O Filme Achado de Hoje: Atividade Paranormal - Ente Próximo (Next of Kin)

Foi uma surpresa ver que um novo capítulo dessa franquia foi lançado agora em 2021...


E é, os caras lançaram um novo "Atividade Paranormal" mas... se a franquia já não tava bem, esse retorno repentino foi uma péssima aposta, que espero que tenha enterrado ela de vez.

Tem muita crítica nesse spoiler então...

Boa leitura.

Desde 2015 com "Dimensão Fantasma", não houve nem cheiro de um novo Atividade Paranormal. No entanto, foi tecnicamente essa franquia que explodiu o sub-gênero "found footage" no mercado cinematográfico, dando espaço pra inúmeras produções de qualidade duvidosa, e algumas obras realmente agradáveis e aterrorizantes... raras, mas houveram.

Daí vem 2021 e um filme que ninguém esperava, ou pedia, surge do nada, sem anuncio, sem divulgação (eu nem tinha ouvido falar que tava em produção), eis um novo Atividade Paranormal. E ele é uma porcaria.


Não da pra enrolar, por mais que o filme tente inovar, ao dar uma nova personalidade e até estilo pra franquia (não saindo do clichê generalizado pelos "imitadores"), ele é uma verdadeira decepção, e até desagradável de assistir... isso no sentido ruim né, afinal é filme de terror e sempre esperamos nos desagradar de alguma forma e... ah você entendeu!

"Ente Próximo" como saiu na Netflix, (originalmente "Next of Kin") não é uma história sobre câmeras de segurança flagrando fantasmas zombeteiros. Dessa vez, é um pseudo mockumentario (documentário ultra falso), com direito a todas as tecnologias de ponta que podemos imaginar, como Go Pro, Filmagens em Câmera Lenta, DUAS Câmeras Profissionais (amadoras), Tablets pra Edição em Tempo Real, e Drones, o que tecnicamente já justificaria um monte de possíveis desvios do realismo total, como o acréscimo de trilha sonora e sons de impacto por exemplo.


Mas, por mais que estivessem respaldados, os caras conseguiram estragar tudo com o enredo difícil de engolir que jogaram nas telas.

A história é sobre uma moça, e seu amigo cinegrafista, que viajam pra uma comunidade Amish (aquele povo que por religião, se afasta das sociedades modernizadas e criam sua própria comunidade isolada sem acesso a tecnologias), onde ela pretende conhecer seus parentes de verdade. 


Só que, apesar dos hábitos culturais da comunidade, por alguma razão imbecil essa moça achou genial se infiltrar com câmeras e tudo mais, num suposto documentário, pra tentar encontrar a mãe dela ou qualquer conexão com ela.

E ai a história vira uma bagunça, pois considerando que não há lógica em nada ao longo da trama, o pouco que da pra conectar e entender, já não vale de muito.

Nós acompanhamos 3 personagens, além da moça, e seu amigo (que leva as tecnologia tudo), há um "cara do som" que eles contrataram e que também serve de motorista pra leva-los até a comunidade mas que, é um total estranho que passa a agir como se fosse um amigão numa viagem em grupo. Só que, a ideia de início era uma jornada bastante pessoal pra moça, que começa a se ramificar e... o que temos neste filme é uma múltipla abordagem de conceitos que poderiam ser bem utilizados, mas não são.


Viajar com um estranho? Check. Ir pra um lugar isolado, desconhecido, com pessoas totalmente estranhas e ainda por cima culturalmente isoladas? Check! Bancar o tolo e explorar a região sem respeitar o espaço daqueles que os hospedam, em busca de absolutamente nada? Check!!! Invadir locais completamente inóspitos, sem razão, motivação ou vontade de viver? Absolutamente Check!

Vamos por parte, pois este é aquele tipo de filme que compensa spoilar sem dó, então prepare-se pro chorume e vamos la, pois ler é melhor que assistir (nesse caso).

Atividade Paranormal - Fazendinha do Mal

No início temos o encontro da mocinha (que eu sinceramente nem lembro mais o nome de tão desinteressante) e seu namora... amigo?! O filme não sabe o que ele é. Ambos aparecem num restaurante esperando um terceiro rapaz, nesse caso, um completo desconhecido que acharam na internet depois da moça fazer um teste de DNA online (tem isso?).


A lógica dela era: Aha, achei um cara da minha família, quero conhecê-los!!!


É que, ela havia sido adotada, deixada na frente de um hospital, e tudo que ela tinha de qualquer registro de sua origem, era uma filmagem de sua aparentemente mãe, deixando ela ainda bebê na frente do local. Faz sentido, e é legal que o filme faz questão de nos mostrar essas filmagens num diálogo logo no começo, pra não termos dúvidas das motivações da garota.

Então, ao viajarem com o rapaz novo, eles contratam os serviços de mais um rapaz, um cara pra lá de estranho, que tem uma van, e os recebe no Aeroporto (parece que viajaram de avião até lá, bacana né).

O bom dessa parte do filme é que ele nos informa que os personagens estão em meio à Pandemia, não que isso vá afetar a história de qualquer forma, mas eles precisam fazer isso pois, tudo é ambientado em 2021.


Mas, seguindo adiante, encontramos a tal comunidade fechada de um povo que se isola das tecnologia tudo... e claro que eles são muito mal recebidos, ao ponto de se hospedarem num hotel pra apenas no dia seguinte, conseguirem dialogar com o pessoal pra conseguirem autorização não só de entrar na comunidade, mas de filmar, e interferir livremente. Sim, isso vai funcionar.


O pior é que funciona. Declarando que irão apenas fazer um documentário sobre a mãe dela, e que a moça só quer saber mais sobre suas origens, a comunidade que por convicções religiosas, se isolou por 2 séculos e nas poucas interferências de forasteiros aparentemente só tiveram desgraças (algo que nem escondem ao contar a razão da moça ter sido abandonada), abre as portas não apenas aos jovens de fora, mas também a tudo que eles trazem, que não é pouca coisa não hein.


É carro, é drone, é câmera, é celular, é GERADOR DE ENERGIA, os caras simplesmente vão com tudo que não poderiam usar, desrespeitando a cultura alheia na maior cara de pau... e são liberados de boa.


Então beleza, já dentro da fazendona com um monte de gente vivendo como se fosse a era colonial, tudo à luz de velas, e vestidos com roupas bastante simples, eis que um monte de turista começam a filmar, rir, e se divertir aos montes violando totalmente a privacidade alheia, mas, uma hora eles lembram o que faziam lá e decidem agir.


Interessante que uma pista de que eles estavam numa versão distorcida de "A Vila" já aparece com uma personagem residente da comunidade, jovem, que apenas pergunta sobre Tik Tok e ainda diz que comprou seu vestido na Walmart.com. Ninguém suspeita né, ninguém suspeita.


Mas, de volta ao objetivo, eles param de passear e começam a entrevistar a galera... no caso 3 pessoas mesmo, duas delas com o mínimo de possibilidades de terem conhecido a mãe dela.

A primeira é com a mesma adolescente que tinha falado de TikTok, eles nem pensam em perguntar coisas como "E ai, minha mãe ta viva?" não. 


Eles ficam atrapalhando ela em pleno recolhimento infinito de roupas no varal (que pra variar precisa de 3 pessoas pra não recolher nada afinal nada deixa o varal), mas elas esquivam das perguntas, perguntas estas bastante estúpidas como "Você sabe se algum dos mais velhos conheceu minha mãe?" pois é... eles sabem que ela nada sabe, mas perguntam se ela sabe se alguém lá sabe o que ela não sabe, mas deveria saber.


E rola um momento de escapada misteriosa, com as moças dando no pé dizendo que precisam ir ou terão problemas..Os caras ficam com aquela mensagem de que, não é uma boa ideia sair questionando pessoas aleatórias sobre a mãe dela. Eles nem pensam na possibilidade dela ter sido banida da comunidade, por exemplo, por ter feito algo contra a cultura deles, algo que eles próprios tavam fazendo sem medir consequências.

A segunda escolhida pra entrevista é uma criança, brincando de boneca. Eles perguntam sobre a boneca, e ai a criança fala um negócio que deveria soar macabro, mas a atuação não nos deixa parar de rir (é criança, dê um desconto eles pensam). Ela fala algo como "Minha boneca tem o nome da sua mãe, e ela não gosta nenhum pouco de você, a minha boneca viu, e sua mãe também, e é, sua mãe ainda ta aqui." e sai andando, deixando a boneca e o mistério no ar.


Mas, ai vem a derradeira e final entrevista, com o líder da própria comunidade, algo que deveriam ter feito a muito tempo. Ironicamente, parece até que se inspiraram num filme bom chamado "A Visita" (que só de passagem, consegue ser muito melhor que este), e após improvisar um cantinho pra fazer as perguntas ao entrevistado, eis que eles descobrem a verdade.


A mãe dela engravidou de um forasteiro, e como isso ia contra as regras da comunidade, eles optaram por dar a criança pra adoção, e excluir a mulher dos círculos de amizade. Ela seria um tipo de exilada, mas ainda dentro vivendo com eles.

Ele não diz, mas aparentemente ela teria cometido suicídio após fugir com o bebê e deixa-lo na porta do hospital. Só que ninguém pergunta nada, e ninguém comenta nada. Apenas há julgamento.


A moça fica em prantos e condena todos ali por terem feito tanto mal a mãe dela. Afinal, faz muito sentido julgar o pessoal que tem sua própria forma de viver, por seguirem adiante em seus métodos sociais, né?! Meu, é uma falta de respeito sem igual.

Mas tudo piora.

Numa parte, todos fazem questão de dizer que o quarto em que eles estão hospedados fica exatamente embaixo do quarto em que a mãe dela vivia. Fizeram isso de propósito? É claro! Só pra justificar os momentos randômicos de suposto sustinhos e jumpscary que o longa faria questão de usar e abusar.


Esse quarto acima do deles está em desuso, e faz barulhos de alguém andando de noite. Pessoas normais ignorariam isso afinal, estão numa FAZENDA LOTADA DE DESCONHECIDOS, e a possibilidade das pessoas só, andarem mesmo, e fazerem suas coisas privadas quando geral ta dormindo, talvez até em quartos sem uso... seria comum não? Mas não, os jovens turistas inconsequentes e desrespeitosos insistem em explorar.


Ora filmam os fazendeiros de noite com velas vermelhas indo pra floresta e estranham (algo que pelo amor de deus, tanto faz o que eles fariam! É A VIDA DELES!), outrora invadem o quarto barulhento e fuçam desesperadamente em tudo que lá havia.

É uma irresponsabilidade e desrespeito sem igual por parte dessas pessoas, que simplesmente fuçam em tudo mesmo que nem seja da alçada delas, mas, fazendo isso o filme consegue sua cota de jumpscary, com inclusive adição de acordes sonoros totalmente forçados... coisa que nem mesmo os Atividade Paranormal raiz em seus primórdios no found footage faziam. Erro terrível esse.

Mas, com cenas como uma criança sonambula no meio da neve dando susto ao pedir ajuda...


Ou a boneca encapetada fazendo peso além do normal numa cama, com a moça se escondendo embaixo (meu, muito clichê).


O filme consegue garantir seus momentos de tensão generalizados e previsíveis, que podem até funcionar com pessoas que não tem costume em assistir terror, mas sinceramente, são tão mais do mesmo, que só estragam a experiência que já nem é tão boa.

A história não sabe se foca em ameaças paranormais (assim como o título da franquia sugere) ou tenta inovar um pouco com algo mais voltado pro psicológico e social. Imagine se, a grande ameaça da vez fosse a curiosidade dos personagens imbecis se botando em riscos desnecessários ao ponto de comprometerem a própria segurança, em busca de mistérios fabricados pelas mentes deles.


Apenas imagine o quão interessante seria se, esses jovens xeretas acabassem se colocando em perigo ao mexer com o que não deviam, como ambientes perigosos pela natureza em si, e não por influências sobrenaturais, como por exemplo o filme "Creep", que só pra constar é um dos melhores que já vi no gênero e, diferente deste, sabe bem como usar sua atmosfera pra induzir dúvida e mergulhar em mistéiro.

Sabe, o fraco de "Next of Kin" é o momento em que ele simplesmente ignora qualquer verossimilhança e pula de cabeça numa enxurrada de erros sucessíveis e lamentáveis.

Sabe o que acontece pra dar aquela reviravolta no longa? Bem, os personagens (sem ter mais nada pra fazer na fazenda) decidem usar um drone pra filmar a propriedade de cima (sem a menor razão), e descobrem uma estrutura em forma de igreja no meio da floresta, pra onde provavelmente os residentes de lá iam. Aí, ao invés de ficarem na deles, pegarem as malas e apenas irem embora afinal, já tinham obtido as informações que queriam e visto que ali era chato pra caramba, não... eles decidem invadir a igreja no meio do mato.


E mesmo com o alerta dos moradores, inclusive o líder da comunidade que ao ver o quão desrespeitosos eles eram, ainda se mantem calmo e pede apenas para não entrarem lá e respeitarem o espaço deles, ainda chamando geral pra jantar, eis que, eles ainda tentam bolar um jeito de entrar na igreja quando ninguém tá vendo, só por curiosidade mesmo.


Isso é ainda mais reforçado na cabeça deturpada deles, quando de noite escutam SONS DE ANIMAIS MORRENDO, numa FAZENDA (UMA FAZENDA! TOTALMENTE ANORMAL ISSO NÉ?!) e apenas optam por deixar seus quartos e filmar os fazendeiros sacrificando animais doentes, levando eles para a floresta posteriormente.


Nossa, algo tão assustador e incomum assim é sinal de que todo mundo ali é maluco né? Então, ao invés de juntarem as coisas e irem embora (já que não conseguem entender nem respeitar a cultura alheia) eles fazem o que? Sim! Eles invadem a igreja pra onde os "sacrifícios" eram levados.

E lá descobrem o que? Um alçapão mal escondido com um buraco muito fundo, no qual os animais eram jogados. Uma pessoa com o mínimo de noção pensaria "Ah, os fazendeiros tiveram de sacrificar animais doentes e que não poderiam cuidar e, pra não espalhar a doença, apenas jogaram nesse poço isolado". Pior que até tem um personagem que cita isso, mas é ignorado posteriormente, afinal, é muito mais lógico pegar uma corda e DESCER NO BURACO PRA VER O QUE T... ah não mano que filme bost4.


Sério, a moça, que até então tava lá só pra descobrir sobre a própria mãe, simplesmente vê uma corda com uma roldana, e diz "Se tá aqui é pra usar" e apenas desce no buraco meu! Ela desce numa urgência tremenda, sem pensar, sem nem ao menos testar a qualidade da corda, nem ver a razão de querer ir lá no poço. Tipo, ela fica desesperada pra ir xeretar e até o amigo dela (que é tão sonso quanto ela) fica receoso com relação a sanidade dela, mas faz questão de ajudar na burrice.


E lá no fundo o que ocorre? Bicho morto é claro, carcaças podres (e ela ainda tem a pachorra de reclamar do cheiro!) e ai, ao ouvir um barulho estranho e grunhidos, ela se desespera e grita pra puxar a corda pois tava com medo. ANTES NÃO DESCESSE NA PORCARIA DO POÇO CRIATURA!


Claro que isso tudo não da em nada pois é apenas o primeiro susto pra deixar claro que, vai vim coisa pior. 

E vem mesmo, eles ficam lá questionando o fato dos fazendeiros insanos agirem de um jeito "tão bizarro e incomum", e claro, o fato de ter uma criatura no fundo do poço (eles deduzem isso pelo barulho que gravaram lá), que parece dar num sistema de cavernas (supor que, animais selvagens que viviam nas cavernas aproveitavam o bufê grátis, nem passa pela cabeça deles né), e ai decidem fazer o que? Ir embora? Nem, eles continuam lá, e querem xeretar mais ainda.


Pior que nem se quisessem ir embora eles conseguiriam, afinal o carro misteriosamente para de funcionar (e disso eles não suspeitam). Só começam a ficar com medo dos fazendeiros pra valer, quando a moça descobre que no quarto de um deles (que ela invade mesmo na cara dura, procurando nada pois não tinha o que procurar, mas tava lá) que eles tinham um Notebook com Moldem de Internet! E que ela tava sendo pesquisada por eles o tempo todo.


Ao invés de simplesmente irem embora a pé mesmo dane-se, eles decidem continuar la, comendo, dormindo, e fuçando onde não deviam. Sendo que, meu, os residentes literalmente tinham burlado as supostas regras da comunidade deles pra caçar a moça, e ela tava ali assim como eles queriam! Pelo amor de deus.


Mas, felizmente o cavalinho deles sai da chuva, durante a noite, pois os fazendeiros drogam geral!

É ai que rola uma pequena reviravolta. De noite, a moça acorda com um fantasma zombeteiro brincando de abrir a porta. E, claro que rola aquele puxão de perna, sopro no cabelo, e ela ainda sai voando pra longe da câmera, uma assinatura da franquia né (que nem tem significado, propósito, ou explicação pra acontecer aqui).


Os amigos dela não acordam pela baderna pois tavam dopados, ou ao menos é isso que a gente deduz pois o filme nem ao menos dá qualquer indício de que isso teria acontecido, ou quando teria acontecido. 


O máximo que mostra é um jantar com todo mundo chateado pela velha que descascou a própria mão (pois é, uma idosa descasca a própria mão ao invés de maçãs e, todo mundo fica abalado, cena essa que é usada no trailer mas, nada impacta durante o filme, e soa desconexa e aleatória de mais).

Mas tudo certo, no dia seguinte os caras amanhecem tudo de boa, e a moça ta toda catatônica, toda manchada de sangue por estar naqueles dias, e parada numa janela.


Ao ver que ela não tá bem, os caras decidem finalmente ir embora, mas fazem tudo errado, TUDO ERRADO!

Os dois decidem ir JUNTOS a pé até a loja de conveniências mais próxima, que ficava a quilômetros dali, pra comprar uma Bateria nova pro carro. Legal, muito legal, deixar a moça sozinha com os fazendeiros... depois de tudo que descobriram... meu deus!


E claro, no caminho até lá eles pegam uma carona com um carteiro que só reforça o que eles já deviam ter entendido: Os fazendeiros dali não eram Amish coisa alguma, e eram encrenca.


Ao invés de ligarem pra polícia, e resgatarem a amiga, afinal já tinha passado da hora, eles decidem fazer o que? Pois é, comprar a bateria e voltar a pé pra fazenda, chegando lá de madrugada bem no ápice da bagunça. Deixaram a moça com os caras suspeitos o dia inteiro, voltaram de noite, sem qualquer segurança, pra que exatamente?


E fim, chegamos no desfecho da obra onde tudo dá errado. Os caras procuram pela moça e não a encontram (óbvio né). A comunidade toda some, e os poucos que eles conseguem contato os evitam, ou agem estranho e fogem.


Então eles se dividem, pois isso é o mais sábio a se fazer! Um vai pro carro arruma-lo, e o outro vai procurar pela moça, indo para na igreja no meio do nada, onde é recebido pelo líder da comunidade, carregando uma espingarda e dizendo "Seis num vão atrapaia a gente não".


Mesmo em desvantagem física e mental (pois convenhamos, esses forasteiros são umas antas), o cara com a câmera consegue derrubar o fazendeiro e ainda por cima, consegue empurra-lo no buraco, matando o cara sem o menor remorso.

Então ele faz o que? Pega a Corda e desce o buraco, pois escuta os gritos da moça lá no fundo.


Meu, ele desce no poço sem ter nem ao menos alguém pra puxar a roldana! Aliás, ele mesmo descer nem faz sentido pois, quem que ajudou ele com isso? Mas, consideremos que isso foi algo possível, o cara consegue descer, e lá no fundo, além do corpo todo ferrado do fazendeiro, ele ainda descobre uma velha fazendo um ritual na garota desacordada.


Mas, ele nem nota que tinha um monstro num trono, esperando o show terminar, e apenas interrompe tudo, enfurecendo a criatura.


E é corre pra lá, corre pra cá, criatura sai atrás deles, criatura para de perseguir pois o pé tava preso à correntes, a câmera foca as correntes (MESMO NEM TENDO UMA CÂMERA FILMANDO ELAS) só pra confirmar que o monstro tava preso mesmo...


Aí por um milagre do roteiro, o cara do som chega na igreja e gira a manivela da roldana, puxando a moça primeiro, e depois puxando o cara com a câmera, que acaba ficando em pânico pois a criatura se solta na última hora...


Mas, a criatura não o pega, e eles conseguem sair do poço, até que o monstro lembra que ta num filme muito ruim onde nada faz sentido, e aprende a escalar o poço mesmo, indo em alta velocidade até o topo onde ele simplesmente vai matar geral.


Só que os turistas fogem às pressas, no meio de uma nevasca que surge do nada, e mesmo cientes que tem um monstro atrás deles, eles PARAM DE CORRER PRA RECLAMAR QUE NÃO TÃO VENDO O CAMINHO! PELO AMOR DE DEUS POVO BURRO DO CARAMBA!


Aí o monstro mata um deles (o cara do som se foi), em slow motion (ESSA É A ILUSTRE UTILIZAÇÃO DESSA FUNÇÃO, e a cena ainda é mal feita), e eles correm, e correm, e chegam num celeiro onde o monstro também chega e brinca de esconde esconde.

E no fim, rola jumpscary forçado, o monstro derruba o outro cara e a moça fica em desespero, levantando do nada com um gancho e dizendo "Mamãe, sei que é você, eu to aqui, mata eu não" e num é que era ela mesmo? A mãe dela era o monstro, NOSSA! Mentes explodindo, o filme taca uma dessa sem nem avisa (toma no...) aí, a ameaça é detida com uma ganchada traiçoeira da própria filha, e uma despencada básica num foço do celeiro. E sim, dava pra matar o bicho jogando ele num buraco.


Mas não é o fim, claro que não, ta longe de acabar. O moço tava vivo, apenas com um ferimento leve na cabeça (roteiro), e ele se levanta pra levar a moça embora pra casa, no carro que o falecido cara do som consertou.

E da tudo quase certo, até perceberem que a chave ta no corpo dele, e eles precisavam voltar pra procurar. Mesmo sabendo que o monstro morreu, eles ficam assustados e voltam até o corpo. A ida até ele não rola nada, ninguém vê nada, ta tudo certo e na calmaria... mas na volta... na volta as coisas mudam muito.


Um Sino começa a badalar, cada vez mais rápido, e na maior cara de pau os caras metem um REMIX DE SINO, sério, o sino vai de uma BADALADA pra uma BALADA, num "puts puts" radical, em que TODO MUNDO COMEÇA A SE MATAR.

Os fazendeiros tudo começam a tacar fogo uns nos outros, atirar, esquartejar, esfaquear, enfim, eles fazem uma balada bem hardcore, e isso tudo só na volta dos jovens pro carro depois de pegarem as chaves do recém falecido "amigo" deles (que nem lamentam direito).


No carro, mesmo com os caras tentando atacar eles, até atirando contra o vidro, dá tudo certo e eles escapam. Fim, da participação dos caras que só ferraram tudo ali, e deram no pé.


Mas, não é fim pra fazenda, claro que não.

Passamos então a acompanhar, sem a menor justificativa, a câmera de policiais chegando até o local. Primeiro um policial com uma câmera na roupa dele ao que parece, chega e encontra todo mundo morto, e chama por reforços. Seguindo todo protocolo policial, ele SOZINHO investiga o local onde provavelmente tinha um assassino bastante brutal.


Aí ele escuta um bebê chorando (vi no tiktok que se escutar bebê chorando, de noite, não vá atrás pois pode dar ruim) e ele vai atrás, e dá ruim (num disse). O bebê não era um bebê, era um homão, que faz o policial dar um tiro na própria cabeça (mas a câmera não filma pois, tava pendurada na frente dele).


Pra confirmar que entendemos que o cara tava possesso e conseguia controlar a mente das pessoas pra se matarem, outro policial chega, vê a viatura vazia, vê o cara andando no meio dos corpos, e ao invés de só atirar como medida de contenção, ele dá um tiro na própria cabeça (agora na frente das câmeras do caro pois é claro, precisamos ter certeza né), enquanto o homem só dá uma olhadela.


E ai, o cara entra no carro, começa a dirigir, e troca o rádio da polícia por um rádio normal, ouvindo uma musiquinha enquanto viaja pela estrada, pra... levar os filmes pra algum editor, e lança-lo via streaming pois, só isso pra explicar como tudo isso virou um filme.


Moral da história: Se você vai numa fazenda onde o pessoal num curte tecnologia, num fuça as coisas deles não, se não você liberta um demônio que possui corpos de mães e faz a galera se matar em raves pesadas de mais.

Atividade Paranormal ta diferente... 

Enfim, é isso.

Nem perca seu tempo assistindo... ao que parece nem teve dedo dos envolvidos originais nisso aqui, com o máximo de menção honrosa nos créditos.

E, pretendo ficar no achismo mesmo pois, não vale a pena perder tempo pesquisando sobre isso.

O filme é mais genérico que tudo que já vi até hoje, e nem mesmo contar uma história decente ele consegue. Abusa de conveniências de roteiro, e não sabe onde se focar no enredo. 


Ele parece uma cópia fajuta e misturada de vários bons filmes, não só no gênero found footage, como por exemplo essa ideia de choque cultural entre turistas e residentes, que confesso que lembrou muito "Midssomar". E eu até esperei uma conclusão mais "pé no chão", sem apelar pro sobrenatural.

Confesso que ao longo do filme, eu realmente cogitei a possibilidade do título em si ser apenas um "click bait", que incluiria o filme na franquia, mas ao mesmo tempo nos prepararia pra um tipo de terror muito diferente do que ele ofereceria. Seria uma baita e agradável subversão de expectativa, se ao invés de escancarar o "Paranormal", o filme nos fizesse supor, imaginar, e até esperar por algo do além, quando na verdade a ameaça real seria algo muito mais crível, cruel e verdadeiro, do que bruxaria, possessões e fantasmas.


Seria uma surpresa realmente interessante, se ao invés de mergulhar fundo no conveniente e esperado, eles fizessem algo como o visto em "A Visita". Um desfecho realista, e que poria em destaque não o místico, mas o psicológico.

No entanto o resultado é isso que falei, um monte de ideias mal entrelaçadas e jogadas em tela de qualquer jeito, onde focaram muito mais no "onde chegar" ao invés do "como chegar".

Triste ver tantas ideias desperdiçadas, tipo o esquema dos Drones ou da Câmera Lenta.


Eu me lembro que o pouco que o Atividade Paranormal Dimensão Fantasma tinha de bom, era em sua forma de contar o mesmo, mas com uma nova faceta baseada nas novas tecnologias. "Fantasmas em 3D" era algo realmente curioso, por mais bobo que ficasse no final.

Aqui, poderiam ter usado o Drone pra filmar coisas que nem podemos imaginar em assistir, tipo, coisas bizarras acontecendo no meio da floresta sem ninguém notar, ou aparições de OVNIS (qualé, tavam atirando pra todo lado, por que não isso?!).

Com a Câmera Lenta, daria até pra mostrar em primeira mão uma Aparição em alta definição! Seria muito legal ver um fantasma se aproximando da câmera bem devagar, com ênfase nos detalhes medonhos, e um susto alongado ao invés do tão costumeiro jumpscary. Poxa, seria uma revolução cinematográfica! O medo lento e eterno de algo bizarro se aproximando!


Mas não, ao invés disso temos um drone descobrindo uma igreja e um slow motion de uma pessoa fantasiada tirando ketshup do rosto de uma pessoa caída.

É triste de mais ver onde a criatividade dessa franquia foi parar... e... mais triste ainda ver que mais uma vez, quebrei a cara com a esperança de ver um bom exemplo do gênero.

Por mais que eu já tenha desistido de procurar, torço pra que um dia algo bom surja por aí.

Até lá, só resta ter paciência.

See yah,

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6 Comentários

  1. Fico besta em pensar que eles acharam que esse seria um bom filme... Espero que tenham soterrado essa "franquia" de uma vez por todas.

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    1. Hey Srta Sammy!

      Também to torcendo por isso. Os caras acertaram uma vez, e erraram 7 (contando com a primeira também pois eles erraram em cima dela depois!)

      Nessas horas bate um desanimo em ter escolhido esse estilo de filme como meu favorito =/

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  2. Uma das melhores franquia d filme de terror.

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    1. Infelizmente o terror ta complicado de assistir. Muitas franquias desandam e, acabam sendo empurradas de qualquer jeito com o tempo.

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    2. Sou fã da franquia, assisto desdo primeiro, não vou generalizar um filme , e começar a falar mal , minha opinião, . Sendo que é outro produtor, não é o msm .

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    3. Te entendo. Eu assisti todos também, não só pela franquia em si, mas o gênero é um dos que mais me agrada. Eu lembro que o primeiro filme foi aquele que mais me animou e apavorou, me fazendo crer que eram eventos reais. Chame-me de ingênuo, mas naquela época ao assistir, mediante aos trailers que ocorriam na televisão alegando serem eventos reais, e ao jeito que o filme me foi entregue (um amigo me levou uma versão supostamente vazada antes de sair no cinema), acabou me fazendo realmente acreditar. O final daquela versão era tão cru, intrigante e definitivo, que puxava toda a obra pro realismo e validava todo aquele terror mais lento e baseado em mistério.

      Aquele filme era um terror de verdade, que não precisava espantar com sustos, pois amedrontava só com as ideias jogadas em tela. Era um filme sem "ação", mas perturbador. Isso até sair a versão de cinema, e posteriormente Bluray, onde os finais eram alterados, com resoluções completamente diferentes e, com mais ação. Nesse ponto, o filme me desanimou. E dali em diante, todos os demais por mais que tivessem algum ponto muito interessante e que nos deixava de cabelo em pé, todos buscavam essa mesma "ação" em sua resolução. O que havia dado muito certo, eles ignoraram pra cair numa mesmice que se repetiu ao longo de toda a franquia, apelando até pra jumpscary, gore e claro, aparições monstruosas. Só o fato da moça do primeiro filme ressurgir como fantasma já jogou todo o trabalho de esconder as identidades dos atores do primeiro filme, pro ralo.

      Como longas de terror, eles agradam sim, a franquia inteira. Mas como found footages, e este é o ponto que costumo levar mais em consideração, pois é o que eu busco mais, eles decepcionam muito, a mim, é claro.

      Mas, devo confessar que de tantos founds ruins que já vi, os Atividades Paranormal (exceto este!) são quase perfeitos. O erro deles, é apenas a dependência em "franquiar" e por isso a tendência em prejudicar a imersão do espectador no realismo, realismo este que sempre deve ser a prioridade de qualquer filme Found Footage.

      Aliás, pra que que os caras trocam de produtores!? Nunca deve se mexer em time que ta vencendo... eis um vacilo terrível de hollywood.

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