O Filme Achado de Hoje: Cloverfield - Monstro

Já faz tempo que gostaria de falar deste found footage mas por ser de 2008 eu acabei esperando a hora certa, que nunca veio.


Pensei que talvez falar dele quando fossem lançar um quarto filme na franquia isso me daria a brecha pro tema, ou caso eu esperasse sair alguma série sobre kaijus... eu sei lá. Mas não veio nada, e deus me livre de inventar de falar da franquia inteira (nunca, jamais). Então, bora lá falar o quanto antes de Cloverfield Monstro, o filme onde a Estátua da Liberdade perdeu a cabeça.

Boa leitura.



Cloverfield é um filme found footage sobre a perspectiva de um povo azarado, durante a invasão do Godzila falsificado.

É um filme bem lento de início, dando muita ênfase no desenvolvimento dos personagens principais, e quando chega no final parece que tá no início.


Por incrível que pareça, o filme não é ruim. Na verdade ele consegue a proeza de entrar na lista de favoritos de muitas pessoas, as quais eu não conheci ainda mas tenho certeza que existem, afinal, todo mundo que gosta de monstros grandões (Kaijus) vai curtir um filme assim, e todo mundo que gosta de aliens também, já que os monstros parecem aliens. 


E quem gosta de found footage também vai curtir já que ele tem tudo que os melhores piores found footages possuem, como câmera nervosa, correria e gritaria, e muitas cenas dando close no chão enquanto as pessoas descrevem o que veem. É legal de mais, é como ver um livro, você imagina com base no que escuta e constrói a história em sua própria mente.


Ironias a parte, o filme tem seus méritos, afinal ele pelo menos respeita o gênero e se assume como realista até o fim, mesmo quando nada faz muito sentido.

Pessoas que preferem se arriscar seguindo um cara completamente maluco no meio de um caos na cidade, provavelmente não é o mais normal ou comum de se esperar.


O cara que lidera geral só pensa com a cabeça de baixo e arrisca todo mundo pra ter uma chance com a mina que, pra variar, nem tá afim dele. E no fim das contas, é mais sobre isso que o filme é: Amor não correspondido.

Com imagens intercalando entre o passado e o presente, em que ele precisa conviver com o fato do irmão dele ter usado a fita em que ele gravou sua noite de peripécias de pura libertinagem, pra gravar por cima um vídeo brega dos amigos se despedindo dele, o filme vai explorando o fato da vida ser pura ironia.


O cara tava deixando os EUA pra ir pra Tókio trabalhar, e tava tristonho pois iria perder amigos e família, incluindo a recém namorada não oficializada... mas ai pra surpresa dele, o Godzila Paraguai apareceu, vindo buscá-lo pessoalmente pra terra dos Power Rangers, e ele acabou perdendo amigos e família do mesmo jeito.

Mas, pra que tudo acabasse bem, ele ainda ganhou uma nova chance de se declarar pra sua amada, e seguindo aquele provérbio chinês famoso "O não tu já tem, arrisca que pode vir um sim" ele recebe uma ignorada bombástica.


A parte boa do filme de verdade, é o final, pois ele acaba.

Mas não é uma crítica negativa, na verdade ele força a gente a conversar sobre o desfecho, e deixa aquele vazio sabe? Por horas me vi questionando como tudo poderia ter sido diferente na história, sendo que tudo ali era puramente fictício.

E ai entra o maior mérito, pois ao despertar essa dúvida sobre veracidade, mesmo testemunhando o absurdo como criaturas de CGI mal feitas, ou conveniências de roteiro exageradíssimas, só mostra que tudo ali foi bastante crível.


Sabemos que não é real, sabemos que Manhattam tá de boa, a rua Cloverfield ta inteira, e a Estátua da Liberdade continua com a cabeça intacta, mas ainda ficamos com aquele pensamento do "E se...".


Caso do nada surgisse um dinossauro grandão devorador de prédios na sua cidade, o que você faria?

Pegaria uma câmera do irmão e sairia gravando tudo pra não perder nada?


Correria pra ponte mais próxima podendo ser esmagado por uma rabada mortal?


Subiria num prédio quase desmoronado depois de receber um zap dizendo "To sozinha(o) em casa" da pessoa que tu quer pegar?


Arriscaria andar no metrô de noite com criminosos ateadores de fogo em mendigos, ratos e claro, aliens aranhas que infectam quem mordem com micro explosivos?


Toparia ficar até o último minuto na cidade no meio do tiroteio e entrar no último helicóptero para fugir, gritando pro monstro "Seu otário, fugimo!" até o monstro olhar de volta e falar "Hoje não!" só que em idioma de monstro que seria ele pulando e mordendo o helicóptero no ar?


Ou por fim, apenas correria pra ponte mais próxima, no parque mais próximo, olharia pra pessoa que você mais ama e diria "Te amo", até tudo explodir e você perceber que ela nunca, jamais, em momento algum, disse "Eu também"?


Nem mesmo no vídeo de vulcovulco que tu gravou dela sem ela perceber, e que no final tu ainda botou ela pra fazer uma declaração e ela ainda disse "Ah, foi maneiro po"?


Seriam essas suas escolhas? Ou tu simplesmente iria pro mais longe possível da criatura, pegaria o primeiro embarque de helicóptero pra vazar, e nunca mais tocaria no assunto?

Na real, tem uma personagem que faz isso, só demora muito pra decidir sair da situação, e só ela se dá bem.

O resto, são foundfootagiados, ou seja, viram estatísticas de baixas em filmes.

Cara, que alívio, de todos os found footages que já vi, este era aquele que eu mais queria falar a respeito, mas menos me interessava a fazer.


O filme não é ruim, mas também não é uma obra prima, ele não é nem esquecível, pois de fato ele desperta essa conversa na gente. Mas caramba mano... precisava mesmo fazer um filme found footage do godzila?

Ao menos entra pra mais um gênero em que apostaram neste subgênero. Esperando agora pela leva de sucessores que trarão mais monstros gigantes, e câmeras achadas.

Pois se for considerar os sucessores que surgiram, como "Rua Cloverfield", ai sim, o negócio ficou terrível.

É isso.

Ah, e aos que acreditam que Cloverfield se passa no mesmo universo que Um Lugar Silencioso, eu vos digo: nop.


De fato, naquela cena do helicóptero, o bicho só atacou pois o cara gritou, mas se for por conta do barulho que ele saiu massacrando geral, convenhamos que o helicóptero não superava as bombas que estavam ali perto.

Aliás, sobre o câmera man, ele é uma lenda, e fez jus a sua função de levar a sério a gravação. Ele gravou tudo sem perder nadinha de nada das piores horas de sua vida, e ainda deu tudo de si pra isso, inclusive a vida, só pra pegar um bom take da criatura.


Por fim, tadinha da Marlene. Perseguida até o fim pelo câmera, tentou ajudar, só se ferrou e nem fazia parte do rolê.

Triste.

Obrigado pela leitura, é isso.

See yah!

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