Anime: Kakegurui - O Prazer das Apostas

Kakegurui


É cada coisa que eu assisto...

Dessa vez é algo fora do comum (aliás quando que não é), e é um anime um pouco mais inteligente, apesar de também ser bem desconcertante. E olha que ele é censurado hein.

Nele, uma garota acaba de ingressar numa escola onde todos os alunos são isolados da sociedade real, e vivem em uma comunidade de apostas, em que tudo gira em torno de jogos de azar. E, ela é completamente viciada nisso, ao ponto de confundir apostas com atos libidinosos extremos...

Falando assim parece até que é um anime de sacanagem com cartas... mas até que é bem contido e controlado (por isso eu acho que foi censurado).

Enfim, bora falar um pouco.

Boa leitura.


O que Yu-Gi-Oh não foi


Kakegurui é um anime focado em jogos de azar, grande parte deles de cartas, e o foco da trama é mostrar uma garota que sempre busca decifrar as trapaças alheias, e curtir a adrenalina dos jogos.

Então acaba sendo uma história sobre formas de trapacear, e como perceber tudo isso, o que segura muito bem a atenção de qualquer um.


As respostas das trapaças sempre são criativas, e os jogos também, sempre tentando ir além do mais simples com regras próprias em coisas que nós já conhecemos, incrementando por exemplo um simples "Pedra, Papel ou Tesoura" com regras que tornam tudo ainda mais desafiador do que já seria.

E, isso vai muito de encontro com o que Yu-Gi-Oh foi, pelo menos nos mangás. O anime famoso por suas Cartas de Monstros foi baseado num mangá de jogos de azar, em que o protagonista buscava vencer todo tipo de jogo sempre, e tudo foi modificado pra contemplar apenas as Cartas de Duelo que acabaram fazendo sucesso, modificando a história drasticamente, e também todo seu tema original.


Mas como aqui não tem cartinha de duelo, o foco é só apostas, azar, e muita mas muita trapaça.


A tarada por apostas


A protagonista ama apostas, mas mais que isso ela ama descobrir como fazem pra tentar engana-la. Se bem que ela nem mostra dificuldade pra sacar os truques alheios e sempre se aproveita disso pra tirar o máximo de proveito dos joguinhos.

Por conta disso, ela acaba como uma personagem muito misteriosa e difícil de prever, com seus pensamentos sendo ocultos pra gente, e pros personagens, e ela agindo de forma muito aleatória. A vitória inclusive nem é seu objetivo sempre.


Enquanto pessoas normais esperam vencer sempre, ela parece sempre pensar uns 20 passos a frente em uma estratégia de longo prazo, e perde, vence, empata, agindo como se nada disso importasse mas, como se tudo fosse parte do seu plano. 

E isso dá um baita ar inteligente pra ela, além de também destaca-la como possível completa maluca.


O ritmo do ragatanga


Com duas temporadas de 12 episódios cada, as histórias são rápidas e tendem a mostrar 1 jogo e sua resolução por episódio. As vezes o jogo se estende por 2 mas, nunca passa de 3 episódios então tudo é sempre bem rápido.

Ele não enrola, mas trabalha bem um suspense pros resultados e conclusões, além de conseguir explicar bem o que rolou em cena. Tudo é um pouco parado se esperarmos ação, mas na verdade a dinâmica está nas partidas e não em combates.


Só nos são mostradas as cenas que importam e enrolações são rapidamente cortadas, o que torna tudo muito mais dinâmico do que apenas assistir uma partida de pôquer real por exemplo.

Além disso, nada é previsível... inclusive algumas situações e jogos vão muito além do mero joguinho de cartas. A lógica é que tudo na escola sirva pra apostar, e no fim o que importa mesmo é ver geral jogar.



Se aprende com a vida


Mas com toda certeza a coisa mais chamativa é a escola, que convenhamos é a coisa mais estranha de todas. Ela é um aglomerado de jovens tarados e viciados por apostas, onde bullying não apenas é liberado como incentivado por um sistema baseado em méritos.

Sem adultos no controle aparentemente, quem comanda a escola é o Grêmio Estudantil, formado pelos maiores apostadores, que definem as leis do ambiente escolar.


E, apesar dos jovens não viverem presos na escola, eles nunca são mostrados fora dela, o que da a impressão que aquele é o único mundo que conhecem.

Enquanto num ambiente estudantil comum os jovens são estimulado a aprender, aqui eles precisam se enfrentar em jogos o tempo inteiro, apostando dinheiro, partes do corpo e até a própria vida, valendo inclusive apostar o futuro.


Afinal tem até "Planos de Vida" em que o Grêmio decide como as pessoas viverão fora da escola, com quem se casarão, e definindo seus destinos. Sim poxa, a escola define até os maridos e esposas dos alunos que perdem nas apostas.

Mas, ainda tem um sistema que converte os perdedores em meros animais de estimação dos vencedores, e não importa o que façam, são fadados a humilhação contínua.


É uma escolinha terrível, e na verdade tudo que tem do quesito "escola" são os uniformes, e o grupo de jovens inconsequentes se reunindo. Aulas não rolam, professores não aparecem, tem nem diretores nisso... então no fim das contas é só um tipo de clube particular para jovens se torturarem.

Porém, todos os estudantes tem algum vínculo com um figurão do mundo, sendo sempre ricos e tendo grande influência, então a escola tem o objetivo de reorganizar o poder de suas famílias através do azar. 


Uma casa de apostas comunitária para jovens empreendedores.


Considerações Finais


Então né, pior que eu gostei do que assisti, e olha que só vi a primeira temporada por enquanto. O anime não tem tanta ação, mas ele é muito agitado e muito bem animado, e conta com um humor leve.

Tem umas cenas meio picantes, mas com todo mundo vestido! Estranho né? Mas acredite, mesmo sendo poucas cenas, é o que as pessoas não devem assistir na frente de familiares... olhares estranhos rolarão pra todos os lados.


De resto, tem um pouco de violência, mais psicológica do que gráfica, e tudo fica muito na ameaça. Ver pessoas passando por bullying ou sendo abusadas de inúmeras formas é um gatilho pra alguns, mas aqui isso não vai muito longe. Há situações mais pesadas, mas no geral tudo sempre se resolve com a menor quantidade de derramamento de sangue ou tortura possível.

Ou seja, é legal de assistir e passar o tempo, e se você quer ganhar daquele seu amiguinho pra quem você deve 480$ por ter perdido no pôquer, eis sua chance de aprender como vencer na base da trapacinha!!! Ieeeeeiiii!!!!


Vou lá jogar.

Obrigado pela leitura e...

See yah.

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2 Comentários

  1. Até onde sei, é um hentai disfarçado de shônen de apostas. (Isso no mangá).

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    1. Bem que imaginei... mas felizmente no anime não extrapolaram e dá pra aproveitar o enredo sem se preocupar com baixaria.

      O bom de animes é que as vezes "corrigem" certos exageros que o mangá e seu criador se permitem fazer. E, as vezes é bom, as vezes é ruim, mas nesse caso acho que foi o melhor...

      Excluir

Obrigado de mais por comentar, isso me estimula a continuar.

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