SérieMorte: Resident Evil - Netflix

É ruim, assista.

Eu vi comentários sobre como essa série o suprassumo da Netflix, no pior sentido possível, mas fiquei com dúvidas, não quis acreditar, e optei por conferir com meus próprios olhos.

São 8 episódios de mais de 1 hora cada, e aos 25 minutos do primeiro episódio eu já queria parar de assistir.

Não é que seja uma série ruim... ela é péssima, e nem falo com relação a fazer parte do universo Resident Evil ou ser algum tipo de adaptação de games, não... a série é ruim como série!

Mas é interessante, tão constrangedora e desagradável que consegue ser interessante.

O que achei da série?!

A história é ridícula, combinando transição entre presente e passado, ela tenta ser criativa mostrando como uma cidade se lascou após um evento apocalítico envolvendo ameaças biológicas... até ai tudo bem, o conceito é batido, repetido, e é a fórmula mais clichê que se conhece, mas pelo menos tem mistério, sendo esse o PONTO FORTE da série.

Ela afunda na desgraça completamente a partir do momento que se desenvolve. Tudo nela é esquisito, incongruente, jogado de qualquer jeito e anormal! Começando pelas atuações.

A protagonista, vista no presente/futuro é um tipo de pesquisadora que vem a meses estudando os padrões dos zumbis que tomaram a cidade (sim tem zumbis). É exatamente como "Eu Sou a Lenda"... ela vive la no meio dos caras escondida, e fica estudando acreditando que pode achar algum tipo de cura ou sei lá, traços de evolução. Então... em um dia comum de pesquisa em que ela vai DESPREPARADA e DESPROTEGIDA, ela apenas comete o erro medíocre de se cortar perto de zumbis, que a perseguem e quase matam.

É ai que entra a atuação: Os zumbis caem uns sob os outros pra perseguir o coelho que ela botou para testá-los, mas na hora de perseguir a moça, apenas 1 fica em cima dela e os demais olham de longe. Cara, tudo já começa muito errado quando a atuação dos coadjuvantes mais básicos de todos, os zumbis, é dirigida de forma tão porca.

Daí ela começa a lutar, desarmada, e fugir, até chegar num ponto seguro e se salvar como por mágica, com uma tecnologia incendiária ultra engenhosa... e aí... uma LESMA GIGANTE vem correndo por baixo da terra, atacando ela com fúria total... até ela fugir pra baixo de um carro, e esperar pra que a Lesma a puxe. Cara, ela ESPERA, a mulher espera o monstro atacar.

O monstro ainda fica sem saber o que fazer após pegar sua presa e apenas a observa, fica encarando, grita com ela desmaiada, e pronto, chega a cavalaria pra salvar. Isso toma tanto tempo de tela que tudo que sentimos é confusão, pois não há razão pra criatura ficar bancando a idiota. E ai que vem mais atuação ruim: Nem o monstro feito em CGI sabe interpretar um monstro! 

Ta bom, a "Crítica" virou uma "Resenha"!

Okay, no passado, acompanhamos essa mesma garota só que mais jovem é claro, com sua irmã gêmea de outra mãe, e seu pai, ninguém mais ninguém menos que Albert Wesker, um figurão da Umbrella. 

E aqui temos uma garota chamada Billie, que tem aparência de descolada mas é a ingênua e traumatizada, e a protagonista, que tem a aparência de... versão jovem dela do futuro... e é a rebelde e agressiva. Wesker é o cara gente boa, o pai que usa o sangue das filhas pra injetar em si mesmo, sei lá pra quê (ainda), mas parece ter amor por elas.

Essa duas meninas vão pra uma escola na New Racoon City, cidade pra qual mudaram e onde a Umbrella parece querer reestruturar a cidade na qual ocorreu a catástrofe dos zumbis, não mencionada aqui, mas conhecida por qualquer um que já tenha visto alguma coisa sobre Resident Evil. Enfim, a moça que tem a aparência mais descolada de todas, cabelo colorido e roupa num estilo arrojado, é a rejeitada, enquanto a moça que é literalmente a mais diferente (ela é negra, geral é branco, isso é inclusive citado por ela mesma!) é a aceita e acolhida pelos grupos populares na escola.

Daí rola uma das cenas que eu mais estranhei na vida: Uma menina, aparentemente excluída (chegam a chutar ela pra fora de uma mesa, qualé!), se aproxima da Billie e... DA UMA SURRA NELA! ASSIM, DO NADA!

Sério, é do nada, elas até trocam um papo, e do nada a mina surta, pula pra cima e gera uma briga... briga essa que serve apenas pra mostrar o quanto a moça descolada é frágil.

Tamanha babaquice se repete e mais uma vez a menina é humilhada pela mesma pseudo-valentona. E aí... alguém vestido como o mascote do time escolar, vai atrás dela e da uma pedrada no rosto dela em pleno número 2... 

Resultando numa INVESTIGAÇÃO DA DIRETORA, que checa o armário da Billie, e encontra a fantasia, levando ela pra sala da direção, com o pai da valentona já rasgando o verbo, ameaçando a menina de mandar pra cadeia e tal... POR CAUSA DE UMA PEDRINHA QUE NEM DEIXOU HEMATOMA. 

Lembrando que no dia anterior essa mesma menina que foi agredida, foi a agressora, e TODO MUNDO VIU E FILMOU, mas ninguém da diretoria investigou... e cara... sabe de quem ela era filha?

ALBERT WESKER, ele chega, e o pai da menina ao vê-lo fala em voz alta "Eta, é o Wesker, me lasquei" MANO, AQUELA É A FILHA DO CARA, E ELE NÃO SABIA?! A DIRETORA NÃO SABIA???? O CARA É LITERALMENTE O CHEFE DE TODO MUNDO ALI E NINGUÉM SABIA???!?!

O pai da valentona não sabe se atua como alguém com medo do Wesker, alguém com raiva pela filha ter sido agredida, ou alguém confuso com o que ta ocorrendo. TODA HORA ELE MUDA DE EXPRESSÃO E PARECE OUTRO PERSONAGEM. Wesker começa a ameaça-lo pra colocar ele em seu lugar, e ele por várias vezes tenta CONFRONTAR, até que parece se lembrar o quão ferrado tá e apenas, aceita. É RIDÍCULO.

É ridículo pois a composição da cena, o roteiro, os personagens, nada disso parece combinar. Tudo é artificial de mais, tudo é encenado de mais, e pior, mal encenado. 

Desisto, vou parar de assistir...

Voltei a assistir... futuro... a moça acorda resgatada e se veste, sem estar presa nem nada. Após uma conversa, e um passeio pelo alojamento (cercado por zumbis), o cara que tava sendo acolhedor, e comunicativo, aponta uma arma pra ela e diz "Tem uma recompensa por você, vamos te vender pra Umbrella". Isso é tão rápido, e inesperado, que até mesmo pro contexto da cena não faz sentido. Afinal, ela tava livre! E do nada, tá capturada. 

Passado... Billie vai visitar o pai na empresa farmacêutica, e passa por várias janelas com pessoas sendo testadas, com uma trilha sonora animada. Então, ela é posta pra esperar o pai, e vê um cara todo sorridente, com um carrinho repleto de coelhos pra teste de laboratório. Então, ela, que acabou de passar por dezenas de janelas com PESSOAS SENDO TESTADAS E NÃO REAGIU, começa a olhar com CARA DE MEDO pros coelhos, enquanto uma trilha sonora apavorante começa a tocar, dando tensão à cena... tensão essa que não tem sentido... a menos que ela tenha Leporifobia.

Cena seguinte... não era leporifobia não... a mina questiona as intenções da Umbrella, empresa farmacêutica, por fazer testes em animais. Ela diz que é errado, e nojento... e que isso é contra a lei. Testes com animais... teste de laboratório, de uma empresa farmacêutica... em animais criados em laboratório... sério? Tipo, sei que é errado, mas isso é um procedimento comum não? Testar vacinas, produtos... por mais controverso que isso seja, e por mais debates que isso gere... ainda é uma ação vista como normal na ciência... ou estou enganado? A personagem é uma adolescente, não uma criança... como que ela pode ser tão ingênua?

Pior ainda é a decisão dela: Sabotar a empresa expondo os testes com animais a público. Sim, a mesma moça que acabou de ser salva pela importância do pai na empresa, e tem amor por ele, e vice-versa, e não tinha qualquer traço de rebeldia... decide ser a rebelde agora.

E claro que na sabotagem toda inocente de tirar foto dos animais enjaulados, a dupla de garotas abre uma jaula que não deviam, com o cartão de autorização do pai delas, mas que aciona o alarme de segurança, e cria um dos momentos mais debochados da série até então: O cachorro persegue elas, que entram num elevador e após 4 andares, continuam sendo perseguidas na mesma hora, assim que saem do elevador, com o cachorro saindo das escadas, pelo que parece.

Em seguida, elas se escondem, de um CACHORRO ZUMBI, embaixo de uma MESA, com PORTAS TRANSPARENTES. E ele não encontra elas... pelo menos não até fazerem barulho e destrancarem a porta, pra então retornarem a se esconder, pasme, embaixo da MESA. Mano, o cachorro tem altura pra olhar de baixo da mesa e nada impedia ele, tanto que após a criatura pular em cima dela e farejar, ele de fato vai pra baixo, late pras garotas e para. ELE PARA... e deixa elas saírem pra fugir. Sim, até o Cachorro Zumbi de CGI mal feita, não sabe a hora de atacar pra matar.

Daí a Billie que deu e fez todas as ideias retardadas até então... morre. Mordida na garganta pelo animal, sem derramar uma única gota de sangue.

Algo que nos surpreende é claro, quando no presente o exército da Umbrella invade o local onde a protagonista ta, e mata geral, revelando no final que a irmã dela a espera. 

O primeiro episódio acaba com Jade se jogando nos zumbis além do muro, ao se negar ir pra Umbrella.

Eu to no Segundo Episódio!!!

Tudo já começa com Jade saindo sem um arranhão se quer da queda enorme de quase 3 andares que era o muro. Os zumbis, cegos e surdos (pois ela explica que tudo que continua funcionando neles depois de um tempo é o olfato), correm atrás dela, que é salva, não pela Umbrella atirando aos montes, mas por um estranho senhor num carro que atropela geral, mas fica todo assustado.

Enquanto isso no passado, quem diria que a Billie não morreu! Apesar de mordida ela volta a respirar a choradeira de meia hora da irmã (já sem fôlego pra derramar mais lágrimas) valeu a pena, pois fez ela acordar. Então Wesker aparece, do nada, e manda ambas fugirem, enquanto ele apaga os dados das câmera com um único pen-drive, e se mancha com o sangue do cachorro morto, pra se incriminar?

Paralelo a isso no futuro, o cara que resgatou Jade... tenta matar ela! Ameaça ela e diz que agora que a salvou, quer que ela vaze pois não quer ter problemas com a Umbrella... tipo... ele invadiu um campo de zumbis, resgatou uma garota que não conhece, e agora do nada sabe quem ela é e a razão dela ter ficado em risco em primeiro lugar, e decide, por força de roteiro, que não quer ela por perto... instantes após salva-la. CLARO QUE ELE MORRERIA NA CENA SEGUINTE!

Tudo pra ela chegar numa cidadela com o carro dele, pra encontrar um contrabandista amigo dela, e lá, se deparar com a esposa esquisita que ele tem, quem simplesmente é tão estranha, mas tão estranha, que não da pra não esperar uma reviravolta do encontro com ela. E de fato isso acontece: Ela trancou o marido zumbificado no banheiro. 

Paralelo a isso no presente, Wesker teletransporta pra casa e faz um curativo meia boca na filha, além de passar um pano na Umbrella dizendo que os animais eram apenas criaturas que eles queriam curar. Convence as filhas a pararem de falar disso e pronto, caso resolvido. Ps.: Ocorre lacração com a dona da Umbrella sendo casada como outra mulher, que aparece só pra bater ponto no elenco. 

Pior é ele deixando a filha doente e evidentemente com sequelas pela mordida, sozinha em casa, e nem mesmo permite que a irmã fique pra cuidar dela. Ele também não fica, e consequentemente a mocinha doente se levanta e sai pela cidade pra passear com o cachorro (que odeia ela afinal, ela ta infectada), e passa a interagir com as pessoas. 

Wesker é um baita farmacêutico hein, um gênio, tanto que a chefona da empresa chama ele assim. Mas é revelado que ele usa o sangue das filhas pra se manter estável, por alguma mutação constantemente citada por esse chefona, ao se referir ao passado... o passado do passado (no fim de tudo, o grande segredo era que ele era um Clone do verdadeiro Wesker, que teve o DNA modificado pra envelhecer rápido, mas que causou sequelas e apenas o sangue das filhas o mantinha estável... algo que com os outros clones não é explicado!).

No presente, a protagonista mata o zumbi marido da velha esquisita, que comia gatos pra variar. A melhor parte disso tudo é ele arrancando a própria mão pra fugir das algemas e fingir que vai morder a protagonista, pulando na velhinha e, sendo morto em seguida. A velha não é mordida é claro, tudo pra render uma outra cena do pessoal da Umbrella chegando pra ver se encontrava a mocinha fugitiva.

Quem por sua vez vai até um bar, e rouba na cara dura uma ficha de embarque de um dos... dos... chega.

CHEGA!

Pois é, eu poderia falar de episódio por episódio, descrevendo onde erram, e o quanto erram... mas chegou um momento em que eu desliguei meu cérebro e assisti, apenas assisti. Parei de analisar, parei de caçar pontos técnicos e de observar a série de forma exigente. Apenas, me deixei levar e tentei curtir o que quer que ela tentasse contar.

E... foi ironicamente bom.

Não se engane, esta série é muito ruim, tanto em parte técnica quanto em narrativa. Mas ela é audaciosa... muito audaciosa.

Ela ousa muito, conta com um enredo absurdo de tão frágil e dependente de pura roteirização, e tem algumas das atuações mais vexaminosas que já pude assistir, sem contar que tem uns efeitos especiais que são ruins, mas pelo menos tentaram.

Assim como eu disse no início, o ponto alto dela é o Mistério. Sabe, tentar entender e conhecer como os eventos do ponto A levaram ao ponto B é aquilo que nos prende a ela, desde que nos deixemos prender.

É preciso um baita esforço pra que nos desliguemos de qualquer noção crítica e apenas, tentemos assistir. Esqueça coisas como continuidade, lógica, senso comum ou sentido. O que Resident Evil - A Série da Netflix tenta fazer é... contar algo sem compromisso algum, exceto o de entreter.

Beira o besteirol, mas com cenas de gore, e nesse ponto não dá muito pra reclamar sabe...

Eu to meio que rindo aqui, pensando como raios aprovaram algo assim pra plataforma. É absurdo de tão intrigante que realmente lançaram essa história esperando uma crítica positiva.

Voltamos pra Crítica

Meu, pra você ter uma noção, eles não conseguem nem mesmo conectar os eventos do Passado com o Futuro de forma decente, e parecem duas séries diferentes.

Resident Evil - Passado - mostra duas jovens adolescentes problematizando o mundo que vivem, e causando altas confusões para todos que as cercam, apenas por tomarem decisões imprudentes e sem qualquer justificativa. 

Resident Evil - Futuro - mostra uma mulher fugindo da própria irmã, que trabalha na Umbrella, enquanto o mundo se tornou caótico e repleto de zumbis.

Mas, no passado as duas jovens se amam, e nada que ocorre entre elas combina com o que dizem no futuro, e vice versa!

Tem partes em que simplesmente erram nos diálogos, com as personagens no futuro não se lembrando de coisas importantíssimas como por exemplo, a morte do pai delas: a Jade do futuro fica surpresa e até "traumatizada" ao saber da morte do pai, quem ela chama de maluco e faz questão de mostrar desprezo, sendo que a Jade do passado testemunhou não só a morte dele, mas O SACRIFÍCIO DELE em prol da sobrevivência dela, da irmã, e DO CLONE DELE.

Aviso de Spoiler! Pera... já foi.

O mesmo vale pra irmã, a Billie, que a todo momento a série brinca com a ideia de que ela teria morrido no passado, e talvez até tenha sido a causadora do Marco Zero do apocalipse, mas não... simplesmente NÃO. Além da Jade do futuro ficar igualmente surpresa com a vida da irmã (surpresa essa que some no episódio seguinte ao reencontro delas), nada justifica ou explica a separação delas!

Pelo menos não... AINDA. É que parte da grande audácia de RE Série está em depender de uma continuação, sim, uma SEGUNDA TEMPORADA pra amarrar suas pontas soltas. Isso se é que isso é minimamente capaz.

A impressão que eu tive ao assistir foi de que, filmaram uma série em Duas Partes, uma no Passado, mostrando as meninas causando problemas, e uma no futuro, mostrando a merda já no ventilador. E a grande ideia seria nos 4 primeiros episódios mostrar os eventos passados mesmo, enquanto as 4 partes finais seriam o futuro.

Porém, isoladamente as partes ficaram tão noveladas e mal dirigidas que, alguém da produção teve a brilhante ideia de misturar tudo e gerar mistério, um mistério bobo, mas bem chamativo, sobre como os eventos intercalados poderiam se conectar.

E então, só depois de juntarem tudo, perceberam que haviam buracos gigantes na trama, e que dependiam de um conteúdo intermediário, uma história entre esse Passado e Futuro pra conectar tudo de forma harmoniosa, algo que sabiam que poderia nunca ser possível afinal, o resultado por si só do que já tinham era bem fraco, e dificilmente arrecadaria público e críticas positivas suficientes pra garantir uma sequência. Assim: Deram respostas mixurucas, combinaram eventos que não estavam acertados pra serem combinados, e pronto, lançaram assim mesmo.

O que ganhamos com isso?

Pior que eles fizeram de tudo pra "causar" com esse material. Trocaram a etnia de Albert Wesker numa "pseudo representatividade" sem qualquer razão ou justificativa, seja dentro ou fora da série, exceto talvez a ótima atuação de Lance Reddick que sim, foi uma das melhores que já vi.

É que, Wesker nos jogos e nos filmes (incluindo a recente tentativa também da Netflix em reciclar a obra de forma cinematográfica) sempre foi branco, e do nada, optaram por colocar um rapaz negro no papel dele, e de seus clones.

E apesar de no início da série haver sim uma sugestão de que a cor de pele dele influenciaria em algo do enredo, isso não influencia em nada, e pior, eles ainda fazem citações e relações com eventos dos jogos, mostrando esse "novo Wesker" em seu traje original, e também mencionam seu "fim no vulcão" (ocorrido em RE5), meio que conectando ele, de etnia bem diferente, com sua versão albina.

A questão disso é que, se não havia uma razão pra tal troca, o que ganham ao fazê-lo? Não podem alegar que foi pra dar oportunidade pra um bom ator independente de sua cor, pois, tá, ele foi muito bom interpretando esse papel e sim, não faz diferença a cor dele, mas ao mesmo tempo é estranho ver uma troca tão brusca se no fim, ainda dependem do material original pra construir a narrativa.

Pois sim, as referências aos Resident Evils são constantes, e demandam certo conhecimento prévio pra serem compreendidas. Tanto que, se você for assistir sem qualquer ideia do que é um RE, provavelmente nem vai entender a importância que dão pra esse tal Wesker.

Mas parece que a necessidade de usar o título pra se promover era tanta, que pegaram um roteiro pronto de uma história maluca, e incluíram elementos dos jogos só pra bater metas com fanservice.

Também incluíram um casal gay apenas pra... incluir um casal gay. Fizeram a vilã ser casada com outra mulher e ambas terem um filho só pra dizer que teve um relacionamento homossexual na série, e mais uma vez, trazer uma falsa representatividade.

O fato de serem lésbicas não comunica nada, e pior, mesmo se fosse um casal hetero, não funcionaria, pois a vilã não pede isso, nem oferece abertura pra isso. Todas as partes em que ela cita a importância da família e finge ser uma dona de casa, a fazem sair do papel de CEO DA UMBRELLA, pra virar só... uma moça malvada que esconde segredos da família.

Se bem que desperdiçam essa personagem de uma forma ainda mais... humilhante. Ela é controlada mentalmente nos episódios finais, sendo forçada a dançar uma música enquanto canta. Chega a ser engraçado, e meio bizarro, mas o pior é que logo em seguida eles ainda tentam evoluir a personagem, NO PASSADO, tentando mostrar que ela é ameaçadora e terrível, além de eloquente e fria... sendo que pouco antes somos privados de qualquer ligação emocional ao vê-la como uma piada.

Falta tato pra lidar com as informações, e confesso que, caso tivessem divido tudo em 2 tempos diferentes, teria funcionado ver a personagem crescendo no passado, pra então nos chocarmos com sua degradação no futuro. O inverso apenas nos anestesia pro impacto.

E por fim, a tal droga "Joy" é uma aposta assustadoramente desesperada de trazer algo novo, em cima do velho. Sim, deram um bom desenvolvimento pra Farmacêutica Umbrella Corporation, que é o principal responsável pela maioria das atrocidades que vimos em Biohazard/Resident Evil Franchise. Porém... sério que precisavam apelar pra premissa de "We Happy Few"? Meio que... esse jogo nem é da Capcom... eu não entendi a referência!

Referências Gratuitas!

Dizer que eles insistiram no erro de usar o T-Vírus pra controlar mentes e assim gerar um remédio da alegria é tão ridículo quanto, por um cara com Saco de Papel na cabeça e uma Motosserra pra matar pessoas, em referência ao RE4. Ou botar um monte de Leekers pra matar personagens randômicos numa referência a RE2, sendo que nada disso combina com o que tão contando.

Nem entendo por que deram destaque a essas coisas nos trailers, se junto ao enredo nada disso tem a menor importância! Até mesmo a criatura vista no fim, é insignificante e fica como um mero gancho para uma continuação (e nem falo do Jacaré Gigante, apesar dele também valer só como gancho pra continuação), como se quiséssemos ver como uma criatura humanoide modificada com o T-Virus pode ser um "nêmeses" num passado perdido.

É triste, e vi nesta série de tudo um pouco... desde "Eu sou a Lenda" até "Guerra Mundial Z" (inclusive a cura pra zumbi é tipo jogar perfume e andar entre eles!), mas eu não vi nada, original, que me fizesse lembrar de Resident Evil.

Tudo que há de RE nela, é forçado, seja a própria empresa farmacêutica, até a praga que ela gera. Isso tudo só é reconhecido pois eles chamam com nomes familiares. Se trocar símbolos e nomes... juro que esta série pareceria uma cópia muito barata de Resident Evil, e não uma adaptação, e acredite... até que seria melhor.

Se não tentasse se parecer com um Resident Evil, talvez a série funcionaria... mas acho que na tentativa de adaptar elementos apenas destruíram o enredo.

Pense comigo como seria interessante uma história contada em duas partes, de duas irmãs que acabaram causando um apocalipse biológico ao descobrirem os segredos do próprio pai. Pense como seria mais curioso vê-las num futuro como adultas separadas e inimigas, após conhecer a jornada delas como crianças.

É isso que esta série faz, mas de um jeito errado, e dependente de mais dos jogos, sendo que ela mesma se distancia deles em tudo que se propõe.

Enfim, não assista... ou assista... sei lá! Não vai tirar um braço seu, nem vai te causar desgosto, muito menos vai te causar medo. Mas também não valerá a pena, são horas perdidas numa história que não se completa ou complementa, apenas acontece.

Obrigado pela leitura e... sério, eu nem sei que raio de crítica foi essa. Ainda estou confuso com o que assisti... 

See yah?!

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12 Comentários

  1. Ser fã de Resident Evil é sofrer na vida.

    Eu sinto que eles já tinham um roteiro pronto sobre alguma série de zumbi com adolescentes (estilo Riverdale, outra tranqueira), e como ninguém daria a mínima, eles colocaram o nome Resident Evil, e nomearam alguns personagens da série com os nomes dos personagens do jogo só para chamar a atenção, já que tinham os direitos do jogo.

    Olha, sinceramente, estou cansada dessas produções novas. É dor de cabeça atrás de dor de cabeça.

    Nota: Blade tá na série e eu nem percebi.

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    1. Era de multiverso, a gente espera de tudo nesses crossovers malucos, mas até eu fiquei surpreso com a participação dele repentina. Sendo sincero, prefiro essa caracterização do Blade do que a do Wesley...

      Sammy, senti o mesmo. Tudo que se refere a RE ou é superficial, ou é forçado. A história parecia já pronta, tanto que as protagonistas (nessas horas eu vejo como Dark foi épico na escala dos atores representando diferentes idades dos mesmos personagens) que em nada se pareciam nas duas datas, são o total foco da narrativa.

      E, não é como o que vemos num RE7 da vida (com uma troca de protagonista pra um elenco inédito e um novo tipo de ameaça), pois a essência dos jogos em si não ta presente nessa jornada nova, sem suspense real, sem uma ameaça biológica convincente (se notar, nada do que tá na série é ameaçador de verdade. Os zumbis já tão sob controle, os monstros nem atacam se não tiverem seus territórios invadidos, e mesmo no passado, a Umbrella não fez nada de mais, o Joy mesmo só poderia transformar alguém em zumbi se fosse tomado em overdose de milhares de cápsulas, o que é potencialmente impossível!)

      O mercado ta prejudicado pela era dos Streamings, em questão de qualidade. É uma fase, e falta apenas o "Selo de Controle", como foi na grande Era dos Video Games e a inexistência do Selo Nintendo. Meio que, até coisas boas surgirem por obrigação, o público terá de consumir mesmices jogadas pela maré. Mas depois do que a Marvel/Disney causou com suas produções mais recentes, parece que o Selo ta perto de chegar. Tão falando muito a respeito da DC buscando qualidade e cancelando projetos insuficientemente lucrativos... talvez seja este o momento do controle surgindo.

      Aliás, brigado por comentar!!! Me animo muito quando você surge.

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  2. Quase infarto de ódio assistindo o primeiro episódio. Prefiro o suicídio antes de ver o segundo episódio rs

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    1. Não me espanto nenhum pouco. A sensação é mutua kk.

      Mas, se serve de consolo, tudo piora muito até o fim... mas no fim tem umas coisas legais, ainda bem toscas, mas legais.

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  3. Mais um capítulo da série:

    ==Senhor espinhudo frita os seus últimos neurônios para criar conteúdo pro seu site==

    Se vale a pena? Eu não tenho a menor ideia, quer dizer, eu me cago de rir só de ler Kkkkkkkkkkkk.

    Mas serio, o que kralhos eu acabei de ler?!?!?!?

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    1. Espinhudo kkk, e ai sr Wilson!

      Pior que conteudo é o que não falta, o que falta é coragem!

      Obrigado pela leitura sr!

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    2. A piada nunca fica velha kkkkk.

      Isso também se chama preguiça...zuera kkkkk, mas cara, como pode um fan de zelda ter falta de coragem? O que você andou jogando esse tempo todo???

      Vai no seu tempo mano, coisas boas levam tempo, e coisas boas e trabalhosas levam mais tempo ainda kkkkkk

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    3. Zelda!!! Sim, estou a jogar Zelda! Mas não apenas isso. A lista de jogos ta gigante, mas me falta apenas... tempo mesmo. Logo trarei algo bom!

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    4. Tempo...o recurso finito na qual somos tão fartos, mas ao mesmo tempo tão miseráveis...
      Leve o tempo que precisar, com certeza vai ser algo bom...




      Eu chuto...spirit tracks?

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    5. Spirit Tracks sim. A lista de Zeldas pendentes ta quase vazia... os que restam são os multiplayer e esse... ta na hora de finalizar geral!

      Obrigado pela paciência.

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  4. Salve, Shadyn!

    Essa série é uma vergonha não só para os fãs de Resident Evil, mas para o público da Netflix também.

    Nada é coerente ou justificável. O roteiro só favorece as protagonistas, que são estupidamente burras. Não há nada nessa série que seja convincente.

    Eu assisti tudo na força do ódio porque a série, além de péssima, joga o nome da franquia na lama. Com toda certeza, qualquer pessoa que assistiu e não conhece os jogos, deve pensar que a saga original é assim tão rasa (ou pior que isso). E isso vale para o fatídico Bem-vindo a Raccoon City, que tentou ao máximo ser fiel e foi totalmente para o lado contrário.

    Outro ponto foi a troca de etnia do Wesker, mais uma escolha burra e sem sentido. Lacrar por lacrar não vende!! Além disso, o personagem original já está na memória afetiva do público! Mudar algo "porque sim", ataca diretamente a obra original e o consumidor.

    Os filmes do Paul Anderson, com protagonismo da Milla Jovovich, tem suas falhas, mas conseguem ser ótimas obras independentes da franquia.

    São tantos erros grosseiros nessa série que se eu for listar, não terminarei. Por isso, só digo uma coisa: QUAL A DIFICULDADE EM ADAPTAR UM ROTEIRO DOS JOGOS QUE JÁ ESTÁ PRONTO?

    Dica: tem um pitch (piloto de uma produção feito para vender o projeto a estúdios) escrito e produzido por Shawn Lebert inspirado em Resident Evil. Chamada Arklay, a série teria como foco a investigação por trás dos crimes misteriosos na cidade de Raccoon City. Dá uma conferida no primeiro e único episódio piloto, chamado Dave, tem apenas 12 minutos mas valem por toda a série da Netflix. Não consigo entender como uma perfeição dessas não ganhou nenhum investimento de estúdios!!

    Link: https://vimeo.com/239290092

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    1. Sr João!

      Mano, eu tentei listar e desisti por esse mesmo motivo: São erros intermináveis!

      Concordo totalmente contigo e tenho apenas a lamentar, não podíamos esperar algo grande vindo disso afinal, além da famigerada maldição das adaptações game-filme, ainda há o péssimo gosto da Netflix em seus financiamentos baratos... mas eu esperava pelo menos algo minimamente assistivel.

      Essas ideias que surgem por pilotos geralmente funcionam muito mais que as obras dos grandes estúdios, pois os desenvolvedores tem paixão pelo que fazem, vide o resultado de terror em Silent Hill.

      Bem, obrigado por comentar poxa, e eu acabei de ver o curta...

      Excelente. Ele é uma investigação policial sobre um suicidio que encerra bruscamente por causa da ameaça biológica. O legal desse conceito é que, a parte da investigação permanece em aberto, e renderia muita história, isso sem contar os detetives tendo de lidar com a cidade sendo infestada por zumbis e derivados, tudo enquanto buscam a verdade, e posteriormente a sobrevivência. É tão pouco, que possibilita tanto!

      Eis uma ideia boa, abordar eventos dentro de Raccon, dos inúmeros moradores, e como cada um reagiu. Lembra aqueles dois títulos (Outbreak), e funcionaria muito bem em formato de série antologica!

      Daria até pra ir além, imagine cada episódio abordando não só os Zumbis, mas as ameaças em geral. Com os personagens indo de coisas corriqueiras como essa investigação do Dave, até sei lá, sequestros, acidentes, suspense fantasmagórico, seitas, vish mano, dava pra aproveitar muito esse conceito.

      Eu curti, pena que a série não foi continuada. Mas valeu a dica, aproveitei bem meu tempo!!!

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