rapidamente mostradas). Do jeito que foi feito, da a entender que todos fazem parte de uma mesma publicação, quando na verdade é uma mescla de autorias... se bem que a série pouco tem a ver com elas na prática...

Os contos originais são muito melhores, e as adaptações aqui pouco resgatam de suas originalidades, se apoiando mais em roteiros novos que usam os contos como referências, mas descartam quase tudo que eles traziam.

Bastou ver algumas ilustrações que consegui entender a razão do investimento da Netflix, e confesso que a ideia foi excelente, além de bem inusitada. Mas a série merecia uma divulgação mais abrangente e relacionada aos quadrinhos originais, além de uma produção mais dedicada a adapta-los, e não só fingir que adaptaram. Dito isto, farei um esforço pra mostrar as obras aqui, episódio por episódio.

Descreverei os contos como a Netflix apresentou, criticando-os individualmente, e depois mostrarei os contos nos quais foram inspirados.

Episódio 1 - Resumo de "7h"

O primeiro episódio é longo de mais, e acaba não fluindo muito bem na história.

A premissa dele é simples, e ele chega a apontar conflitos válidos, mas no contexto geral ele não é muito funcional, tanto no terror, quanto no suspense.

De início, um grupo de jovens em uma escola é atingido por uma maldição: Apenas na sala deles, diariamente o nome de um livro diferente é posto na lousa antes da aula começar. Todos os alunos devem levar esse livro pra aula, caso contrário o tempo para, e o aluno que não o fez é levado por um fantasma de uma mulher furiosa, e morto, além de esquecido por todos.

Nesse simples contexto, o que vemos é o grupo de estudantes se organizando para que sempre saibam qual livro levar, antes da aula começar. Mas, os imbecis sustentam toda sua sobrevivência em um único estudante, que pra variar, sofre bullying de todos eles.

A única pessoa que o trata bem, se revela manipuladora e simplesmente acaba com as chances de todos sobreviverem, apenas por serem idiotas e não conseguirem tratar bem a única pessoa da qual dependem com suas vidas.

O tempo do episódio (mais de 50 minutos) não é o suficiente pra nos fazer conhecer um único personagem, quem dirá o grupo inteiro. É difícil despertar o mínimo de simpatia por eles, o que só nos faz aguardar pela previsível resolução onde o jovem humilhado, sabota todos os demais e pronto, fim de episódio.

O problema é que, até chegar nesse desfecho temos muita enrolação e um falso desenvolvimento do personagem que mal conhecemos. Um romance entre ele e a colega de turma é insinuado mas, não tem qualquer resultado e só serve pra sustentar a tolerância do tal personagem, com seus colegas abusivos.

Pior ainda é que constantemente temos um desvio, onde o protagonista é visto se comunicando com um grupo online, que parece valoriza-lo e apoia-lo (apesar de nem conhecê-lo realmente). O tempo gasto nisso não chega a ser justificado e nem afeta o final, onde simplesmente ele taca o dane-se e executa sua classe inteira.

Pior é que, as mortes não são bem feitas, com bastante sangue, mas nada visceral. O grande fantasma também não é assustador, e em alguns momentos chega a ser óbvio o "segredo" dele. eu até fiquei me perguntando se tentaria explicar ou deixariam esse mistério de lado, pra focar apenas no terror dos jovens e não na razão dele existir. Mas no final, quase que numa cena pós crédito, eles explicam o mistério revelando que o fantasma era uma professora que se matou após matar todos os alunos da sala.

Isso vem tão abruptamente que se torna anticlimático, assim como foi na resolução onde, ao invés de deixar o mistério no ar, do que teria ocorrido com a turma (que tava perfeito, ainda mais com a tonalidade proposital da cena se assemelhando a quando o fantasma aparecia), apenas optaram por adicionar longos minutos da sala sendo morta, onde tudo é explicadinho com flashbacks, e conversas das quais nenhum dos personagens poderia lembrar... afinal a maldição o fazia esquecer.

Moral da história, é um episódio esticado que pouco aproveita o pouco que possui pra tentar causar qualquer tensão.

Inspiração do Episódio 1

Ele é inspirado na Série em Quadrinhos Online "7AM 7โมงเช้าอันตราย" publicada e criada por "geng1603". Tem 5 volumes no total, e parece que quiseram rushar os 5 em um único episódio (ainda assim o deixando lento e sem informações pertinentes).

E de fato, no quadrinho o que vemos é uma série "7 AM" que conta a história do jovem tendo de chegar cedo pra evitar a maldição da sala, mas enquanto lá são 5 volumes, devidamente escritos e desenhados, aqui é 1 hora, focando nos pontos errados. 

Faltou tato pra lidar com o enredo, pois caramba, o quadrinho é lindo e assustador.

Episódio 2 - Resumo de "Vengeful Spell"

Ele conta resumidamente a história de uma moça apaixonada, que descobre uma caixa especial no assoalho de uma sala na escola. Através dessa caixa, ela descobre que pode amaldiçoar quem quiser, para sofrer tormentos psicológicos até a morte, após escrever seus nomes no pé. 

O episódio é um pouco melhor que o primeiro, mas também sofre com uma barriga narrativa desnecessária, com cenas que mais lembram dorama/novelas, do que um conto de terror. 

No entanto ele tem muito mais gore e é bem violento, inclusive apelando pra uns efeitos práticos de encher os olhos. 

A história é contada fora de cronologia, mesmo sendo linear, e apesar de inicialmente ser meio confusa, com o desenrolar vai se tornando fácil de entender. 

 

Achei curiosa a ideia do pé amaldiçoado, funcionando basicamente como um Death Note, onde bastava escrever o nome que a pessoa morria perseguida por alucinações. No entanto ela não casa muito bem com a caixa amaldiçoada, cheia de fotos de alunos e pertences da percursora da maldição, ou sei lá o que aquilo simbolizava. Por isso fiquei sem entender a razão da caixa existir, e de ser dada ênfase nela, se no fim das contas o único mal era o ritual do pezinho. 

Assim como no primeiro episódio, este nada fala sobre a origem da maldição, ou sequer revela suas consequências. Até há um relato no meio da história onde é citado que uma estudante massacrou a sala inteira com uma maldição (o que até pode enganar, fazendo parecer que está relacionado ao episódio anterior), mas logo o foco retorna pra mocinha e seus erros. 

Ela amaldiçoa quem não deve, e ao se arrepender, acaba falando de mais, e mostrando de mais. Isso condena ela a um ato vingativo, por alguém inesperadíssimo: Ela amaldiçoa a irmã do cara que ela tava afim, achando que era namorada dele, e é pega no flagra com o nome dela escrito no pé, bem na hora que vão fazer "vulco vulco". 

Inclusive, vale um destaque aqui: O interesse do cara por packs de pé é assustador! Ele só descobre que ela é a amaldiçoadora por ver o pé dela, algo que ele praticamente se desespera pra fazer, mesmo sem ter suspeita alguma dela. 

Bem, tudo no terceiro ato achei forçado, pois independente do laço que a pessoa tinha com a amaldiçoada, suas ações posteriores foram cruéis de mais, revelando um lado que durante o episódio inteiro não havia nem sido cogitado. 

O cara se vinga da protagonista no fim, e sorri, quando ele não deveria reagir assim na lógica. Ele devia estar em luto, perturbado, ou buscando respostas. Mas o episódio perdeu tanto tempo mostrando gente brigando por romance, que a reviravolta dele achando a Caixa da Maldição (antes mesmo da irmã morrer) acaba por ser totalmente esnobada. E sim, ele sabia que era só escrever o nome do pé, tacar sal, e dançar, que a pessoa morria... e ao ver o pé da namorada com o nome da irmã, entra em pânico, e depois se vinga. 

Ele tinha acesso ao ritual, sabia dos seus efeitos, o que nos faz pensar que ele também havia praticado o mesmo. Mas não há nem referências a outras vítimas, nem insinuações. Ele achou a caixa e guardou em outro local, por razões de roteiro. 

Inspiração do Episódio 2 

O pior é que o esquema da maldição do pé foi uma péssima adaptação do roteiro original, o Quadrinho Online "แรงสาปแช่ง (School Tales)" publicado por "IMAGINE PATH". Ele é um conto dividido em duas partes (apesar do autor ter mais histórias publicadas, o que foi "adaptado" foram apenas os 2 primeiros). Mesmo sem nem entender tailandês, fica nítida a diferença entre os enredos. 

A moça mata a irmã do pretendente, por ciúmes, usando o próprio pé com o nome da garota escrito em sangue. Tai, foi isso que usaram de referência e o resto um roteirista achou que "podia melhorar". Consequentemente, criou-se uma história alongada, sobre uma maldição confusa, e a parte do ciúmes e o equívoco da moça virou secundário. 

Tanto que, a maldição no quadrinho revela-se a moça recém morta saindo do pé da assassina! Algo que na série foi adaptado pra algo grotesco que a levou pra morte, mas em nada se assemelha ao evento da arte original (o que é triste, pois o conto original é muito melhor e perturbador). 

Episódio 3 - Resumo de "Beautiful" 

Esse é ainda melhor que os anteriores, ainda bem lento, mas dessa vez faz bom uso do tempo pra desenvolver suas duas personagens principais. Inclusive, gostei de como invertem ao longo do conto, quem é protagonista e quem é antagonista. 

Tudo começa com uma garota feia querendo ser tão linda, quanto a moça mais linda da escola. Então, depois de muito pesquisar na internet, ela descobre um site (ou o site descobre ela), que oferece a beleza que tanto deseja, em troca apenas de uma condição: Mantenha segredo, ou ela perderia tudo. 

Ela então aceita os termos e recebe em sua casa uma Poção, que bebe sem pensar duas vezes, e isso de fato a faz ficar extremamente linda (suspensão da descrença). 

Na escola porém, apesar de toda a turma começar a babar por ela, a antiga moça mais bela fica com inveja e, assim como várias outras meninas, tenta descobrir os segredos da repentina beleza que sua colega apresentou.

Nessa parte senti que a história mudou drasticamente, mas não como uma simples reviravolta do terror, e sim como se fosse outra história anexada. A garota antes feia, agora linda, passa a se comportar esquisito, nervosa, e tudo pela pressão das pessoas em descobrir seus segredos (a fofoqueira dentro dela queria sair). 

Paralelo a isso, a invejosa começa a entrar em desespero pra saber a verdade, perdendo mordomias pra sua nova rival, e até mesmo ficando mais feia, desarrumada, e até criando espinhas, do nada. Porém é interessante ver que ela vai se tornando mais feia por méritos próprios (sua arrogância, e negligência com a saúde por sua perturbação em tentar desvendar o mistério, só deixa ela cada vez mais desagradável), e a série consegue mostrar isso pouco a pouco.

E, a nova mais bela começa repentinamente a mostrar comportamentos ainda mais estranhos, devorando sangue dos outros, e comendo carne podre. E ai vem a grande revelação: A poção a transformou numa Krasue, condenada a devorar Carne Podre pra se manter viva e linda. 

Achei engraçado que, os termos iniciais meio que são ignorados pelo roteiro, e a ameaça de perder tudo fica secundária perto da nova grande ameaça. Na forma de uma Cabeça Flutuante, com os órgãos pendurados e brilhando, ela é condenada a devorar coisas mortas nas horas vagas. 

Mas, ela faz questão de mostrar tudo, o que tecnicamente não gera Quebra de contrato, e a moça antes linda, que ficou feia, agora volta a ser linda, mas com essa maldição atrelada sobre ela também. Ela bebe da mesma poção, que descobre ser saliva de um espírito de Krasue e pronto, ela agora é uma também... só que ao invés de devorar carne podre, ela tem que devorar Bebês! 

O episódio consegue ser bizarro e nojento, o que o consolida como bom terror. Mas, as atuações as vezes escrachadas, e a estranha mudança de rumo da trama faz ele ficar esquisito. Entendi bem a história, mas não compreendi qual o terror principal aqui: A Poção do Site Amaldiçoada ou o Segredo da Menina? 

Inspiração do Episódio 3 

O conto que inspirou essa obra foi "สวย (School Tales)" criada e publicada por "OneDevil (วันเดฯ)". Na verdade apenas o primeiro capítulo, e só de forma muito superficial. 

 

O quadrinho original conta a história de uma moça gorda, que depois de muito provocada, descobre um tipo de clínica de estética online, aparecendo no dia seguinte completamente magra, esbelta e atraente. As colegas ficam tão perplexas que tentam descobrir seus segredos, indo até a casa dela e descobrindo que, depois da grande beleza, ela tinha o efeito colateral de se tornar extremamente grotesca, cheia de distorções e caroços do no corpo todo. 

Depois de expor ela, o tempo passa, e todas as meninas da escola dela vão atrás dela em sua casa, pra reclamar, pois tinha sido atingidas por uma infecção que as deixavam parecidas com ela. Mas, a mãe dela descobre que a moça se enforcou. 

Repare que não tem nenhuma Krasue na história. Na verdade, essa entidade vem de outro conto (uma lenda urbana tailandesa, que ganhou notoriedade justamente em quadrinhos). Sei seu nome pois nos créditos finais ela é citada em agradecimentos especiais. 

Pesquisando vi que é exatamente a criatura mostrada aqui, uma Cabeça feminina que flutua com os órgãos pendurados. Porém, é aquele mesmo caso de sempre: Adaptaram o conto da gordinha que amaldiçoa a turma após sofrer um trauma, pra uma história totalmente diferente, com sutis referências. 

A poção por exemplo, a maldição do site, a conversão da garota em monstro e obsessão por podridão... tudo coisa da mente de um roteirista que precisava alongar o pequeno conto, e optou por até mesmo APELAR PRA UMA CRIATURA FOLCLORICA QUE NEM EXISTE NA HISTORIA. 

Eu gostei do episódio, mas agora entendi que a discrepância narrativa derivou desse surto de inspiração do roteirista que, preferiu sair dos moldes do conto original, pra contar algo mais autoral. Detalhe: O segundo quadrinho retoma a lenda da moça, fazendo ela voltar a vida e amaldiçoar a sala de forma bem mais direta. Dava muito bem pra adaptarem os dois capítulos em um episódio de 1 hora, sem tornar ele arrastado. 

Episódio 4 - Resumo de "The Book of Corpses" 

Não sei se consigo resumir essa história, pois ela se ramifica em tantas ao mesmo tempo que não saberia dizer qual o terror daqui. É que, apesar do título ser "O Livro dos Corpos", o tal livro é um pequeno fragmento de todas as coisas aglomeradas aqui. 

Foram muitas e muitas ideias, com fantasmas, possessões, pactos demoníacos, torturas, maldições, sacrifícios, abusos, alucinações, perseguição, suspense, violência física, violência psicológica, serial killers, monstros, viagem no tempo e se bobear tem até alienígenas. Pra tentar transmitir minha sensação sobre o episódio, irei emula-la no texto a seguir (peço desculpas antecipadas). 

Tentando resumir: Tudo começa com uma garota que acabou de ser transferida pra uma escola só de meninas, nos anos 80. Logo de início ela já é vítima de bullying e vai direto na diretoria denunciar, e a diretora já é esquisita, tanto ela quanto a professora, que traz um jornal recém publicado falando do sumiço de um professor, imediatamente deixando ela ainda mais suspeita.  

Paralelo a isso as moças que praticaram bullying já sofrem a punição no pátio com uma professora dando reguadas nelas, sem nem ter tempo da diretora falar algo... já ai esta tudo esquisito... mas então a aluna corre pra se esconder da retaliação das colegas, indo parar numa biblioteca, onde após ser salva por uma professora bibliotecária esquisita, ela se oferece pra ajudar e em questão de minutos, acha o Livro dos Corpos, mas isso perde o foco pois ela vê um buraco no teto vazando e fica em pânico.

  

 

Depois disso, ela acaba tendo uma conversa com a bibliotecária que conta que aquela escola é conhecida por ser esquisita, e que o desaparecimento do professor não é nada, pois teve uma garota que morreu 20 anos atrás, no banheiro acima da biblioteca, cometendo suicídio, após ser trancada por 3 meses lá, por colegas delinquentes, e ela quem teria escrito o livro dos corpos. 

A bibliotecária fala com tanta precisão dos eventos que fica nítido que ela é a garota, mas pra desviar nossa atenção, ao sair da biblioteca, a menina vê um cara carregando toneladas de formol, que ela questiona e ele diz "O laboratório usa muito disso" e a professora interrompe ele e diz "Preciso que você veja o teto da biblioteca, esta vazando" e beleza, ficamos com essa pista plantada sem saber onde ela encaixa.  

Então a menina vai passear no segundo andar da escola, encontrando o banheiro da suicida, onde pasme, da pra ver os arranhões ainda na porta! Mas não demora até as delinquentes surgirem e trancarem ela depois de uma briga besta. E ai, ela é atacada por um fantasma no espelho que a assusta, até a professora aparecer e salva-la. Detalhe importantíssimo: A professora era o fantasma então... não faz sentido nenhum ela salvar a menina dela mesma (tá, ela fez isso pra ganhar confiança... apesar de nem precisar assustar então né)!  

Mas continuando, a professora troca uma ideia com ela e quando a moça vai embora, ela anda na direção oposta a saída do corredor (onde não tinha pra onde ir) só reforçando que sim, ela era o fantasma. Mas tudo bem, em sua casa, a menina descobre que é cleptomaníaca compulsiva pois passou a mão no Livro dos Corpos, botando ele na bolsa sem perceber. Daí ela o abre e começa a ler uma história sobre um leão e um rato, que não é nenhum pouco clara mas parece ser uma metáfora extremamente ruim, do conto da moça que morreu no banheiro.  

Então ela é TELETRANSPORTADA pra uma ilusão do banheiro, só que 20 anos no passado, onde assiste todo o caso da moça sofrendo com um bolo de rato preparado pelas colegas pra tortura-la, e terminando meses trancada ali, sem nenhum professor indo resgata-la, até que ela pegou seu livro e escreveu, além de desenhar, que queria geral morto, se matando em seguida. Daí no dia seguinte ela volta na biblioteca pra devolver o livro é claro, e numa conversa completamente gratuita com a professora, ela informa do nada que tudo que é escrito no livro vira realidade.  

O livro que era tipo diário da moça, agora era um Death Note (segunda vez já) só que relacionado a desejos de morte bastante vagos... e ao invés de um Shinigami ele tinha um fantasma que podia se clonar. Então a moça vai pra escola e é tentada a escrever no livro, e ela escreve no livro, mas nada acontece, pois faltava ódio! Então ela sofre bullying no corredor, tem seus cabelos cortados, e só assim o livro começa a funcionar, não ali na hora, mas durante a noite, quando a menina estava vagando pela escola e sua principal carrasca (as colegas que seguraram ela tanto faz), que é agredida pelo fantasma e induzida a se matar.  

No desespero, a menina esvazia a bolsa procurando o Livro dos Corpos pra... pra... eu não faço a menor ideia do que ela queria com o livro, pois tudo o que ela pediu aconteceu. Mas beleza, ela corre pra biblioteca e lá encontra a professora, enfiando formol na cabeça, que começa a contar que na verdade ela era o fantasma, e que a professora tinha vendido a alma e o corpo pra ele, pra poder matar sabe quem? O professor sumido, que na verdade havia abusado dela após seduzi-la.  

Ela nem explica como exatamente achou o livro, apenas diz que foi lá, escreveu que queria ele morto (sem ninguém dizer que virava realidade nem nada) e pronto, ele morreu, enforcado ali mesmo na biblioteca e aparentemente enterrado no teto (ele cai depois que o buraco do vazamento explode). Então agora era a vez dela trocar de corpo, pois o pacto pra troca era realizar um desejo através do livro! Então ela vira um monstro, e entra no corpo da aluna que... 

 

20 anos depois, surge pra uma nova aluna e oferece o livro... ufa... é isso. 

E, sem mais spoilers, acredito que a história é um tanto quanto entupida de informações, e repleta de efeitos especiais ruins (os de sangue espirrando são terríveis) mas uma boa criatividade gráfica pro fantasma quando vira monstro.

Inspiração do Episódio 4 

Tudo isso foi inspirado por "นิทานอีศพ (School Tales)" escrito e publicado por "FAD*". O conto original era, pasme, muito mais simples: Uma moça entra na biblioteca da escola e descobre que lá tem fantasmas. 

Basicamente, ao entrar na biblioteca, uma goteira no teto cai nela e a faz ela sentir nojo, indo pra um banheiro e perdendo os óculos enquanto lava o rosto... Então alguém bem bizarro lhe devolve os óculos, mas some assim que ela os coloca de volta. Ai ao sair do banheiro, ela descobre que quem lhe deu os óculos já morreu e tá pendurado enforcado! 

Tá, não é exatamente isso viu, a história se divide em 3 partes e vai ficando bem mais grotesca e sangrenta, mas tudo meio que se resume a biblioteca, e não... não tem nenhum "Livro de desejos". Na verdade tudo fica mais centrado na moça e uma tortura psicológica e física, bem gráfica, diante dos fantasmas que ela conhece ali. E... tem possessão e transferência de corpos, com inclusive o design da criatura final sendo visivelmente inspirado no fantasma da biblioteca. 

O conto em si é humorado, sim, humorado, e é desenhado com quadros únicos por página. Então meio que ele não é num formato de quadrinhos convencional. Seus traços são mais relaxados, e engraçados, porém também são bem viscerais e explícitos quando é pra mostrar algo violento como desmembramento ou sangue, contando até com cores em algumas cenas pra dar destaque, e distorções propositais. 

E mais uma vez, parece que quiseram inventar coisas tacando elementos nem de longe presentes na obra original, aqui já partindo da época na qual ela se passa, até a parte do bullying, o esquema do professor sumido, do abuso, do pacto, e até mesmo o próprio livro (que pelo que entendi, é o título da obra pois a obra em si é o Livro dos Corpos!), sendo tudo isso encheção de linguiça randômica. 

Episódio 5 - Resumo de "Headless Teacher" 

Falando de humor, eis que vem o episódio mais cômico de toda a série, e ao mesmo tempo um dos mais esquisitos, ainda mais dentro de algo pra +18, e tachado como terror. 

 

Uma professora (interpretada por um homem gordão) banca a agiota com os demais professores e espanca os alunos, dando mais motivos pra ser odiada do que o próprio capeta. Então um dia, quando dois alunos vão pregar uma pegadinha nela, seu fantasma aparece, sem cabeça, e passa a persegui-los, com a cabeça escondida em algum freezer falando enquanto isso. 

No dia seguinte, um estudante encontra seu corpo enterrado, mas sem a cabeça. Posteriormente os jovens que viram o fantasma dela voltam pra buscar o celular que esqueceram, acompanhados de um monge mirim (???) e... acabam encontrando ela novamente, que após trata-los bem, fazem deduzir que precisa de ajuda pra procurar a cabeça. 

Mesmo sem falar e usando mímica, o fantasma da professora passa essa mensagem e, depois de muita enrolação, e até um quase beijo entre os dois garotos (????), eles finalmente decidem ajudar ela e começam a investigar sobre quem a matou, e onde a cabeça está. 

Ao ir atrás dos professores acabam no fim descobrindo que o único professor que nunca foi suspeito, era um tarado que a professora impediu de violentar uma criança, e por causa disso foi executada, se tornando então uma assombração física que, só quer a cabeça e volta. 

Esse conto é terrível com os efeitos especiais, principalmente o da cabeça ausente. Botaram um cérebro mal encaixado no pescoço da professora, e é tão tosco que, simplesmente combina com todo o resto, pois o episódio é tosco de propósito. 

Uma cena, dentre muitas, mas foi tão forçada que me fez grava-la: O garoto fazendo embaixadinhas com uma latinha. Usaram uma lata digital, e nem fizeram ela em 3D, só botaram uma imagem estática, pra mostrar que ele era bom fazendo 3 embaixadinhas e chutando numa lata de lixo a quilômetros de distância. 

Tudo pra no fim ele fazer o mesmo, mas com a cabeça da professora (que é parcialmente digitalizada mas parece que na segunda vez ele faz mesmo as embaixadinhas). E a cena em si é simplesmente ridícula. 

Claro que há erros e mais erros de edição (tem uma parte que nem removeram a sombra da cabeça do fantasma e nem tentaram esconder!), que vão além dos efeitos, também estão na própria história. O fantasma anda a luz do dia com os moleques e ninguém vê, ele sabe pra onde andar mas ele próprio não enxerga... ele escuta os outros mas ele não tem ouvidos, ausência essa citada e até usada como justificativa quando conveniente, e por ai vai mano, por ai vai. 

Apesar de usar um humor escrachado com direito a efeitos sonoros no estilo mais pastelão possível, e atuações muito caricatas (a professora não é nada perto de todo resto), o episódio tem umas partes que quase emocionam... como o fato da professora acabar sendo a mais gentil dali, apesar dos pesares. 

A parte da arte e ela reconhecendo o talento do aluno que pichou caricaturas dela pela escola, meio que me tocou, e é um momento agradável. Até a dancinha deles no final, dos jovens com o fantasma da professora, é totalmente absurdo e estúpido mas, é estranhamente legal. Talvez por conta da doze absurda de idiotice acabei me comovendo com o carinho da professora pelos alunos e vice versa.  

Observação: O início do episódio é totalmente sem nexo algum com o tema principal da série. Ele é uns 3 minutos mostrando um jovem correndo pela escola, assombrado por um potergeist, onde logo em seguida é revelado não ter fantasma algum e serem dois colegas zoando ele, os dois colegas que são os protagonista. Todo esse show é pra dizer que eles são zombeteiros, mas que no fim, tanto faz pra trama. 

A Inspiração do Episódio 5 

A história original é um quadrinho chamado "หัวครูวัยวรรณ (School Tales)" feito por "Kanitsart". Ele conta a história de um estudante que após provar uma sopa estranha no refeitório da escola, com um dente boiando, passa a alucinar com a professora desaparecida, até que vê seu corpo andando sem cabeça, e já encontra a cabeça no chão ao lado dele, chutando ela pra longe.

Mas, ao falar pro colega do que viu, ele vê um balde onde era a cabeça, ficando apenas ele com a visão da professora morta. Depois de um tempo tentando provar o que viu, descobrem que a professora de fato morreu, e ao investigar a cantina encontram sua cabeça na panela da sopa, algo que resulta num embate entre o tio da cantina e o cozinheiro, após descobrirem que o cozinheiro matou a professora. 

A resolução é o aluno que teve contato com o fantasma chutando a cabeça da professora no cozinheiro, que desmaia com o impacto. E assim eles descobrem toda a verdade. 

Nem preciso dizer onde que trocaram as bolas na adaptação pra série né? Talvez única coisa que mantiveram, além das referencias gratuitas, foi o ar humorado. Apesar de que a arte original era humorada, mas não ao ponto de ser tosca. Ela faz coisas como, brincar com o merendeiro sendo espadachim com uma espátula enquanto o cozinheiro só puxa uma arma de fogo e acaba logo com a luta, dando uma de Indiana Jones. 

É um humor dosado, enquanto a série... bem... a série foi muito longe. Tem mais, o quadrinho tem cenas bem impactantes, mesmo usando uma arte bem cartunesca, algo que a série não mostra em parte alguma. 

Episódio 6 - Resumo de "Lunch" 

Uma única palavra: Inspiradíssimo. 

A história é de um influencer que gosta de fazer lives explorando mistérios alheios, e o alvo da vez é a moça da cantina que, repentinamente, passou a cozinhar muito bem. Ele cria várias teorias, incluindo uma de que o filho dela seria traficante, e as sopas dela estariam batizadas, e depois que ela usava cachorros pra cozinhar. Mas, tudo vai piorando conforme ele investiga até chegar na verdade, e se arrepender tarde de mais disso. 

Eis um episódio praticamente perfeito. Na verdade, em comparação com os demais até então, este é perfeito. 

Ele consegue emplacar mistério, e tem uma boa narrativa (apesar de também pecar em ritmo estendendo algumas poucas cenas mais do que precisava), além de realmente assustar, sem depender de muito viu. 

O mistério sobre a sopa vai de falsas alegações até tentativa de incriminação! Mas o mais chocante é o desfecho e a verdade surgindo, algo que até chegamos a suspeitar (ainda mais com as muitas pistas colocadas aqui e ali) mas, ainda surpreende.

 

A Tatuagem gente, a tatuagem me pegou de surpresa. Nem precisava, mas foi um toque de mestre. 

A atuação da Tia Jong é absurda de tão boa. Eu senti muita pena dela, e não estava pronto pro final, por mais "óbvio" que pudesse ser, ele foi bem construído, e entrega um terror assustador. 

Até a aparição do filho dela sem cabeça (que mais uma vez quase cria um link com a história anterior) é bem aproveitada, e faz sentido junto a todo o resto da trama. Inclusive, da um toque especial pro terror uma vez que converte a Tia Jong em alguém muito mais cruel e temível.  

O que ela fez ao filho foi muito pior do que às demais crianças. Ela meio que criou um ritual pra manter ele sob seu controle meu... mesmo depois de morto... muito maligno. 

O episódio é tão bom, que é o único que nos prende até os créditos, usando uma cena cortada (propositalmente) e reposicionada ao lado dos créditos, para que sintamos ainda mais o impacto do final. 

A Inspiração do Episódio 6

Saído de "Lunch (School Tales), criado por "M Shiro (M Arthit)" é uma obra única (o autor não publicou nada mais no site). 

Seus traços são bem simples, quase infantis, mas sua história é bem medonha sem depender de nada explícito. E eis um ponto interessante, ela foi totalmente adaptada, e ainda foi melhorada! 

O conto fala de um jovem e seu colega que notam uma estranha melhora no sabor da sopa da cantina, preparada pela adorável tia, logo após o desaparecimento de uma criança, noticiada inclusive no jornal. Então, depois de uma pegadinha na camiseta daquele que mais suspeitava da tia da cantina (que acaba tendo a camiseta marcada), ele fica pensativo na calçada da escola e simplesmente desaparece, após um encontro com o zelador. 

Depois disso, seu colega continua frequentando a escola até que num belo dia, sua camisa rasga e ele acaba trocando por uma do Achados e Perdidos, terminado o dia de aula normalmente. Apenas quando chega em casa e tira o uniforme, ele nota que aquela camiseta era de seu amigo recém desaparecido! 

Correndo pra escola, a verdade surge, e ele pega a Tia da cantina preparando uma sopa de restos. Segredo desvendado, o zelador e ela trabalhavam juntos pra incrementar o sabor do lanche da escola, e um novo ingrediente tinha acabado de entrar pela porta. 

Sendo super sincero, gostei das duas histórias, mas dessa vez a da série deu uma modernizada bastante bem vinda e orgânica. A tatuagem mano... a tatuagem.

Episódio 7 - Resumo de "Curse" 

Poxa cara, deixaram os melhores pro final?! "Curse" é a arrepiante história da Cadeira de Rodas assassina!! 

Ele é bem mais curto que os demais (37 minutos só) e aproveita muito bem cada segundo. Ele é conduzido com maestria, e apesar de repetir o tema do bullying, agora de fato da pra sentir o peso disso. Aliás, é um episódio cheio de referências a situações reais. 

A história é sobre um jovem inocente, veterano na escola, representante de turma, inteligente, mas saco de pancada de todo mundo, até mesmo os alunos novos. Ele é desprezado por todos, humilhado, e até espancado, principalmente pelos três valentões de sua turma: dois caras e uma garota. 

 

Mas, quando eles tentam tirar proveito de sua vulnerabilidade, e o fazem se voluntariar forçadamente pra um ritual maligno, eis que a mesa vira e, ele ganha a chance de se vingar. O ritual? Bem, uma lenda antiga dizia que caso alguém se sentasse numa Cadeira de Rodas, na enfermaria abandonada da escola, o fantasma da enfermeira que lá trabalhava surgiria e simplesmente concederia um desejo. 

Aí que tá a genialidade do episódio, pois ele não diz o preço que o desejo cobraria, e muito menos nos faz pensar ou temer por isso. Na verdade, como ele é todo construído em cima da tortura do rapaz, acaba que nós torcemos por ele, e mesmo cientes que coisa boa não sairia de um desejo maligno, ainda queremos que ele se vingue de alguma forma dos valentões. 

O problema é que ele se deixa levar pela raiva acumulada e descarrega tudo de uma vez num único desejo. Esse desejo, praticamente forçado, é o suficiente pra fazer ele sentir o gosto azedo da vingança... mas ele sai sem sequelas. 

Só que, ele volta pra mais, e agora sim ele paga pelo serviço do fantasma da enfermeira, e paga muito caro... só não tanto quanto todas as demais pessoas que mexeram com ele.

Bem, os efeitos especiais neste episódio nem parecem da mesma série. Usaram e abusaram de composições de reflexo e transparência pra que o fantasma sempre ficasse meio oculto, mas presente. É algo sublime, e bem medonho. 

O fantasma só dá as caras mesmo no final pra fechar a conta, e mesmo depois disso, ainda consegue ser assustador. E o episódio sabe reconhecer isso, mantendo aquele suspense com a risada macabra dela, e sem apelar pro clichê do jumpscary. O negócio ficou bom viu. 

A Inspiração do Episódio 7 

O quadrinho publicado na WeComics que inspirou essa obra foi "CURSE (School Tales)" publicado por "PENTAI" (História de Akasu27, arte de FKS CrashinG e CHIRIN, e arte finalização de Kuro Nora e Honi Honi... time grande). E ela também foi perfeitamente adaptada, apesar de terem incluído uma lenda urbana que não existia nela.

A história é sobre um jovem humilhado na sala de aula que, apenas deseja o mal pra todos que mexeram com ele, até que um dia desmaia num armário onde havia sido preso, e acorda na enfermaria. Lá, ele tem seu desejo atendido por uma entidade fantasmagórica que se personifica como Enfermeira. 

Todo mundo começa a morrer, e ele passa a se culpar até que no fim, ele paga a conta. 

E cara, sério, que adaptação linda. A inclusão da maldição da Cadeira de Rodas foi um toque genial, pois o conto em si já é macabro com a enfermeira fantasma, mas isso combinou muito bem. 

A princípio achei que a falta de "ameaças" na lenda contada entre os jovens era um ponto fora, pois meio que a lenda em si deveria atrair bem mais gente pra ter seus desejos realizados... mas isso é corrigido no final, justificando de forma subliminar que os casos atendidos eram "apagados".

E em comparativa, essa é outra lenda sem origem revelada mas que, não precisa disso, e se tivesse qualquer tentativa de fazê-lo comprometeria o bom andamento da narrativa (e o correto foco no bullying do protagonista). Aliás, o protagonista, é mais um acerto de elenco! O cara vestiu a camisa, e convence como jovem do fundão que sofre com a galera, fica calado, e um dia simplesmente explode. 

Episódio 8 - Resumo de "Walking in School" 

Pra encerrar com chave de ouro, o episódio final traz uma boa narrativa, bem amarrada e horripilante, porém não chega a ser o melhor. 

Sua história é sobre um jovem prestes a se formar, que tem uma tese a provar: Fantasmas não existem. Pra fazer isso, ele decide fazer uma Live na escola, de noite, ao lado de seu amigo, explorando lendas escolares e claro, provocando qualquer espírito, tudo pra provar que não existe nada ali. 

Porém existe. E enquanto passeia vai aos poucos testemunhando o terror das escolas de noite, ao mesmo tempo que relembra um antigo terror sobre si mesmo, que a muito esconde e finge nunca ter acontecido. 

A proposta deste episódio é um ótimo encerramento pois ele mesmo questiona a série por assim dizer. Ao alegar que fantasmas não existem e tentar explorar seus segredos, a série insinua que talvez, o protagonista trará boas justificativas pro bizarro que acompanhamos (insinuação essa já implausível afinal, é impossível justificar tudo o que vimos... tipo o episódio da professora sem cabeça).  

Mas, ele tenta, e muito bem, fazendo referência por exemplo ao primeiro episódio, citando justamente aquela parte que ficou em aperto, das redes sociais "Jinx" e até mesmo o caso da sala de aula, mas também alegando que era tudo bobagem, tanto que, pela forma como falam, ou esse episódio se passa antes do desfecho do primeiro, ou a maldição do esquecimento realmente funciona, ao ponto de fazer as pessoas esquecerem que uma "turma" é formada por mais 1 aluno. 

Só que o jovem rapaz cético faz questão de ao longo de sua live, contar duas novas histórias (praticamente fazendo este episódio valer como 3 contos ao mesmo tempo!), e unindo a grade de antologias. E, ele também confronta suas próprias histórias, trazendo respostas satisfatórias e bem convincentes, mas também mostrando que são todas falhas. 

O fim por exemplo, que revela a verdade sobre seu passado, apenas declara que ele escondia sua própria crença, pra se livrar da culpa, a culpa de ter abandonado seu melhor amigo na infância, e o perdido pra algo terrível (mostrado, mas nunca explicado, de semblante satânico). 

Esse ponto chegou a me confundir um pouco, pois da forma como tudo é contado, parece que o amigo que o acompanha é aquele do passado, quando na verdade são duas pessoas diferentes (apesar de na mesma situação).  

Gostei de como tudo se encerra, ainda em aberto, mas também conclusivo. Nos deixa pensando, mesmo com todas as respostas ali: Seu amigo tinha acabado de morrer e, o ajudou a reconhecer seus temores. 

Mas, há erros. Um deles e talvez o mais gritante foi o esquema da Live em si. Muitas vezes sincronizaram as falas do chat erroneamente com as imagens fora da tela da Câmera do Protagonista (ou seja, não deveriam aparecer). E mesmo dando pra justificar isso como uma liberdade criativa, o que temos como resultado nos desprende brevemente da imersão. Somos puxados de volta é claro, mas ocorre. 

Outra falha é sem dúvidas a segunda história. Não tinha como ela ser contada, simples assim, e provavelmente nem foi mesmo. Nós como espectadores vimos só a perspectiva do protagonista e pra ele, seu amigo contou. Mas na visão da galera da live não, então imagino como foi um momento entediante pra quem assistiu, no máximo, pois isso também não compromete a beleza do curta. 

Bons efeitos, bom uso da música pra gerar atmosfera, e também um ode belo à cultura tailandesa em um de seus contos. 

A Inspiração do Episódio 8 

O conto "[School Tales เรื่องผีมีอยู่ว่า...] A Walk in School" publicado por "Jisara" é aquele que inspirou o último episódio, e até que foi bastante respeitado na adaptação. 

A história é simples: Uma dupla de jovens anda pela escola de noite, e conversam. Um deles fica super com medo e o outro o conforta com seu ceticismo, até que, o cético recebe uma ligação que diz que aquele do lado dele, não deveria estar do lado dele.  

Daí ele toma um susto tão grande, da entidade ao seu lado que simplesmente aparece morto, na escola, no dia seguinte. 

Esse conto é totalmente colorido, e ainda tem uma boa ilustração, se dividindo também em 2 capítulos. Porém, confesso que não pude entender tudo pois meu tailandês anda meio enferrujado. 

Mas, pelo que consegui ver, a adaptação é fiel e, enfeita dando mais vida aos contos que na arte original, eram só alguns dos muitos temores que o garoto covarde alegava possuir. Aqui, essa transformação em contos casou muito bem com a ideia da série e, rendeu um ótimo desvio para que não percebêssemos o verdadeiro susto chegando.  

E bem, é isso. 

Como há muitos outros contos, pode ser que façam uma nova temporada (e caso façam, torço pra que reduzam o tamanho dos episódios para conseguir trabalhar melhor com os contos). 

Só pra constar, existe um filme de 2017 chamado "School Tales - The Movie" e acredito que ele também é inspirado nessa mesma ideia, de adaptar os quadrinhos do concurso para um longa. Mas, acho que pra falar dele teria de ser em outro artigo, este já tá longo de mais. 

Espero que tenha gostado, e lamento se acabei falando muito. 

Caso queira ver mais textos do tipo, lembre-se de visitar a "Lista da Morte 2.0", só clicar aqui. 

Alias, sabia que por aqui também tem uns concursos de Manga? Eu mesmo tentei participar de um da Amazon, até cheguei a publicar meu livro (sim, publiquei uma edição da KG!) mas, esqueci de concluir a inscrição. 

Em todo caso, vou até deixar um link aqui pra ver o resultado, mas ache interessante comentar pois foi algo recente, e lembrei justamente por causa desse concurso Tailandês.  

Meu mangá ainda tá meio carinho (principalmente pelo frete) mas em breve vou arranjar formas mais em conta de publica-lo.

E fim!

Obrigado pela leitura e pelo suporte. 

Espero que o artigo tenha sido pelo menos útil! 

See yah.