SérieMorte: A Queda da Casa de Usher - De "What Remains of Edith Finch" a "Edgar Allan Poe"

Essa é uma série de terror da Netflix, inspirada em poesias de Edgar Allan Poe, só que com uma trama completamente nova, que só repete alguns nomes das obras originais e conceitos, como "O Corvo" ou a própria "A Queda da Casa de Usher". As histórias são bem diferentes, e contemporâneas, incluindo o modismo atual da "lacração".

Mas, isso não prejudica a obra. Na verdade, a série é boa, e assusta, apelando pra horror e baixaria, só que sem gratuidade. Tudo tem um motivo pra acontecer, e em longos monólogos uma rede de eventos se emaranham até criar uma trama completinha, com o simples objetivo de mostrar a morte de cada membro da família Usher a cada episódio.

Contudo, o título reflete aquilo que pensei no instante que terminei o primeiro episódio dessa série. Acontece que tecnicamente, a premissa da série é exatamente a mesma do jogo "What Remains of Edith Finch", mas ambos não tem ligação alguma, e se distanciam muito em seus enredos. 

Falarei tudo o que achei, e resumirei a série com as partes que considero importantes.

Então prepare-se, pois há texto nesse spoiler, mas eu aviso quando começar.

Boa leitura.


Semelhanças com Edith Finch

A obra de 8 episódios da Netflix é inspirada no conto de mesmo nome escrito por Edgar Allan Poe, retratado em tempos modernos, mesclando-se com vários outros contos e escritas deste clássico autor, só que claro numa trama "modernizada".

Mesmo assim, tudo é tão semelhante, por causa da premissa, que é impossível não citar o jogo desenvolvido pela "Giant Sparrow" em paralelo. Já fiz um artigo detalhado sobre o jogo "What Remains of Edith Finch" e não precisarei ir muito fundo nele, mas farei uma comparação breve.

Em resumo, a série consiste em antologias conectadas por membros de uma grande família (ao invés de "Finch" é a "Usher"), e a cada episódio a história de como cada membro da família morreu é contada, uma por vez.

O narrador é o patriarca da família, que explica de um jeito bem misterioso para um convidado, como cada pessoa de sua família sofreu uma morte bizarra e assustadora, com toques de sobrenatural. 

No jogo, assumimos o papel de Edith Finch, grávida, que visita sua casa onde cada membro de sua família teve uma morte inexplicável, como um tipo de maldição que assolava a todos de seu nome.

Então ela resgata as memórias de cada parente, registrando em seu diário, que deixa para seu filho entender a razão dela ter morrido tão jovem.

As semelhanças acabam ai, pois a série é repleta de mistério e conspiração, e gira em torno de uma investigação sobre quem ou o que matou os membros do Império Usher, mesmo que a resposta já seja dada logo no primeiro episódio.

Não é uma viagem por contos de vida e morte nas memórias dos falecidos, como na bela obra de Edith Finch, mas não deixa de lembrar essa ideia, afinal cada conto é sustentado por sua própria realidade fúnebre.


O Formato da Adaptação


A adaptação em si não segue a risca os contos originais de Edgar Allan Poe, mas trabalha em seus conceitos, reutilizando nomes de personagens e ideias dos poemas. Além disso, os títulos de cada episódio fazem referência a algum livro ou partes de algum livro dele, onde os principais eventos da história seriam inspirados.

Algo que devo dizer é que, apesar do aspecto antológico, e cada episódio contar com a explicação de cada uma das mortes, as histórias também vão se desenrolando aos poucos, com cada membro da família tendo detalhes seus revelados em paralelo ao protagonista de cada episódio.

Lamentavelmente, isso cria uma dependência sequencial, onde pra entender a obra inteira, é preciso assistir tudo, sem aquela vantagem das antologias em pegar episódios aleatórios sem precisar ver na ordem. Porém, ainda dá pra se assustar (ou envergonhar) dependendo do episódio que se assiste, por conta do foco nas mortes, e todos são muito bem executados.

Cada um tem 1 hora de duração, e são 8 no total (o que é um pouco arrastado), e essas subtramas acabam fazendo parecer uma novela. Mas, tudo isso se salva pois o tema do protagonista de cada história se sobrepõe pelo jeito como tudo é contado. Então, a cada episódio, o estilo dele varia, pois o tema varia, e apenas o que combina com tal tema é mostrado, de todos os personagens.

Ou seja, se o tema do episódio fosse por exemplo "Corrida", todo mundo apareceria numa situação em que correr é importante, mesmo com suas histórias sendo reveladas pouco a pouco, tudo é feito respeitando o tema vigente. Isso é bem legal, e importante, pois as histórias são assim propositalmente por conta de quem está contando elas. 


Resumindo os Episódios

Spoilers


Episódio 1

Meia-noite que apavora 

(Trecho de "O Corvo")

No primeiro episódio há 3 histórias, a de como a família Usher "começou", onde ele fala de sua mãe, que era secretaria de um cara rico, e no fim acabou morrendo doente, mas voltou como um zumbi só pra matar ele.

Uma de como todos "terminaram", mostrando sua família inteira morta, e comparecendo ao próprio velório. 

E a conversa no presente do patriarca da família, Roderick Usher, contando para seu convidado, um promotor que quer prende-lo, como ele foi responsável pela morte de todos.

Ele também mostra que há algo errado com ele, com jumpscarys perfeitamente encaixados (eu me assustei com todos, e faz tempo que isso não ocorre), mas igualmente sem explicação.

Apesar de serem todas histórias longas, e tão cheias de segredos e detalhes que chega a fazer o tempo parecer uma lesma, tudo é bem assustador em seus desfechos, quando há desfecho.

Esse episódio funciona mais como uma introdução pra premissa, jogando um monte de detalhes no ar, nos mostrando cada membro da família com tempo de tela compartilhado, mas sem explicar muito, pois sabiamente ela reserva esse espaço pros contos de morte.

Mostrar todos, ou pelo menos quase todos, ainda vivos no primeiro episódio, mas sem dizer como eles morreram, apenas que morreram, é o jeito da série nos fazer querer assistir mais.

Isso, e também o mistério sobre o julgamento, do Promotor (que inclusive é quem está escutando a história da confissão) que acusou a família de uma série de crimes contra a sociedade, por conta de uma empresa farmacêutica (um dos muitos investimentos Usher). Ele chega a dizer que tem um informante, membro da própria família, na frente de todos no tribunal, o que acaba aparentemente desencadeando uma caçada regada de conspiração entre os familiares.

Mas, não é só um conto gangster de mafiosos em uma família rica se matando, algo que é inclusive sugerido pela dúvida de quem seria o traidor (e até uma recompensa caríssima pela cabeça dele sendo posta a prêmio), pois no fundo, tudo ainda é uma história de terror, e terror sobrenatural.

Apesar de também ainda serem apenas histórias, contadas de uma pessoa pra outra, e ilustradas pelo poder cinematográfico da imaginação, até isso gera dúvida no espectador, pois até que ponto aquilo que o grande Roderick Usher diz é de fato real?!

Será que a vovó Usher está mesmo atrás do cara?

Eu aliás fiquei apavorado com isso.

Um destaque do episódio fica pra Roderick e sua irmã ainda jovens, no ano de 1979, agindo estranhos como se escondessem algo, e conversando com uma moça num bar. Essa moça é muito suspeita, apesar de ser só a barista do local, e provavelmente dona.

Inspiração: 

O título da história é só um verso de "O Corvo".


Episódio 2

A Máscara da Morte Rubra

(Conto de 1842)

A história se concentra no último filho de Roderick, chamado Perry Prospero Usher. Um jovem que almeja conquistar o respeito de seu pai, e de sua família, com planos libertinos.

O episódio em si é pura putaria, com inúmeras formas de sacanagem e nudez fortuita. Até mesmo outros membros da família são vistos e colocados em situações de fornicação, e apesar de não ter nada tão explícito, tem muita nudez e papos pesados.

Eu diria que esse episódio é basicamente a representação do mais sórdido e depravado pensamento sexual que alguém poderia ter, e ele meio que resume a mente do protagonista e também vítima dele, Prospero.

Cada membro da família Usher recebe uma doação para um grande investimento quando é reconhecido como filho de Roderick. O cara teve vários filhos, e ele e sua irmã só exigem que a pessoa prove que o investimento milionário compensa, descrevendo um projeto que mudará o mundo.

O projeto de Prospero é o de criar uma boate de sacanagem livre e em grupo, mas para pessoas de elite e que pagam bem. Obviamente isso não agrada seu pai e sua tia, então ele decide por em prática sem autorização.

Ele usa uma instalação condenada da família, que no fim causa um verdadeiro massacre com banho ácido no pessoal se esfregando.

É tenso de assistir, mas o ponto chave do episódio está na mulher do bar, agora vista como uma convidada de máscara de caveira.

Essa convidada conversa com Prospero, e oferece uma chance dele voltar atrás em sua decisão, agindo quase como se fosse um fantasma.

Ela inclusive é a única pessoa que não vira uma massa de carne derretida no final, caminhando entre os corpos de todos.

Ou seja, ela era algo sobrenatural?

Lembrando que tudo isso é apenas Roderick contando a história, então ele pode muito bem ter inventado tudo isso. Além disso, ele diz para seu convidado que ele sofre de uma doença hereditária que, que dentre vários problemas cardíacos e neurais, ainda pode causar alucinações.

Talvez os fantasmas que ele vê (e dão muito medo) sejam só fruto desses sintomas.


Observação: a esposa de um dos irmãos de Prospero foi convidada pra festinha dele, e ela sobrevive ao banho de ácido, mas fica hospitalizada.


Inspiração: 

O conto original, de mesmo nome, fala de uma cidade onde uma doença chamada "Peste Rubra" estava acabando com todos. Então, o príncipe chamado Prospero, leva aqueles que não haviam sido infectados para seu castelo, protegendo-os por meses.

Porém, em uma festa de máscaras promovida para ajuda-los a esquecer os males fora do castelo, um estranho aparece na festa, fantasiado de forma que fazia alusão à doença, e isso irritou o príncipe, que ao tentar apunhala-lo, morreu em seu lugar.

Todos na festa seguraram o mascarado, e ao tirar a fantasia dele, ele apenas sumiu, deixando apenas as roupas e a máscara pra trás. Em seguida todos foram morrendo, um a um.

Bem, adaptaram isso pra um surubão mortal com ácido... 


Episódio 3

O assassinato da Rua Morgue

(Conto de 1841)

Apesar da história focar mais na filha inteligente de Roderick, a série conta um pouco mais de cada membro da família, sempre pra preencher mais a história. O foco contudo parece ser o de planos, complexas decisões, e esquemas, mesmo que isso ainda ocorra em cima da história de cada personagem.

Essa abordagem mais técnica e intelectual é por causa da protagonista/vítima da vez, Camille L' Espanaye (uma Usher), aquela que elabora os planos de contingencia. 

Apesar dela ser a segunda filha mais nova, ela é a mais inteligente de todos, tentando ser a mais prestativa e útil pra empresa de seu pai. Sua influência está justamente ai, na ação de ser influente, entendendo de redes sociais, entendendo dos bastidores, sabendo como manipular a mídia.

Ela inclusive é quem ajuda a transformar a morte do irmão, em uma vantagem para sua família ganhar um pouco de folga nas acusações, mas, sua objeção por uma de suas irmãs, Vic, a farmacêutica, a faz cair numa armadilha.

Ela tenta provar que sua irmã está inventando resultados pra um equipamento cardíaco que criou, forjando os mesmos com seus chimpanzés, sacrificando-os e substituindo-os pra dizer que o produto foi bem sucedido.

Suas suspeitas se mostram corretas, mas ela acaba indo fundo de mais no caso, e se coloca ao lado dos chimpanzés, com um deles se libertando e espancando ela até a morte.

Tudo meio que a força a isso, pois ela perde seus assistentes (que se recusam a participar dos fetiches sexuais dela por terem se apaixonado), e tem de por as próprias mãos na massa, ao invés de delegar.

Mais uma vez, a moça do bar aparece precedendo a morte, e conversando com um dos Ushers, só que agora como uma segurança, que já começa a colocar os pontos nos is. Ela não é humana, e parece estar perseguindo os Usher como um tipo de cobrança para com o patriarca, eliminando um por um.

Ela ainda diz que Camille poderia ter morrido dormindo, tranquila, mas ela escolheu estar ali, e aquele desfecho. Isso significa que, ninguém escaparia dela, como se fosse a morte coletando almas.

Outro detalhe é que ela também aparece pra outra filha, disfarçada como uma "acompanhante", em um fetiche que ela tem com o marido.


Inspiração: 

O conto que dá título a este episódio é sobre um detetive investigando um duplo feminicídio, onde o protagonista é o detetive C. Auguste Dupin, nome usado no convidado promotor, para quem a história da série está sendo contada.

De fato, o promotor tem seu momento observador ao nível de um Sherlock Holmes, mas no passado. Detalhe esse importante pois, Dupin foi simplesmente o primeiro detetive da ficção. Ele inspirou os demais, incluindo o próprio Sherlock, que só apareceu em outros dois contos de Edgar ("O Mistério de Marie Rogêt" e "A Carta Roubada").

Outros aspectos em comum é que no conto, o assassino era um orangotango, e uma das vítimas se chamava Camille L' Espanaye (mesmo nome da filha do Roderick Usher), a outra sendo sua mãe. Na série, Camille Usher é morta por chimpanzés (primatas).



Episódio 4

O Gato Preto

(Conto de 1842)

O tema desse episódio é "Drogas Ilícitas" mas não é da forma que esperaríamos. O personagem principal é Napoleon Usher, o mais drogado da família, que é a vítima da maldição dessa vez. Só que ao invés de vermos uma morte causada por overdose ou algo do tipo, o que acompanhamos é a parte da alucinação e insanidade provocada, pela perspectiva do alucinado.

Tudo começa já com a misteriosa mulher, só que agora ela é uma funcionária de um pet shop, onde o cara vai buscar um gato pra substituir o do seu namorado (que ele encontrou morto em uma de suas noites de drogas). Ele consegue, mas esse gato é a fonte de sua tortura.

Com presentes felinos aqui e ali, e alguns ferimentos de carinho, o cara vai se irritando cada vez mais até surtar e apenas desejar a morte daquele animal a todo custo.

Paralelo a isso, as outras tramas se desenrolam, mostrando pela perspectiva "drogada". A filha que está fazendo um "coração artificial", esconde a verdade sobre seus experimentos do pai, e ainda diz que já irá fazer testes em humanos.

O pai Usher, que ainda está contando toda a história pro promotor, revela que eles eram amigos muito antes disso, relembrando como se conheceram, mediante justamente uma investigação sobre testes não autorizados de drogas.

A família tenta "remediar" as recentes mortes publicamente, mas sem a filha responsável por isso tudo fica mais difícil (ela realmente fazia a diferença tomando a dianteira).

O estranho advogado busca pelas respostas sobre quem é a mulher estranha, quem inclusive ele localiza em imagens tanto na festa, quanto no hospital (logo, ela realmente estava lá).

A tia tecnológica vai atrás de respostas também, mas só deixa o mistério sobre quem era a mulher, e qual a relação dos Usher com ela e os corvos que parecem aparecer em torno dela.

Aliás falando dela, é interessante que em todo episódio, durante a narração do pai, ela parece viva e fazendo barulhos no porão da casa, enquanto o celular dele toca, no que seria a neta dele tentando falar com ele. Isso sempre acontece, e o promotor sempre questiona, mas nada é revelado.

Tem a outra filha Usher, casada com o cara do programa de ginástica, que acaba tendo ciúmes da moça estranha (que participou da sua simulação deturpada de romance), e sente que viu ela no programa dele, mas não tem como provar (tipo uma alucinação).

Também há as cenas do pai alucinando constantemente, por causa da doença da família. Razão pela qual ele confia cegamente na filha que está construindo algo que talvez ajude a lidar com isso.

E bem, no fim a morte do cara acontece rapidamente (eu achei que não morreria pois é nos últimos segundos do episódio), e ele apenas cai do andar de seu prédio, após alucinar com o gato mutilado e a moça do pet shop.

Tudo o que rolou é comprovado como pura alucinação, e tudo que ele viu, era fruto de sua mente, levando ele a um suicídio acidental.



Inspiração:

O conto de Edgar Allan Poe também fala de um gato preto adotado para substituir um gato parecido que foi morto. Nesse caso, o protagonista tortura e mata um gatinho de tão bêbado que é, depois ele acaba arrependido enquanto sóbrio e encontra um gato idêntico, adotando ele.

Porém, o gato acaba irritando ele, ao ponto dele tentar mata-lo com um machado. No fim, a esposa dele entra na frente pra salvar o gato e é morta, com ele escondendo o corpo depois. O gato também some no processo, e reaparece apenas quando a polícia encontra o corpo da mulher.

Mais uma vez, vários aspectos semelhantes como o cara louco nas drogas tentando matar um gato que ele mesmo levou pra casa. Contudo, ele usa um martelo do Thor na série.



Episódio 5

O Coração Delator

(Conto de 1843)

A vítima desse episódio é Victorine Lafourcade (é uma Usher em sangue), a última filha "bastarda", e também aquela que mais tem a fé do pai depositada. Ela desenvolveu a ideia de um "coração artificial", o que poderia salvar a vida dos Usher em teoria.

Contudo ele não funciona, o que é estabelecido ao longo dos episódios com ela surtando cada vez mais por não conseguir, junto de sua esposa médica, que o protótipo dê certo. Mas, incentivada pelo pai e toda a pressão, ela investe pesado na ideia, optando por mentir nas pesquisas, usando chimpanzés para forjar os resultados, e até mesmo tentando fazer testes em pessoas.

Ela consegue sua primeira cobaia, a mulher misteriosa, o que também é mostrado ao longo dos outros episódios. Contudo, em sua história principal, a mulher nem tem tanta importância.

Na verdade, ela apenas estimula o surto, que é provocado pela esposa médica. Ela simplesmente se recusa a participar disso, mesmo sem ter ciência das farsas, ela percebe que tem algo errado, e decide cair fora.

E este é o tema do episódio, "Casamento". Até que ponto os Ushers podem confiar em seus cônjuges, e até quando eles são úteis?

Combinando com sua história há a de seus irmãos, e até de seu pai e tia, todas de alguma forma mostrando algo relacionado a parceria conjugal.

A irmã tem seu casamento estranho com o ator de seu programa de exercícios, onde ela contrata prostitutas para dormir com ele enquanto ela assiste. Mas, ela sente ciúmes dele, quando acha que ele está saindo com uma dessas prostitutas sem ela presente.

Ela evidentemente está tendo lapsos de memória, e pelo que ele menciona, é como se ela própria estivesse com ele, e não se lembrasse, o que apenas vai construindo o palco pra sua derradeira história.

O irmão, tem sua esposa que foi derretida viva na festa de promiscuidade, e foi a única sobrevivente. Ele a leva pra casa (antes do tratamento terminar) e está obcecado em descobrir o que ela fazia na festa, tendo em mãos o celular que seu irmão havia dado pra ela.

Tenso que ele bota a filha nessa brincadeira, mostrando que pra ele, sua esposa não é nada, e a família real é só quem carrega o sangue Usher.

A tia, não confia em homens, nem em outras pessoas no geral. Desde jovem tentou conquistar o mundo sozinha, e esteve auxiliando seu irmão. Mas, ela teve seu "lance" rápido com a bartender, a moça misteriosa.

Elas se beijaram no ano novo de 1980, quando ela criava um álibi pra algo ainda não revelado. Mas, ela se lembra bem daquele rosto, e o reconhece nas imagens em comum da moça misteriosa que antecedeu a morte de seus sobrinhos.

Aliás, uma terceira imagem dela surge, tirada pelo celular do drogado. Legal que na cena em questão ele pediu pra moça segurar o gato que ele comprou, pra comparar ele com o de seu namorado. 

Mas na foto real, era um rato morto.

A teoria que a moça faz é que essa mulher misteriosa é mais um dos filhos bastardos do pai Usher, que simplesmente saiu fazendo filho por todo canto.

Esse também é outro ponto ligeiramente abordado, ainda dentro do tema, onde as namoradas dele, mães dos demais filhos, e sua atual também, aparecem todas no velório das 3 crianças.

Pouco é dito, mas é esquisito de mais que ninguém tem o mínimo de química, nem mesmo a namorada atual, como se o fato dele dormir com elas não tivesse significado algum.

Também há mais da história do passado dele, quando ele lutava para conquistar a empresa, ao lado de sua esposa, com quem ele teve seus dois filhos mais velhos.

Era um casamento perfeito, e ao que parece ele começou a trair a esposa ainda no casamento, o que é ilógico, mas pode ter partido da primeira traição induzida pela irmã. Acontece que ele foi forçado a beijar uma estranha na festa de 1980 no bar, para servir ao álibi. Era ano novo, normal isso, beijo da virada. Mas isso pode ter desencadeado algo.

Enfim, o que importa nisso tudo, é a que a filha cientista acaba sendo perseguida por um barulho constante, o barulho da máquina de coração. Barulho este que apenas ela escuta, mas é cada vez mais intenso.

Até que numa noite, com a visita de seu pai, ouvindo música alta pra abafar o barulho imparável, o pai pede para o som ser desligado.

E ele também escuta as batidas incômodas.

Assim, é revelado que na verdade, ela havia matado a esposa médica, acidentalmente, mas em meio ao surto do momento, ela usou o aparelho nela, abrindo seu tórax e colocando para tentar manter ela viva, ou ressuscita-la, e isso obviamente não ajudou em nada.

Só manteve um coração morto batendo enquanto o corpo apodrecia.

Com tal revelação, a moça é tomada por algo, fala sobre coisas que não tinha como saber, e abre o próprio peito, morrendo na frente do pai.

Aliás, as coisas que ela não tinha que saber eram diretamente ligadas ao fato do pai querer cometer suicídio e ter tentado isso, mas não conseguido nem começar por medo.


Inspiração: 

O conto original era de um cara que matou um velho cego, e escondeu o corpo debaixo das tábuas da casa. Daí, quando a polícia foi investigar, o assassino acaba confessando o crime e onde o corpo está, por causa de um zumbido alto que ele escuta até endoidar. Os barulhos vinham do corpo, do coração do morto.


Episódio 6

O Escaravelho de Ouro

(Livro de 1843)

Tamerlane Usher é a próxima protagonista de sua morte, e a construção de seu terror é uma tortura inspirada pela "Paranoia".

Seu casamento é fadado ao fracasso por sua suspeita, mas tudo fica um pouco vago, afinal não é mostrado de fato que há outra pessoa vivendo em seu lugar. Ela apenas suspeita, cada vez mais caindo em sua paranoia, até que tudo encerra com ela lutando consigo mesma.

O episódio também se reserva a falar um pouco do advogado da família, o Pym, mas apenas por conversas. Fica apenas jogado no ar que ele é um grande investigador, além de advogado, pois viveu muito e conheceu o mundo inteiro, mas há algo que ele nunca conta pra ninguém, algo que é interrompido por um susto.

Através dos diálogos a série nos coloca em êxtase provocado por pura calmaria, o que nos torna vulneráveis aos sustos.

Irônico que a fórmula é a mesma em todos os episódios, e ela ainda assusta sempre, mas o que importa é que, a ideia permanece sendo o pai contando a história do que seus filhos passaram antes de morrerem.

E a suspeita sobre como o pai sabe disso também é posta na mesa, com ele revelando que sabe pois seus filhos lhe contam suas histórias. Ele os vê o tempo inteiro, e não só quando aparecem pra assustar o espectador.

Eles estão lá cobrando a atenção do pai, para que revele ao promotor tudo que sabe. Mas toda hora rolam pequenos desvios da trama nos mostrando mais dos poucos que sobraram.

O último filho dele atenta contra a própria esposa, e praticamente negligência a filha, se importando mais em como se vingará pela suposta traição do que como ajudará a mãe de sua filha.

A tia está tentando descobrir quem é a mulher misteriosa e suspeitando de várias possibilidades, investigando todas elas até chegar à resposta que não queria, de que talvez seja mesmo algo sobrenatural.

Aliás, a mulher esteve em toda parte, não só na história Usher, mas ao que parece de todos os ricos e bem sucedidos, algo descoberto pelo Pym.

Aos poucos as peças começam a se encaixar.

E bem, a morte da última filha é imprevisível, e há algumas rápidas citações que podem ter forçado suas ações no casamento.

Todo seu fetiche em assistir pessoas vivendo sua vida amorosa, meio que desencadeou o medo de não estar vivendo a própria vida. E, é citado que ela absorveu a irmã gêmea no útero, algo que ninguém faz questão de falar, mas parece ser algo que a afeta subconscientemente. Daí a ideia de que alguém vive sua vida cresce, se tornando uma paranoia, fortalecida pela falta de sono, e por lapsos de memória sempre que pisca.

O episódio realmente faz parecer que há alguém vivendo a vida dela e que ela se esquece de tudo depois que faz, mas ele não nos mostra nada disso, pois o objetivo é nos colocar na posição dela, já que é ela contando, através de seu pai.

Esse é um ponto muito bom, pois constrói o terror totalmente sustentado pela dúvida que ela sentia.

No fim, sua morte é por espelhos, o que pode soar clichê, mas é muito gráfico e bem lento. Ela vai se cortando sem querer a cada espelho que destrói, na tentativa de se livrar da impostora que só ela vê.

A mulher misteriosa a atormenta, como se tivesse tomado seu lugar, e a faz apenas lutar, destruir tudo (bem que eu pensei que uma casa cheia de espelhos assim seria perigosa).

No fim, ela dorme pra sempre. Curioso que a voz da mulher misteriosa parecia dar dicas do que ela deveria fazer para não morrer. Mas, a mesma voz também afirma que nada daquilo era culpa dela, mas ela iria ter de pagar.


Inspiração: 

O conto original era basicamente uma estória de caça ao tesouro, envolvendo um mapa e um escaravelho de ouro, repleta de enigmas complicados, e um protagonista (ao lado do narrador) que parecia louco, até concluir o enigma e achar o tesouro.

A série mostra "Goldbug" (referência ao escaravelho dourado) como a marca de cosméticos e treinamento para saúde que essa filha criou.


Episódio 7

O Poço e o Pêndulo

(Conto de 1842)

No caminho pro final, o que pareciam só várias histórias de mortes trágicas começa a atiçar a curiosidade para as demais histórias. A cada personagem removido bruscamente, a atenção se volta pro que sobrou, e isso ainda é um mistério.

Mas, agora o protagonista é Frederick Usher, o filho mais velho e também o menos amado, que ao longo das histórias foi se tornando cada vez mais perturbado até virar um psicopata torturador da própria esposa.

Mantendo ela drogada com uma substância que a paralisa, ele se diverte enquanto também se entorpece com cocaína. É curioso como cada um de seus irmãos o influenciou a chegar nesse estágio, o tarado levando sua esposa pra algo secreto, a inteligente o fazendo se sentir mal amado, o drogado lhe fornecendo cocaína, a cientista o fazendo desrespeitar a vida, e a sua irmã mais nova e próxima lhe mostrando que o amor não significa nada.

Ele virou um monstro, e é difícil não torcer pra que ele seja detido, sem saber o que a morte lhe reservava.

Complicado é ver essa construção de um "vilão" paralela as revelações dele como criança. Afinal, as histórias secundárias, de seu pai quando jovem tentando conquistar riquezas, ainda o mostra ali inocente, vítima das escolhas dos outros.

Esse paralelo não fica ignorado, e justamente quando o clichê estava começando a se tornar monótono de mais, e talvez nem funcionaria, ela inova com algo perturbador e ainda mais cruel, unindo Frederick do passado com o do presente, e o dividindo na nossa frente.

Poético né?

Respostas são trazidas, mas ainda por alto. A obra não fica desenhando as coisas para que entendamos, ela só mostra e pronto, tudo está ali, basta olharmos.

A moça misteriosa seria a morte, influenciando cada um dos filhos de Usher para reivindicar um antigo acordo, ainda não revelado por inteiro (mas dá pra deduzir).

Ela não queria levar a todos, mas deve fazê-lo, mas alguns ela faz questão de ser ainda mais cruel do que normalmente. Frederick é aquele que ela faz questão de até mesmo influenciar, para chegar ao fim mais doloroso possível.

Ela se revela na frente de outras pessoas (no caso a esposa dele) e como num ato de justiça, durante o fim de sua sessão de tortura (ele arranca os dentes da esposa mano), ela sabota suas drogas misturando a cocaína com o paralisante.

No fim, ele tinha de por abaixo a fábrica abandonada onde seu irmão morreu, e num ato de pura ignorância, ele usa a cocaína, cai paralisado, e é forçado a ouvir o monólogo da Morte, debochando do quanto ele era patético.

E assistindo a demolição pela pior e melhor perspectiva (depende do ponto de vista), a tortura é lenta, muito lenta, e dolorosa além de terrivelmente assustadora, com direito a um pêndulo de vigas junto aos estrondos da demolição, machucando ele pouco a pouco até o fim por esmagamento.

Eu diria que é uma das coisas mais macabras que já assisti.

De resto, há a história da amizade entre o promotor e o velho Usher, e também o antigo casamento dele. No caso, fica claríssimo a razão de se odiarem tanto, e os Usher realmente não prestam absolutamente nada.

Foi tudo um jogo de interesses, onde ele e sua irmã usaram a imagem do promotor pra ascender na vida. Isso também calhou no fim do casamento do Usher, afinal sua esposa não acreditava no monstro com quem se casou.

Mas ainda não é o fim, pois um acordo não mostrado é citado, e termos de um contrato apresentados.

Madeline induz o próprio irmão a cometer suicídio usando as drogas da empresa, e ele faz sem pestanejar. 

Contudo, a morte lhe salva desse fim, pois o acordo era que os dois deveriam sair juntos dessa.



Inspiração: 

O conto original de mesmo nome fala de um cara preso por inquisidores, e uma câmara de tortura, onde ele quase morre por conta de um enorme pêndulo. Mas, ele consegue escapar, até quase ser cozinhado vivo na câmara, e ser resgatado por um cavaleiro.

Basicamente, pegaram a ideia da câmara de tortura e transformaram na casa que cai, e o pêndulo nas vigas que serram o protagonista ao meio.


Episódio 8

O Corvo

(Poema de 1845)

E a história chega ao fim, explicando tudo que ficou em aberto.

Primeiro, a questão do enriquecimento, com o clássico "muro de tijolos" de Edgar Allan Poe, do poema "O Barril Amontilhado" sendo referenciado (e a única referência que captei até então), onde os irmãos ainda jovens cometeram homicídio enterrando um homem vivo pra conquistarem a riqueza. Depois de conquistarem fama expondo os problemas da empresa do pai deles (que nunca os assumiu), ambos matam o atual diretor dessa forma cruel, pra obter assim aprovação para assumirem tudo.

Contudo, foi na tentativa de criar um álibi que negociaram com a bartender, a mulher misteriosa, "Verna" ou, a própria Morte.

O acordo por si só justifica tudo, onde em troca por tudo que desejarem e almejarem, todo o sucesso sonhado, toda a riqueza e influência possível, tudo que teriam de ceder seriam suas próximas gerações.

Os irmãos teriam a vida completa, mas qualquer um que derivasse deles, seria morto junto com eles. Pra piorar, o acordo dependia mais do irmão mais velho, e quando ele (que já tinha filhos) morresse, a irmã iria junto independente da situação.

Eles tentam lutar contra mas no fim, até Lenore, a jovem altruísta neta dos Usher, tem de pagar a conta.

A Morte contudo pega leve com ela, entende sua dor, e a tranquiliza citando o quão bem sua mãe ficaria depois de alguns anos, e quantos ela ajudaria em seu nome.

Assim, a jovem cai no sono da morte, sem ferimentos, sem nada mais do que a simples tragédia do fim.

As mensagens que Roderick recebia no celular, eram apenas uma IA criada pela sua irmã, que simulava sua neta. Mas, até ela estava com problemas, repetindo "Nunca Mais" infinitamente, como se até ela tivesse morrido.

O advogado Arthur Pym também é encurralado pela Morte, que até lhe oferece um acordo, mas ele já era velho e rejeita a proposta educadamente.

Por outro lado, Roderick chama o promotor, antigo amigo, em nome da Morte, pra revela-lo tudo.

E lá confessa ter matado a irmã, dando-lhe um funeral digno de uma rainha egípcia, arrancando seus olhos e substituindo por rubis inestimáveis, mas sem ter certeza da morte dela.

Isso ocasiona o último susto, com ela cadavérica surgindo e o atacando, num abraço letal, com a casa desmoronando.

Nem todas as questões são totalmente explicadas, mas ficam entrelinhas e dependem de pura dedução. Por exemplo, o caso da esposa de Roderick, a primeira esposa, ela surge na história, ainda jovem (não tanto quanto nos flashbacks narrativos mas, muito mais do que deveria).

Ela visita seus dois filhos no velório, mas ao se virar sua cabeça tem um buraco de bala. A lógica diz que, ela se matou tempos depois de perdê-los para o rico ex-marido.

Também há a atual esposa dele, que herda sua fortuna da empresa Fortunato falida, e decide fazer o bem com isso. Essa esposa sempre aparece nos episódios, e é uma personagem jovem, toda ferrada fisicamente (por acidentes que sofreu no passado) e viciada nas drogas que ele criou. Porém, ela também é apenas uma vítima dele, seduzida e forçada a existir dentro das regras dele, e sendo odiada por todas os outros da família. No fim só sobra ela.

Mas, não há nada que dê continuidade a trama, que é encerrada mostrando os túmulos dos Usher, e a Morte se despedindo.

Toda a história acaba caindo no esquecimento pois a única testemunha opta por abrir mão dela, e se aposentar. Sendo este o destino do promotor. E aliás, não havia delator, foi tudo apenas invenção dele pra tentar conseguir agitar a família Usher, mas ele não imaginava que todos morreriam logo depois.

Fim.


Inspiração: 

O famoso conto original fala basicamente de um homem, que acabou de perder sua amada chamada Lenore, confrontando um corvo que invadiu sua casa, e que fala "Nunca Mais" o tempo todo. 

Tem todo uma abordagem filosófica é claro, mas a ideia que a série pegou foi só o corvo (representado como a Morte), a Lenore (em nome, mas também amada como neta) e a frase "Nunca Mais", apesar desta ser dita meio aleatoriamente não só pelo corvo, mas pela própria Lenore, e também pelo protagonista. 

Há também outros contos referenciados aqui e ali, como o dos tijolos. Outra coisa é a questão do Narrador. Os contos de Edgar Allan Poe costumam ter um narrador testemunhando as ações do protagonista, como alguém próximo que apenas relata o que vê. Isso foi usado aqui, tanto em Roderick relatando sua história, contada por terceiros, quanto do próprio Promotor que testemunhou, e optou por nunca compartilhar.

Não é exatamente uma "adaptação" dos livros, mas sim uma obra profundamente inspirada, que acerta na maioria das vezes (acho que a da festa foi um golpe fora, mas o resto me agradou).

O conceito familiar da série é fortemente inspirado no conto "A Queda da Casa de Usher", que tem como protagonistas os gêmeos Roderick e Madeline Usher, ambos residentes de uma macabra mansão da família. 

No conto, durante a visita de um antigo amigo, Roderick (que estava mentalmente doente) começa a contar histórias enquanto eventos sombrios paralelos ocorrem. Sua irmã, que havia falecido, se levanta no final e o ataca, o que provoca sua morte por medo.

E, seu amigo escapa da mansão, que desmorona.

Note que a ideia é exatamente a mesma do primeiro e último episódio. E confesso que talvez, tudo ficaria muito mais "legal" se os contos fossem puramente antológicos. Eis eu aqui reclamando praticamente da mesma coisa que reclamei na adaptação de 2023 de Goosebumps.


Bem, a série é longa, mas é boa.

Que este texto sirva só de registro mesmo, e caso esteja curioso pra assistir, eu cortei um monte de partes!

A experiência ainda vale a pena.

Mas, fica ao seu critério.

Obrigado pela leitura.

See yah!

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4 Comentários

  1. Cara, que maneiro, assisti essa série com minha namorada e adorei. Foi bom saber de onde vieram as inspirações, achava que era adaptado de um único livro ou coisa assim, é bom saber que só se inspirou em algumas coisas, ficou mais como referências soltas, o que pra mim não é ruim. Realmente lembrou what remains of Edith Finch, adorei esse jogo (inclusive li sua análise, mas não lembro se comentei).

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    1. Quando eu assisti eu nem me toquei que eram histórias do Poe. Só fui sacar quando vi o nome dele nos créditos finais, e até que curti o jeito como adaptaram.

      Ainda acho que ficaria muito melhor se fossem contos separados, mas o próprio conto original da casa dos Usher tinha esse aspecto de mistureba de outros contos.

      Só fico triste por ter demorado tanto pra publicar rs.

      Sr, obrigado por estar presente.

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  2. Caracaaaaa que saudade desse jogo aaaaaaaaah, esse jogo é maravilhoso (nunca joguei) mas me da uma nostalgia enorme porque eu lembro de quando li o seu artigo sobre kkkkk (isso foi fofo??)
    De alguma forma é como se eu tivesse jogado, ser ter jogado, funciona tanto que eu tenho até nostalgia de algo que eu nunca nem joguei kkkkkk, enfim é só isso mesmo

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    1. Um jogo lindo, bem que deviam fazer de fato uma adaptação dele. Ia ser legal né?!

      Mas, pelo menos deu pra relembrar pelo conceito. E sim, foi fofo kkkkk.

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