CríticaMorte: Céu Vermelho-Sangue

Eis um filme de terror que compensa muito assistir.


Na verdade, ele compensa tanto que eu nem gostaria de escrever sobre, pois meu péssimo hábito em spoilar já meio que inviabiliza uma das partes mais interessantes deste longa: A parte do mistério que envolve a protagonista.

Aliás, se quiser ver sem ler antes ou quiser sei lá, ter uma experiência realmente completa... fuja do trailer. Ele estraga o filme pois simplesmente muda seu tom e faz parecer algo bastante idiota e dentro do que já esperamos de filmes genéricos de terror...

Eu farei um esforço, e até onde conseguir falar sem revelar de mais, eu o farei. No entanto repito: Compensa assistir.

Não tem Spoilers.

Boa leitura.

Mano, o que esperar de uma história que mistura Sequestro de Avião com Monstros?! Você no mínimo vai pensar "Ah, muito alegórico pra ser terror", mas pense bem, um dos maiores clássicos de terror em aviões mistura justamente estes dois elementos, e sim, to falando daquele episódio famigerado de Twilight Zone, onde um passageiro de um avião entra em pânico durante o voo, ao ver uma criatura na asa.

Só que, o que "Céu Vermelho-Sangue" usa com maestria nem é o teor fantástico, mas sim o jeito como lida com esse tema, dramaticamente, em uma história repleta de suspense, violência, e brutalidade, só que de um jeito que a gente não espera.


Ele não é um filme sobre monstros matando todo mundo ou causando medo em geral, ele é um filme sobre um monstros salvando pessoas, deles próprios... é muito inesperado tudo isso.

Pior que a história nem se escora nesse elemento pra poder brilhar. Ela não se alimenta de sangue e vísceras, muito menos de jumpscary ou terror forçado. Ela usa e abusa da subversão de expectativa isso sim, e nos faz ficar confusos com o que esperar, ou pra quem torcer na história.


O sequestro do avião é um dos pontos altos do terror, e muito do que o filme oferece está relacionado a ele. Mas, também há o lado absolutamente fantástico onde criaturas macabras surgem e, isso estranhamente se alinha perfeitamente com a trama.

É que, havia todo um ar "Sem Escala" (impossível não fazer comparação com o filme do Liam Neeson) mas a protagonista é ainda mais perigosa do que os próprios sequestradores aqui, e não apenas alguém de quem todo mundo suspeita.


Inclusive, uma das coisas mais interessantes é a luta da protagonista contra sua própria natureza, para resguardar não aos passageiros, mas sim um ente querido (o próprio filho), que calhou de tá no mesmo voo, tudo por conta das histórias de cada um é claro, e nada soa forçado.

Todas as pontas se amarram corretamente, e a única (in)conveniência de roteiro é o surgimento dos sequestradores, no mesmo avião onde a criatura monstruosa da noite está fazendo de tudo pra resistir a tentação de matar geral.


E sim, a trama corre e trabalha contra si mesma, se obrigando a contornar situações inquietantes que não precisavam acontecer, mas ao ocorrerem, apenas colocam os personagens numa bagunça tão grande, que fica difícil antecipar algum desfecho positivo.

O que se espera, a cada passo mais perto da conclusão, é algo trágico, o que de fato acontece.

Bacana que o filme já começa tecnicamente do final, e através da perspectiva completamente apavorada de uma criança sobrevivente, ele já aponta que tudo não vai terminar bem, mas também se desafia a nos convencer de que não será só mais um blockbuster repleto de clichês do gênero pra, tentar empurrar um terrorzinho básico.


Felizmente, ele vence esse desafio, pois o que ele conta é muito mais voltado pro drama e suspense, e seu terror consegue ser daquele que nos deixa apreensivos e temerosos pelos personagens. Tudo é uma bomba prestes a explodir, que a gente sabe que vai detonar, mas torce cada vez mais pra que não ocorra... até que simplesmente acontece de um jeito que corta o coração, profundamente.

Este é um ótimo filme de terror alemão, e a Netflix fez um acerto triunfal, que me fez sentir o mesmo que senti quando assisti "Train to Busan", o primeiro é claro (o segundo é uma vergonha alheia).


Aliás, espero que eles não cometam o erro costumeiro de tentar forçar continuações pois, este não precisa disso. Ele encerra de forma crua, amarga, mas perfeita.

Vale dizer que no meio dele há flashbacks, não pra nos tirar do ambiente claustrofóbico do avião, mas pra nos fazer entender melhor a grande ameaça que todos ali corriam, antes mesmo da ameaça atual começar a rolar (o tal sequestro). E também serve pra nos fazer nos aproximar mais da protagonista e torcer pra que ao menos ela tenha um desfecho digno.


E, antes que me esqueça, ele conta com excelentes efeitos práticos e, uma atuação espetacular da criatura, que quando se transforma, apenas, convence que realmente se transformou... ela se move tão perfeitamente, ela vive o papel... achei simplesmente lindo. Que atriz! Inclusive, a criatura aqui mostrada consegue ser mais crível e real do que muitas versões que já foram mostradas em hollywood.

Cara, eu realmente curti este filme. Por isso vou parar de falar por aqui.

Se quiser ver, eu recomendo... mas evite ver trailers. Eles conseguem mesmo estragar tudo.

See yah.

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2 Comentários

  1. Infelizmente o meu primeiro contato com o filme nao foi esse artigo e sim o bendito trailer, mas confesso q vc me fez ter interesse em assistir. Foi um ótimo artigo.
    Usei o seu computador hj, se puder apague alguns prints que tirei sem intenção. Obrigada!

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    1. Kkkkkkkk. Fica tranquila pra mim o que mais valeu foi ter lido. E ainda por cima se convencido a assistir! Por favor veja e me diga o que achou, se eu errei na recomendação me alerte pois, vai que minha sensibilidade cinematográfica tá equivocada né.

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