Se você assistiu O Poço 2 e não entendeu absolutamente nada do final, bem vindo ao clube. O segundo filme é uma continuação "invertida" do primeiro filme, e se a coisa já não fosse complicada com o tema do filme em si, tiveram a brilhante ideia de inserir alegorias, metáforas e alucinações de um jeito tão estranho, que é difícil compreender.
O segundo filme, lançado agora em 2024, se passa cronologicamente quase que imediatamente antes, do primeiro filme de 2019, mas a história dele é focada em outros aspectos sociais que envolvem a mesma temática: Gente tendo de administrar e racionar comida ao longo de um poço, com centenas de andares.
Mas os dois filmes tratam de eventos muito diferentes se vistos num panorama geral, e há até alguns pouco furos de roteiro aqui e ali que não foram bem preenchidos. Acaba deixando as coisas um pouco mais esclarecidas, mas também cria mais dúvidas que, apenas um terceiro O Poço poderia responder.
Em todo caso bora explicar o que entendi, forçando muito o cérebro diga-se de passagem.
Continuação Inversa
Enquanto no primeiro filme a problemática é escassez de alimento nos andares mais baixos, pelo excesso de consumo dos andares superiores, neste o problema já tem uma solução, com um sistema de racionamento baseado em informações prévias sobre cada prato na mesa, o que no fim até parece funcionar, mas é desgastado por corrupção social individual.
Ou seja, havia um sistema funcional para administração da comida, que foi ignorado por uns poucos e gerou uma lambança a longo prazo. Se fosse apenas isso, tudo bem, os dois filmes se bastariam e funcionariam muito bem como terror social. O problema é o que inserem no final de ambos.
A término do primeiro filme, temos uma resolução um tanto fantástica, mas que cumpre o objetivo mínimo de nos dar esperança e um pingo de lógica. Já no segundo tacam tudo no ventilador, e é uma sequência de estranhos acontecimentos ao ponto de forçar o espectador a duvidar da própria percepção lógica.
É montanha de crianças. é gente no espaço, é fundo do poço cheio de gente, é guerra entre andares, gente... o negócio é pura loucura.
Mesmo pra quem acabou de assistir o primeiro filme, tudo soa aleatório e sem sentido de mais, mas, o próprio filme tem consciência dessa insanidade, e ele te recomenda ao término que assista ao primeiro, quase que debochando do espectador.
É engraçado que, quando assisti o primeiro filme pela primeira vez, eu achei que tinha entendido, e ao assistir o segundo, eu percebi coisas no primeiro que tornaram ele muito mais complexo e confuso do que eu imaginei. Daí ao assistir de novo o primeiro, eu percebi que o segundo era ainda mais complicado do que eu tinha achado, e estou até agora assistindo um, pulando pro outro, voltando, e não sei mais quando isso vai parar!
O Poço 2
Este filme se passa na mesma condição física do primeiro, mas as regras do local mudaram pois há comunicação entre os níveis (inclusive a barreira linguística não existe aqui, então todos falam o mesmo idioma agora).
Agora, todos se ajudam para que todos possam comer, respeitando um detalhe não destacado no primeiro longa. Cada pessoa ali presa, escolheu um objeto e um prato favorito, o que significa que naquela mesa, há sempre um prato para cada uma das centenas de pessoas no Poço.
Se todas comerem apenas seu prato escolhido, sem tocar nos demais, todos comerão e não haverá fome. E detalhe, ao longo da história é revelado que a comida chega a sobrar se seguir essa regra, pois aqueles que morrem permanecem tendo seus pratos preparados na mesa!
Em teoria isso funcionaria, mas na prática há sempre aquele individuo que não quer colaborar, não quer seguir regras, ou apenas enjoou do prato que escolheu e quer aproveitar dando uma beliscada aqui ou ali. E é partindo dessa premissa que acompanhamos dois novos protagonistas.
Um cara, que tudo que queria era sua Pizza diária, tocada por um dos andares superiores, e sua parceira, uma mulher que aparentemente se voluntariou ao Poço por culpa.
Entre aqueles que não respeitam as regras, e aqueles que abusam delas para demonstrar poder, o novo modelo do Poço se torna ainda mais perturbador que o anterior... mesmo ele sendo o anterior.
O Cara da Pizza
O primeiro personagem que vemos é o cara quase nu, gordo, que só quer comer Pizza. Ele questiona a ordem dos "leais", depois que a Pizza dele é comida por alguém de um andar superior.
Serve tanto pra introduzir a condição atual do poço, onde cada um só pode comer aquilo que escolheu, e caso queira comer algo de outra pessoa, é rapidamente repreendido. Mesmo ele, sendo a vítima, é condicionado a passar fome até que aqueles que comeram a pizza dele sejam punidos.
A punição ocorre, depois do cara ser executado ao tentar invadir o espaço de outros pelo elevador de comida, e no fim ele tem as Pizzas para si. Porém, ele próprio comete um pequeno deslize ao comer o prato de um dos falecidos. Fazer isso também contrariava as regras, e graças a dedo duros ele passa a carregar essa culpa.
Enfim, o cara da Pizza é um incendiário, que tentou matar os pais, e estaria ali preso para um tipo de reabilitação. Mas nada disso é muito importante, apesar de haver muito destaque pra isso, sendo a parte crucial da história as escolhas dele. Ele decidiu que comeria Pizza, e levou um Isqueiro como item.
Demora um pouco, mas ele acaba respeitando sua parceira de andar, pouco a pouco se vestindo (ele andava quase nu por puro desrespeito), e trabalhando em harmonia com ela, além de aceitar as regras impostas pela comunidade do poço para sobreviverem.
Só que isso não basta, e ele acaba se auto executando ao ver que a punição viria de qualquer forma, por ele ter comido restos de alguém que morreu.
A Moça do Trauma
Essa é tecnicamente a protagonista, apesar de dividir espaço com o cara da pizza. Ela é bem calada, mas bem mais comportada que ele, e aceita a regra de sobrevivência do Poço sem reclamar, pelo menos a princípio.
Depois de se apegar ao seu colega, ela fica bem chocada com a forma como ele se mata para poupar ela da punição, mesmo que eles tivessem trocado de andares. Enquanto no primeiro mês deles estavam no andar 24, no segundo mês desceram pro 180, onde a comida já passava a ser escassa por conta dos muitos que não aceitavam a corrente de leis.
Então eles passam fome, mas também testemunham os demais que aceitaram o pacto lutando para preserva-lo, e consequentemente, o ocorrido no andar 24 e a comida que o cara da Pizza pegou, havia se misturado aos demais crimes ao longo do poço, e independentemente do quão grave a ação tenha sido, só por ter ferido a ordem das coisas, seria punida da mesma forma.
Bem, essa moça demora pra contar o que a fez ir para o Poço, e isso ocorre via flashback da entrevista dela para entrar no programa. Mesmo assim não é algo muito bem explicado, mas fica entendido que ela se voluntariou, apesar de ser indiretamente uma criminosa.
Ela teria matado uma criança por negligência, ao deixar um cachorro atacar a mesma em um tipo de festa. É tudo bem vago, mas é isso que ela conta. Ela também deixa claro que tem um grande apego ao seu ex noivo, sem dizer o que aconteceu com ele, mas alegando que seu prato favorito dela, Croquetes, era por conta dos croquetes que ele fazia.
Essa moça acaba vendo os altos e baixos da lei do Poço, e no fim decide ela mesma lutar contra o sistema, levando ainda mais desordem pra lá, e quebrando a lei de bom grado. Isso pois ela testemunha o quanto a lei era injusta, por ignorar os detalhes e se aplicar igualmente a todos. A punição as vezes era severa de mais com quem não merecia.
Ela mesma tem um braço arrancado por punição, e vê uma de suas parceiras ser devorada viva por pessoas esfomeadas, mas tudo piora muito pra ela.
O Cara Leal
Voltando aos demais personagens, existe um cara no andar 23, que explica a ordem do Poço, criada pelos que vivem nele, para que todos comessem. Ele luta pra convencer o cara da Pizza a não violar a lei, alegando que logo resolveriam o problema da falta de Pizzas.
E de fato eles conseguem resolver, com os Bárbaros que devoravam tudo descendo e tentando matar eles, mas ele e sua parceira protegendo a lei, dando a vida para derruba-los. Enquanto um morre, o outro é imobilizado, e o cara Leal decide levar ele pelo elevador, até achar um "Ungido", e pedir que ele aplique a Lei.
Acontece que os Leais eram só pessoas do Poço que, em respeito ao tratado criado pra preservar a alimentação de todos, faziam tudo para que os andares acima e abaixo deles respeitassem a ordem, independente do quão baixo estivessem. Na falta de comida, eles precisavam manter a calma, e no excesso deviam se conter pra não cometer exageros e jamais violar a Lei, ou permitir que alguém violasse.
Na pior das hipóteses, tinham a liberdade pra descer e imobilizar quem não respeitasse a Lei, procurando posteriormente por um dos primeiros a criar a Lei, descendo pelo elevador com os hereges.
Esse cara faz isso, segurando a raiva e descendo pelo elevador, e também passa a responsabilidade de manter a Lei e Ordem para a protagonista, que aceita a princípio. Ele não sobrevive à descida morrendo depois pra algum bárbaro.
Os Bárbaros
Dentre todas as pessoas no Poço, há aquelas que não estão nem ai para a Lei, e só querem comer quando há abundância, por saberem que nos meses ruins ficarão sem nada. Descrentes na ordem, eles atacam, matam, e devoram tudo que podem quando podem.
Há praticamente uma guerra travada ao longo do Poço, e como mensalmente há a troca aleatória de andares, o poder mudava de mãos constantemente. No fim das contas, é mais fácil que os que passam fome se tornem bárbaros nas horas de fartura, depois de passarem pela fome, então a ordem era constantemente prejudicada por eles.
Tem muitos personagens violentos, alguns bem mais fortes e armados que o normal, graças aos itens que escolheram, então cabia aos Ungidos detê-los, descendo pelo elevador em grupos grandes e bem punitivos.
Daí vinha a regra: Ou aceitava a Lei, ou morria como exemplo. E enquanto pra uns isso era a salvação, pra outros isso era arbitrário e cruel de mais, o que acaba ocorrendo com a protagonista.
Ela passa pelas duas condições, tanto como vítima quanto como bárbara, pois ela é obrigada a isso.
A Mulher com um Braço a Menos
Depois do parceiro perdido, a moça acorda ao lado de outra mulher, só que ainda mais silenciosa que ela, e misteriosa. Ela ainda tem um braço a menos, e parece suspeita de mais.
Tudo fica complicado quando um Ungido começa a descer os andares e pune todos os que tiveram a cabeça divulgada pelo telefone sem fio dos andares, como o antigo parceiro dela. Então, essa misteriosa mulher sem braço fica desesperada, como se devesse algo.
Não demora até ela induzir a protagonista a ir contra a Lei, e tentar lutar contra Bárbaros em nome dos Ungidos, além de dizer que sabe de um jeito de escapar do Poço, aproveitando as trocas mensais de andares.
Esse ponto a história fica mega confusa, pois tudo é contado em fragmentos, quase como se tivessem cortado partes e esquecido de colocar depois na edição. Mas, resumidamente, a moça conhecia um jeito de se manter acordada, resistindo aos gases que adormeciam a todos durante as trocas mensais. O método seria usando um composto extraído de uma tinta, presente em um quadro específico, que estaria em um andar com uma das pessoas.
Como ela chegou a essa conclusão não importa, o filme meio que só joga as informações, e quase não enfatiza isso, mas no fim é um detalhe crucial pra resolução já que é graças e esse aglomerado de requisitos que a protagonista chega ao fim.
Bem, essa moça tinha uma parceira, e elas seguiam as Leis a risca, até que um dia deram pra uma pessoa desnutrida um pouco mais do que deviam, e por causa disso, a amiga dela foi devorada viva, e ela perdeu o braço como advertência. Era o sinal de que os Ungidos estavam indo longe de mais na cobrança das Leis.
E dessa vez, ao descumprir novamente a Lei, ela tem o mesmo destino da amiga, enquanto a protagonista perde o braço como advertência. É uma sequencia de eventos um pouco forçada e confusa, mas é o que acontece.
O Ungido
Aparentemente há vários Ungidos pelos andares, e são os Juízes e Carrascos pra todos que descumprem as Leis, mantendo a ordem e o regime a base da força.
O mais temido deles é um cego, que anda com grupos de seguidores e desce o elevador decapitando os acusados, e punindo com advertências (mutilação) os que ousarem questiona-lo ou desafia-lo. É algo completamente desmedido e cruel, mas ele mantém o respeito com medo.
Ele foi cegado pela moça sem braço e a amiga dela, e ele já punia as pessoas de forma cruel antes. Só que agora ele estava ainda mais forte com seu grande grupo, e estava mantendo a ordem do jeito que desejava, até a protagonista se cansar.
Ao ser punida, ela se volta contra ele, e opta por caça-lo, criando ela seu próprio grupo de Bárbaros, convencendo com poucos argumentos, e levanto todos pra uma guerra no Poço.
Ele morre juntamente com seu sistema falho, mas o Poço cai em desgraça com todos vivendo cada um por si, criando assim o cenário pro primeiro filme, de uma terra sem comunicação, e de pura desordem, mas bem menos violenta.
O Velho do Óbvio
Esse senhor é o primeiro parceiro do protagonista no primeiro filme, e é um velho que vive falando óbvio, e morre no primeiro filme. Aqui, é o segundo mês dele no sistema, e um pouco de sua trajetória é contada já que ele é o 3° parceiro da protagonista.
Ela convive pouco tempo com ele, vendo que não adianta tentar impor as leis pra ele, já que ele come tudo sem ligar pra nada. E, basta que ela o convide pra descer e começar a matança, que ele aceita sem hesitar.
Com a faca dele, ele vira uma boa arma pra ela, mas também o primeiro recruta de sua rebelião contra a ordem dos Ungidos. E no fim, de todo o massacre que acontece, ele é o único (além dela) que sobrevive, por se esconder.
Ele também acaba matando uma mulher por quem aparentemente se apaixona, mas é dada pouca ênfase nisso, mostrando mais a violência entre as facções do Poço, e ele lá jogado.
A Velha do Quadro
Outra personagem só que muito menor e abrupta é essa velha senhora, responsável por escolher o Quadro que tinha a toxina na tinta, e que é muito mal explicado.
Ela é mostrada no começo do filme, ao lado de outras pessoas, pedindo pelo Quadro como seu item escolhido. De algum jeito essa informação chegou até a moça sem o braço, que sabia que esse quadro tinha uma tinta em uma das figuras (um cachorro, muito mal desenhado e difícil de entender), que poderia servir pra adormecê-la e fazê-la parecer que morreu.
Esse quadro estava no andar dela, e o grande objetivo das moças (antes da moça sem braço ser punida com a morte) era chegar até o andar dela, e pegar o quadro, pra tentar fugir do Poço.
No meio da rebelião da protagonista, ela encontra o tal andar e o quadro, e já separa ele pra por em prática o plano.
O Cara da Síndrome de Down
Também presente no primeiro filme, esse cara aparece só pra tentar explicar, por alto, o plano das duas moças.
Quando elas são capturadas pelo maluco cego, é no andar dele, e ele escuta um pouco antes elas conversarem sobre o plano. Ele então revela tudo pro cara (afinal ele não mente nem esconde nada), e também pra gente (já que a conversa delas é cortada do filme).
Do jeito que ele fala, parece só loucura, ele dizendo que elas queriam fugir depois de comer um cachorro, e ele não ia comer cachorro. E na verdade, o plano era ingerir a tinta usada pra pintar o cachorro do quadro raro... mas sério, é tudo muito jogado.
As Crianças do Poço
Pior que isso só o detalhe das crianças no Poço, o que é algo muito, mas muito sortido no filme. As vezes são mostradas imagens fora de contexto de crianças brincando em uma ala especial, com um escorregador.
São muitas crianças, que se aglomeram pela vez de escorregar. Parece de certa forma uma alegoria às pessoas no poço competindo pra quem vai ficar no topo, mas na verdade é algo real que acontece simultaneamente ao que rola no Poço.
Essas crianças vivem felizes naquela ala, e mensalmente uma delas é tirada de lá, e levada ao último andar do Poço. São deixadas pra morrer de fome, a menos que chegue comida até elas.
É algo esquisito, mas fica bem claro que várias e várias pessoas já chegaram até o fundo do poço, e sacrificaram tudo para salvar as crianças que encontraram lá.
É o caso da protagonista, que depois de tudo que passou, usa a substância no quadro pra fingir a própria morte durante a troca de meses, e ao ser colocada junto com todos os outros corpos, e levada para descarte no fundo do poço, ela acorda e percebe que os caras colocaram uma criança no andar 333.
Durante as trocas mensais, além de todos serem postos pra dormir, um monte de caras começavam a flutuar (a gravidade era desligada no Poço) e passeavam pelos andares, limpando tudo, e trocando as pessoas de lugares.
Além disso eles sempre colocavam uma criança no fundo, em repouso para o que quer que fosse o projeto maluco deles.
Ao fugir sem ninguém perceber, a protagonista se esconde perto da criança, e depois leva ela pro fundo do Poço pelo elevador, pra subir posteriormente.
Mas, isso é bem maluco, e com o tanto de alucinações que ela tem no processo, fica difícil compreender.
A Mãe
Lembra da moça que descia o Poço continuamente no primeiro filme? Então, ela é aparentemente uma das pessoas responsáveis por buscar as crianças na outra ala, e levar até o andar 333.
Ela é mostrada buscando o mesmo garoto que é salvo pela protagonista no final, e ela ainda não estava toda maluca lutando no Poço. Ao que parece, depois que a protagonista age, ela passa a repetir o feito, descendo o Poço pra salvar crianças.
É só teoria, já que nada é de fato explicado, mas pela montagem das cenas, e considerando que um tempo depois ela passa a descer pelo Poço, fica subentendido que ela se submeteu ao sistema, para tentar lutar contra ele, ou algo assim.
Aliás, a criança que o cara do outro filme resgata no fim, aparece aqui dentre a multidão de crianças, ganhando até certo destaque.
A Seleção
Durante o começo do filme tem a revelação de como as pessoas eram selecionadas para participarem do Poço, só que tem um detalhe sutil nisso: As voluntárias são diferentes dos prisioneiros. Inclusive a moça que acaba indo pro poço no outro filme aparece rapidamente, fazendo a seleção da protagonista.
O local onde todas as pessoas do começo são entrevistadas é diferente do local onde o protagonista do primeiro filme, e a do atual, aparecem sendo entrevistados.
O fundo é diferente, mostrando que apesar de todos irem pro mesmo lugar, o jeito de acessar é diferente. Uns são punidos, outros se voluntariam.
Os dois protagonistas haviam escolhido ir pra lá, já todos os demais personagens aparentemente foram jogados lá, por isso a perspectiva deles é diferente. Uns acham que aquilo é uma punição, outros um tipo de penitência temporária.
A Multidão no Fundo do Poço
No fim do filme, é mostrado um grupo gigantesco de pessoas no fundo do poço, no meio do vazio e escuridão. Ninguém ali tenta sequer subir no elevador, e em algumas partes do filme é mostrado que eles comem restos de pessoas que são jogadas pelo poço.
Mas, não fica claro se realmente tem alguém vivendo ali, ou é tudo só fruto da imaginação da protagonista. Afinal, exatamente como no outro filme, quando chegam ao fundo do poço a culpa personifica alucinações de todos que eles mataram.
Enquanto pro protagonista de lá era só o cara do "Óbvio", aqui a moça personifica uma multidão pois ela causou direta e indiretamente a morte de muita gente, ao quebrar o sistema de alimentação da Lei.
Mas, também há a possibilidade de terem mesmo sobreviventes, o que não muda o fato de que isso não importa.
Essas pessoas, existindo ou não, estão fora do sistema e são ignoradas por ele, deixadas no vazio para sempre, e não podem jamais sair, nem mesmo pelo elevador.
Apenas as crianças sobem com o elevador.
As Pessoas que Desceram
No fim do filme ainda há cenas soltas de créditos mostrando que outras crianças também foram "salvas", levadas ao fundo do poço depois do andar 333, para subirem pelo elevador, por pessoas diferentes.
Tem uma menina loira, salva por um cara.
Um garoto levado por uma mulher de cabelos longos...
Outro garoto abraçado com uma moça...
O jovem que a protagonista salva.
E até mesmo a menina que o protagonista do outro filme leva.
Aliás, o cara do outro filme chega depois da moça deste filme, encontrando com ele e o reconhecendo.
Não é dito nada, mas dá a entender que ele era o noivo do qual ela tanto falou em sua entrevista, pois em todo o filme, é a única pessoa que ela abraça e mostra carinho.
Só que, os dois estão no vazio do fundo do Poço, o que significa que os dois nunca mais sairão de lá.
Pelo menos é isso que eu entendi.
Confesso que é um filme complicado de compreender, e não sei se minhas capacidades interpretativas estão desgastadas ou, eu apenas não assisti do jeito correto, mas eu fiquei bem confuso com tudo que foi mostrado.
O que pude interpretar foi isso, mas ainda sinto que há algo faltando.
Provavelmente, um "Poço 3" explicaria o que falta, quem sabe explicando mais sobre a moça asiática, ou sobre outra parte do complexo sistema social vertical.
É isso.
See yah!
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