Crítica: Quarteto Fantástico - É um novo filme de origem que foge do convencional... outra vez

Quarteto Fantástico
Primeiros Passos


Quarteto Fantástico é um filme de origem que mais uma vez apresenta o grupo de heróis astronautas que ganharam poderes via radiação, só que o longa não perde tempo explicando seus poderes ou sua fama, apenas entrega os personagens em um mundo onde todos já se acostumaram com isso.

Esqueça a discussão sobre quem é melhor, Marvel ou DC, e atenha-se ao fato que tudo que envolve heróis de quadrinho se tornou chato e repetitivo, além de extremamente previsível, seguindo um modelo bastante saturado. E ai vem a ironia em que num intervalo de 1 semaninha, dois filmes do mesmo gênero saem quebrando os estereótipos e renovando esse modelo.

Quarteto não é uma história totalmente nova, na verdade ela em muito se parece com a dos outros dois filmes que "rebotearam" a franquia jamais franqueada, só que agora foi feito de um jeito sem falhas... simples assim.

Boa leitura... tem spoiler talvez, e cara alguém mais sentiu um cheirinho de dejavú?


Um novo elenco


O novo quarteto é formado por novos rostos, independente da Marvel querer trazer carinhas importantes de volta. Aliás, achei até esquisito que em parte alguma do filme ele sequer faz alusão a personagens do Universo Cinematográfico Marvel, sem referências, sem participações, apenas tudo focando o elenco principal.

É só o Quarteto, e nada além.


Pedro Pascal (o eterno Mandaloriano) assume o papel de Senhor Fantástico, ou apenas Richard Reed, que diferente das outras duas três versões já interpretadas em cinema, agora de fato mostra o lado do "homem mais inteligente do mundo". Inclusive, apesar dele ser o Homem-Elástico, ele quase nem usa tal poder, pois sua genialidade é sua real força.


Joseph Quinn (o Eddie do Stranger Things) também reinventa o Johny, ou Tocha Humana, não sendo apenas um cara de fogo cheio de maneirismos como em suas versões anteriores, mas agora sendo um rapaz inteligente, astuto, e com um senso de auto sacrifício sem igual.


Vanessa Kirby (a Viúva Branca de Missão Impossível) vive Sue, e está casada com Reed, sendo bem mais que uma mulher invisível com poderes de luz que podem mover objetos e os caramba... ela agora é MÃE!


Ebon Moss-Bachrach (não lembro de filmes dele) é Ben, o Coisa, que é mais que uma coisa grande e forte de pedra... é uma coisa forte de pedra com BARBA!


Ainda tem o H.E.R.B.I.E., um robozinho que compõe um quinto membro do Quarteto e tem muita personalidade, interpretado em voz por Matthew Wood.

Do outro lado do elenco, na parte dos vilões, temos apenas dois:


Surfista Prateada, por Julia Garner, que acredite tá impecável no papel. Um arauto do fim que surfa pelo universo e faz jus ao título (as melhores cenas do filme são com ela surfando).


E Galactus, acertadamente interpretado por uma pessoa ao invés de apenas CGI numa névoa gigante comedora de planetas, onde Ralph Ineson empresta sua voz e rosto pra criatura colossal, quase irreconhecível mas, ainda assim, mais real do que em outras adaptações. 

Dito isto você deve estar pensando "Ué, então é a mesma história do filme de 2005?" pois lá o elenco era exatamente o mesmo em personagens, o quarteto contra o Surfista pra impedir o Galactus... só que não!


Tem o pequeno Franklin Richards, quem não chega a dar seus "primeiros passos" mas, carrega a trama nos ombros antes mesmo de nascer!



Um novo universo


O que muda tudo agora é o fato das coisas acontecerem em um universo onde a Marvel não existe! Na verdade, os outros heróis não existem, apenas o Quarteto protegendo o planeta inteiro.

O foco também não são lutas contra vilões soltos, mas um problema cotidiano que simplesmente bate de frente com algo muito maior. A família vai aumentar, e calhou disso coincidir com uma invasão.


Apesar de tudo seguir um roteiro similar ao do filme antigo, as coisas mudam de proporção e significado por causa do bebê de Sue, que acaba sendo o centro de toda a narrativa. Então no fim das contas, uma história simples fica muito maior e até emocional, do que o que foi feito antes.


Um novo estilo


Aqui também há as características exclusivas da Terra deste universo.

Nela, a tecnologia se desenvolveu diferente, muito por conta do Quarteto e Reeds, se estagnando numa era retro futurista onde a tecnologia analógica se desenvolveu mais que a digital.

Lembra muito obras como Fallout, e é um modelo de realidade bastante lógico onde o mundo se adaptaria à máquinas e robôs, ao invés de programas e aplicativos. Sem guerras. Afinal os heróis resguardavam o mundo. A tecnologia física iria ser cada vez mais aprimorada para o conforto social e no fim, teriam mais máquinas.


Então isso é comum, assim como as cores jamais monopolizadas pelo padrão escuro, que saltam aos olhos num mundo tão lindo e belo que mais lembra as páginas dos quadrinhos.

Essa estética é o principal fator que transforma nossa experiência, dando a impressão de que estamos vendo um filme fantástico de super heróis... e olha que irônico, é exatamente isso que ele é.

 
A ordem difere


A história começa de um ponto onde tudo já se estabeleceu. O grupo de heróis guardião do mundo já foi composto, e já conquistou sua fama e espaço. Eles defendem, eles lutam, e já estão tão acostumados que apenas vivem suas vidas, como uma família feliz.

Tanto que o grande problema deles é o fato de Sue finalmente engravidar, e eles estarem preocupados com a segurança do planeta ainda mais, por conta do filho a caminho. E parte do filme é sobre Reed se esforçando pra proteger tudo e todos por ele, usando apenas sua genialidade.


Só que bem nessa hora surge Galactus e convenhamos, o cara é um sacana. Seu objetivo é devorar o planeta mas ele se contenta com bebês... então já viu o dilema né?


Entre uma escolha tão bizarra, o mundo se divide entre aqueles que apoiam o Quarteto, e aqueles que querem sobreviver, mas tudo se resolve sem conflitos extensos, com uma dose de amor incomum de se ver no nosso mundo, e tão satisfatório que dá prazer em assistir. 


E assim, há aquele encerramento catártico onde boas ideias e decisões são tomadas, e tudo é relativamente resolvido, e ainda nos faz emocionar, não por tristeza, mas plena alegria.


Um filme que muda as emoções de lugar, é feliz demais mas sem parecer bobo, com humor, seriedade nas horas devidas, sendo positivo e não tentando nos causar revolta ou angústia. É tão diferente que é apenas bom de assistir.

E mais uma vez, digo que a história é simples, não precisa de soluções ou resoluções espalhafatosas, e inclusive repete algumas ideias já usadas em outros filmes. E olha que ele vai muito além da Terra ser devorada por um titã de metal espacial... 

Tudo é sobre uma família de heróis lutando pra proteger o mundo, para que sua família continue feliz.


Espero mais filmes assim


Engraçado, que Superman fez a mesma coisa, trouxe quadrinhos para as telonas e nos agraciou com esse universo fantástico, só que ainda assim Quarteto foi diferente, e tão bom quanto.

Estou feliz que finalmente os dois estúdios parecem ter se resolvido com o gênero e voltado aos trilhos.

Filmes simples, agradáveis, memoráveis e divertidos, com excelentes cenas de ação, piadas, efeitos especiais, e uma lógica que somente algo relacionado ao "super" pode fazer.

É isso que é filme de quadrinhos! É isso que queremos ver.


Os vilões


E bem, Latveria (reino do Victor Von Doom) é meramente citada tá, e apesar da Surfista e do Galactus bastarem como vilões pra trama principal, há outros que aparecem.


O Doutor Destino não aparece, pois inclusive sabemos que será o "Homem de Ferro", mas em contra partida há outros vilões que fazem participações bem inusitadas.


O monstro do primeiro quadrinho do Quarteto Fantástico surge em um flashback que conta a história deles, e faz uma referência a mesma capa dos quadrinhos.


E o Homem Toupeira, rei do subterrâneo, também aparece e tem um tremendo destaque como vilão e aliado.


O filme não precisa de muito mais pra contar sua ótima história e aproveita tudo na hora exata.

Aliás, agora entendi porque trocaram o Maxwell Lord no filme do Superman... Pascal tá em outra vibe agora, achou um novo bebê pra cuidar.

É isso.

Espero que tenha curtido o texto.

Obrigado pela leitura.

See yah!
 

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4 Comentários

  1. meu lado tio do pave quando saido cinema: FILMAÇO kkkk

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    1. Grata surpresa nesse mês hein, dois filmes excelentes justo de quadrinhos.

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  2. Finalmente, um filme do Quarteto Fantástico que não tem vergonha de ser uma adaptação dos quadrinhos, porque o filme de 2005 e 2015 (esse nem uniformes decentes têm) morriam de vergonha. Doom ser um CEO no filme de 2005 foi uma resposta do diretor pq ele disse que era "irreal" um vilão ter afinidade com tecnologia e magia... e criou um Doom genérico que solta raios pelos dedos. O de 2015 não vale nem a pena citar, mas Doom emo e deprimido, metido a hacker? Putz!
    Ainda bem que estamos abraçando essa era dos heróis com uniformes coloridos. Deadpool e Wolverine fez isso e lucrou 1 Bilhão!

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    1. E parece que os estúdios sacaram o acerto de Deadpool, meio tarde mas sacaram. Aliás, outro filme que vi que fez algo similar foi o do Homem Aranha, aquele dos 3 juntos, e também o do Miles Morales. Demoraram pra entender que ninguém procura lógica em filme de herói, só queremos ação e algo totalmente quadrinesco mesmo.

      Tenho só receio pelo que eles teriam planejado antes de cair a ficha... espero que isso não distorça os projetos futuros.

      Que venham mais filmes que divirtam pois só assim pra levar a gente pro cinema né.

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Obrigado de mais por comentar, isso me estimula a continuar.

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