SérieMorte: Goedam

É uma série antológica de terror que, eu até comecei a assistir uma vez e parei por achar ela, esquisita. Mas, acabei voltando desde o começo e assisti novamente, e mesmo ainda achando esquisita, fui até o fim dessa vez.


Eis meu parecer, mas já adianto que, é uma série mediana. Ela é carregada de um terror asiático bastante característico, e cada conto é curto, direto, mas amedrontador. O único ponto negativo são a maioria dos efeitos especiais, que acabam ficando mal feitos e, estragam a obra.

Boa leitura.

Goedam me lembrou em muito as obras em Manga de Junji Ito, principalmente (mas não exclusivamente) as vistas em "Junji Ito Collection". No entanto, nenhuma das histórias é cópia, apenas dispõe de um conceito equivalente, contando histórias rápidas de terror.


Outra série que me fez lembrar muito foi a "Yamishibai - Japanese Ghost Stories", que também se baseia em contos rápidos de terror baseados em diferentes mitos folclóricos, crenças ou eventos paranormais (o negativo dela é que ela era toda animada de forma estática que, eu acabei não curtindo).


Essas histórias não passam de uns 10 minutos pra serem contadas, pois como adiantei, elas não enrolam, já vão direto ao ponto, mostram o que tem que mostrar e partem pra próxima. No caso de Goedam, todas nem chegam aos 8 minutos, exceto a última história que tem 15, mas uns 3 minutos delas é só encerramento.


Nenhum dos contos é relacionado, e por mais que pareça que há algum tipo de conexão, eles não possuem nenhuma (no máximo uma cenário parecido). E a graça desse tipo de projeto tá justamente nisso, algo mais variado e independente.

Infelizmente, apesar do terror coreano aqui mostrado ser bem gráfico e visceral, ele perde seu impacto graças ao abuso de efeitos digitais (ruins), tanto que nas vezes em que usa mais efeitos práticos, estes conseguem funcionar muito melhor (e olha que ainda assim inventaram de enfiar alguma artificialidade digital, que só prejudicou tudo).

Confesso que, se a série não usasse esses efeitos, seria praticamente perfeita no gênero. No entanto ela consegue atingir um nível galhofa e até debochado, destruindo com boas ideias a troco de nada.

Falarei de cada episódio individualmente, e explicarei brevemente o que cada um quis contar. Nem todos são complicados de entender, mas o último é bem... bizarro... então vale a pena ao menos resumir.

Episódio 1 - Fenda


Talvez o segundo melhor na minha opinião, este episódio conta a história de uma estudante que cabula aula pra ir ao banheiro fumar, e é atacada por um espírito feminino que, enfia ela na privada com tudo.

É só isso, um conto breve e brusco, mas que intriga pela forma como a entidade se move. Ela aparece de cabeça pra baixo, flutuando, e é tremendamente bizarro! Isso pois ela mal é mostrada (no máximo em desfoque no fundo), o que aumenta o mistério quanto a sua aparência, e eleva o terror um pouco mais.

A cena final, onde o banheiro todo fica ensanguentado e a vítima aparece só com as pernas pra fora da privada, já basta pra contar o quão terrível essa ameaça é. Então, pra mim, funciona bem. 

Episódio 2 - Destino


Esse é o melhor conto, apesar de ser destruído por um efeito muito mal executado no rosto da vítima e da criatura, mas que como um todo funciona adequadamente pra assustar. Nele, um motorista de taxi acaba pegando uma passageira estranha, de noite e no meio do nada, e tem de leva-la até um ponto que nem o GPS consegue encontrar.

Então no caminho, a moça some, aparece, e termina arrancando os olhos dele. É bizarro! Mas como eu disse, o efeito deles sem os olhos deixa tudo muito besta, pois é falso pra caramba.

Vale dizer que esse conto de uma passageira fantasma é bastante recorrente (eu já vi variáveis em muitas antologias, geralmente em seriados de terror japonês), mas consegue sempre assustar.

Episódio 3 - Invasor


Uma ótima história, que peca pelo excesso. Nela uma garota que trabalha fazendo vídeos na web-cam, acaba tentando criar um hoax com falsos fantasmas, só pra conseguir balançar um pouco seu público. No entanto, ao encerrar o streaming, ela não percebe que deixou ele aberto e é pega no flagra debochando de seus fãs por acreditarem, até que uma entidade real a ataca.

Esse episódio é bem funcional, mas erra ao migrar da câmera pra um celular (onde ela tira selfs de si mesma) rompendo assim com a imersão de quem assiste (pois até ai, ele funciona até mesmo como um found footage, sendo convincente o suficiente pra enganar). Migrar pro celular, só mostra que é bem falso, além disso, a moça liga pra uma amiga pra perguntar sobre o show que ela fez e, a amiga nem chega a mencionar que ela ainda tá online, ao mesmo tempo em que os espectadores ficam falando no chat.

O pior, é na cena em que ela é morta, e o exagero de sangue estraga a ideia, algo que eu já vi umas 3 vezes antes (pessoas que se matam no teclado diante da câmera, é um clichê de found footages que usam streaming como justificativa pra filmagem).

Eu sei, não é um found footage, mas precisei falar.

Episódio 4 - Curiosidade


Esse é o episódio que mais ficou na minha memória, e caramba, ele é tão simples mas assustador, que seria meu favorito se não fosse um efeito especial muito ruim e exagerado na parte final.

A história é sobre uma garota, na escola, que acaba indo buscar materiais pra colega, que aguarda num lance de escadas (parece até que ela deixou uma armadilha pra "amiga" de propósito, jogando um tipo de maldição). Porém ela nunca mais volta, afinal ao entrar em contato com uma bizarra boneca no armário da amiga (eis a tal maldição pelo que entendi), ela fica presa num tipo de outra dimensão que espelha a realidade dela, e ao descer o lance de escadas, fica presa num looping infinito...

Isso até uma criatura fantasmagórica da qual ela passa a fugir simplesmente a alcançar. Ai um efeito tosco com os olhos dela é feito e, e ela possui o corpo da moça, escapando daquela realidade (sei lá se é isso que ocorreu kk) e indo atrás da próxima vítima, a amiga dela que esperava na escada.

Esse episódio é simples, mas eficiente por causa do looping nas escadas... aquilo marca muito, ainda mais com um fantasma atrás da mina... O único problema são os efeitos especiais, apesar de que os efeitos práticos (a moça andando de quatro e se contorcendo) são perfeitos.

Episódio 5 - Sapatos Vermelhos


Um que de inicio me pareceu continuação do primeiro, mas só pelos quadros no fundo da sala, que nada tem a ver com a história em si, este até que é bem decente e horripilante.

Uma aluna comete suicídio e, depois que sua turma presta condolências a pedido da professora, uma das alunas permanece na sala, se sentindo culpada (não fica claro, mas talvez o que a levou ao suicídio foi bullying provocado por essa moça e as demais, incluindo a professora).

Então, a professora é convocada por essa aluna na sala pra conversar a respeito da morte, e ao chegar, encontra a aluna falecida, no lugar da colega, ou melhor, com as pernas dela. Ao morrer ela tinha perdido metade do corpo, e  agora estava em busca de pernas novas. Então ela pula na professora e sai andando com as pernas dela... da professora mesmo. É muito bizarro, e bem feito.

Episódio 6 - Dimensão


Esse é bem louco, e só fica ruim pelos breves exageros. Se tirassem um pouco dos defeitos especiais, ele seria muito melhor.

Um policial investiga um corpo achado dentro de um elevador, no qual as filmagens mostravam um jovem conversando com alguém invisível e depois, batendo com a própria cabeça até morrer. No entanto, o corpo achado no local já estava bem velho e decomposto, não combinando em nada com o que é visto em vídeo.

Então, o policial acaba descobrindo um tipo de ritual na internet, que levaria ele pra outra dimensão através do elevador, algo que aparentemente o jovem tinha feito. Ele segue os passos, e dentre várias bizarrices que ocorrem, uma moça que apenas ele vê surge e, o executa após ele mostrar que a escutou.

Daí, ele mesmo encontra o corpo todo podre (era ele de outra dimensão) e, posteriormente, umas garotas repetem o ritual, mostrando que muita gente iria passar por isso, não apenas ele, e isso se repetiria em várias dimensões.

Episódio 7 - Soleira


Esse episódio consegue ser curioso e idiota ao mesmo tempo. Nele, um pai de família fica sozinho em casa por uns dias, e morre por ser burro.

A esposa dele tinha posto talismãs nas portas, pra protegê-los dos sobrenatural, algo que ele não acreditava, mas deveria. Após ele arrancar um talismã que tava caindo, uma entidade se forma e o mata na porrada mesmo, fazendo parecer que ele morreu ao tropeçar na soleira da porta.

Sinceramente, achei um episódio bem bobo, mas tem uma cena na qual ele puxa cabelo da soleira, e escuta um grito feminino, que mesmo nunca sendo explicado (pois a criatura que aparece é masculina depois), consegue vender o episódio. Pra mim, essa cena já vale ele inteiro. Imagina que bizarro você puxar cabelo de um tapete ou algo assim e ouvir um grito, sem nunca entender de onde aquilo saiu. É assustador!

Episódio 8 - Nascimento


Por fim, o episódio mais nojento de todos.

Uma xamã que sequestra e mata crianças num ritual, pra ter poder de vidência e lucrar com isso, acaba tendo de prestar serviços pra mãe da sua última vítima, justamente pra tentar encontrar a criança.

Só que isso afeta a alma da criança que ela havia consumido, e em busca de voltar pra mãe, a criança faz de tudo pra voltar à vida. No fim, ela renasce, como um bebê que rasga a barriga da assassina, mas é tarde pois a mãe cometeu suicídio.

De início, eu até pensei que a mãe se matar, justamente acima da cova da filha ,era algo que a fez renascer, mas pelo jeito que tudo é mostrado, a mãe não suportou a morte da filha (ou desaparecimento) e apenas desistiu, ao passo que a filha, mesmo depois de morta, deu um jeito de voltar.

Eu acho esse o episódio mais nojento pois muito dele é protagonizado pela vilã, uma moça capaz de matar crianças! E essas cenas são mostradas, em primeira pessoa (a câmera fica na posição da criança), com direito a um bebê digital muito feio no final... que... traumatiza.

Enfim, essa é Goedam... uma dentre tantas séries antológicas que, eu preferi escrever a respeito pra que não esqueça, dessa vez.

Se quiser assistir, num vai gastar nem 1 hora... e é uma experiência a mais.

Dizer a real, bateu mó vontade de jogar Fatal Frame...

É isso.

Obrigado pela leitura.

See yah!

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2 Comentários

  1. Essa série me deu medo e novos traumas, vai entrar para a lista de n usar guarda chuvas em escadas

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