SérieMorte: Sweet Tooth

Ah que coisa mais fofa! Uma série de Drama, com um tiquinho de ação, um pouquinho de terror (mais puxado pro psicológico mesmo), uma pitada de apocalipse (época de pandemia né, é o novo zumbi), e uma carga enorme de fofura extrema com essa criatura chamada Gus. Meu deus que personagem fofo!

Farei o possível pra segurar a barra daqui em diante, mas que conste nos altos que, o personagem principal dessa série nova da Netflix é muito carismático.

Boa leitura.

Sweet Tooth (Bico Doce) é uma série curta com 8 episódios de 40 a 50 minutos cada. No entanto, é daquelas séries que não se concluí na primeira temporada e faz você torcer pra não ser cancelada pois, precisa ser concluída! Ela deve ser concluída!

Eu nunca li os quadrinhos que ela adapta, mas um colega meu do trabalho, que tem todas as edições, me falou que pelo que parece, adiantaram muitas coisas. Nas palavras dele: "Pelo jeito já estão no 4° volume". Isso significaria que em duas ou até três temporadas já da pra concluir a história inteira, e pelo que este mesmo colega disse, ela já foi encerrada (ele até me deu um spoiler).

Mas, o que compensa falar é que, vale muito a pena acompanhar essa versão em streaming. 

A forma como tudo é contado é sutil, agradável e repleta de momentos contemplativos, que inclusive me lembraram em muito o filme "Amor e Monstros". É exatamente a mesma pegada.

É uma história que te prende em todos os momentos, e por mais que seja simples, ela surpreende e não é nem um pouco previsível.

O mais bacana é que apesar de ter um protagonista que já adiantei o quanto achei o máximo, há vários outros personagens igualmente interessantes, sendo apresentados em cenários bem diferentes, que no fim acabam se conectando de forma muito coesa.

Todos são legais de se acompanhar, e no ambiente em que se encontram, não da pra antecipar seus destinos. A parte que entra o "terror" é justamente essa. Nada na história é "fofo" como tudo acaba parecendo. A temática é bem pesada, e há situações bem tensas que intrigam e chegam até a incomodar, não pelo que ocorre, mas pelo que pode ocorrer.

Enquanto na perspectiva do protagonista inocente, tudo sempre soa mais leve, a realidade é evidentemente conflitante e cruel quando mostrada pelos demais personagens.

Mesmo que nem tudo seja de fato mostrado, ou acompanhado, a mera sugestão já basta pra nos chocar o suficiente. Isso acontece o tempo inteiro, desde o primeiro episódio.

Em resumo, o mundo se viu em uma pandemia viral que exterminou praticamente geral, com sintomas baseados em tremeliques no dedo mindinho, e um tipo de febre que matava, e não tinha cura, nem tratamento.

Isso surgiu do nada, e se espalhou rapidamente (pelo que parece a doença era transmitida pelo ar mesmo), e pouquíssimas pessoas sobreviveram, se isolando totalmente ou mostrando um tipo de resistência natural.

Só que o vírus se adapta com o tempo, então toda a sociedade mundial teve que se reajustar, se adequando a um mundo sem governo, sem regras, onde todos vivem apenas pra sobreviver.

Paralelo a tudo isso, ocorreu uma outra anomalia mundial, exatamente ao mesmo tempo em que o vírus surgiu. Todos os bebês recém nascidos eram híbridos animais, simples assim.

Só foi o vírus surgir, e os bebês tudo que nasceram eram meio pessoas, meio bichos. Automaticamente todas as pessoas passaram a suspeitar disso e acusaram as crianças de serem a causa da pandemia. Consequentemente, criança-bicho virou alvo de caçadores e exterminadores.

É ai que entram as múltiplas histórias, bacanas de se acompanhar que compõem toda a trama:

Gus, um menino cervo, que foi resgatado por seu "paba" e criado por longos 7 anos, isolado do mundo e de todo caos que ele se tornou, sendo inclusive preparado pro dia em que deixaria a reserva, e a grande cerca.

Grandão, um brutamontes ex-jogador de futebol americano, que por um tempo foi um dos "Últimos Homens", um caçador de híbridos, mas acabou mudando de lado, ainda mais depois de conhecer Gus, o híbrido falante.

Ursa, a garota menor de idade que montou um exército que protege Híbridos, matando adultos, pois acredita que os jovens híbridos são a salvação da humanidade e os verdadeiros herdeiros do mundo.

O Cientista, que sobreviveu às ondas da pandemia, ao lado de sua esposa, se negando a trabalhar como médico depois de todo o massacre que testemunhou, mas voltando a vestir o jaleco pra buscar uma cura pra sua amada.

A Zoóloga Acidental, uma mulher que passou a proteger os Híbridos em um zoológico que invadiu, escondendo eles dos "últimos homens".

A Menina Suína, que foi a primeira protegida dessa mulher, e aprendeu a falar, assim como Gus, recebendo carinho (materno no caso) e preparo pra sobreviver no mundo.

Dr. Robotinik, um líder dos "Últimos Homens" que provavelmente matou o híbrido de ouriço azul, e agora quer a todo custo matar todos os outros.

E por fim, a Mãe, quem originou Gus, e a própria praga que varreu o mundo, e parece estar lutando pra resolver tudo...

Além desses personagens, tem muitos outros, como a família do episódio 2, ou o garoto toupeira, ou a cientista que dissecava híbridos vivos pra encontrar a cura... mas se eu for falar de cada um vou acabar me deixando levar e não pouparei spoilers.

O que quero dizer, e preciso dizer, é que essa série é uma das mais agradáveis de se assistir, ainda mais com a atuação incrivelmente carismática do pequeno Gus.

Ele carrega a série nas costas! E consegue convencer com sua inocência. Os demais personagens também são ótimos, é claro, e os atores igualmente, fazendo seus papéis perfeitamente, mas esse personagem, esse ator... o menino cervo ficou perfeito.

Nem é pelos efeitos especiais (na real é puro efeito prático, botaram dois chifres no garoto e orelhas peludas que se mexem), mas a atuação, em conjunto com o enredo. Ficou perfeito.

Fiquei até com receio de assistir a série legendada, por medo da atuação do guri ter sido melhorada pela dublagem (as vezes acontece), mas na real, ele foi bom mesmo. Convincente, inocente, verdadeiro.

Apenas, achei muito legal! Mesmo com toda a tensão em contrapartida.

É que, dependendo da parte da história, você acaba ficando bem intrigado e espera pelo pior, com razão. E o pior de tudo, é que as coisas ruins vão acontecer, quando você menos esperar... e é bem chocante.

Mesmo assim, boa parte da história se foca na perspectiva de Gus, o que ameniza um pouco as coisas, e pelo menos deixa tudo mais leve... mesmo sendo situações pesadas.

Mas não tema, se gosta de histórias leves e tranquilas, essa é sua série. Se curte coisas perturbadoras e que te fazem sofrer por antecipação, essa também é sua série. Assista.

Bem, é isso. Se vir, espero que curta, acredito que irá.

See yah!

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2 Comentários

  1. A Serie é uma puta produção, mas eu ainda acho que ela tem uma pegada meio...infantil.

    Basicamente todas as cenas de ação (a que tem o Big guy na casa daquela familia na floresta na chuva contra os últimos homens, e aquela do amigo dele que ele encontra no 7 episódio eu acho, lá no trem, também contra os últimos homens) são censuradas ou ofuscadas de alguma forma, tipo, pode ser loucura minha mas, naquela da casa na floresta, ela é meio censurada pela chuva e pelos raios, e na luta no trem, eles entram num túnel e tudo fica meio escuro.


    Achei muito desnecessário, tipo, enquanto em uma das histórias paralelas as pessoas que são diagnosticados com o vírus são amarradas em uma cadeira a força apenas para morrer em prol da salvação da comunidade (que é um assassinato completo).

    Uma cena de ação/violência que inclusive é um dos conteúdos que justificam a classificação indicativa, é "censurada"


    Enfim, tirando isso, a série tem muito potencial, o enredo tem umas reviravoltas bem interessantes, inclusive, eu maratonei a primeira temporada em uma única noite (nem dormi nesse dia, mas foi legal kkkk).



    A Serie é muito boa, e eu tive um déjà vu enquanto escrevia esse comentário...
    É estranho, mas enfim, fuiss.


    (Pandemia-Pandelate)

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    1. Essas censuras pelo que notei são representativas. São normalmente pra preservar a inocência do Gus, deixando evidente que a perspectiva dele do mundo é bastante aliviada.

      Justamente por esse contraste com a brutalidade das cenas paralelas que chega-se nessa conclusão.

      Note que boa parte das cenas, ou ele está escondido, ou desviando o olhar, ou até mesmo vendado (o massacre na floresta). E, mesmo quando ele vê (como na cena final da luta na casa da montanha), é perceptível o espanto no rosto do jovem. Muito provavelmente ele não testemunhou a brutalidade completa, ou piscou na hora, ou desviou o olhar numa elipse, pois... imagina como ele seria traumatizado.

      Lembre-se que ele ta conhecendo as coisas além da cerca, e por mais preparado que ache que esteja pro pior (o Incêndio e os Últimos Homens) ele não está, nem tem como.

      Outro bom exemplo é a explosão no fim. Eu mesmo fiquei chocado com aquilo, meio que absorvendo um pouco da inocência do personagem, e só entendi o que houve quando as mãos dele apareceram com sangue. Aquilo foi muito bem construído, justamente por ter essa regrinha da censura quando é a perspectiva dele.

      Bem, é legal mesmo. Eu to torcendo pra não estragarem na continuação.

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