AnáliseMorte: The Medium

Fazia tanto tempo que não jogava algo de terror, e assim que vi este novo título eu parei tudo que tava fazendo e me dediquei exclusivamente a ele.

The Medium

Um Survival Horror raiz, que tem uma das mecânicas e visuais mais incríveis e surreais que já pude testemunhar.

Espero que goste e... tem spoiler.

Boa leitura.

Como eu amo jogos bem feitos, meu deus. The Medium é uma das coisas mais maravilhosas que pude jogar, e olha que ele nem é grande ou complexo.

É um simples survival horror, que nem tem sistema de batalha, e ainda por cima conta com um enredo praticamente linear. É quase como um filme, que você assiste enquanto manipula os personagens.

No entanto ele é intrigante, instigante, assustador, e muito, mas muito dinâmico. Eu já esperava algo impressionante só pelo contexto que ele apresenta, e o estilo de câmera por assim dizer, mas não esperava algo tão incrível assim.

Bem, pra iniciar, a câmera é naquele estilo clássico dos jogos mais antigos do gênero, com ela fixa em cantos do cenário, mudando a cada tela que o personagem atravessa.

Lembra muito os primeiros Silent Hills, não só na câmera mas na jogabilidade e enredo também, além de também lembrar jogos como Rule of Rose, os primeiros Resident Evil, e até Fatal Frame.

Mas a parte que se destaca dele é o elemento duplicado.

Tipo, o jogo tem duas versões paralelas que são mostradas ao mesmo tempo, ou intercaladamente. É tipo aquela ideia de mundos alternativos, como em Silent Hill, só que aqui são ao mesmo tempo.

Explicando, por se tratar de uma história de uma garota que existe tanto no Mundo Físico (dos vivos) quanto no Plano Astral (mundo dos mortos), ela pode ver esses dois mundos, ao mesmo tempo.

Pra ilustrar isso, o jogo genialmente mostra duas câmeras, cada uma com uma versão da protagonista (seu lado espiritual e seu lado físico) ambos fazendo exatamente os mesmos movimentos, mas em cenários distintos.

O mundo Espiritual jamais é idêntico ao Físico, então o tempo inteiro a protagonista se vê em ambientes parecidos, mas com vários obstáculos que variam do físico pro espiritual, e cabe ao jogador superar tudo isso. Um bom exemplo disso são as portas: As vezes tem uma porta no mundo físico que não existe no espiritual, mas ela não pode atravessar no espiritual pois o corpo não vai junto, criando assim uma barreira invisível no espiritual.

Esse esquema de mostrar duas câmeras é tão bem aproveitado, que as vezes, em diálogos, uma câmera foca algo, enquanto a outra foca a protagonista, nos dando uma percepção muito maior do que ta acontecendo e uma imersão impossível de replicar em outros jogos.

Tem muitos momentos em que ela vê espíritos e interage com eles, mas no mundo físico não tem nada, então a interação com tais entidades tem duas perspectivas, com as vezes uma câmera se aproximando mais do espírito enquanto a outra mostra as ações da protagonista, e também tem vezes em que as duas câmeras ficam sincronizadas, com a versão física mostrando as consequências das ações espirituais.

É muito bacana de se assistir cada cena dessas, e foi uma cartada de mestre dos realizadores.

Mas o brilhantismo não fica apenas ai. Tem muito mais, principalmente com o enredo se desenrolando. No início eu me pegava criticando a proposta "desperdiçada" do jogo, e na verdade eu tava sendo enganado na cara dura.

É que, a história em si parece algo totalmente relacionado apenas a protagonista. Tipo, a falha que eu via era que, pra um jogo com uma gama tão grande, se limitar a eventos relacionados apenas à protagonista era bobagem. Explicando:

A personagem principal pode estar nos dois mundos, então, ela tem o hábito de ajudar pessoas que não conseguiram descansar após morrerem, dando-lhes conforto com seus poderes. Pra isso tudo que ela precisava era ter o nome da pessoa em vida.

Então, o tempo inteiro ela se via em situações assustadoras no mundo real, com objetos se mexendo, sombras surgindo, luzes piscando e vozes sussurrando, mas ao invés de se assustar ou fugir, ela ia adiante até que sua visão do mundo espiritual mostrasse que, tinha alguém ali pra ser resgatado.

Isso abre um precedente sem igual, uma vez que o jogo poderia facilmente se estender com ela em missões pra aliviar almas perdidas. E isso de quebra nos aproximaria da personagem nos fazendo entender quem ela é, e como ela é poderosa e importante.

No entanto, logo de cara nos encontramos presos em uma narrativa que se centra apenas na protagonista. É ela buscando a origem de seus poderes, ajuda pra si própria, e se deparando com descobertas sobre seu passado.

O erro nisso é que, acaba deixando a parte realmente interessante de escanteio, e as almas penadas que poderiam ser muito interessantes, soam como esquecidas... pelo menos é isso que eu achava até ver que na verdade, o jogo estava sim aproveitando e muito as almas perdidas.

Toda hora tem um documento ou alguma "Memória" revitalizada pela protagonista. São emoções ou lembranças perdidas no espaço espiritual que ela pode sentir. Tudo parece ser ao acaso, mas no fim está tudo relacionado a ela, e também, aos muitos espíritos que ela ajuda sem perceber.

Tem também vários espíritos que nem conseguem mais se mover, de tão debilitados que estão, e acabam sendo ajudados só pra abrir caminho. Parece um recurso simples pra expandir a jogabilidade, mas isso acaba mostrando muito do cenário assustador no qual eles se encontram: A existência das pessoas passou a ser negada!

Logo de cara o jogo nos revela que o mundo espiritual não é tão inofensivo quanto parecia. A protagonista tem coragem de sobra pois sabe que os espíritos não podem feri-la, só que ao descobrir que alguns espíritos podem não só mata-la, mas também drenar sua alma e fazê-la virar um peso morto no mundo espiritual, em agonia constante e sem jamais poder descansar... ai sim a coisa fica tensa.

Os perigos do mundo físico também a assustam é claro. Altura por exemplo, é algo que evidentemente causa tremores nela. Porém o pior fica pro mundo dos espíritos e os "demônios" que la existem.

Bora explicar tudo isso, falando da mecânica e posteriormente, da história.

Mecânica

A protagonista tem a habilidade de visualizar dois mundos, as vezes ao mesmo tempo e as vezes intercaladamente, e ela sempre pode contar com habilidades específicas em cada mundo.

Mundo Físico

Além de é claro, Andar, a protagonista pode ler documentos e coletar itens dos cenários. É importante frisar isso pois, no mundo espiritual, os itens são diferentes dos que ela encontra no físico, mesmo quando um está conectado com o outro.

Sua forma física não tem qualquer habilidade de luta. No máximo ela pode agachar e andar lentamente pra não chamar a atenção.

Ou então, ela pode prender a respiração pra que sua presença fique ainda mais silenciosa. Isso é importante em alguns momentos em que o que não pode ser visto, também não pode nos ver (vou explicar depois) mas pode ouvir e ser ouvido.

Ela também pode Correr, e nesse caso depende muito da situação. As vezes essa função torna-se desabilitada para que haja contemplação do cenário ou algo do tipo, mas na maioria das vezes ela permite que a protagonista acelere o passo, nada muito rápido, só pra não enrolar muito.

Porém, em alguns momentos, ela corre como se sua vida dependesse disso, em sessões de Perseguição. O jogador tem pleno controle da corrida, precisando segurar o botão específico para tal e direcionar a personagem. Se parar ou desviar o caminho, é game over.

Aliás, a personagem não tem uma barra de vitalidade ou HP, porém tem uma certa tolerância aos danos que sofre. Ela só pode ser ferida espiritualmente (isso inclusive faz parte do enredo), sendo que sua maior vulnerabilidade está no mundo espiritual. No entanto, sua resistência é mostrada através da tela escurecendo e acinzentando. Se escurecer totalmente, ela morre e o jogo volta pro último ponto de salvamento (que é automático). Caso ela escape do que quer que esteja lhe ferindo espiritualmente, ela se recupera.

Voltando ao mundo Físico, ela pode se equilibrar em tábuas pra atravessar alguns locais, o que exige que o jogador direcione ela com calma pra não cambalear e cair. Na verdade creio que nem seja possível cair (exceto numa parte que faz parte do roteiro) e no máximo ela perde o equilíbrio brevemente e para de andar. 

Ela também pode e precisa subir em alguns pontos. Nesse caso sempre tem o ícone de interação quando da pra subir em algum lugar.

Além disso, ela pode se esgueirar nos cantos das paredes pra passar por buracos, sempre bem lentamente e com calma pra não cair. Esses movimentos também são usados no mundo espiritual, mas não passam de atividades físicas comuns.

Algo especial que ela pode fazer em ambas as realidades, mas acaba sendo mais útil no mundo Físico, e a habilidade de Focar a Visão.

Ela se concentra, e tudo que a distrai (como os barulhos ao redor) somem, e sua visão fica mais aguçada, permitindo que veja coisas escondidas, pegadas, ou até silhuetas de espíritos.

Com isso ela também pode ver Rachaduras de Memórias em objetos que tem uma grande carga emocional. Fazendo isso, ao travar a atenção no ponto brilhante por um tempo, a memória daquele objeto é revelada e escutada, contando mais do enredo e do passado.

Com esses recursos, o jogador só precisa resolver uma série de enigmas, coletar objetos e deposita-los nos locais correspondentes, pra abrir o caminho.

É possível usar alguns objetos como um Alicate, pra quebrar correntes e abrir portas. Mas tudo depende do momento do jogo.

Certos objetos só funcionam no mundo físico, e outros no mundo espiritual. Por exemplo, o Alicate é algo que serve pra quebrar correntes e cadeados no mundo físico, mas no mundo espiritual tem uma Navalha forjada por sentimentos negativos, que pode cortar alguns obstáculos espirituais. Mas depois falo melhor disso.

Dentre tudo o que a protagonista carrega, algumas coisas podem ser combinadas no inventário, pra serem utilizadas em locais e momentos bem específicos. No fim, são apenas itens pros puzzles diversos que existem.

Por fim, ela tem uma habilidade que permite sair do corpo temporariamente. Isso funciona somente quando a Tela ta dividida em duas, pois serve justamente pra que ela atravesse locais que estão abertos no mundo Espiritual, mas não estão no mundo físico, como Escadarias que no mundo físico se quebraram, mas la ainda existem.

O interessante dessa habilidade é que, ela tem um tempo limite. Quanto mais tempo a protagonista ficar no modo Espiritual sem contato com seu corpo, mais ele se desfaz e dissolve até que não reste muito e ela morra, caso não desative.

Esse poder também serve pra explorar os arredores e até despistar um certo inimigo, pois quando ela desfaz a separação, seu espírito sempre volta pra exata posição do seu corpo físico.

Mundo Espiritual

No mundo espiritual ela já ganha alguns poderes extras, como a capacidade de absorver energia com seu braço meio distorcido.

Alguns objetos acabam recebendo tanta carga emocional, que ficam impregnados com isso. Alguns tem emoções positivas, as quais podem ser absorvidas em forma de luz pela protagonista.

Essa luz gera energia elétrica no mundo físico, caso seja depositada em Caixas de Eletricidade, que no mundo espiritual ganham uma forma diferente.

Também é possível criar uma Bolha de Energia que protege a protagonista contra qualquer criatura hostil, os afastando.

Porém, seu braço só pode aguentar um pouco de energia, e ao utiliza-la ele descarrega, sendo necessário absorver mais pra reutilizar.

Ela também pode visualizar memórias gravadas no espaço, que são projetadas quase como fantasmas fragmentados. Ao entrar em contato com esses fragmentos, o jogador precisa posicionar o analógico ou o mouse na direção ideal pra que os fragmentos se reúnam e formem as silhuetas das memórias. 

Com isso, as memórias são projetadas em um diálogo que pode ser escutado ao fundo.

A Navalha que citei é a arma que ela encontra e passa a usar pra abrir caminho no mundo espiritual. Tecnicamente é um objeto formado por sentimentos negativos, e tudo que tem no mundo espiritual é resultante de alguma emoção que tomou forma. 

O que existe no mundo dos espíritos pode ou não estar conectado com algo do mundo físico. Mas, no geral, cada mundo tem seus próprios elemento. Além disso, da mesma forma que não da pra ver as coisas do mundo espiritual no físico, não da pra ver as do físico no espiritual. Isso faz com que os Fantasmas não sejam capazes de ver ou perceber o mundo físico.

Legal que assim, o jogo explica objetos que se movem paranormalmente no mundo dos vivos: Se um espírito mexe com algum objeto que tem sua contraparte no mundo físico, o mesmo se move, simples assim. Mas o espírito nem sabe o que ta fazendo.

Apesar da protagonista as vezes ficar dividida entre os dois mundos, há muitos momentos em que ela fica ou totalmente no mundo físico, ou totalmente no mundo espiritual, sem tela dividida.

Quando isso acontece, alguns de seus poderes ficam neutralizados (como o de projetar sua alma longe de seu corpo), e normalmente ela não tem escolha ou controle desse poder. 

Não até descobrir os Gatos e os Espelhos. Quando ela coleta duas estátuas de Gatos, uma em cada mundo, ela ganha a capacidade de escolher em qual mundo estará, apenas tocando em Espelhos.

Lembra muito as transições de cenários de Silent Hill Origins, mas aqui, ela não "teletransporta" pra outra realidade, ela apenas assume a perspectiva de seu "Eu Espiritual", ou "Eu Físico", sendo possível ainda visualizar seu corpo se movendo pelo reflexo do espelho, seguindo seus exatos passos. 

É algo legal, mas algumas incógnitas são levantadas, pois as vezes, quando ela ta desconectada do mundo espiritual, ela pode atravessar locais que no mundo dos espíritos estão bloqueados, o que faz sentido de certa forma, pois os fantasmas atravessam coisas físicas certo?! Porém, o oposto também pode acontecer, com ela em forma Espiritual podendo atravessar locais em que seu corpo não poderia.

Quase sempre isso é usado como um tipo de atalho, onde ela atravessa os espelhos, e pode usa-los pra passar por locais bloqueados, seja no físico ou espiritual, entrando e saindo do espelho em pontos diferentes. Só que isso meio que permite que ela quebre as leis da física, atravessando de fato paredes ou obstáculos no mundo físico, que não conseguiria. Um exemplo muito bom disso é a Casa Vermelha.

La, ela pode mover um espelho pelos cômodos, usando um tipo de Casa de Bonecas "Mágica". No mundo espiritual, o espelho é vinculado ao espelho miniatura na Casa de bonecas, por isso ele troca de lugar sempre que a protagonista o move na casinha de bonecas. 

Mas sua contraparte no mundo físico, não se movimenta, e permanece parado perto dessa casa, servindo de passagem pra que a protagonista explore os demais cômodos da casa, mesmo sem ter acesso físico (e sem que seu espírito se enfraqueça por se distanciar do corpo). 

Quando a protagonista acessa esse espelho, ela vai pros outros cômodos em espírito, e pode explorar normalmente. O porém é que, seu corpo físico continua se movendo do mesmo jeito que ela, refletindo-a. Nem sempre tem pra onde ir no físico, mas ela se move assim mesmo.

Isso também ocorre com algumas passagens, como paredes, que ela atravessa se usar o espelho, pegando um atalho pelo mundo espiritual e retornando no físico, do outro lado.

Se ela viajasse fisicamente pro mundo espiritual, faria sentido essa transição. Mas como ela apenas muda a perspectiva que já tem, fica estranho. Talvez, pelo que entendi, seu corpo meio que atravessa as coisas de fato, quando ela usa os Espelhos. Ou, os Espelhos mostram seu reflexo mas, é apenas uma projeção de seu espírito no mundo físico, enquanto ela assume a forma espiritual como se fosse a física, invertendo as realidades.

Independente do que seja, esse recurso é usado quando ela tem sua câmera focada em uma única perspectiva.

No entanto, ao que parece essa conexão que a protagonista tem com seu lado espiritual, e dependência, é algo exclusivo dela, pois o outro protagonista acaba por ser desvinculado quase que completamente de seu alter ego espiritual.

E sim, tem dois protagonistas. O segundo é controlado quando a principal fica desacordada. Ele é quase como um sonho, que na verdade são memórias de eventos passados desse outro personagem.

Mas além de ser jogável, ele tem suas próprias habilidades, e até mesmo um mundo próprio a explorar.

Mundo Mental

Na forma física, esse personagem não chega a ser controlado. Porém fica evidente que ele tem uma habilidade de penetrar nas mentes alheias ao focar seu olhar. Ele consegue entrar nas mentes e permitir que seu lado espiritual passeie pela cabeça da vítima.

Algo que também fica claro é que ele não é a mesma pessoa que seu lado espiritual. Cada um tem uma personalidade, o que difere da protagonista, pois esta tem a mesma mente não importa em qual mundo esteja.

No caso desse protagonista, seu lado espiritual é idêntico a ele em aspectos físicos, com algumas variantes devido aos padrões dos espíritos (seus corpos costumam ter roupas adaptadas no outro mundo e algumas falhas dependendo do quanto estão afetados espiritualmente), porém sua personalidade é outra. Tanto que os dois personagens conversam entre si através das realidades, como se fossem de fato pessoas diferentes (mesmo sendo corpo e espírito do mesmo indivíduo).

Quando ele é controlado pelo jogador, somente a versão espiritual é manipulada, já dentro das mentes das pessoas que ele busca afetar, com poderes próprios.

Ele pode criar uma Barreira de Energia Flamejante que queima tudo o que toca, caso ativada no momento certo. Caso contrário apenas bloqueia.

Essa barreira não exige energia coletada (como a protagonista), dando a entender que é uma energia produzida do próprio cara. Detalhe que, diferente da moça, ele usa Energia Negativa.

Isso fica evidente quando sua outra habilidade é mostrada: Ele pode causar uma enorme explosão de fogo, que pulveriza tudo que toca. 

Nesse caso é necessário absorver energia pra realizar o disparo. Essa energia é encontrada em pontos específicos em que coisas ruins ocorreram, sendo estes carregados de emoções negativas.

Além disso, ele também tem o poder de manipular certos objetos com a mente, movendo-os com um certo esforço, algo que é bastante usado em uma certa fase, pra abrir caminho e até "atacar" um inimigo.

Porém, ele também não conta com habilidades ofensivas mais diretas, ao menos ele não chega a usar, pois sua campanha não tem nem perseguições nem combates. 

Ao atravessar a mente das pessoas, ele se depara com um tipo de Mundo Mental, parecido com o Espiritual, desconexo do mundo real, que existe apenas na cabeça daquela pessoa. É onde sua alma/espírito fica, e ele pode encontrar e pulverizar o mesmo. Detalhe: Nesse mundo o tempo passa diferente dos demais, fluindo de sua própria forma. Inclusive, eventos passados podem ser retratados, de forma não linear, sem que o tempo consumido ali afete o Mundo Real ou Espiritual.

Diferente da protagonista, ele não ajuda os espíritos a descansar, ele queima eles, quase como se os apagasse. As consequências para seus corpos em vida é bem trágico, mas já explicarei isso, depois de falar um pouco dos principais personagens.

Marianne

Essa é a protagonista da qual tanto falei, que é uma Medium poderosa, que vive com um pé nesse mundo, e o outro no espiritual.

Isso é quase que uma tortura pra ela, que de inicio não tem o menor controle sobre suas idas e vindas pra Perspectiva Espiritual. As vezes, ela ta bem, e as vezes, se vê jogada no mundo dos espíritos, depois de ter muita dor de cabeça.

Aos poucos ela vai dominando isso, mas não chega a ter controle total da habilidade, ativando suas duas visões sem querer, as vezes pela adrenalina, e as vezes por algum espírito que precisa dela.

Seu passado é uma incógnita, visto que ela não se recorda de nada. Isso, somado ao fato dela ser paranormal, a deixa sempre com muita dúvida e até receio de ser quem é.

Porém, ela teve um baita apoio de um cara, dono de uma Funerária, que a adotou. O cara a ajudou a entender um pouco de sua habilidade e, se adaptar a ela. Lamentavelmente, a história já começa com ele morto.

Marianne na verdade é bastante faladeira, e começa narrando sua história, a partir de um sonho recorrente que tem, de uma moça sendo perseguida no meio de uma floresta, e sendo morta no final. Inclusive, a frase "Tudo começa com uma garota morta" é quase um mantra que ela costuma falar pra si mesma, por causa do sonho que sempre tem.

Ela acaba criando o hábito de ajudar espíritos penados a descansarem. Faz isso de bom grado, só pela satisfação de ajudar mesmo, e também, pra sentir que sua habilidade única tem algum propósito.

No começo de sua história, ela aparece toda suja, conversando com alguém (da a entender que é o jogador, mas na verdade é outra pessoa) e ela começa a contar tudo. O que jogamos é na verdade o que ela conta, até chegar naquele ponto.

Ela acaba se vendo presa a uma jornada de auto descobrimento, ao mesmo tempo em que faz aquilo que melhor sabe fazer: Ajudar os mortos.

Inclusive, ela começa ajudando seu próprio "pai", pondo ele pra descansar logo no começo. Ela meio que herda a funerária, e acaba dando continuidade ao trabalho dele. Mas, ela logo é redirecionada pra um problema bem maior, onde descobre quem realmente é.


Quando criança, ela sofreu um acidente, num incêndio, e ficou em coma. Aí, pra variar, seu pai a abandonou no hospital e desapareceu, levando sua irmã junto.

A moça cresceu sem saber de nada disso, e do nada, tudo vem a tona conforme ela lida com espíritos que encontra no caminho, e essa é a parte em que eu fiquei surpreso.

Apesar de cada espírito ter uma história própria e problemas próprios, no fim, todos eles estavam conectados com ela sem ela saber. E mesmo que as histórias parecessem ao fundo ter algo que conectasse com ela, Marianne não fazia a menor ideia que tudo ali tinha tudo a ver com ela.

Jack, o Dono da Funerária

Ele adotou a protagonista e foi um baita de um pai pra ela. Além de ser dono de uma funerária, ele também é um fotógrafo. Alguns puzzles no jogo dependem desse conhecimento, o de revelar fotografias, para funcionarem.

Marianne inclusive aprendeu com ele como fazer esse trabalho, e chega a revelar ao longo do gameplay 2 imagens, uma dele, e uma dela própria.

Enfim, ele a ajudou a entender seus poderes e, apesar de todos dizerem que ela era uma anormal, ele a aconselhou e educou pra saber superar isso. No fim, ela conseguiu se manter estável.

Porém, ele acaba morrendo pela idade, e apesar do luto, ela prepara seu funeral (já que é a profissão da família). Aliás, não tem lugar melhor pra alguém como ela do que um local onde os corpos das pessoas são preparados pro enterro né?!

Jack no entanto não consegue descansar em paz, por preocupação com sua filha adotiva. Ele, temendo por ela viver sozinha, não aceita a morte e não acredita estar morto, virando assim uma alma penada que assombra a funerária. Essa é a primeira missão de Marianne no jogo.

Legal que, tem um gato la que parece ver ele por todos os cantos, e é bem assustador ver as sombras e os sons que ecoam. Mas no fim, ela passa a vê-lo, e chora um pouco afinal, era seu pai ali, todo confuso.

Os mortos costumam usar Máscaras, que são como suas almas, mas ainda assim, Marianne quase não consegue encara-lo sem chorar.

Bem, após acalma-lo e, chamando por seu nome, coloca-lo pra descansar, Marianne lamenta pela partida dele, e ai, recebe uma ligação no mundo físico.

Um cara pede sua ajuda, dizendo que sabe quem ela é e pode ajuda-la a descobrir mais sobre si mesma. Marianne de inicio não leva muito a sério o que ele fala, até que ele diz "Tudo começa com uma garota morta." Isso é o bastante pra fazê-la investigar, mesmo com a ligação sendo interrompida abruptamente, após ele dizer pra onde ela deveria ir.

Jack chega a aparecer novamente, mas apenas como uma ilusão produzida por um "demônio". Ele usa a aparência de Jack pra brincar com o psicológico de Marianne, o que quase funciona, mas falha no último instante.

Tristeza

Ao chegar no local que o homem disse que estaria, Marianne precisa se virar pra entrar. O tenso é que, o local era um tipo Resort onde ocorreu um grande massacre, e estava tremendamente carregado de energia negativa. 

Nele, Marianne descobre Tristeza, um espírito de uma garotinha com um braço faltando, que aparece solitária mas, é muito simpática, e agitada.

Não demora até Marianne entender que ela usa esse nome pra demonstrar o quão abalada está, e ainda por cima esta totalmente sozinha ali. 

Na tentativa de ajuda-la, Marianne também pede ajuda, perguntando se Tristeza viu algum homem por ali, chamado "Thomas", o nome que o rapaz do telefone lhe deu.

Contraditoriamente, Tristeza diz que viu um homem com esse nome por la, e oferece guiar a nova amiga. É meio suspeito mas, Marianne aceita seguir o espírito, que tudo que pede é que ela brinque um pouco com ela depois.

Enfim, Tristeza é um baita mistério durante a jogatina, pois a garotinha surge as vezes, paralelo a uma enorme criatura. Ela própria alega que a criatura devorou todos seus amigos, logo, havia um ser ali capaz de devorar almas, mas não havia devorado Tristeza ainda.

Ao procurar pelo tal Thomas, Marianne descobre coisas sobre o massacre que rolou ali. Começando pela Enfermeira e Richard... 

Ursula, a Enfermeira

A pessoa que massacrou geral em Nowa, o Resort, foi uma enfermeira nada suspeita. Um dia ela só começou a matar todos, começando pelo cadeirante de quem ela cuidava, um homem chamado Richard.

Ironicamente Richard era o grande amor da vida dela, pelos olhos dela ao menos. Ambos tinham uma relação bem amorosa, até que de um dia pro outro ele ficou paraplégico e em estado vegetativo, e ela pouco tempo depois enlouqueceu e matou a todos.

Um monte de falsas justificativas pra tamanha insanidade são encontradas em documentos, como uma carta de Richard pra ela (que revela que seu nome era Ursula), o qual praticamente da um fora elegante nela, naquela clássica premissa "Sou eu, não você".

De certa forma, encontrar essa carta foi o que fez ela abrir caminho pra ameaça real. Ursula ficou tão abalada e de coração partido, que virou um prato cheio pra uma entidade diabólica recém liberada ali. A criatura possuiu seu corpo e matou todos ali, mirando em Richard propositalmente como primeiro alvo.

Acontece que, Richard era culpado pelo nascimento dessa criatura, tecnicamente. E as peças se conectam pra valer posteriormente.

A enfermeira se mata, cortando os pulsos numa banheira depois de tudo que fez. A Lâmina que ela usou é a arma espiritual que Marianne encontra depois.

Richard, o Desenhista

Esse cara, a história dele é longa mas tentarei resumir...

Ele era um antigo amigo de Thomas, praticamente um pai pra ele, que tinha seu respeito e tal. Pelo que entendi, o cara foi um tipo de inspiração pra ele, induzindo Thomas a seguir a carreira na arte.

Ele costumava desenhar o que Thomas lhe contava em encontros com ele, os quais o jovem considerava uma "terapia", onde ambos pintavam. No fim, a visão de Thomas também foi uma inspiração grande pra Richard, fazendo com que ele ficasse quase que dependente do jovem. Mas, conforme Thomas cresceu, ele o apoiou em suas decisões, e o guiou. No fim, Thomas cursou Arquitetura, e planejou o Resort Nowa, com certo apoio de Richard.

O cara chegou a conhecer a esposa de Thomas, mas depois eles ficaram um bom tempo sem se falar, se distanciando por conta da vida. Um dia, Richard se viu desempregado e foi até a porta de Thomas pedir ajuda, e não deu outra, seu antigo amigo abriu sua casa pra ele.

Mas as coisas não ficam só nisso. Richard passou a se aproximar muito de uma garotinha chamada Lilianne, filha de Thomas. De inicio, era apenas uma relação amigável, com ele desempenhando o papel de tio pra ela. 

No entanto, um dia ele se aproveitou dela e a molestou. Pelo que entendi, o cara desenhava ela de forma imprópria, e sabe-se la mais que atrocidades cometeu. Consequência? Ela ficou traumatizada, e o pai dela, Thomas, se vingou da pior forma que pôde pensar.

Ele usou seus poderes pra pulverizar o espírito de Richard, independente de serem amigos antigos. Ele apenas queria acabar com esse monstro, e teve sucesso nisso.

E sim, o cara que controlamos as vezes é Thomas. Bem, ao entrar na mente de Richard, ele descobre o que teria motivado ele a fazer tamanha atrocidade com sua filha. Claro que nada disso justifica, mas ao menos a loucura dele é brevemente explicada.

Quando criança, Richard perdeu seu pai que acabou sendo convocado pra 2° Guerra Mundial. No meio da guerra, sua mãe acabou levando um homem pra casa que assumiu o papel de padastro e abusava dela e de Richard, verbalmente e fisicamente.

Paralelo a isso, o jovem mantinha uma garota chamada Rose (aparentemente Judia) em um labirinto de jardim em seu quintal. Periodicamente ele a alimentava, e brincava com ela, além de nutrir uma relação amorosa jovial com ela, chegando a desenha-la.

No entanto, sua mãe não sabia disso. E um dia, na tentativa de se livrar de seu amante abusivo, ela convocou os "carrascos" nazistas, alegando que ele era judeu. Eles o executaram, mas também vasculharam o labirinto e encontraram Rose, a matando também.

Tudo é mostrado apenas pelas vozes e fica um pouquinho confuso, mas em resumo é isso. Ao crescer, Richard viu em Lilliane a Rose, e tentou tirar proveito disso.

Só que mesmo após se arrepender, Thomas não o perdoa, ainda mais depois de ver os desenhos que ele fez de sua filha de 13 anos. E com isso, ele o bota pra sempre em uma Cadeira de Rodas, lobotomizado após mandar o Thomas Espiritual pra matar o jovem Richard Espiritual.

Apesar de tudo, depois disso Thomas leva Richard pro Resort e deixa ele aos cuidados da Enfermeira que tanto gostava dele, ciente que ele jamais melhoraria, mas fingindo que se importava.

Mas ao fazer isso, uma versão Maligna de Richard se liberta, e mesmo sem seu corpo físico ou o espírito vivendo, ele permanece existindo como uma besta cheia de tentáculos, enorme, que assombra parte de Nowa.

Esse monstro chega a ser confrontado por Marianne, que depois de conhecer toda sua história, faz questão de envia-lo pro inferno, iluminando essa parte remanescente do espírito de Richard com seus poderes e desejando que ele pague pelo que fez onde merece. 

Francis, o Zelador

Pelo que entendi, Francis era um funcionário fidedigno, escolhido por Thomas para zelar pelo Resort Nowa. Ele foi um dos sobreviventes ao massacre, e permaneceu vivo por um bom tempo, escondido na floresta, porém, ele serviu de receptáculo pra mesma entidade que possuiu a Enfermeira.

Muitos Cartões Postais dele, enviados pra esposa, podem ser encontrados durante a exploração de Marianne. Ele próprio também pode ser encontrado, mas apenas seu cadáver.

Seu espírito pode ser ouvido lamentando seu fim, mas não pode ser visto pois Marianne não entra no mundo Espiritual nessa hora. 

No entanto, seu cachorro a acompanha e guia por um breve momento até seu corpo, e parece que depois de conseguir falar com Marianne (sua voz é ouvida e ele passa uma última mensagem) seu espírito encontra o descanso que precisava. 

No caso, Francis é a comprovação do que a entidade demoníaca pode e faz com corpos que possuí. Alguns cervos podem ser vistos mortos da mesma forma, secos e apodrecidos de dentro pra fora, algo que revela que ela teria possuído animais também, ou ao menos tentado pra sobreviver. 

Aparentemente, a criatura não consegue manter corpos vivos por muito tempo pra que cumpra aquilo que deseja. Se a pessoa não se mata ou morre, ela acaba ficando podre pela maldade.

Henry, o Agente

Este é outro indivíduo, que também tem a mente penetrada por Thomas. No entanto ele é um baita vilão, talvez o pior.

Henry é um agente secreto do governo, responsável pela investigação do caso "Gêmeos". Em resumo, ele tem conhecimento sobre a existência de Thomas, de suas capacidades espirituais, e ainda tem um grande interesse por isso.

No entanto, Thomas se escondeu e manteve seu poder escondido por muito tempo, principalmente depois de ter sofrido tortura em testes durante a Guerra. 

Henry aguardou por uma manifestação paranormal de Thomas pra então atacar, e foi justamente isso que ocorreu quando em sua vingança, Thomas recorreu ao poder de sua outra metade espiritual, de quem ele havia se afastado por um bom tempo pra se esconder, só pra ferir Richard.

O resultado disso foi o rastreamento bem sucedido do Medium pelo Agente, e ai, Henry o atacou.

Só que Henry foi cruel, muito cruel. Ele não atacou apenas Thomas, ele atacou suas duas filhas, Lilliane e Marianne.

Henry botou fogo na casa de Thomas, que ficava perto do Resort, com as crianças dentro, na frente do Thomas! Tudo isso pra atiçar a fúria do pai delas e ativar seus poderes (que ele sabia que se ativavam com emoções negativas).

Capturado e amarrado, Thomas não vê outra alternativa se não penetrar na mente do Agente e tentar ferra-lo, pra se libertar e assim, salvar suas filhas. Só que Henry tava preparado pra isso.

A mente de Henry é um caos de arquivos. Por muito tempo ele trabalhou apenas com documentos, por opção, até que finalmente virou um agente de campo e, caçou Thomas.

No entanto, seu passado é mostrado, com uma passagem por um matadouro suíno muito sinistro (a trilha sonora são porcos sendo fatiados vivos, é assustador).

O jovem Henry teria sido torturado por seu pai pra seguir a carreira da família, e vender carne. Ele não gostava de ver aquilo, e foi forçado, até que quando cresceu, ele se vingou.

Ele se tornou um policial, e denunciou seu pai e seus demais parentes por venda de carne adulterada, ficando até famoso e ganhando promoções por conta disso. Entregar a própria família por um crime grave na região, fez ele ser bem sucedido e claro, se vingar do passado que teve.

Depois, ele foi contratado para os serviços especiais, e por fim, foi designado para a tarefa de capturar Thomas.

Após descobrir tudo isso, ao mesmo tempo que escapa de investidas de uma criatura enorme que perambula pela mente de Henry, o Thomas Espiritual chega até sua criança interior, e se prepara pra aniquila-la, quando do nada, a Criança invoca a Criatura, e ambos encurralam o Thomas Espiritual, separando-o de seu eu Físico.

Apesar de não ter sido bem sucedido, e ainda ter perdido o contato com o Thomas Espiritual, Thomas consegue atacar Henry no mundo físico, quem estava meio atordoado, e então, vê suas filhas correndo em sua direção.

Henry, em sua forma física, é morto, provavelmente (não é mostrado, mas Thomas não o deixaria vivo nem a pau depois disso).

Thomas Rekowicz

Este é o diretor de Newa, quem projetou tudo, e pai biológico de Marianne, e Lilliane. Thomas já passou por torturas no passado (perdeu seus pais ainda criança), chegou a ser cuidado por seu amigo, quem ele considerava um pai, o Richard, e acabou perdendo sua esposa, quem ele amava muito, pouco depois de ter tido suas filhas.

Na verdade nem tanto é revelado sobre ele, exceto o fato de que seu caso é chamado de "O Caso dos Gêmeos", onde sabiam que ele era mediúnico e tinha uma segunda personalidade no mundo espiritual, fazendo dele um alvo de estudos do governo. Além disso, é dito que ele se tornou um Arquiteto pela influência artística de Richard, e que conheceu sua esposa no período da faculdade. 

Thomas era um figurão na construção do Resort Newa, tanto que ele próprio era o diretor, após ter construído tudo aquilo. No entanto, ele tinha vários objetivos secundários com esse local.

Primeiro, havia um Bunker próximo, originalmente criado pelos Nazistas mas, abandoando, do qual ele tomou controle. Ele passou a usar aquele local como uma forma de se separar e isolar do seu espírito, quem lhe incomodava muito.

O Resort foi construído em cima de um tipo de Pilar Espiritual, que é visto assim que Marianne chega ao local. 

Aquele pilar inicialmente até parece ser algo resultante da grande tragédia que ocorreu ali, mas depois fica evidente que o prédio foi levantado propositalmente ali.

Sua residência, a Casa Vermelha, ficava nos arredores também, provavelmente pra mantê-lo próximo do local.

Porém, ele nem imaginava as catástrofes que ocorreriam ali, fosse por coincidência, fosse por acaso, fosse por destino. 

Lilliane

Começando pelo que ocorreu com Lilliane. Após ela sofrer o abuso, rolou a vingança contra Richard, mas a garota acabou despertando algo sombrio dentro de si.

Logo em seguida rolou o caso do Incêndio da Casa Vermelha, e sua irmã Marianne acabou em coma (pelo que entender ela era muito pequena e talvez tenha respirado fumaça de mais), enquanto Lilliane ficou ainda mais perturbada.

Acontece que, Lilliane tinha sérios problemas na infância. Ela tinha herdado e despertado os mesmos poderes de seu pai, tendo contato com o mundo espiritual desde cedo. As demais crianças por conta disso faziam questão de esnoba-la, e chama-la de esquisita.

Isso só piora, e muito, quando Thomas fica abalado com o incêndio e decide deixar Lilli aos cuidados da mesma Enfermeira que cuidava de Richard. Ele já não oferecia qualquer risco, aparentemente, e o Resort tinha sua ala especializada em crianças. 

Só que as coisas só ficam ainda mais bagunçadas. Quando Lilliane e sua irmã escaparam do incêndio, foi graças a um pacto que a mocinha fez com seu lado mais macabro.

Tudo que ele queria era ser livre. Na verdade ele queria o corpo de Marianne primeiro, mas com a recusa, ele pede por liberdade em troca de salvar ambas do que Henry fez.

Apesar de Marianne ficar em coma, ela estava viva ainda. Lilliane por outro lado passou a conviver com as vozes da criatura diabólica que a acompanhava. Aos poucos, as vozes foram se tornando mais altas até que seu pai precisou agir.

Tentando ajuda-la, Thomas a confinou no Bunker, o mesmo que ele usava pra se isolar dos espíritos. E deixou Marianne no hospital, como indigente, pra que ela não passasse pelo mesmo sofrimento de ambos.

Isso acabou enfurecendo ainda mais a entidade, que na primeira chance de atacar, o fez. Ela possuiu a Enfermeira, que ajudava nos cuidados da criança (mesmo contra sua vontade), quando ela estava vulnerável emocionalmente, e ai, começou o massacre.

Depois disso, Thomas e Lilliane sumiram. Enquanto Thomas buscava por formas de ajudar sua filha, Lilliane procurava por um jeito de impedir a criatura de prosseguir matando.

As Criaturas

Existem três monstros no jogo, porém um deles é bastante recorrente e adora perseguir Marianne. Acredito que seja muito melhor falar das outras duas criaturas antes de explicar a principal, pois fará mais sentido e ficará bem mais fácil de entende-la.

Besta dos Tentáculos

Esse "demônio! pode ser visto ao longe, do lado de fora de Nowa, em uma parte da exploração. Além disso, ele também pode ser visto nas memórias de Richard, pois é uma criatura nascida dele.

Esse monstro parece inofensivo apesar de ser enorme e assustador. Ele costuma ficar afastado porém, ele usa seus tentáculos pra influenciar as coisas ao redor, e tocar sem ser percebido. Isso talvez seja justamente a representação física da malícia perturbadora da mente de Richard, o Aliciador. 

Quando Thomas invade a mente dele, com o intuito de matar seu espírito, essa criatura usa seus muitos tentáculos pra tentar atrapalha-lo, ao mesmo tempo que tenta confundi-lo, transmitindo informações que buscam justificar seus atos, e fazê-lo mudar de ideia.

Inclusive, nessa parte alguns tentáculos podem ser "enfrentados", quando queimados pelas barreiras incendiárias de Thomas. Mas o monstro mesmo não chega a ser confrontado, sempre se escondendo.

Paralelo a ele, existia um jovem de óculos, que era a representação espiritual da infância e inocência real de Richard. Ele inclusive tinha medo do monstro, e suplica por ajuda. Sem nenhuma misericórdia, Thomas mata essa parte dele pra ferir seu corpo físico.

Porém, a Besta dos Tentáculos permanece existindo, uma vez que se manteve escondida, como um câncer. Thomas nem se importa com isso pois seu objetivo era tão somente acabar com a vida daquele que abusou de sua filha, e ele não sabia das consequências.

Isso resultou no seguinte cenário: Richard, sem seu espírito, entrou em estado vegetativo e morreu em sua cadeira de rodas, assassinado pela Enfermeira. Seu monstro porém, mesmo sem ter a parte inocente ou o corpo físico, continuou existindo como uma alma penada, assombrando Nowa.

Marianne o encontra, depois de conhecer a sua versão da história, e faz questão de pô-lo pra descansar, condenando-o com suas palavras afinal, ele era um ser maligno. Na verdade, ele pede pelo seu destino. Ela diz que não tem como salva-lo, e o máximo que poderia fazer por ele seria apagar sua existência, algo que ele praticamente implora pois, ta cansado de existir ali.

Nessa parte ela ainda não sabia que Lilliane era sua irmã, caso contrário provavelmente iria querer ser mais vingativa.

Besta Quadrupede

Henry também tem tanto uma versão bestial de seu espírito, quanto a parte infantil. Porém, o caso dele é bem mais complicado.

A Besta Quadrupede, que parece um cachorro gigante cheio de braços pequenos, e tem um crânio humano como cabeça, é gigantesco, e adora perambular pela mente de Henry.

Ele é agressivo, rápido, e um pouco furtivo, indo pra toda parte, e destruindo as coisas enquanto corre. Talvez sendo essa a representação física da mente agressiva e implacável de Henry mediante a seus objetivos, sendo capaz até mesmo de destruir qualquer coisa pra chegar onde deseja.

Thomas passa pelas memórias se escondendo dele, e também de algumas memórias negativas que Henry tem, como seu próprio pai. Nessas partes uma projeção de seu pai (só da pra ouvir a voz) surge escondida, iluminando ele com um tipo de lanterna que causa danos em Thomas.

Já a criatura gigante, ela não chega a ser confrontada diretamente, exceto numa parte em que ela tenta agarrar Thomas, mas ele escapa e se esconde constantemente dela.

Também tem um momento que ele tenta feri-la, causando um desmoronamento em cima dela, de objetos do cenário. Mas isso não funciona.

A versão infantil de Henry é vista enjaulada, quase como se estivesse sendo reprimida o tempo todo. O alvo de Thomas era essa versão, pra assim acabar com a mente de Henry, bem como fez com Richard.

Mas ao chegar nela, Thomas é enganado. O Espírito Infantil de Henry tinha pleno domínio pela Versão Monstruosa (na verdade, a monstruosa controlava a criança). A Besta Quadrupede e ele estavam conectados. Ou seja, a mente de Henry estava corrompida, mas seu espírito estava em comunhão com a corrupção.

Isso resultou no Espírito de Thomas sendo perdido dentro da mente de Henry, e separado de Thomas.

Mesmo depois que Henry é morto por Thomas, aparentemente seu Espírito Infantil e o Quadrupede permaneceram intactos, até a chegada de Marianne.

A Besta é encontrada por Marianne e a mesma tenta ataca-la, depois de um longo diálogo. Só que, Marianne usa seus poderes pra mandar o monstro pra condenação eterna. 

Não fica claro o que houve com o lado infantil, mas aparentemente, ele foi enviado junto com o Quadrupede pro "descanso", visto que ambos estavam conectados, ou então apenas definhou com o tempo, pois quanto mais tempo um espírito fica penado, mais ele se decompõe.

Besta Mariposa

Por fim, existe a principal criatura, um monstro humanoide feminino, com asas de mariposa, esguio e alto, e que adora falar de forma gutural e assustadora, além de consumir tudo no mundo espiritual.

Esse monstro persegue muito Marianne, e tem a capacidade de se transformar em pequenas mariposas pra viajar mais rapidamente no mundo espiritual.

Ela também conta com pequenos "exércitos" de mariposas espirituais, que causam dano e drenam energia vital de outros espíritos. Marianne precisa usar o escudo pra repelir essas criaturas, mas elas não podem ser mortas... sempre.

Acontece que elas são vulneráveis à luz, assim como a própria Besta, mas isso não as torna destrutíveis, voltando depois de um tempo caso iluminadas.

A besta diz que quer "vestir" Marianne, por isso a persegue tanto. E no caso, essa é a criatura que nasceu da mente de Lilliane, e causou o massacre no Resort. 

Ela é muito ameaçadora, e se tornou cada vez mais forte, chegando ao ponto de conseguir quase que se projetar no mundo Real! Ela pode ser percebida no mundo real de forma mais presencial que qualquer outro espírito, e pode atacar a alma das pessoas ainda vivas, além de conseguir possuí-las ao fazê-lo.

A Mariposa também consegue drenar outros espíritos, o que lhe confere mais tempo existindo no mundo espiritual sem definhar. Mas de vez em quando, ela também drena energia vital de seres vivos, possuindo-os temporariamente, como os muitos animais mortos encontrados, só pra drenar mais almas no mundo espiritual, bem como fez no Resort Nowa.

O que aconteceu foi o seguinte: Quando Henry incendiou a casa com as meninas dentro, Lilliane, que já estava tendo recaídas espirituais por causa de Richard, acabou aceitando libertar seu lado sombrio de seu corpo, em troca de salvar sua vida e a de sua irmã.

A criatura ajudou as meninas a saírem da casa, e depois disso, desapareceu por um tempo.

Porém, uma vez livre, tal monstro conseguia consumir almas penadas no mundo Espiritual, se tornando mais forte e mais próxima do mundo físico que qualquer um. Ela inclusive passa a quase se projetar no mundo físico sem precisar de um corpo (ela persegue Marianne as vezes do mundo espiritual, invisível, no mundo físico).

Isso é assustador, pois acaba permitindo que a entidade maligna possa influenciar mentes inclusive de pessoas ainda vivas, mas ela ainda não fazia isso.

Ela queria a todo custo corpos físicos, para matar mais pessoas e consumir mais almas. E fez várias vítimas assim, sendo a Enfermeira a primeira. No caso, ela provavelmente matou Richard primeiro de propósito, como uma vingança por Lilliane.

E sim, ela era, assim como as demais bestas, uma versão maligna e bestial de um espírito infantil, de Lilliane.

No caso, Lilliane ainda estava viva, mas seu espírito infantil e seu demônio também, e ambos estavam soltos. O espírito infantil dela era ninguém mais ninguém menos que Tristeza.

Isso resultou no seguinte: Lilliane não era má, mas o lado corrompido de seu espírito estava crescendo mais e mais por conta própria, consumindo e matando muito mais pessoas. Todos que moreram no Resort Nowa por exemplo, eram a consequência de Lilliane e Mariane terem sobrevivido.

Por conta disso, a culpa dentro da jovem estava crescendo mais e mais, fazendo com que ela ficasse bem mais depressiva e solitária. 

Seu pai ainda buscava por uma solução, mas quando se viu encurralado, sem ajuda de seu espírito, recorreu à Marianne, ligando pra ela e em seguida, sumindo.

O homem que era visto perseguindo uma jovem, nos sonhos de Marianne, era Thomas, e a jovem era Lilliane. Isso era uma visão do futuro, compartilhada entre os três. 

Só que Thomas queria impedir isso, que aparentemente seria a única solução pro grande problema que ele acabou criando a longo prazo. A Criatura de Lilliane era uma ameaça enorme pros dois mundos, mas ela jamais poderia ser detida enquanto a jovem permanecesse viva.

Na visão, Thomas dava cabo a ela, atirando. Mas em busca de mudar isso, ele desapareceu.

Lilliane viu assim a oportunidade de contar com sua irmã mais nova, pra acabar com esse problema. Ela guia sua irmã no final até seu corpo físico, onde conversam e, todos se reúnem.

As três partes de Lilliane se encontram e aguardam pela ação de Marianne. Ela, se recusa a matar sua irmã, e enquanto Tristeza partilhava da decisão de Lilliane em por um fim em tudo, a Besta queria mais é que Marianne matasse ambas mesmo, pra que nada pudesse detê-la.

Mas aí, Marianne percebe que a criatura só queria o corpo dela, pois como não podia voltar ao corpo de Lilliane, ela precisava de um corpo físico mediúnico forte o bastante pra suporta-la, e pra isso, precisaria aniquilar o Espírito de Marianne, e possuí-la em seu lugar.

Daí ela faz o que acha melhor.

Thomas Espiritual

Bem, antes de contar o derradeiro desfecho de The Medium, preciso falar dele, o Espírito de Thomas.

No caso, depois dele ter sido pego pela Besta Quadrupede e o Espírito de Henry, ele ficou vinculado à criatura, preso naquele mundo mental dela e, sem contato com seu Eu Físico.

Mas, depois que Marianne elimina o Quadrupede, Thomas Espiritual fica livre e volta ao plano espiritual normal.

Ele é encontrado por Marianne no bunker onde Lilliane foi mantida por bastante tempo, até a Besta começar a se enfurecer e tomar conta da Enfermeira. 

Bem, o Espírito de Thomas conversa muito com Marianne. Enfraquecido e exausto, ele pede pra que ela o atualize sobre tudo, e é isso que o jogo é, Marianne contando tudo o que houve desde a morte de seu pai adotivo, até aquele momento.

Depois disso, o Espirito de Thomas fala que não sente mais Thomas, e não sabe dizer se ele ainda está vivo, nem onde está, fazendo com que ele praticamente vire um Espírito Penado por assim dizer.

No entanto, sem que tenha tempo pra ser ajudado, a Mariposa aparece, invadindo o bunker e procurando por Marianne. Ele então joga ela pra longe, usando seus poderes, guiando-a inconsciente pra uma saída de emergência do local, tudo isso enquanto ele próprio ficava pra trás pra segurar a besta.

Apesar do tom de despedida, não é mostrado seu destino, sugerindo que ele foi drenado pela Mariposa.

O Fim

Marianne acorda após ser salva pelo Espírito de Thomas, daí anda até o mesmo lago em que a garota morria com um tiro, encontrando a própria, quem descobre ser sua irmã.

Ao conversarem, Lilliane, que parece bem sofrida, acaba ficando grata pela chegada da irmã mais nova, mas não demora pra pedir pra que ela lhe mate.

Ela entrega uma arma, e alega que aquelas visões que Marianne tinha naquele lugar, de sua morte, eram uma previsão de algo que precisava acontecer. Mas ela suplica pra que seja pelas mãos dela.

Lilliane diz que não pode se matar, pois a Mariposa não permitira. Então ela pede pra que Marianne faça isso, falando que já aceitou seu destino. Ela se culpa pelas mortes em Nowa e tudo que a Mariposa fez.

Só que Marianne vê a situação de outra forma. Ela sabe o que a Mariposa queria, e depois de ver o que ocorreu com Richard e Henry, ela não vê outra alternativa se não, acabar com sigo mesma.

Richard, perdeu o espírito, mas seu monstro ficou vivo e seu corpo também. Não adiantou nada.

Henry, perdeu o corpo, mas seu monstro e seu espírito permaneceram intactos. Não adiantou nada.

Lilliane, estando viva ou não, não afetaria seu monstro, ou seu espírito. E mesmo se depois disso Marianne tentasse banir os espíritos com seus poderes, não havia garantia que teria forças pra tal, já que a Mariposa havia se fortalecido tanto.

Então, ela decide atirar na própria cabeça. Só restava à Mariposa possuir o corpo sem espírito de Marianne. A criatura estava o tempo inteiro querendo consumir o espírito dela, só pra conseguir o corpo. Mas sem corpo, os planos do monstro ruiriam. 

E fim.

O jogo termina com tudo escuro e o som de um disparo. Mas não da pra saber se Marianne conseguiu se matar.

É um final bem aberto por sinal, pois também não da pra saber o que Lilli, Tristeza e a Mariposa farão em seguida. 

Porém, depois dos créditos, algo ocorre:

Thomas no Mundo Espiritual

A versão espiritual do Resort Nowa era um tipo de pilar de luz estranho pacas, que até mesmo Marianne questionou, perguntando o que aquele lugar realmente seria.

De inicio, eu achei que era daquele jeito pelo número de mortos que tiveram ali, no entanto a resposta parece ser outra.

No fim do jogo, um homem é visto caminhando no Mundo Espiritual, de frente pro Pilar de Luz de Nowa.

Ele pega um relógio de bolso do chão, e ai a cena encerra, sem mostrar quem é o homem, ou o que ele fazia ali, pois se limita a sua mão e pernas. O foco fica mais no pilar, ou rachadura, ao fundo.

É ai que entra a grande revelação: Aquele era Thomas, físico, andando no mundo Espiritual.

Da pra perceber que é o Thomas Físico pelas roupas intactas que usa (a versão Espiritual tem elas desgastadas). Além disso, o relógio que ele pega, é um objeto do mundo Físico, e não do Mundo Espiritual. É o relógio que sua esposa lhe deu de presente de aniversário de casamento.

Inclusive, um dos últimos puzzles do jogo é sobre isso: O jogador precisa descobrir a senha da entrada do Bunker, que é algo muito importante pra Thomas, e como pista é preciso usar uma Caixa de Relógio de Bolso, que tem uma nota fiscal junto falando a data da compra. A senha inclusive é a data da compra, menos 10, que é o tempo de casamento comemorado. Ou seja, a senha é a data de casamento.

Enfim, o Relógio estava com ele, o que é mostrado em um dos flashbacks dele.

No jogo não é dito como a esposa de Thomas faleceu detalhadamente, mas fica subentendido por um diálogo da Mariposa como Lilli em uma memória, que ela morreu no parto de Marianne (a besta culpa Marianne pela morte da mãe).


Também tem algumas fotos da família, em uma delas aparece a esposa dele grávida...


Mas na última, cronologicamente (é um puzzle por elas na ordem cronológica) a esposa já não aparece, apenas as duas filhas.

Pelo que parece, a construção do Resort Nowa naquele ponto foi para permitir que Thomas estudasse melhor aquela rachadura.

Talvez, ele queria descobrir como ir até o mundo dos espíritos, pessoalmente, não apenas como um espírito. Quem sabe seria para ressuscitar sua esposa, talvez pra buscar o espírito dela e de algum jeito levar ao mundo dos vivos!?

O tenso disso é que, como revelado no fim, ele conseguiu o que queria. Mas isso também abre portas pro oposto acontecer. E se a Mariposa puder sair? E se os espíritos conseguirem descobrir o mesmo?

Pois é, o jogo da brecha pra continuação.

E se eu fosse teorizar a respeito, diria que num próximo jogo, Thomas, Lilli e talvez até a mãe dela seriam controláveis. Além disso, Marianne voltaria ao jogo, mas apenas como espírito.

Vai saber né.

Espíritos Perdidos

Antes de concluir, eu gostaria de citar alguns espíritos que Marianne ajuda porém, que não estão diretamente conectados com ela.

Apesar deles serem vítimas do massacre em Nowa, e um exemplo do que ocorre com aqueles consumidos pela Mariposa, em vida eles não chegaram a influenciar a narrativa, não tanto.

O primeiro seria um garoto chamado Bernard que, gostava de Lilli e brincava com ela, defendendo-a inclusive, dos demais garotos que tentavam pregar peças e zoar a tadinha. 

O segundo seria uma Bailarina chamada Tori, que se apresentava no Resort sob um pseudônimo de Vivianne. Ela serve pra mostrar a importância do nome dos espíritos, onde a protagonista custa a descobrir o verdadeiro nome dela.

O terceiro seria um dos executivos de Nowa, Nicholas. Talvez isso seja mais pra mostrar que Thomas não era o único no controle ali.

Pra serem ajudados, estes espíritos precisavam que Marianne pegasse suas máscaras (rostos/almas) e combinasse com o que restou de seus corpos espirituais, presos nas paredes e formando obstáculos, por causa do consumo da Mariposa.

Além disso, ela precisava de seus nomes verdadeiros, pra acalmá-los. 

E é isso.

O que posso dizer é que, The Medium é um jogo excelente, com uma história muito boa, completa ao que se propõe, e bem misteriosa. Além disso ele tem gráficos e jogabilidade magníficos, e mesmo tendo uma trilha sonora um pouco ausente (se foca mais em sons ambientes pra gerar uma atmosfera mais macabra), ele é uma experiência no mesmo nível de Silent Hill.

Só lamento a inexistência de múltiplos finais. Títulos assim ficam mais interessantes quando dão possibilidades diversificadas, na minha opinião. Ainda assim, como ele fica bem em aberto, é bom pra teorizar.

Aliás, parabéns pra Bloober Team! Essa empresa, polonesa, ta começando a chamar muito minha atenção em jogos de Terror. O Bruxa de Blair, o qual destruiu meu PC na configuração 9, é deles! Agora que conclui este game, com certeza tomarei coragem e jogarei Bruxa de Blair. To bem confiante na Bloober.

Outra coisa, esse jogo tem múltiplos idiomas, tem legenda, e inclusive da pra escolher o tipo de legendas (com nome dos personagens, em negrito e/ou coloridas). Mas, ele é de origem Polonesa, e se passa na Cracóvia. É a primeira vez que jogo algo que retrata essa região, e é sempre bom ver algo fora do eixo clichê de sempre.

Curti muito.

É isso.

Espero que tenha curtido também.

E caso queira ler mais textos de jogos, só clicar aqui, que tem a Lista da Morte.

See yah!!!


Postar um comentário

9 Comentários

  1. Ae Caraí...


    Artigo novo!!!! Kkkkk.


    Só agora que vi...
    (""Tava na balada só nos pega..."")
    azideia vey...

    Bom...agora eu tenho coisa pra lê kkkk.


    Yupi!!
    (Nunca usei isso na vida kkkk).





    Agora...
    Me de licença para ler seu livro.
    (Azideia kkkk).




    See yah!
    (Daqui a pouco eu volto...
    Ou não né, eu posso morre atropelado por um Kombi amanhã kkkk).

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ixi tomara que nada ocorra de ruim sr Wilson.

      Aguardo pelo feedback. Boa leitura.

      Excluir
  2. A diferença entre a lagoa e o forno, é que na lagoa há sapinho, e no forno assa pão.

    (""Essa foi de estora a boca do balaum""
    Rogérinho Welter Silva-2120)




    kkkkk.
    Mano, azideia...

    Seria Rogers o meu espirito com personalidade própria e independente?
    (E o que liga eles é a pessoa proprietária dos dedinhos que escrevem este que vos lê?)


    Roly sheet!
    (Fala ai, se gostou dessa né? Uma censura tão sutil...
    FoLhAaAaA!!!!!
    Kkkkk).



    Meu Deus...
    É muita Loucura pra uma pessoa só.


    Ok,ok, melhor parar kkk.


    Médium...
    Eu achei que seria um jogo mediano (ah, piada boa, hoje eu to xei das graça)

    eis que me deparo com um jogo a nível SH...

    Falando nisso, esse jogo me lembra muitos outros.
    Tem o Dante's infernos (é assim que se escreve? Sei naum kkk), nessa parte de salvar as almas e dar a elas o descanso eterno.
    Control, nessa parte das criaturas paranormais e também por elas serem caçadas pelo governo.
    E também Silent Hill, por toda essa temática...


    (Mais brisa)
    eu sei lá, pra mim São parecidos rs.




    Acho que não é necessário citar a qualidade do seu artigo, certo?
    Claramente é mais um trabalho incrível.
    (Mas eu ainda vou esperar o do Horizonte zero amanhecer).





    E olha só! Eu não morri atropelado por uma Kombi!
    Mas que estranho, eu sonhei que eu tava num estacionamento muito desorganizada, e eu tinha que atravessar ele (sla por quê kkk).
    E aí eu passei entre um carro, e uma Kombi...
    Adivinha? A Kombi começou a sair, e ela me esmagou...
    Eu só lembro que a minha visão se fechou, e eu acordei num hospital, nessa hora eu acordei, e minha cintura tava doendo...


    Brisa né?
    ("""Isso porque tu fez proerd hein...
    Não usem drogas crianças!
    Dica do...Rogers."""")


    psé, eu deveria seguir a Minh...digo, a dica do meu espírito.
    (As ideia)




    bom, eu sla, acho que é isso...

    See yah! Ma frend.




    (Eu duvido que tu tenha visto o Easter egg desse comentário kkkk).

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nao notei o easter egg sr Wilson... mas notei que o comentário começa n metade. Seria isso? kkk.

      Enfim, sempre bom tê-lo por aqui, e receber seu feedback é maravilhoso pra que eu me motive a continuar.

      Horizon... é um dos próximos. Infelizmente botei no plural pois, um leitor me pediu pra analisar algo com certa urgência pra ele, e agora to em dúvida se finalizo Horizon, ou se analiso um MegaMan que faltou.

      Por hora, é esperar. Mas grato pela presença!

      E feliz por ter curtido.

      Excluir
    2. Damage...
      Paciência então.
      (Sniff....)



      nóooooooo!!!!
      Começou pela metade kkkk.
      Boa, mas não isso.
      O easter egg está no suposto nome do Rogers.
      "Rogérinho Welter Silva"

      Welter Silva, só as iniciais é WS.
      Que ao contrário, é exatamente a sigla do meu nome.
      (Senhor Wilson).

      Kkkkk.
      Mas começar pelo nome é melhor kkk.


      Provavelmente foi o Sr. Chaos...
      Ele comentou em todas as análises de MM.

      Excluir
    3. Ele também aguarda por tal post. Mas na verdade foi um leitor que me mandou mensagem particular (não lembro se foi no facebook ou no whatsapp).

      Excluir
    4. Que coisa mais louca, jurava que tinha sido o Chaos kkk.



      Excluir
  3. Jogão demais. Vou dar uma lida depois do trabalho.

    Fiquei feliz de ver um jogo de horror que me lembrasse os antigos Silent Hill e Resident Evil. A ideia de usar os dois mundos pra resolver puzzles e achar colecionaveis achei interessante, ainda mais que isso passa para as cutscenes, mostrando a mesma cena em perspectivas diferentes.

    Gostei bastante da história, me segurou muito no game, eu comprei ele na pré venda e quando saiu joguei só ele até terminar de tão entretido que estava.

    Graficamente falando achei ele bem bonito (Joguei no Pc), apesar que achei bem pesado no hardware nas partes com tela dívida, raramente passava dos 50 dps nessas partes (mas valeu a pena só pelo Ray Tracing, que dá uma boa ajuda na iluminação do game, deixando mais natural)

    Agora que já se deliciou desse game, hora de ir pro Resident Evil Village hein, jogo tá animal.

    Sem mais, ótimo artigo, ótimo game, ótimo tudo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sr Antonio, perdoe-me o atraso pra resposta, na verdade só fui ver seu comentário agora acredita? Não recebi a notificação, e só fui me tocar agora pois fui dar uma olhada no artigo... Sr, desculpe!

      O pior que essa parte da exigência do jogo chegou a me incomodar, pois ele é muito lindo sim, mas não sei se essa exigência toda é justificável... talvez faltou otimização pro Ray Tracing?! Mas, de fato sr, ele é muito bom.

      Bem, acredito que à essa altura do campeonato o sr já leu o artigo, então espero que tenha gostado.

      Então, eu to até hoje pensando se compensa experimentar o Village... é que, ele parece mesmo está legal, mas sabe que o que me segurou no RE7 foi a novidade mesclada com o esquema do found footage... sei lá, foi uma isca. Aí, o 8 ta parecendo tipo, um jogo mais no estilo convencional de sempre (saca, os terrores em primeira pessoa e tiro).

      Eu acabei começando Death Stranding... achei meio... legal mas fiquei preocupado com a possibilidade de me entediar (eu joguei algumas horas, até perceber que provavelmente ele focará nas entregas e passeios e a mecânica de batalha me deixou todo confuso) Mas... logo vou dar um jeito de trazer algum terror pra cá.

      Enfim, Sr Antonio, prometo não demorar nas próximas respostas e por favor, seja bem vindo sempre.

      Excluir
Emoji
(y)
:)
:(
hihi
:-)
:D
=D
:-d
;(
;-(
@-)
:P
:o
:>)
(o)
:p
(p)
:-s
(m)
8-)
:-t
:-b
b-(
:-#
=p~
x-)
(k)