CríticaMorte: Rua do Medo - 1978 - Parte 2

Exatamente como eu temia, iria me arrepender de assistir.

No entanto, nem tudo foi uma catástrofe... Essa segunda parte da trilogia planejada é, terrível, no sentido ruim, mas tem algo bacana no meio que eu curti.

Segue minha opinião...

Boa leitura.

Esse filme segue pela mesma linha do anterior, porém dessa vez ele foca muito mais no lado do suspense e, slasher (isso no final), deixando completamente de lado qualquer humor negro ou sádico pertencente ao gênero trash. Além disso, as cenas mortais deste são ainda menos frequentes, e quase todas são idênticas, mas... são incômodas e de um horror desnecessário.

Nem faz sentido ser um filme voltado pra suspense visto que, já sabemos como tudo vai acabar. Já conhecemos o vilão principal daqui, que é aquele Cara de Saco de Pano com Machado. Essa é basicamente a história do massacre que ele causou, e como ele ficou daquele jeito, mas, isso não é construído bem não, e o filme até parece achar que tá sendo mó criativo.

Imagine um filme de origem do Jason, sabe aquele assassino em série com máscara de hockey famoso dos filmes slasher? Então (aliás, é até bom citar ele pois, esse vilão é uma cópia dele) é isso que acompanhamos, com uma falha tentativa de nos mostrar como um rapaz sem carisma ou importância do nada, surtaria e mataria várias crianças inocentes num acampamento de verão.

E aliás, que coisa incômoda de assistir. Os "heróis" que acompanhamos são muito irritantes, e torcemos pra que morram o mais rápido possível (sim, pode soar cruel isso, mas acredite, você torce contra eles) até que, o vilão aparece, e mata geral, menos eles.

E pra piorar, aqueles que ele mata são pessoas que parecem nem pertencer ao mesmo filme. São crianças, que assim que são executadas a sangue frio na frente das câmeras causam um incômodo diferente do que se sente, ou deveria sentir, ao ver um filme de terror. Pô mano, as crianças não!

Tipo, filmes de terror são sim pra chocar e aterrorizar, quanto mais disso melhor... mas aqui fizeram algo muito bagunçado e... inesperadamente sem propósito algum.

Sabe a cena do Darth Vader (ainda sem a máscara preta) matando os Padawans em Star Wars? Aquilo. Foi aquilo que vi neste filme, mas sem uma razão pra acompanhar aquilo, sem um motivo pra estar assistindo aquilo acontecer.

Em Star Wars, filme de fantasia espacial, assistimos toda a construção do vilão, sua passagem de um jovem garoto inocente até um rapaz perdido que, pelos motivos errados, chega ao cúmulo de assassinar a sangue frio um grupo de crianças jedi. E... isso é pra nos fazer entender que ele se perdeu, mesmo assim não vemos as mortes, afinal, não é esse o foco.

Aqui, o cara do machado senta um machado na cabeça de um grupo de crianças que, tavam isoladas, como gatinhos indefesos, em uma cabana, brincando de Pega-Bandeira. Tudo por serem "Shadysiders" (os alvos da bruxa, que nasceram em Shadyside). Ele aparece, mata todo mundo e sai, e isso nos da raiva, nos causa incômodo, nos da repudia pelo que ocorre... e ai pensamos "Pra quê?!"

Qual o sentido de ver esse vilão fazendo isso, se ele próprio não é realmente importante pro resto da trama? A história revela isso depois, que não é sobre ele se tornando maligno, é sobre a bruxa levando a maldição adiante, e pra variar, nem é explorada a razão dele ter sido alvo dela.

Nós não temos a menor proximidade dele, ele é um cara qualquer, que só tem destaque por namorar com a protagonista, e esse namoro só é revelado pois ela fala, uma ou duas vezes, que é namorada dele, sem jamais ter a menor química ou romance entre ambos (pera... eram eles se pegando no começo do filme, caramba eu nem notei, pois NÃO TEM QUÍMICA!).

Mas, o filme tenta nos conduzir num mistério fabricado, com ele mostrando traços de que será o vilão desde a primeira cena em que aparece, pra no fim nos fazer assisti-lo enfiar um machado no peito da namorada várias vezes, com um ódio destacado pela câmera, com tudo sendo escancarado pra gente assistir, como se o diretor esperasse que contemplássemos a maravilha de ver os efeitos especiais incríveis, em câmera lenta, de um machado penetrando no tronco de uma pessoa.

Pra que fazer algo tão vil soar gracioso? Qual o sentido de dar destaque pra coisas assim, dar closes em cabeças cortadas? Pra que perder tempo de tela mostrando uma pessoa recém assassinada? Que tipo de filme é esse afinal? Que tipo de terror é esse?

E antes que pense "Haha, pistolou porque o filme é tenso e cheio de sangue" pior que não foi exatamente isso que me causou desgosto pela obra. Eu já vi coisas como "O Albergue" e "Doce 
Vingança" e achei a crueldade gráfica exagerada algo, interessante. Da mesma forma, filmes exageradíssimos como "Jogos Mortais" e "Premonição" me agradaram. Não é que gosto de ver cenas de morte ou afins, mas acho que filmes de horror devem ter isso, e é normal pra eles.

Agora aqui, em Rua do medo - 1979, isso não combina com nada do que o filme pede. Ele se vende como um terror jovial, e entrega um horror de quinta categoria, sem saber pra que lado ir, mas com certeza tendo orgulho do que tá criando.

Ele tenta construir uma atmosfera de filme jovial com suspense e terror desde o começo, mas é apressado, atropelado, abusa de trilhas sonoras, falsos sustos, diálogos expositivos, nudez gratuita, e quando o massacre começa, é igualmente atropelado, composto por cenas forçadas do assassino entrando em casas e batendo com o machado, e é isso.

Ninguém tenta lutar, não há suspense nas horas que deveriam ter. Ninguém combate o vilão, todos apenas dizem o nome dele e nem resistem a morte, apenas entregam suas cabeças. Ninguém foge, e quem foge parece ser apenas porque o roteiro pede que fujam, como todo o elenco secundário que escapa num ônibus, ignorado pelo vilão, que prefere caçar quem sobrou e é isso. Ninguém importa na verdade, pois o filme não sabe nos fazer sentir que importam.

Mas, ainda me senti incomodado com as cenas das crianças. Imagino essas mesmas cenas em outros filmes, talvez funcionariam, mas aqui... aqui simplesmente é algo tão repentino e fortuito que, não tem significado.

É que, a gente acompanha meia dúzia de personagens chatos que só, e quem morre são os coadjuvantes, sem nomes, que nem deveriam ter aceitado o cachê.

Legal, na verdade é apenas pra mostrar que o rapaz serial killer sucumbiu a maldição e pronto... mas se for mesmo pra isso, esqueceram que é um filme e não um documentário? Não estamos assistindo o passo-a-passo de como caçar jovens indefesos, estamos assistindo uma obra cinematográfica com uma história para entreter, então, porque não mostra a tal história?

Aliás, a história em si é contada, e é essa a parte que acabou me agradando um pouco, mesmo que bem pouco. A maldição da bruxa, no final do filme, é explicada um pouco melhor, e o esquema da mão dela, e do corpo dela estarem separados, vem a tona e realmente, faz sentido.

As peças se encaixam, inclusive explicando o motivo da bruxa morta invocar zumbis de assassinos anteriores pra caçarem a mocinha no outro filme, algo que também acontece aqui, mas apenas nos instantes finais...

E que instantes finais porcos estes viu. A protagonista é esquartejada na frente da irmã, sem razão afinal ela não era o alvo da maldição (e tá, ela tenta lutar, mas ainda assim, ela não era o alvo), enquanto a irmã, que era o alvo, recebe duas facadas na barriga e pronto, zumbis somem.

O pior, é ela ser ressuscitada com massagem cardíaca tempos depois, como se o fato da barriga dela estar aberta não fosse a causa da morte. É ridículo.

No outro filme, você já sabe disso tudo viu, então não é bem um spoiler. No começo do filme mesmo é dito que a irmã dela morreu, e ela sobreviveu (caso contrário não estaria contando a história né), mas também já é dito que, ela morreu e ressuscitou, pra poder sobreviver à maldição. Eu fiquei realmente curioso pra ver como fariam isso, uma vez que a tática do afogamento (é um clássico pra usar a técnica da reanimação) já foi usada, e ai, usaram isso. Faca no bucho, pressão no peito, respirou, viveu!

Se é tão fácil assim, faz com o resto do elenco mano. Acho que se passar esparadrapo no cara que teve a cabeça arrancada, ele volta a vida também.

Me desculpe se não consigo ser muito claro no que quero dizer, pra ser sincero, tentei prestar atenção no filme, e revi ele 2 vezes, pois acabei me distraindo com algo que me incomodou mais do que a história, mais do que as cenas, mais do que a desordem... a Trilha Sonora.

Não é que ela seja ruim, pelo contrário, novamente usaram músicas de época pra tentar criar identidade, mas foram no mínimo 12 músicas diferentes, se atropelando sem motivo algum... mais uma vez.

Sério, aos 20 minutos de filme contei 5 músicas seguidas, todas elas sequenciadas sem razão, e sem nada pra comunicar.

No começo do filme, tem uma trilha original exageradíssima, com acordes tão altos que mal da pra ouvir os personagens conversando. Parece até que algo épico e sensacional tá ocorrendo, mas é uma situação estranha em que uma moça sofre quase um atentado contra a vida pela mão de colegas no acampamento.

Daí começa a palhaçada sonora, com uma música de época tocando, e até que foi bem aplicada, mostrando o acampamento, a criançada, os preparos pro evento da noite, até que bum, do nada outra música começa a tocar junto, mostrando dois monitores se pegando num banheiro.

Essa música, também de época, se mantém até eles pararem de falar abruptamente, com inclusive um click de rádio desligando surgindo na hora que para, sugerindo que era som ambiente, mas não era, pois não tinha rádio ali, e nem tinha ninguém ouvindo. Daí do nada, outra música pop da época, tocando forte, cortando pra outro lugar com monitores se engalfinhando, nus. Nem dura muito, e nesse caso sim, eles desligam o rádio, mostrando que era música ambiente, até que um diálogo termina e, a música volta por 2 segundos até a próxima cena.

Depois, começa outra música alguns minutos depois, e isso vai se repetindo e repetindo, até chegar na metade do filme, e passarem a aplicar Músicas originais de tensão, afinal começa a perseguição do assassino... isso... até que do nada uma personagem ligar um rádio com outra música de época (nesse caso ela foi usada duas vezes! Carry On!) sem razão alguma.

Aparentemente, é pra fazer barulho e distrair o vilão, mas isso nem é um recurso válido, pois ela estava querendo fugir dele, e mesmo com a música, é incapaz de distrai-lo. 

Moral da história, eu fiquei tão focado nas músicas tocando, que tive que voltar o filme inteiro e ver ele novamente, me contorcendo de raiva.

Sério, compensa não.

Eu já não queria ver, e agora to ainda menos com vontade pra Parte 3, 1666. Mas, quando surgir vou assistir, e torcer pra não ser um filme ao estilo "A Bruxa". Não conseguiriam manter um terror psicológico nem em sonhos.

Só pra constar, eu só to assistindo pois, lamentavelmente comecei. Nada pior que ficar com um peso na consciência imaginando "Poxa, e como será que aquela ideia da trilogia de filmes semanais acabou?". Quero isso pra minha vida não. Então, farei um sacrifício agora pra registrar, mesmo que surte no fim.

É isso.

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2 Comentários

  1. Só queria dizer que tava procurando uma review de alguém falando do absurdo que são as cenas de ressureição nesse filme, pq tava mto emputecida com isso, pqp SKAJK.

    No primeiro filme, já é uma mentira aquela guria Sam não ter revivido com a quantidade de adrenalina que foi injetada nela. Tavam injetando tantas vezes que já tava vendo a hora ela ter um AVC, convulsionar e morrer... de novo ksajk. Eu já tinha achado essa cena escrota, mas esse segundo filme conseguiu se superar.

    A protagonista tinha sido cortada várias vezes, aí ao invés de estancar o sangue pra tentar parar o sangramento o que o cara faz? BOMBEIA A PORCARIA DO CORAÇÃO DA MENINA PRO SANGUE FLUIR MAIS AINDA, PARABÉNS, AINSTEIN, POR ACELERAR AINDA MAIS A MORTE DA SUA AMIGA. Feliz ou infelizmente, a pessoa que escreveu o livro tava com preguiça de fazer uma simples pesquisa no google pra saber como se revive uma pessoa à beira da morte (e pelo visto tmb não se importa mto se os personagens têm o mínimo de conhecimento médico necessário pra fazer uma massagem cardíaca cof cof) e a guria magicamente revive. Sinceramente, meu maior medo agora não é nem o filme e sim de tá quase morrendo e a única pessoa disponível pra ajudar é um escritor de roteiro pra filme adolescente. Me caguei só de pensar.

    Eu tmb imaginei que esse filme fosse ser previsível pq a gnt já sabia que só uma das irmãs sobreviveu e etc, mas imaginava que fosse acontecer um desenvolvimento melhor da história e até que achei interessante o jeito que apresentaram. E concordo cntg: pra mim, uma das maiores dúvidas até agora, é como a bruxa escolhe as vítimas, pq até o momento, não fez mto sentido o que as pessoas possuídas têm em comum ou qual a relação entre elas pra terem sido escolhidas (imaginei uma cena agr da bruxa lá embaixo da caverna só pensando "Caraí, mlk, quanto tempo q n atormento aqla glr fdp que me matou! Pô, mó sdds, quem será que eu possuo dessa vez? Uni duni tê... bla, bla, bla, ah vai esse menino aqui mesmo fodase, uhhul"). Outra coisa que fiquei pensando tmb é que no primeiro filme, a Sam foi possuída em menos de 5 min, enquanto nesse segundo o Tommy passa horas pra se deixar levar pela possessão. Enfim, mano, tô só esperando que pelo menos isso seja explicado nessa sequência.

    Pra ser sincera, eu não tava esperando mta coisa desde antes de assistir o primeiro filme pq apesar de eu gostar pra kct de filmes de terror, acho que a gnt nunca começa com uma expectativa alta, principalmente quando uma das tags é "filme teen", pelo menos pra mim ksajk. O que eu tô achando dessa sequência até agora é que: não é mto boa, com crtz não seria minha primeira opção nem meus filmes favoritos, mas tá longe de ser impossível de assistir e é legal pra passar o tempo se você tá querendo um entretenimento que não exige mta atenção ou entendimento (que é bem o que eu tava precisando nessas últimas semanas pra distrair do cansaço kkskj). Tmb confesso que acabei gostando mais desse filme do que o primeiro e acho que foi por conta dos personagens que tiveram mais chance de "se apresentar".

    Então é isso, cara, parabéns aeh pela review, tava tudo mto bem escrito! Vamo ver se a situação do filme melhora kjsak.
    Boa semana pra quem tiver lendo isso, se cuidem e fiquem bem!
    beijinhus no coração <3

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    1. Te juro que na hora que a mina foi esfaqueada quinhentas vezes (exagero kkk), eu pensei "Opa pera ai, como que ela sobreviverá a isso?". Na hora que o protótipo de policial apareceu imaginei que iria chamar um resgate, ou até que já tinha vindo com um resgate. Poxa, pensa comigo: Os monstro tudo sumiriam não pela maldição quebrar e talz, mas pelo fato de uma porrada de policiais e testemunhas surgirem. Sei la, as vezes eles são tímidos ou, a maldição só pega mesmo se tiver menos gente pra ver. Daí tipo, isso explicaria o fato da moça viver com medo isolada... ela não sabe se os bichos estariam vindo ou, se ela ta livre mesmo. Mas não... optaram pela ressurreição implausível.

      Ao menos isso seria mais aceitável do que esmurrar o peito da mina até ela magicamente voltar a respirar, como se o pulmão perfurado não fosse o motivo dela ter morrido, ou a hemorragia, ou o intestino todo dilacerado. Gente, como pode os caras filmarem isso e lançarem? Como você disse, faltou o mínimo de pesquisa, mas eu duvido que isso seja de algum dos livros.

      Pelo que entendi, essa série só se aproveita do título de uma série de livros, não necessariamente conta uma história (ou conjunto de histórias) que existe de fato na versão literária. É tipo, pegar aquela história do filme "O Último Caçador de Bruxas" e mudar o nome pra atrair um público maior, chamando de "Harry Potter - O Dia que o Toretto Surtou". Acredito até que os livros sejam melhores e não devem ter cometido uma gafe dessas... só lendo pra saber. Na verdade, pelas sinopses dos livros, parece até que são contos de suspense e mistério envoltos em puro terror, e geralmente são relacionados a assassinos ou assassinatos, mas sempre com um lado mais sobrenatural envolvido, e sempre com pessoas diferentes, mas na mesma cidade. Sério, parece muito melhor.

      Pois é, nem da pra tentar defender, as regras simplesmente mudam dependendo do humor da bruxa kkk (eu ri nessa parte, você descreveu muito bem rs).

      E sim, é um filme que entretém de forma bem superficial. É daquele tipo de filme ou série bobalhão que assistimos não pra levar a sério, mas pra perder uns neuronios rindo mesmo. Só fiquei chocado pelas criança tudo... mó dó.

      Sobre esse ser melhor que o outro, ai é questão de gosto. Ironicamente, eu até que preferi o outro... achei os personagens de lá mais carismáticos (eu fiquei triste pela vendedora de drogas, tanto que me revoltei!). Nesse, eu realmente torci pra geral morrer. A única que parecia decente era a moça ruiva, tirando ela, o resto tava muito irritante. Só não posso negar que eles tiveram mais desenvolvimento e apresentação mesmo. Metade do filme é só isso... pra criar um clima de suspense... sendo que né... a gente já sabe o desfecho previamente. É confuso.

      Bem, eu agradeço muito por suas palavras... eu adorei seu comentário, e apreciaria sua presença por esses cantos mais vezes. Seja bem vinda ao site!

      Beijos no coração... isso deve doer... mas valeu!

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