SérieMorte: The Last of Us - 1º Temporada - Episódio 2

Estou preocupado... em parte.

O segundo episódio da série é bom, mas comete algumas falhas estranhas que eu estou sem entender até agora.


Essas "falhas" na verdade são pequenos excessos que introduzem em momentos que, não acho que são os certos.

Mas vamos por partes...

Boa leitura.

Falando da qualidade do episódio como adaptação: Ele é bom.

Ele conta mais um trecho do jogo, um bem importante, e consegue fazê-lo bem, criando algumas regras novas em substituição à algumas do universo do jogo. E, com isso, ele cria um ambiente a parte daquele apresentado nos videogames.

Coisas como Ellie evitando entrar na água por exemplo... 


Isso é completamente mudado na série, pra algo que faz muito mais sentido, afinal, se em um jogo os personagens tem problemas pra pular um muro, ou atravessar um buraco com água rasa (pra nos fazer buscar formas de superar tais obstáculos) no mundo real a necessidade vem acima de qualquer medinho ou nojinho.


Mas o que mais me chamou a atenção com certeza foi a mudança da ameaça. No caso, as criaturas são conceitualmente as mesmas nos dois universos, mas a ameaça não.


Enquanto nos jogos existe uma coisa chamada "Esporos", que propaga a infecção pra quem respirar isso, na série trocaram completamente a fonte da infecção.


Mordidas (ou beijos né) são a principal forma de transmissão aqui, e eles explicam bem tanto verbalmente, quanto visualmente.

Pra criar mais tensão no passeio dos personagens, com a ausência da ameaça respiratória, há agora outra ameaça invisível: Os Fios.


No chão, em todo o mundo, há fungos em forma de pequenos fios pelo solo, que conectam todos os infectados. Consequentemente, matar um faz com que todos entrem em alerta e partam pro local exato onde a nova presa está.


Por isso, descarta-se por completo qualquer chance de confronto, e abraça-se a ideia da furtividade. Algo que remete ao estilo principal do game, por mais que sempre houvesse a possibilidade de lutar, se esconder era uma opção corriqueira.

E desse jeito, apesar de preservarem a essência de The Last of Us com precisão, e apesar de terem sim feito mais um bom exemplo de adaptação, se relacionando melhor com a mídia televisiva, isso também cria uma grande diferença entre os dois universos.


Uma característica original dos monstros acaba ganhando muito mais destaque: Os Fios, na boca.

Esses fios passam a ser mais importantes, do que os cascos nas cabeças e corpo, ou qualquer vestígio do fungo. Tanto que, os próprios personagens encostam nessas coisas sem receio algum, mas temem muito os fios quase invisíveis.


Mas, é só outro jeito de contar a mesma história, de Joel e Ellie sobrevivendo juntos em busca de uma cura.


Obs.: O Beijo não fez o menor sentido. Foi uma boa escolha trocar o desfecho para algo mais voltado aos monstros, e não às armas (por assim dizer), mas aquela cena do beijo foi esquisita. Seria melhor deixar algo ao estilo "Guerra Mundial Z" e a ideia de "infectados são ignorados"... mas isso foi idiota... e tadinha dela (quem viu entendeu). Mas em resumo: No jogo tudo termina em tiro... na série foi com os monstros.


O problema do episódio foi o começo.


Assim como no primeiro episódio, temos um início no passado, agora mostrando outra região, e outros personagens (sem relevância alguma a longo prazo), pra mais uma vez explicar o que já foi explicado.

Esse início serve pra mostrar um pouco mais do início da pandemia, e principalmente, citar e explicar os pacientes zero, e como a humanidade desistiu de lutar já no começo.


Ao invés de deixarem aquela explicação perfeita do primeiro episódio, vaga mas informativa o bastante pra nos fazer compreender tudo, agora eles mostram uma autópsia numa vítima, falam das mordidas e do tempo que a infecção leva pra se propagar, e também de como isso é terrível e irreversível.


E isso é pura idiotice. Além de ser tudo num idioma diferente (pra falar que o mal globalizou mas começou em outro país né) ele ainda se resume a dizer que, uma cientista sozinha constatou que a humanidade tava lascada.

E pior, esse começo só estica uma explicação que viria posteriormente (afinal os personagens conversam justamente sobre tudo isso, ao longo do episódio) e não era necessário, nem a cena da cientista, nem a autópsia (com direito a nudez gratuita), nem a conversa vexaminosa da cientista com o militar, pedindo pra ir ver a família e se despedir, pois a única solução seria bombardear tudo, inclusive eles ali.


Começo péssimo pra uma série que não depende desse excesso expositivo. 

Mas de resto ficou bom.

Felizmente, isso é irrelevante. Tanto os personagens, quanto esse evento é só pano de fundo pra explicar a razão do planeta ta todo surrado com prédios caídos. 


E depois do óbvio (afinal é lógico que em 20 anos de propagação de um parasita que torna todo mundo zumbi, o mundo iria ruir e explodir!) voltamos ao passeio de Ellie.

Há um momento em que ela cita seu passado, e revela um pouco de sua origem, mas claro que deixaram os detalhes pra outro episódio (que pelos trailers já diz muito, e vão mostrar a origem romântica de Ellie). Mas, é só um indicativo pras coisas irem se explicando com o tempo.


E desse ponto em diante, a série retorna aos conformes, com até mais ação e umas cenas de dar medo.

Mas também assusta referente ao que virá... se continuarem insistindo em "expandir as explicações" sem razão, pode ser que tudo fique enjoativo a longo prazo.


Enfim... to torcendo pra pararem de flashbacks, pois já deu. O público não é idiota, já entendemos como esse mundo se formou e como os personagens tão ferrados, não tem pra que explicar mais.

Por fim, bem, os Estaladores ficaram legais hein. Tudo efeito prático, essa cabeça cheia de camadas e cascos, com a boca estalando, é de encher os olh... é eles não tem. Mas você entendeu!


Lembrei do filme "Lugar Silencioso" e eu já imaginava que seria bem nesse estilo. Só que ao invés de criaturas grandes e animalescas, feitas no digital, aqui temos os zumbis mais grotescos já criados, que não enxergam, mas tem o ouvido apuradíssimo, e são bem ferozes ao atacar.

Funcionou e assustou. Os encontros com esses monstros causaram tanto impacto quanto nos jogos.


Mas infelizmente, também reduziram os palavrões de Ellie... isso não curti!


De resto, bora esperar pelo próximo episódio... 

Mas estou com medo.

See yah?

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2 Comentários

  1. Olá novamente,
    Essa questão do "beijo" acho que eles quiseram utilizar uma abordagem mais científica, que o fungo ele não necessariamente precisa ser passado através da mordida ou ataque, apenas quando há resistência. Eu não sei se concordo, mas até compreendo, existe um fungo chamado Massospora cicadina que infecta cigarras e utiliza a carcaça delas para acasalar com outras (passando assim o fungo adiante), aconselho procurar algum vídeo depois, é meio assustador. Por outro lado, concordo com o seu ponto de vista de que a série pode estar exagerando nas explicações, me preocupa um pouco que com o decorrer da série eles acabem não conseguindo respeitar todas essas "regras" que eles mesmos criaram (como já vi acontecer em outros casos). No mais, sou grande fã da saga de jogos (os dois) e espero que a série mantenha o bom ritmo.
    Como sempre, ótima análise, abraço.

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    1. Hey sr Ed, bem vindo sempre.

      Devo concordar sobre o beijo, mas ainda achei um pouco exagerado, tanto que deu a impressão que os fungos não são bem uma mente coletiva, e teriam até certa racionalidade (pelo menos foi o que pensei ao ver ele andando lentamente e infectando com calma, sendo que todos os outros estavam agitados). Mas, da pra relevar, afinal não é algo prejudicial.

      Contudo concordamos na preocupação, ainda bem, achei que tava pegando muito pesado e exigindo de mais em cima de pouca coisa.

      Eu não posso nem me considerar fã... eu só conheço a história do jogo 1 e a DLC... nunca nem pesquisei sobre o 2 pois... não tive como jogar, ainda. Mas, eu adoro o game, e anseio pra jogar o quanto antes o segundo.

      Obrigado pela leitura sr, e repito, sempre seja bem vindo.

      Ah, hoje sai novo episódio, terminando já trago o texto.

      See yah!

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