ReviewMorte: Astro Boy

Enquanto eu esperava o almoço e separava umas fotos pro artigo do Hyrule Warriors Age of Calamity (que descanse em paz!), acabei ligando no Telecine Fun (deixo a TV ligada pra fazer barulho de fundo e me ajudar a concentrar... Eu sou estranho) e eis que passa Astro Boy.

Nesse artigo vou falar um pouco do filme de 2009, e do mangá de 1952 (na verdade a versão americana de 2002). E pretendo comparar ambos, então... 

Boa leitura.

Eu já havia visto este filme de relance antes mas nunca parei pra me concentrar nele, e por conta da exaustiva situação em que me encontrava, eis que me soou tentador desviar o olhar e redirecionar minha atenção ao filme.

Assistindo, me perguntei inúmeras vezes "Por que ninguém fala desse filme? Parece mó daora... O visual é bonito e... Por que não vejo pedidos de continuação? Eu não sou tão informado assim mas, sei lá... num deveriam ter matérias à respeito". Provavelmente, um monte de gente fala, e deve ter um monte de artigos sobre, mas eu em minha plena ignorância me vi repleto de dúvidas.

Daí, noto que o filme não parece ser lá tão fiel aos quadrinhos de Astro Boy. Nunca li os quadrinhos, mas eu tive de pesquisar pra escrever pro artigo de Megaman (quando inventei de refazer os posts) e... A história tava bem diferente do que eu me lembrava.

Então no final do filme, do nada, de forma corrida e sem nem dar tempo de absorver o encerramento, surge um alienígena com tentáculos e ataca a cidade, já devastada pelo inimigo anterior que mal foi derrotado... Do nada! Um alien gigante invade a parada e o filme termina... Foi ai que entendi.

Entendi porque ninguém fala. O filme deve ser totalmente infiel aos quadrinhos. Quem gosta dos quadrinhos deve ter se sentido repudiado, e quem nem conhece deve ter achado mó esquisito esse desespero repentino no final. Claro que, eu fiquei somente nesse "achismo" e... eu não me dou por satisfeito apenas com isso.

Por essa razão, optei por criar um Review do filme. Sim, aqui irei contar toda a história do filme, transcrevendo ela assim como me recordo... e posteriormente vou tentar compreende-la em paralelo ao universo de Astro Boy. O motivo? Bem, será útil um dia.

Dito isto, bora la falar do filme. Aliás, depois vou falar do mangá pois tomei vergonha e li pelo menos o começo.

Astro Boy


A história começa com um garoto chamado Toby, estudando na escola. O período é avançadíssimo, e as máquinas são justamente o tema da aula, com isso sendo introduzido não só para os alunos, mas pra quem assiste.

Era um mundo onde robôs existiam aos montes, e eram tão comuns, que eram praticamente descartáveis, usados e jogados fora como se fosse algo totalmente corriqueiro.

A cada novo modelo, a cada nova criação, os antigos eram substituídos e jogados num lixão. Não só isso, qualquer máquina era desprezada como mero objeto.

A situação tava tão avançada, que a sociedade (por assim dizer) vivia em uma cidade voadora, enquanto os descartes eram todos despejados na superfície do planeta.

Mas ai retornamos ao Toby, em um teste surpresa sobre o que acabou de ver. Ele gabarita sem levar nem um minuto de prova, e sai correndo, pra se encontrar com seu pai.

Ele era filho de Temna, um gênio da robótica, e assim como ele era inteligente pra caramba e se destacava em tudo relacionado a robótica.

Porém, apesar de animado com o compromisso com seu pai, ele se depara com o carro vazio, guiado apenas por seu robô mordomo. Seu pai se projeta por holograma e conversa com ele, dizendo que não poderia sair com ele pois uma máquina em que vinha trabalhando estava prestes a ser inaugurada.

É ai que o breve desânimo de Toby dá lugar à empolgação. A máquina era algo que ele também queria ver. O Esmagador, um robô militar avançado que o próprio Presidente da cidade mandou construir.

Mas, ele não recebe autorização de seu pai pra ir assistir a apresentação da máquina, que após negar, desliga o holograma.

Isso não impede Toby, que rapidamente hackeia o robô mordomo e o guia até o local da apresentação.

Lá, ele se encontra com seu pai, e quase consegue assistir de camarote (apesar da recusa inicial). Seu pai não queria deixar, mas o Presidente gosta do entusiasmo do jovem e convida ele, até que Toby diz algo que o incomoda, e faz ele mudar de ideia, expulsando o garoto bruscamente.

Enquanto Temna e seu colega, Dr. Elefun, preparam e explicam o grande robô e sua fonte de energia, o jovem Toby dá um jeito de "escapar" e invadir a inauguração pela porta dos fundos... por assim dizer.

Temna criou a máquina, aparentemente (na verdade isso não é muito explicado mas, como ele era o cara da robótica, é o que dá a entender), enquanto Dr. Elefun criou a Fonte de Energia. O real fruto das pesquisas, era uma Energia derivada do espaço que, quando trabalhada pelos cientistas, produziu 2 esferas: Uma Vermelha, e uma Azul.

Na verdade, eles explicam que a Azul era o objetivo desde sempre, uma forma de energia limpa, e poderosa, além de pura. Mas, ao refina-la, os resíduos deixados geraram a segunda forma de energia, Vermelha, corrompida, ruim, maligna e instável.

Pra variar, ambas não podiam ser recombinadas, caso contrário gerariam uma explosão enorme e ambas seriam destruídas. Por essa razão... eles deixaram as duas suspensas lado a lado mesmo.

O Presidente, visando as eleições e acreditando que iniciar uma guerra com o povo da superfície (pois é, tinha gente vivendo no lixão) era algo que os eleitores queriam, decide por conta própria forçar os cientistas a energizarem o robô, com a Esfera Vermelha. Como ninguém aceita fazer tamanha estupidez, ele mesmo faz.

Então, o robô destruidor e preparado pra guerra, é ligado com uma energia instável e violenta. Isso faz ele ser bem sucedido nos testes da apresentação, atirando em tudo e até absorvendo outros robôs, acoplando em si suas habilidades e utilizando elas contra os demais. É tudo muito bom, até ele se voltar contra a plateia.

Nesse mundo, os robôs eram obrigados a seguir as leis da robótica, e não podiam ferir humanos de forma alguma. No entanto, pela energia Vermelha, o robô tinha sido isento dessa regra, e livre pra matar geral.

Por segurança, eles trancam a zona de testes, porém... Toby estava do outro lado, dentro dela, perto do robô.

O garoto entra em desespero e corre até a parede de vidro, pedindo pra seu pai abri-la... do lado do robô assassino é claro. Então, o robô cria uma explosão de energia pra romper o vidro... que mata o garoto deixando só seu boné.

No desespero, o cientista Elefun consegue extrair a energia dele e desativa-lo... evitando maiores baixas. Mas, Temna entra choque.

Um tempo depois, ele aparece desmontando foguetes e copiando o DNA de um fio de cabelo de seu filho, presente no boné. 

Através do foguete, ele cria um corpo artificial à imagem de seu filho. E com o DNA, ele faz um backup das memórias da criança, inserindo elas no robô.

Ele replica seu filho, e pra energiza-lo, usa a Esfera Azul.

O projeto dá certo, o robô acorda (depois de suspense) e age como Toby. Ele reconhece seu pai e o abraça, e reconhece Elefun também.

Com isso, Temna leva ele pra casa e o isola. Ele passa a cuidar de seu filho de perto pra viver o tempo perdido com ele. No entanto, não demora até ele perceber que o robô era ligeiramente diferente de seu filho, com uma consciência e ideias parecidas, mas interesses diferentes dos que ele se lembrava.

Temna passa a rejeita-lo, alegando que, achou que ter uma cópia de seu filho o ajudaria no luto, mas na verdade só estava lembrando mais e mais da perda que teve, e isso era doloroso.

Enquanto Toby robô descobre acidentalmente que tem habilidades de voo, seu pai discute com Elefun sobre a desativação da máquina.

Ele acaba chegando entusiasmado pra contar pro seu pai sobre suas novas habilidades, e pega ambos no flagra, descobrindo que era um robô, e pra piorar, sendo rejeitado por seu pai.

Sem saber seu lugar no mundo, Toby foge de casa... mas no caminho acaba sendo percebido pelo governo e o Presidente decide confiscar a Energia Azul que identifica nele, mandando seu exército ataca-lo.

No longo embate, ele chega até a salvar alguns soldados, mas no fim é alvejado por uma das grandes máquinas militares e, é jogado pra fora da cidade.

O prefeito declara um tipo de lei marcial até o pequeno robô ser recuperado, e paralelo a isso, Toby vai direto pro lixão.

Lá, ele acorda cercado de robôs sedentos por energia, mas bastante receptivos. Assustado ele tenta escapar, até encontrar um cachorro mecânico chamado "Lata de Lixo" (Trashcan), que o distrai até ele cair numa armadilha para robôs, criada por algumas crianças Caçadoras de Robôs.

Quando elas o encontram, percebem que é só um menino, e praticamente o recrutam, até que ele é "salvo" por um trio de robôs malucos obcecados por uma "Robolução".

Os três dizem que querem acabar com a raça de um determinado cara, mas que por não poderem burlar as leis da robótica, usariam como arma uma pena e a punição seria cócegas. Isso nem é lá tão importante, é um alivio cômico divertido até, mas a parte que importa é o alvo deles, um Mecânico chamado Hamegg.

Esses três dizem que ele queria escravizar as máquinas, e chegam a renomear Toby para "Astro", como um de seus mais novos recrutas. Porém, o garoto é resgatado pelas crianças que convenientemente, eram protegidas de Hamegg.

Ainda acreditando que ele era uma criança humana, eles perguntam seu nome, que passa a se apresentar como Astro. E todos vão pra casa de Hamegg.

Lá, eles passam um tempo felizes, com Astro buscando agradar seus amigos enquanto esconde que é um robô. Eles até caçam por robôs juntos, para Hamegg consertar. Inclusive, o mecânico parecia uma ótima pessoa, que gostava de robôs e de remontá-los.

Foi pensando nisso, que Astro se animou em ajuda-lo. E, ao ver um robô antigo e gigante que ele chama de Zog, ele faz tudo para reativa-lo e leva-lo ao Mecânico. Pra isso, ele compartilha um pouco de sua Energia Azul, fazendo o grande robô acordar.

Isso funciona, e agrada muito o mecânico. Porém, Astro descobre que as melhores máquinas encontradas por eles eram levadas pra um Torneio de Robôs onde eles lutavam até a morte.

Zog seria o campeão, isso se Hamegg não atacasse Astro com uma máquina de choque, e o revelasse como um robô também, surpreendendo todas as crianças, com quem Astro já havia criado um forte laço, como Cora por exemplo.

Cora era uma garota da cidade voadora (Metrocity), mas que de alguma forma foi parar no lixão. Ninguém sabia de seu segredo, só Astro, que ela passou a confiar. E aí, do nada, ele aparece como um robô. Foi um choque pra mocinha.

Forçado a lutar, Astro se recusa... de início. Não demora até ele começar a massacrar as máquinas sem dó nem piedade, até que Zog aparece.

Se negando a ferir seu "amigo", Astro é igualmente poupado pelo robozão, que independente da programação ou ordens humanas, apenas faz o que deseja.

Isso não agrada nem um pouco o Mecânico, que os ataca, até enfurecer o robozão e quase ser esmagado. É bacana, pois o robô responde quando o mecânico fala que ele não podia ferir humanos pelas leis da robótica, com um "Eu sou da velha guarda".

Mas na verdade, a Luz Azul permitia que ele burlasse as leis e tivesse livre arbítrio. Não só isso, ela dava uma capacidade cognitiva alta pras máquinas energizadas com ela. Por isso, tanto Zog quanto Astro eram conscientes e inteligentes.

Assim, ao mesmo tempo que o robô grandão ataca o humano, o pequeno o defende, convencendo Zog que feri-lo não era o certo.

Sem demora alguma, uma nave do governo invade a arena (passando pela barreira de energia que impedia a fuga dos robôs como se não fosse nada) e confisca Astro, por ter a Energia Azul.

O jovem robô aceita voltar com o Presidente e seus capangas, pra evitar transtornos pra Superfície, mas principalmente, por entrar em depressão afinal, ele havia sido rejeitado pelos seus novos amigos humanos e usado como gladiador numa arena.

Temna em pessoa vai até Astro, ao lado de Elefun, pra extrair a Energia Azul e devolvê-la ao Presidente, pra que este permanecesse com os planos de energizar o robô de Guerra dele.

Depois de um drama básico, Temna muda de ideia, e devolve o coração de energia pra Astro, enquanto Elefun o ajuda a distrair os vilões. Assim, Astro é incentivado a fugir e sai voando.

Mas, independente de Astro fugir, o Presidente opta por, novamente, energizar o Robô de guerra dele com a Esfera Vermelha malvadona. Consequência: O Robô usa seu poder de absorção pra aniquilar tudo, e até mesmo absorve o Presidente, adquirindo sua personalidade e obsessão por Astro.

Daí o robô do mal começa a crescer, absorvendo tudo o que tem por perto e virando uma máquina destrutiva monstruosa, que inclusive começa a derrubar a Cidade Voadora.

Nesse meio tempo, Astro acaba decidindo voltar pra salvar a cidade, e começa a enfrentar o monstrão. Quando o mesmo tenta absorvê-lo, e ambos são repelidos pra lados opostos.

Temna acaba correndo até ele, e numa conversa com Astro, acaba se abrindo pra ele, e o trata como filho. Além disso, ele acaba revelando que a Energia Azul e Vermelha não podem se misturar, caso contrário ambas se destruiriam.

Enquanto isso os amigos de Astro, os humanos, haviam conseguido um carro voador e estavam perambulando pela cidade tentando ajudar.

Bem, no fim, Astro voa até o peito do robô gigante malvado e explode junto com ele.

Depois, com a cidade voadora agora no solo, todos lamentam a morte do robô herói, que convenientemente tem seu corpo inteiro e sem qualquer ferimento encontrado.

Pra variar, o robô maligno diminui pro tamanho original, e tudo que ele absorveu (menos Tobi) voltam ao normal, incluindo o Presidente, que é preso.

Rola então um chororo, e o Zog aparece, com um pouco de energia azul pra compartilhar com Astro, que o faz ressuscitar.

E aí, Astro se levanta, se reconcilia com seu criador, e é ovacionado pela cidade.

A amiga dele, só pra variar, encontra os pais no meio da multidão, e todo mundo termina feliz.

Até que, segundos depois, um alienígena com tentáculos começa a atacar a cidade, e Astro diz "Deixa comigo, eu sou incrível" e sai voando pra lutar com a nova ameaça.

Assim acaba o filme.

O Mangá

Pois é, pois é. Com um final estranho desses eu pensei "Cara, que história boba".

Então decidi pegar o mangá pra ler, e ver como era a história original.

Detalhe, Astro Boy é um trabalho criado por Ozamu Tezuka em 1952. Com o passar dos tempos ele foi adaptado várias vezes, e até recebeu versões em anime. A versão que eu li pelo que entendi é uma adaptação relançada pela Dark Horse da versão original japonesa, em 2002. Por isso que ela tem leitura ocidental (eu estranhei isso).

Dentre tantas adaptações, este filme de 2009 foi praticamente uma releitura e tentativa de reinventar a série, pois ele mudou muita coisa.

Eu optei por ler a versão relançada do mangá, e pior que nem precisei ir muito longe pra notar as muitas diferenças. Ainda no primeiro Capítulo com somente 32 páginas (22, pois tem introdução em texto do autor, e o mangá mesmo começa na página 10), ele mostra a origem de Astro Boy, os poderes, o mundo em que ele foi criado, e já apresenta praticamente todos os personagens que afetarão seu destino.

E tudo isso é diferente.

Primeiro, partindo de como o mundo era. O mangá conta de forma exemplar como o mundo robótico cresceu, expandiu, e evoluiu. É explicado que, no início, as máquinas eram grandes e nada parecidas com seres humanos...

Mas, conforme o tempo foi passando, cientistas foram aprimorando elas, primeiro com microcomputadores, depois com designs mais econômicos e ergonômicos, depois com peles sintéticas, até que chegaram ao ponto de criarem vários robôs com aparência humana mesmo, e não só isso, eles também tinham habilidades e capacidades mais humanas, pensando, simulando emoções... a coisa tava avançadíssima.

Lembrando que a história foi bolada em 1952, mas já previa uma tremenda evolução das máquinas. O próprio autor da obra se inclui nela, explicando as coisas. Poxa, de fato com o passar do tempo, a ciência fez das grandes máquinas cada vez mais portáteis e inteligentes, e podemos não ter chegado numa era de Robôs Humanos perambulando por ai, e até indo pra escolas... mas temos Celulares!!!

Enfim, as "Leis da Robótica" criadas pra manter os robôs em ordem se parecem em muito com as 3 leis de Isaac Asimov, mas não se limitam a apenas 3. Na verdade, o autor explica muitas leis foram criadas para lidar com a evolução das máquinas, e mantê-las em ordem, bem mais que apenas 3, e elas não eram uma regra implantada em seus circuitos com inibidores e afins. Eram apenas regras para que pudessem viver em sociedade.

Meio inocente crer que robôs seguiriam a legislação de forma consciente, quando os próprios humanos nem sempre seguem, mas nesse caso essas "leis" não foram condicionadas aos robôs de forma interna, não era algo implantado em seus circuitos, eles apenas seguiam usando suas IAs.

Enfim, a parte em que Astro Boy nasce também é drasticamente diferente.

Enquanto se chamava Tobio, ele era um jovem rapaz que morre num acidente de carro (ele mesmo dirigia!)

O pai dele, Temna, era Ministro da Ciência e simplesmente pirou quando recebeu a noticia. Como medida, o cara optou por usar a tecnologia da época pra criar um robô à imagem de seu filho, desviando a verba do ministério pra esse projeto egoísta, e fazendo seus funcionários trabalharem por ele.

No fim, ele replicou seu filho como robô, e passou a educa-lo pessoalmente pra se comportar como Tobio.

O robô, assim como todos os outros, era capaz de se adaptar, e de uma criatura sem emoções e bastante mecânica e travada, ele foi se tornando cada vez mais parecido com um garoto humano, brincando, sorrindo, e adquirindo mais e mais características humanas.

No entanto, Temna tava tão maluco que um dia passou a notar uma falha enorme em seu "filho" e pirou ainda mais com o fato dele, como um robô, ser incapaz de Crescer.

Isso foi o estopim pra ele rejeita-lo, maltrata-lo, e abusar do robô, que depois de tanto tempo já havia adquirido um comportamento humano e infantil, acreditando inclusive que era uma criança, o próprio Tobio.

Mas, não demorou até Temna querer se livrar dele pra sempre, e simplesmente o vendeu pra um circo, pra um cara bigodudo (eis o Hamegg). Legal que esse cara deixa claro que naqueles tempos (meados dos anos 2000) máquinas com aspectos humanos já tinham se tornado obsoletas, e as pessoas não os queriam mais, isso era comum.

O maior medo era que os robôs buscassem direitos próprios, uma vez que estavam evoluindo muito. Por isso, as máquinas mais recentes passaram a ser mais mecânicas e menos parecidas com seres humanos.

Enfim, Tobio, no circo, foi renomeado pra "Astro", e virou apenas uma atração, como o Robô Jovem Mais Forte. 

Mas, felizmente, não demorou até o Dr. Ochanomizu (Elefun) aparecer, ver ele numa apresentação, e decidir compra-lo, pra adota-lo, e fazer dele como seu filho, livre da escravidão robótica.

O Dr. o incentivou a se desenvolver, aprimorou ele pra se defender, e Astro aprendeu a Voar, Atirar, soube como usar e abusar de sua superforça, e foi orientado a discernir entre bem e mal.

Astro foi transformado em seu protegido, e seu protetor. Um herói em corpo de menino.

Astro Boy!

Caras, isso tudo é só no primeiro Volume! E só nisso, a história consegue ser melhor, maior e até mais madura que a versão "reinventada". 

Temna é um vilão, Elefun é o verdadeiro guardião de Astro, Astro virou herói ainda tendo mentalidade de robô, sem jamais ter recebido "memórias implantadas". Os robôs tinham tanta capacidade de evoluir quanto humanos!

Tudo na história original era bem mais interessante. Aliás, pelo que vi, as histórias de Astro variam entre missões heroicas e políticas, com uma pegada social inclusive, sempre trazendo a tona a discussão sobre os Robôs e seus direitos.

Com isso, chego a conclusão que, o filme é uma tremenda porcaria.

E... agora entendo ainda mais o quanto MegaMan se inspirou nessa obra.

Enfim, é isso.

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40 Comentários

  1. A única coisa que me lembro desse filme foi a dublagem do Rodrigo Faro tentando se passar por uma criança...

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    1. Mas hein kkkk. Desvantagem de nunca saber quem dubla: Num descubro uma curiosidade dessas. Agora tudo faz sentido.

      Fui pesquisar pra comparar as vozes... eis que vejo uma matéria no R7 onde o cara fala umas asneiras loucas manooo. Aos 1:40 começa a sinopse mais pavorosa que já vi de um filme! "Astroboy que é meninoandroide, também vive um dilema: A vontade de ser gente. Em sua aventura, Astroboy vem parar no planeta terra, onde resolve se passar por humano, e se junta a um grupo de crianças de rua." Ta errado? Num ta... mas ta.

      O pior é que eu curti a voz dele...

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  2. Acho que até o filme Inteligência Artificial (aquele com o menininho do Sexto Sentido), consegue ser uma reeleitura melhor de Astro Boy, mesmo nem sendo reeleitura ou homenagem. Deve ser coincidência. Ou não. '-'

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    1. Pois é. De fato depois que vi como a história é, notei uma penca de semelhanças com várias obras de ficção cientifica robótica... o principal foi justamente IA.

      Num creio que é coincidência não hein... astroboy parece ter influenciado coisa pra caramba.

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  3. Quadrinhos, quadrinhos, quadrinho... quem ve pensa que é um bang original da terra do tio sam, sendo que o Manga e o Anime original são uma das obras mais importantes da cultura pop japonesa, e olha que nunca vi nada do (verdadeiro kk) megaman original pra ja saber disso.

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    1. A influência foi tremenda. Aliás, quando acabei falando alto o nome do criador de AstroBoy, meu colega no trabalho mencionou que ele também fez vários outros mangás famosos ,dentre eles Dororo.

      O cara parece genial.

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    2. O que quis dizer foi, que vc repetiu varias vezes a palavra "quadrinhos" na hora de se referir ao bang, e isso pra um leigo da uma ideia errada, e pra um conhecedor, ainda mais otaku que é chato pra caralho, ai é de ranger os dentes. E tem tambem pessoas como eu, que quer sempre ver tudo certinho, mas ai é outra historia...

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    3. Ah entendi. No caso, preferi chamar de quadrinhos pra evitar usar "mangá" o tempo todo.

      Na lógica não é errado usar esse termo. "Mangá" é uma palavra pra se referir justamente aos "Quadrinhos" japoneses. Assim como "Manhwa" para os quadrinhos Coreanos. Igualmente, "Gibi" serve pros quadrinhos brasileiros...

      Mas, repito que só falei mesmo pra evitar falar mangá o tempo todo...

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    4. Pior que sei la, quando falo "desenho" ou eu lembro das artes toscas que faço, ou de desenho animado. Mas o termo é correto sim... apesar de que nessas histórias o diferencial está na combinação de falas e arte visual. Desenho é meio que uma parte da obra, que ainda precisa dos balões e onomatopeias.

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    5. "ou eu lembro das artes toscas que faço" carai...

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    6. Só disse verdades, drama a parte.

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  4. Eu gostava desse desenho quando eu tinha 8 anos, eu ficava assistindo e re-assistindo, eu achava mó épico kkkkk.


    Pelo menos, eu nunca lembrei que tinha esse final maluco, e que maluco, os caras já se prepararam para uma continuação pois achavam que o filme iria bem que nem o mangá...mas ai os caras tem a surpresa de que o negócio deu menos grana do que eles investiram, não tendo continuação e...ainda bem né!?










    Legal ver o Mega man preto e branco.

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    1. Pior que eu já devo ter visto a animação também, mas num lembro nada. Aqui no Brasil o desenho veio com outro nome, acho que é "Menino Biônico"...

      Em todo caso, ainda bem que não continuaram. O projeto é legal, mas mudaram muito a obra original, ao ponto de ficar inventivo de mais.

      Nessas horas a gente nota o quanto as obras se copiam kk. MegaMan é tão copista, que até sua maior habilidade é copiar.

      Eu tenho medo de ler o resto do mangá e descobrir o futuro de MegaManX.

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    2. Sinceramante o senhor dono do site, nem é tão surpreendente assim quando se é um pouco informado e pensa um pouco, pois a ideia original pro Megaman 1, la de 87, era ser um jogo do Astroboy mesmo feito pela Capcom, mas o role deu errado, e nessa parte não sei se por questão direitos ou algo do tipo, mas deu errado. Só que aproveitaram o projeto, fizeram certas mudanças pra dar identidade e deu no que deu.

      E é bem normal da Capcom sempre pegar referencias de outras obras, principalmente americanas, pra fazer as coisas. Ja tem outras coisas que me surpreendo mais (pois pouca gente nota) como praticamentos TODOS os Final Fantasys copiaram a base do Star Wars o maximo que pode (no quesito historia), resistencia vs imperio do mal, rebeldes vs imperio do mal, só no X mesmo que tiveram uma ideia mais diferente, até pq mudou a equipe, mas logo em seguida no XII foi o que mais usou isso na cara dura, com direito até Han Solo e Millenium Falcon proprios. O que seria do senhor Sakaguchi se não tivesse existido o George Lucas...

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    3. Yep, política do nada se cria, tudo se copia.

      Felizmente, as vezes as cópias ficam legais, tanto quanto os originais. As vezes até mais...

      Todo Mundo em Pânico é um filme melhor que os Pânicos originais, change my mind.

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    4. Nunca vi o panico original e nunca verei, esses terrorzao trashera não é pra mim, só uns sexta feira 13 da vida mas só alguns.

      E "panico original" de cu é rola, panicão que conheço é o finado panico na tv/band, que foi um dos seu programas favoritos (o seu favorito diga se de passagem), e nem adianta fingir que não.

      Todo mundo em panico sou só fã do 1 e do 2, pois alem da Cindy ainda estar de cabelo preto (!), depois que os irmaos Wayans sairam não foi mais a mesma coisa. E é no 1 que tem o "EAEEEEEEEEE", e no 2 a cena da bola de basquete(!?).

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    5. Citou ótimas partes dos filmes. Mas, eu acho o 4° o mais engraçado, pois as referências dele são certeiras, e ele é hilário.

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    6. Kkkkk pra ver o quanto falar do panicão envergonha a pessoa, que a pessoa faz de conta que nem leu HAHAHAHA

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    7. Tiveram poucos artigos que apaguei do blog, o que revelo essa informação foi um deles. Então, sim, sinto vergonha desses tempos.

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    8. Carai....to entendendo merda nenhuma mas eu ri nesse último comentário...

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    9. Que nada, já to acostumado kkkk.

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    10. Pior que to ligado kkk. Calhou de justamente em seu comentário a brisa nascer. Basta estar proximo que o caos se inicia heh.

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  5. Astro boy... Já tinha ouvido falar sobre... acho que conheci por causa do material referente a megaman... porém nunca me aprofundei na obra... a história do filme... acho que foi só pra soltar algo novo pra mídia e não ficar com o personagem engavetado...

    Mas o mangá... eu gosto muito do traço de Ozamu Tezuka.. apesar de não ter um traço realista e bem infantil... acho bacana demais o traço dele... inclusive, tem uma obra que ele publicou que eu li, que se chama Dororo... tem anime também (3 versões na verdade... e tem um jogo para playstation 2)...

    O mangá até parece mais interessante, acho que vou dar uma lida pra ver até onde vou kkk

    Clone Hero né Sr. shady? cheguei atrasado uns minutos...

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    1. Eu tava na mesma situação até que fiquei curioso pra caramba quanto as inspirações de MegaMan. Acabou que eu assisti o filme bem perto do "remake" do artigo de MegaManX, e achei legal falar dele.

      Dororo!!!! Ta ai um anime que eu amei! Vi a adaptação mais recente, que tem 24 episódios se não me engano, e sério, que história legal meu. Eu devia ter feito artigo sobre pois é um dos animes que sempre recomendo quando me perguntam sobre algo bom pra assistir. Eu só não escrevi na época, pois pensei em jogar (e peguei o jogo inclusive) e fazer uma hiper analise comparativa de jogo e anime. Seria a primeira vez se não me engano que eu daria igual importância no artigo pra um Jogo, Anime e Mangá, superando a análise que fiz de Gantz a muito tempo.

      Mas, o projeto acabou indo pra geladeira pois eu tinha outras ideias em paralelo... mas um dia vou fazer ela. Eu até curti o jogo mano, e apesar de não ter visto os filmes (se não me engano tem adaptação live action desse conto né?) eu pretendo ver também. Depois de MGS3 já sei bem o que fazer kkk.

      Leia, compensa. A versão adaptada é muito decente.

      Bem, eu joguei com meus irmãos pra espairecer. Ontem era meu aniversário e geral ficou no meu quarto então, tive que bolar formas de nos divertir.

      Nem grila, eu vou planejar horários pras lives, no futuro... kk.

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    2. Caraí Brother, Shady fez 30 anos ontem...



      Melhor parar de contar a partir de agora, depois tu tem 50 e nem nota Kkk.

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    3. Se eu parar de contar, eu vou me perder a idade kkk. Mas é uma boa dica de toda forma.

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    4. Uma coisa que eu consumo com frequência é mangá... todo dia tô lendo algo referente a One Piece, Hajime no Ippo, algum mangá novo que eu não tinha lido ainda, ou relendo um :p

      Dororo... eu acompanhei quando tava lançando o anime mais atual e talz... eu gostei bastante até, anime não é algo que eu acompanho tanto hoje em dia, mas dei uma chance porque já curtia conteúdos a respeito... Inclusive eu fiz 100% do jogo justamente nessa epoca também, deu saudades e fui terminar ele de novo... Gostei bastante, gosto de jogos naquele estilo.

      Recomendo então que dê uma olhada nessa idéia de novo e traga ela pra cá kkk

      Gantz... ontem mesmo eu tava lembrando de como os vampiros apareceram do nada no mangá e não tiveram quase relevância alguma kkk

      Gostei muito da pegada da história (apesar da primeira vez que li eu parei um pouco antes da segunda missão porque não gostei do estilo de desenho e a história era lenta... mas depois comecei a curtir e fui até o final), uma pena que deu uma desandada com o tempo... mas acho que toda série de mangás/filmes/animes/jogos tem seus momentos ruins também...

      Pior que eu tava de bobeira em casa nas horas que você jogou mas sempre que eu ia no twitch você tinha postado a uns 15/20 minutos kkk fiquei bolado :-s queria marcar presença kkk

      Poxa mano, meus parabéns então (mesmo atrasados), Tudo de bom aí pra tu, que venham muitos seguidores pro blog, muito jogo pra jogar, muito filme, série, filme e animes pra assistir, muita coisa boa pra gente consumir kkkk

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    5. Falando em Anime, acabei de terminar a primeira temporada de um que meu irmão queria muito que eu visse. Vou fazer um artigo amanhã.

      Saca, eu curtia muito Gantz, mas não escondo o quanto me decepcionei com todos os desfechos. Foi uma ideia muito mal aproveitada =/

      Bem, não se preocupe sr Sam (se mudou o nick ou é impressão minha?) eu trarei isso pro blog sim, ainda mais agora que sei que alguém pode curtir muito.

      Eu ainda não tenho horários pra Twitch. To montando cronogramas e fazendo testes. Tentando criar o hábito de tudo que eu jogar eu transmitir lá... mas com o tempo vou pegando o jeito então, nem grila, já fico feliz em saber que ao menos o sr ta notando kkk.

      Obrigado! Meu sonho maior é ver o blog crescendo!

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    6. Melhor mesmo se o nick do Samurai fosse "Tio Sam".



      Ai seria do baum kkk.

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    7. Gantz foi uma série que eu acompanhei e fiquei vidrado... acho que o que me fez querer conhecer ele foi uma página que vi uma galera dentro da jaula cantando a abertura de One Piece... aí fui acompanhar pra encontrar aquela cena... (basicamente fica no último arco já kkkk).

      E eu realmente curti bastante a série, principalmente depois que surgiu o Kaze Danzaemon (que inclusive tive um personagem monge em um rpg totalmente inspirado nele... saudades sucessos criticos em sequência...)

      De vez em quando dou uma mudada no Nick kkk
      Mas já tive tanto apelido que já nem sei mais como botar... Sams, Sam, Samurai, Ninja, Sr. espadachim, Kiriyama e assim vai...

      Sr. Shady, eu baixei o Clone Hero aqui também mas nem sei como colocar as musicas kkk me dá um help u.u

      No momento vou acompanhar vendo os vídeos atrasados, mas um dia consigo acompanhar na hora 8-)


      Sr. Wilson... Tio Sam? kkk lascou vici kkkk

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    8. Sei que parte é essa. Aliás o último arco foi uma tristeza...

      Bem sr Siegmeyer, ainda vos conheço assim. Mas, bom saber que tem vários nicks. Se um dia mudar repentinamente, tentarei me recordar (difícil kk).

      Pior que eu também não manjo muito de como por musicas, tanto que dependo do meu irmão pra atualizar (ele inclusive mudou tudo na última vez, eu tava com a versão antiga, ai ele botou uma nova.

      Sei que dentro do diretorio do jogo tem uma pasta chamada "Songs", é dentro dela que você joga as musicas que faz download em sites pela internet... acho que é só pesquisar "Musicas para Clone Hero" que aparece um monte. Ai baixa, bota dentro da pasta, e depois dentro do jogo colocar a opção "Rastrear Som", ou algo assim.

      O que observei foi isso rs.

      Hoje vou voltar a jogar MGS.

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    9. Infelizmente tenho que concordar com o comentário sobre a série @-)

      Siegmeyer of catarina 8-) mas tem bem mais apelidos kkk é que os outros são mais de nichos :>)

      Mas você me guiou e consegui botar as músicas já 8-)
      Agora vi que a jogabilidade é como a das guitarras... Uma tecla de palheta e segurar a nota, eu até manjo de jogar assim, mas meus parças vão precisar reaprender...

      Vou acompanhar um dia conforme eu consiga ficar em casa @-) mas um dia dá certo kk

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    10. Ajudei de alguma forma hehe. Ótimo!!!

      Cara, The Fear foi difícil... agora já to na parte que desconheço do jogo.

      No dia que tu pegar uma live em andamento, eu faço questão de te responder (nem que seja depois kkk).

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  6. A adaptação americana foi esse longa em cg,a série de 2002 é um remake japonês que chegou aqui pela maldita 4kids,lembro de aguentar o programa da Angélica na época pra assistir a animação acima da média que era astroboy,o Tezuka era gênio demais,mas por conta da treta com a Disney e o calote que levou na época do rei leão ficou muito escaldado com o ocidente, imagino se ele tivesse assistido esse longa...

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    1. Por incrível que pareça assisti e detestei esse longa a ponto de esquecer tudo,ao ler seu artigo a raiva foi voltando aos poucos em mim,não pelo seu texto,mas pelo péssimo filme, americano pensa que precisa mudar o que tá bom pra "deixar uma marca" no fim das contas desnecessária, se possível, assista o remake em anime, não vai se arrepender,a base do mangá já tens.
      E que venham mais textos,sr.

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    2. Então o que meu colega mencionou sobre a obra dele ter sido originária de Rei Leão é real? Esse cara parece um baita gênio mano. Sempre fiquei com o pé atrás quando falavam que Kimba era a base do filme da Disney, pois soava muita canalhice por parte deles... mas agora sabendo quem criou a história, vei, tadinho dele.

      Cara foi plagiado de tudo quanto é jeito.

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    3. Uma pena que estragaram tanto a ideia com esse filme. Podia ter sido bem legal, pois pelo menos na arte ficou bem bacana.

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