SérieMorte: The Walking Dead: The Ones Who Lives - O Retorno de Rick Grimes

Arrepiei com essa nova série, e olha que nem queria parar pra assisti-la. Achei que seria algo genérico assim como todos os outros trezentos spin-offs de The Walking Dead, mas não! Ela é apenas espetacular, ao menos no começo.


Com Rick Grimes no protagonismo, essa história se passa paralelamente aos eventos da série principal, mostrando onde ele esteve e o que fez após sair bruscamente do elenco. Por mais que tivessem motivos nos bastidores, a falta do personagem foi uma das razões pra série ter perdido seu brilho original, então a promessa de que um filme sairia contando uma história só dele, alimentou a esperança dos fãs.

Contudo, ao invés de um filme, a AMC decidiu fazer uma série curta, de 6 episódios longos, o que poderia ter sido uma decisão terrível em meio ao cenário atual das outras séries, mas além do retorno deste grande personagem, eles não economizaram em recursos pra contar uma excelente história.

Bem, falarei mais a respeito a seguir então, boa leitura.



Sobre o que é a Série?


Bem, talvez uma das coisas que me desanimou foi a capa, que mostra Rick (Andrew Lincoln) e Michonne (Danai Gurira) como protagonistas solo da trama. Eu nunca fui muito a favor do romance deles dois, e a impressão que isso dá é que seria mais um monte de drama pra eles se encontrarem.


Mas, pra minha surpresa, a história é sobre Rick na Guerra! Uma guerra num mundo onde os mortos venceram, e os vivos mantém-se escondidos para permanecerem vivos.


Basicamente, ele foi obrigado a se unir a uma comunidade secreta que sobrevive justamente por ser secreta, mas ele não se esqueceu de sua amada Michonne, nem de sua filha, e tenta o tempo inteiro fugir, enquanto mantém a esperança em seus sonhos.


É assistindo suas tentativas frustradas de fuga, que começamos a entender a realidade de Rick agora. Ele foi de um líder, a um escravo dessa sociedade, e não tem chances de fugir nem mesmo fazendo os maiores sacrifícios.


As frustrações são o que nos prendem, e o sentimento de raiva que o personagem sente, nós sentimos. Não é mais uma história de mortos vivos matando gente, mas de pessoas mortas por dentro, buscando viver.


O Fim de The Walking Dead


Eu nunca assisti o final da série. Na verdade, mal assisti a penúltima temporada, quem dirá a última. O máximo que fiz foi ler os quadrinhos pra ter uma noção de como tudo acabaria normalmente, e não aguentei a enxurrada de drama e efeitos baratos que a série passou a receber, optando apenas por desistir.


Cheguei a assistir o Fear The Walking Dead (primeiro grande spin-off) até o fim da penúltima temporada, e vi sua evolução, assim como também passei a gostar dessa segunda série até mais que a principal... mas também passei longe do final.



Então teve a série World Beyond, que só por deus eu consegui ver os dois primeiros episódios e não aguentei mais. Uma série aos moldes joviais que mais parecia uma novela para adolescentes, lembrando doramas mas com zumbis... eu apenas não suportei.


Depois veio a série Dead City, que era aquela em que Negan e Meggie protagonizariam, mas que já nasceu condenada em minha concepção, pela forçada de barra na união desses dois personagens (e que também me jogou longe logo em seu primeiro episódio, por ser muito mal feita).


E por fim, a série do Daryl Dixon, que eu apenas nunca vi (um dia quem sabe). 


Quando soube da "The Ones Who Lives" eu jurava que ia ser outra bomba, e pensei em nem assistir assim como a anterior, movido só pelo preconceito mesmo. Mas, Rick Grimes e seu destino me chamaram. Eu não resisti a curiosidade, e mesmo se fosse muito ruim, ainda estava afim de saber o que houve com ele.

E foi extremamente satisfatório.


O Retorno de Rick


O jeito como o personagem é reapresentado não exige muito dos fãs. Eu mesmo, que havia parado antes da grande comunidade de sobreviventes militarizados aparecer, e ser devidamente explicada na série principal, acabei pegando a proposta logo de cara.


Não perdem tempo explicando o sistema, nem onde eles estão, ou o que aconteceu com o grupo de Rick, mas sim falando como é a vida dele ali, e como ele tenta a todo custo escapar daquela bela comunidade.


Isso pois, ele não desiste de encontrar Michonne e Judith (apesar de mais falar de Michonne que tudo), e nas regras da comunidade que o acolheu, ele nunca mais as veria.


Pois sair dela é impossível, uma vez que a cidade sobrevive por ser secreta. Esse é um ponto muito bom pra série, pois ela nos mostra a perspectiva dos "vilões" por assim dizer.


Uma vez que a comunidade secreta é uma inimiga das demais, só por ser secreta, e manter os segredos a todo custo, inclusive massacrando comunidades menores se preciso. Pra variar, Rick deve fazer parte disso, aceitar isso, e virar parte disso, para conseguir alguma chance de voltar a viver.


O mistério sobre eles, e o quão poderosos são, também é algo que acabou surgindo na história principal e, uma vez que lá só acompanhávamos o lado dos nossos heróis, a imagem desse grande grupo acabava vilanizada. E o louco disso, é que enquanto conhecemos o outro lado da moeda, ainda conhecemos Rick ainda melhor do que achávamos que conhecíamos na outra série.


Então aqui, somos exatamente como Rick é, pessoas contra o sistema que só querem escapar dele, para voltar à liberdade. Mas ai que está, a série nos recondiciona assim como faz com Rick, para que esqueçamos "The Walking Dead", e aprendamos a viver apenas com "The Ones Who Lives".



É Um Novo Modelo



A nova série não é mais sobre sobrevivência, e também não é sobre romance barato. Não temos segredos também, e nem grandes vilões querendo manipular a todos. Ela é sobre Rick voltando pra Michonne, como o amor deles pode ou não vencer a barreira da distância, e como eles farão pra ficar juntos, se é que ficarão.


E seguindo essa simples proposta, ela agrada muito, fazendo um excelente uso de seu tempo, dos efeitos especiais e práticos, e da ótima performance de Andrew Lincoln principalmente (mas não apenas), desenvolvendo uma história com tanta perfeição que é impossível não gostar.


Certos pontos logo do primeiro episódio são impactantes e surpreendentes, trazendo aquela essência de The Walking Dead, aquele "medo" do que poderia acontecer. Rick tem perdas significativas e irreversíveis só pra reforçar isso, mas a trama não para ai.


Personagens são apresentados, puxam nossa atenção, ganham nosso carisma, até serem arrancados do nada para mandar essa mensagem, de que estamos em uma história de The Walking Dead. As perdas que ocorrem são tão drásticas que, a parte técnica da série dificilmente acompanharia e manteria se fosse na outra, mas aqui, eles sustentam isso e mantém, mas ainda chocam.


Não tem mais o roteiro protegendo ninguém, e o jeito como contam agora nos dá essa garantia. Não estamos vendo uma história barata em que personagens se reencontram ao acaso e pela força da caneta, tudo tem justificativa, e plausibilidade.


É a volta de The Walking Dead!


Mas, eu só vi o primeiro episódio por enquanto.

Verei o restante, e se for preciso, altero meu texto. Caso contrário, estou satisfeito de mais com o que vi.

Até lá... 

See soon.

Postar um comentário

0 Comentários