SérieMorte: A Acólita - The Acolyte (1° Temporada) - Romantizando os Sith

Poxa Disney mancada, lançar algo semanal via streaming quando ta tudo tão interessante. "Acólita" é a nova série ambientada no universo de Star Wars, que conta uma história 100 anos antes de tudo que conhecemos, numa época onde os Jedi estavam em alta, tudo pela perspectiva de uma "Sith".


Pelo menos essa é a ideia que a sinopse passa, mas na verdade a série mostra duas perspectivas, a de Aosha, uma ex-padawan, e a de Mae, uma aspirante a Acólita.

O que é Acólita? Qual o objetivo da série? O que ela tem de bom? Então, isso é justamente o que nos mantém fixados na tela.

A princípio lançaram 2 episódios juntos mas, os demais virão semanalmente, e isso é um baita soco no estômago, já que interrompeu um clima que não tinha a muito tempo!

E sabe o que é mais curioso? Minha experiência acompanhando essa tragédia semanalmente foi me deixando cada vez mais desanimado e arrependido, contrariando absolutamente tudo que senti ao ver os primeiros episódios. Foi a fórmula perfeita pra espremer até a última gota de esperança do espectador.

Enfim, bora falar mais a respeito e perdoe se tiver spoiler... vou tentar avisar.

Boa leitura.



A série é mesmo Nova


Os últimos lançamentos de Star Wars não foram la do meu agrado, e creio que o principal motivo seja a ligação com o material cinematográfico. Como tudo que era lançado parecia surfar na onda do que já existia, fossem adaptações de quadrinhos ou livros disfarçadas, ou uma expansão do material já mostrado antes, bom ou ruim, o gosto pela obra e seu universo se dissipou em mim.

Porém, acertaram em cheio ao explorarem o passado, quebrando a ligação, mas ainda em busca de um conto naquele mesmo universo, e um conto criativo diga-se de passagem, mesmo com "repetições" em aparência.


Temos em Acólita algo novo de fato, e não é como em Mandaloriano onde tudo acaba desandando em direção à crossovers e dependências do que há no cinema (assim espero, veremos no futuro), série que apesar disso, funciona pelo pouco de novo que há. Aqui as coisa se assemelham com o visto em "Rogue One", mas ainda mais independente já que também não há um antes ou depois a se conhecer.

Na verdade, até há, mas é justamente isso que a série quer contar, sem nos obrigar a ter conhecimento prévio de um monte de filme pra entender. Ela se passa em um período a se construir, e o passado dela é o que sustenta o que acontece no presente dela, revelando tudo pouco a pouco, e fisgando (somos peixinhos) com perfeição nossa curiosidade.



Efeitos Simples mas Primorosos


Não sei se é por ser "antiga" em sua ambientação, mas a simplicidade e uso de efeitos práticos funciona melhor do que os exagerados efeitos especiais costumeiros nas obras atuais.

Tem muita prótese, máscara, pintura corporal e coreografias de combate, e isso ta lindo de assistir.


Claro que há naves, planetas, viagens pelo espaço, e umas inventividades alienígenas mas, isso também ficou bem feito, e forma paisagens belas de observar.


E o curioso é que, apesar de muito da série se passar em locais fechados, ela parece grandiosa, e tem tantos detalhes e variedades de ambientes que, difícil não ficar animado.

Tenso que, 2 episódios de 8 ainda é muito cedo pra falar se isso está incrível ou não, pois nunca se sabe quando e como podem destruir uma boa ideia.



Sem Darth Vader dessa vez


Desculpe o spoiler mas, não há alternativa, então caso queira assistir sem surpresas, recomendo que pare de ler aqui, mas saiba que vale a pena ver.

Agora, se não tem problemas com spoilers, vamos lá:

Gêmeas, tudo gira em torno de gêmeas da Força. Se você pensou "Luke e Leia de novo?" acredite, passa longe disso. E é a mesma atriz fazendo as duas personagens (e ela é boa de mais).


Na verdade a série nem esconde essa informação por mais de 20 minutos, e expõe tudo ainda no primeiro episódio, mas sem ser acelerada demais também. Ela o faz em um tempo ideal, pra surpreender, mas sem se apoiar de mais nessa revelação já que, ela não é tão grande assim.

O nexo da trama tá mais na missão do anti-herói, e como isso vai se desenrolar, algo que também é revelado sem rodeios ainda no segundo episódio.


O louco é que com esses dois episódios conseguem criar um hype enorme, e tecnicamente já mostram tudo o que tem de mais legal.

Conhecemos os Jedi no auge, e o domínio pela galáxia, e não precisamos de mais que isso pra ter a satisfação de ter a lacuna da dúvida preenchida.


Conhecemos a "origem" dos Sith, se bem que na lógica nada disso foi explicado ainda, o que também abre espaço pra que os demais episódios trabalhem com isso.


Conhecemos os dois lados da moeda, ou da Força se desejar, já que bem e mal não são uma verdade absoluta aqui, e por mais que a protagonista haja de forma violenta, ela também parece ter boas razões, na cabeça dela, pra fazer o que faz.


E por fim, conhecemos o Wookie Jedi! Pra mim é isos que me fará assistir até o final e pronto.


Cara, é um Chewbaca que usa a Força! Tem ideia do que é isso?!



Explicando os dois primeiros episódios


Aosha é uma ex-padawan, que abandonou os estudos forçadamente pra investir na vida de R2 orgânico. A profissão dela é a mesma do robozinho clássico, chamada "Meknek", o que na prática é um mecânico de naves em pleno espaço, que conserta falhas no casco e dá suporte do lado de fora. Ela ainda tem ajuda de um pequeno robozinho é claro, e conversa com ele (os renegados sempre sabem a língua das máquinas).


Ela deixou de treinar os caminhos da Força pois era velha de mais, tendo sido recrutada aos 8 anos de idade, e mostrado sinais preocupantes pros mestres (papo familiar esse...), mas agora ela tá de boa com sua vida, apagando incêndios espaciais.


Até que, uma misteriosa assassina de Jedi surge, matando Mestres que tem conexão com Aosha. Pessoas do seu passado, pessoas que a ajudaram a fugir do incêndio que matou toda sua família quando criança e a recrutaram, ou tiveram algum envolvimento com ela.


Essa assassina é uma aspirante a Acólita (até então pouco explicado mas, deduzirei o que é), que seria um quase Sith (?), treinando na Força mas, com a missão de matar 4 Jedi, um deles sem uso de armas ou artimanhas. Ela segue um personagem misterioso mas que, até o fim da série será revelado (certeza).

Apesar de ser forte, ela tem que lidar com vários truques, empunhando adagas para vencer os Jedi, e tendo suporte de um "amigo", misterioso mas que não parece ser de todo mal.


Seguimos as duas, cada uma em sua própria jornada, com Aosha se reunindo aos Jedi e seu antigo Mestre na caçada por sua irmã, e sua irmã na caçada pelas cabeças dos Jedi, incluindo o Mestre dela! Legal né?


Bota nisso um Mestre com um segredo do passado das garotas, e cada um dos alvos de Mae tendo algo maneiro pra mostrar, e pronto, nossa atenção tá conquistada, ao ponto de fazer os 40 minutos de cada episódios parecerem um vídeo de 10 minutos.

Tem uma Mestra que luta esquivando de tudo, dando uma aula de combate! A gente fica esperançoso por ela, temeroso pela inimiga e a surra que levará, e ainda vem a reviravolta que, por mais que não seja tão surpreendente, é impactante (ainda mais sendo Disney).


Tem um Mestre que nem precisa lutar, e apenas usa Força como um escudo infinito e impenetrável, fazendo a gente se perguntar "Como raios ela vai matar ele?".


E é tudo muito rápido, divertido, e pelo amor de deus eu não sei se aguento até semana que vem pra ver mais!

Bora que quero ver o Chewe da Força!!!!


Explicando o Episódio 3 - As Bruxas


Esse episódio é inteiramente no passado, e quando digo passado é ainda mais no passado, durante a infância das duas irmãs. E sabe o que é incrível nisso?! A série entra na "Harmonia Star Wars".

É que, há uma harmonia poética nos filmes Star Wars (inclusive mas, não destacando, os 3 últimos), onde tudo parece ser similar e seguir uma ordem, como rimas em um poema, repetindo situações, cenas, enquadramentos, mas sem necessariamente contar a mesma história.


O que rola aqui é que, depois dos dois episódios instaurarem a base de toda a série, este retorna pros primórdios revelando a origem de tudo, assim como foram os Episódios I, II e III do universo cinematográfico, contando a infância daquele que se tornaria o temido Darth Vader.

Mas mais que apenas revelar o passado trágico das meninas, este episódio soma muito ao universo fantástico de Star Wars, inclusive, diria eu como alguém que conhece e gosta, mas não chega ao fanatismo pela obra, a satisfação foi grande ao conhecer melhor mais um lado da Força.


A "Religião" das Bruxas


É que Star Wars não é só Jedi e Sith, há outros métodos de vida e cultos que contracenam com o místico poder invisível, e as Bruxas não são de todo uma novidade pra mim.

No jogo "Jedi Fallen Order" foi onde vi esse conceito pela primeira vez, como uma cultura praticamente extinta mas que também era usuária da Força. Um grupo de Bruxas, composto apenas pelo sexo feminino, que por sua vez tinha uma visão mais mágica do que seria a Força.


Se lá eu já gostei muito de conhecer esse lado, imagina aqui, onde podemos ver um Coven inteiro se manobrando para lidar com algo raríssimo em seu meio, e que pasme, pesou muito mais pro significado de "Acólita".


Como Covens são compostos só por mulheres, não haveria chance delas se reproduzirem, a menos que um milagre ocorresse. E se, no caso de Anakin Skywalker o milagre foi nascer de uma virgem, aqui não seria diferente e mais uma vez, a Força abençoa uma mulher.


Porém, além da mulher ser de outra espécie, há o tal grande significado ampliado das gêmeas, que são mais que irmãs na Força, são a esperança de um futuro pra todo uma religião, uma espécie, uma forma de viver.


As Bruxas estariam fadadas ao esquecimento com suas mortes, proibidas de ensinar crianças de fora, proibidas de procriarem por suas próprias regras (aparentemente), eis que o nascimento de duas meninas seria como um recado divino de constância universal. 

E testemunhar isso após conhecer como tudo acabaria, tornou tudo mais trágico mas igualmente belo. 


Aliás, eu jurava que ia rolar "lacração", pois lá nos primeiros episódios a Aosha já mais velha cita suas "mães" no plural, e conhecendo os tempos de hoje senti um pouco de receio de forçarem a barra, incluindo algo da causa LGBT só por incluir. Mas foi justamente o oposto: Há sim um envolvimento materno e até afetivo entre as mães das garotas, mas o significado de "mãe" é mais atrelado a ideia de clã.


A mãe principal é a "Mãe de todos" seguindo aquela ideia hierárquica, e há insinuações de que ela teria um envolvimento amoroso com a mãe biológica das garotas, mas, isso não é de todo importante e muito menos destacado. A série mantem-se focada no que quer contar, e não desvia do foco.


Tudo começa a melhorar...


De todos os episódios até então, este se tornou meu favorito. 

Ele é cruel, já revela o desfecho de tudo e não enrola pra nada, mas ele é lindo, sutil, sabe se desenrolar e ainda por cima deixa pontas com mistério.


Afinal, será mesmo que o fim foi aquele? Será que o fogo foi o derradeiro estopim da tragédia? Ou será que tinha um terceiro omisso ali no meio?

Há um pouco mais do "Chewbacca" Jedi! Mas ainda não é a hora dele brilhar, o que é uma pena.


Mas, é tão bom ver que na infância a pequena Aosha queria muito ser Jedi, e pelo que sabemos agora, ela não seguiu por esse caminho. E sua irmã, Mai, já queria muito seguir o rumo das Bruxas, mas como sabemos, também vem trilhando um caminho diferente.


Surgiu ai o desejo de conhecer o que a fez elas desviarem e se tornarem uma Meknek (algo que ela também já demonstrava aptidão), e uma "Acólita" (ainda faltando explicar o que significa essa palavra), sendo este um acerto tremendo pra série, nos mantendo interessados.


Episódio 4 - Sem Chewbacca Jedi


É, agora já começo a sentir a rejeição natural que uma obra Disney provoca a longo prazo... os caras simplesmente matam o Chew Jedi fora de cena... meu... 

Se fosse só isso já seria algo ruim, mas tornaram a série mais novelística do que já era, enfiando diálogos em tudo quanto é parte, fazendo os personagens explicarem cada passo que dão, a cada instante, como se o espectador fosse a criatura mais ignorante do mundo.


Pior são as cenas de ação, que apenas inexistem aqui. O máximo que há de combate é um sabre de luz ser balançado pra baixo, e nossa... é tão divertido isso. 30 minutos pra ver uma criatura ser cortada ao meio, e logo em seguida uma explicação do porque ela foi cortada, como foi cortada, pra onde ela foi depois de cortada, e o impacto psicológico dela em alguém que sente a Força... e pera... esse é um outro problema.


Até então tudo na série soava novidade então não fazia diferença considerar conceitos futuros de Star Wars, e ensinamentos ou regras das classes Jedi/Sith. Mas queria entender como que um grupo de Jedi, dentre eles mestres, não é capaz de sentir a presença da Força. 


Não apenas isso, eles são capazes de perder uma criatura rastreadora de vista, que eles mesmos domesticaram e utilizam, sendo que estavam em um grupo gigantesco! Ninguém tem olhos?!


Ou será que, todos eles tiveram conversas em particular no meio da jornada, e pararam de andar pra trocar ideia igual a protagonista?

Tudo que queria ver era o Chewzinho lutando com sabre, tipo, ver como era um Wookie usando um Sabre... mas tudo que vi foi ele vestido igual Jedi e... cabô. 


A história do episódio é basicamente a aspirante a Jedi sendo mais uma vez levada na busca pela irmã, sendo que ela nem é uma Jedi. 


O ex-Mestre dela mais uma vez sendo designado pra missão (sendo que sinceramente, é ilógico mandar ele afinal ele é um dos alvos da Mae). 


E por fim, a Mae tendo conflitos emocionais, enquanto é guiada pelo se misterioso amigo, e conversa sobre o quanto o mestre deles é suspeito.


É que, agora que ela sabe que a irmã está viva, ela começa a desejar interromper o treinamento com seu mestre misterioso, escancarando uma falta de fidelidade com ele, e explicando com todas as letras que ela só o segue por medo de morrer.


Inclusive, ela trai o único amigo dela, deixando ele pra morrer, e criando o plano surpreendente de se entregar ao Wookie para assim se reencontrar com sua irmã.

Esquisito isso, afinal até então parecia que ela tinha uma confiança inabalável e uma maturidade emocional sinistra, e agora apenas se converteu em uma personagem frágil, igual a irmã.


Por fim, tirando todos os Jedi secundários, incluindo o Sol, surge o misterioso Sith, que ainda não é chamado de Sith. Ele aparece depois de ter matado o Chewbacca Jedi, mas ninguém o nota até ser tarde de mais. E o sinal que é um Sith é a cor do sabre, ponto.


100 anos antes das sagas Skywalker, parece que não havia o conhecimento sobre essa segunda cultura da Força, o que também levanta um alerta sobre o cânone.


O pior de tudo é ter consciência que as coisas irão piorar... mas sentir vontade de assistir pra testemunhar o desastre, não pelo desastre em si, mas pela pura curiosidade.

Aliás, tudo acaba no único conflito interessante, com o Sith dando um empurrão com a força em TODOS os Jedi. Será que no próximo episódio vai ter mais luta?!


Ps.: Tudo que eu queria ver, era o Chew de sabre T_T.


Episódio 5 - Reviravoltas Previsíveis


Matança nunca antes vista, ainda não vista afinal tá na Disney, melhor censurar.


O combate ocorre mesmo, mas 80% do grupo Jedi é morto fora de cena, atrás de árvores pra não chocar a criançada.


Depois quando sobram apenas os rostos principais, um a um são removidos de cena mostrando o ápice do combate Jedi: Balançar o Sabre.


O grande Sith mascarado, com um capacete que ANULA a energia dos cristais dos sabres (tecnologia essa que deve ser mandaloriana) revela seu rosto e pra surpresa de absolutamente ninguém, ele era o amigo misterioso da Mae...


E aí, depois dele sozinho dar cabo a TODOS os Jedi, exceto o Sol (afinal, ainda tem que explicar o que aconteceu no incêndio das bruxas no passado), ele é derrotado pelo robozinho da Aosha, levado para os céus pelas criaturas atraídas pela luz que, no episódio anterior, não eram ameaça alguma visto que são fatiadas com 1 sabre só.


Se teve algo bom mesmo, foi o combate da padawan de maquiagem reptiliana, que acaba falecendo de um jeito interessante, depois de dar uma aula de combate, incluindo o uso de Sabres Duplos.


Mas, o vilão convenientemente também tem sabres duplos.


Ainda há o derradeiro reencontro das irmãs gêmeas, que em um efeito de câmera com dublês me fez questionar a razão de apenas não usarem logo atrizes gêmeas... ficaria bem mais crível.


Mas elas lutam, não entram em acordo mesmo havendo muito amor entre ambas, e no fim, Mae assume o papel de Aosha, roubando suas vestes e voltando aos Jedi, ou melhor, ao único Jedi que sobrou.


Ironicamente, ela que tanto prezava pela reunião com a irmã, deixa ela pelada no meio da floresta, sozinha, com um maluco se auto intitulado "Sith" caçando por ela. 


E tem isso também, agora é oficial, os Sith são uma cultura recente sem raízes, criadas por um jovem emo revoltado com os Jedi. 


Ah, e "Acolita" é só o nome que um Sith da pro seu "padawan".

Observação: O Sith sem nome usa a Força da Cura...


Estão reforçando o cânone da nata do chorume!!!


Episódio 6 - Acham que é uma Obra Prima


Ficou muito, mas muito pior do que eu imaginava, e olha que eu já tinha me preparado pro desgosto desde o começo.

Apenas inverteram tudo, Osha é uma pretendente a Sith, Mae virou uma pretendente a Jedi, ou querem dar indícios disso mas, também não tem muito pra onde ir ou o que fazer.


A história só desandou muito, ao ponto de tornar o grande Sith em um personagem sábio e cauteloso, além de misericordioso (pois ele cuida da Osha!), e em contrapartida vilanizaram o Sol, um Jedi que deveria ser o que o Sith está mostrando.


Mesmo se pensarmos que a proposta de Acolita é mostrar o outro lado da moeda, pela perspectiva dos vilões... fizeram do jeito errado.

O maior erro nem está na inversão de papéis, mas na forma como mostram isso. Mae e Osha viraram duas pedras emocionais, sem esboçar reações condizentes com o que viram e vivenciaram recentemente.


Osha tá muito vazia de emoções, e olha que ela testemunhou a morte de pessoas que até então deveriam importar pra ela, mas ela apenas fecha os olhos pra isso, ignora o luto, e nem mesmo sabe fingir um sentimento de vingança.


Ela vê o Sith peladão e pronto, se apaixona por ele... pelo menos é isso que me pareceu, e é a única coisa que explica o fato dela não matar ele logo de uma vez, e permitir que ele a ganhe na lábia.


Mae passou pela mesma coisa, ficou sozinha no escurinho com o Sol e pronto, se apaixonou por ele, e sim eu jogo já na paixão pois se me disser que faz parte de reações normais, a pessoa ir lá com intenções de matar, e apenas ignorar as intenções pra curtir um abracinho, pelo amor de deus.


O robozinho, o que foi aquilo?! O Rastreador vivo trouxe um pedaço do robozinho de Osha, na suspeita de que a Osha na nave não é a mesma, e o religa. Então o robozinho tenta atacar a Mae disfarçada, que apenas reinicia ele pro modo de fábrica e transforma ele em um robozinho do mal!? Mas hein?


E olha que, a coisa que mais me doeu nesse episódio, foi terem tirado o sabre de luz púrpura exclusivo do Samuel L. Jackson! Agora tem mais uma Jedi que tinha um sabre de tal cor, e pra variar era um Sabre chicote!


A Jedi careca e verde... que usa o tal sabre pra matar uma criatura do nada, e essa é a única ação do episódio (melhor seria nem terem feito isso).


E pra deixar tudo épico, colocam Osha vestindo o Capacete do vilão... nossa.


Aliás, o capacete seria de um minério que repele os sabres de luz, mas que ninguém nunca falou a respeito... mas a gente releva pois... os caras que roteirizaram isso tão muito viajados.

E olha que nem to pegando pesado pelos erros lógicos, pois se fosse pensar nisso... jesus... o Sith sai do planeta antes do Jedi sendo que o Jedi tinha saído primeiro...


A Jedi verde vai direto pra casinha do Chewbacca Jedi sendo que, ela devia ter ido com a equipe desde o começo (evitaria que eles se perdessem na mata e morressem tudo pro Sith).


E... ah sei lá! Ta tosco de mais. Mas, ta quase acabando... faltam 2 episódios.


Episódio 7 - Chewbacca Jedi Aparece


Demoram mas finalmente mostram como é um wookie Jedi e é bem legal de assistir.

Mais que isso, tem coisa boa no episódio 7, em todos os aspectos.


Esse episódio é um grande flashback, mostrando os eventos do episódio 3, mas pela perspectiva dos Jedi e não das Irmãs da Noite (esse é o nome das Bruxas, eu tinha esquecido e a série lembrou disso).

E no fim das contas, o incêndio e todo o incidente na noite da Ascenção em que Mae teria morrido, foi tudo apenas um monte de consequências de equívocos dos dois lados.


Sem vilões, foram só escolhas ruins, tomadas pelos interesses individuais de cada um. Dói inclusive ver que a morte de Mae teria sido provocada por uma escolha de Sol, e ele realmente teve de escolher quem ele deixaria cair: Osha ou Mae (lembrou muito jogos de escolhas e consequência).

Sol queria que queria uma padawan, e viu em Osha uma chance pra isso, ignorando ordens superiores e fazendo de tudo pra recruta-la apesar da idade.


O Jedi mais jovem era imaturo e só queria ir pra casa logo, então quis agilizar a missão, que não era a busca por crianças sensitivas à Força, mas o estudo daquele planeta. E ai tem um aspecto que me interessou: Introduzem a ideia de "Vergência", onde a Força é tão forte em determinados locais, que pode criar até mesmo vida, algo que ocorreu com o tal planeta (onde coincidentemente as bruxas se instalaram).


Outro aspecto curioso é a existência de Osha e Mae, e revelação de que não são Gêmeas, mas sim a mesma pessoa, dividida em dois corpos. É estranho, mas considerando que elas são fruto provável da Vergência, a lógica comum não se aplicaria a elas/ela. 


Outro ponto legal é a natureza do poder das Irmãs da Noite, e a visão pelo lado dos Jedi de como é ser afetado pela magia delas. Mostrando esse Jedi ingênuo caindo na lábia delas, e deposi também mostrando a força do Wookie manipulado pelo clã inteiro.


A hora em que ele usa seu sabre é fomentada pelo clã, que se une para torna-lo hostil contra seus camaradas. E isso também é algo interessante, pois retira da mesa a carta da ignorância e fúria, que não existiria em um Jedi, e coloca tudo nas mãos da própria Força e o mal uso dela, mesmo que por um motivo bom.


Afinal as Irmãs da Noite queriam apenas proteger suas filhas das intenções nada claras dos Jedi, e em meio a uma pequena rebelião entre elas, tudo só virou uma bagunça desenfreada.

E tem a morte da única pessoa que talvez entenderia os Jedi, provocada igualmente por um equívoco. Sol mata a mãe do clã na frente de Mae, por achar que ela iria feri-la e sem entender seu poder. Tudo só provocou o pior desfecho possível.


A única Jedi que manteve a compostura e fez o possível pra seguir os dogmas foi a mestra deles, que por sua vez foi prejudicada pelas muitas e muitas interferências alheias. Isso mostra e estabelece que, por mais que um Jedi siga o caminho da Luz, isso não determina que tudo sairá corretamente, muito menos define o sucesso da jornada, pois há a influência dos demais.


É de certa forma um episódio bem feito e informativo, mas não passa de um tempero bom em uma salada ruim.




Episódio Final: Uma História sem Fim 🤮


A série corre pra se encerrar em um último episódio, deixando todas as questões mais importantes em aberto, e jogando um monte de participações especiais pra dizer que tudo continuará, seja numa segunda temporada (tomara que nunca ocorra) ou em outra série derivada.

O negócio é tão feio, tão ruim, que apelaram pro Yoda no final, botando ele de costas, e eu juro que nunca senti tamanho desrespeito com o personagem.

Sabe, a série tinha potencial pra ser boa, podendo mostrar um novo lado da Força, ou até abraçar a crença dos Sith pela perspectiva deles. Seria algo diferente, algo mais sombrio e quem sabe até um conto de terror psicológico no meio de Star Wars... mas... esperar isso da Disney é de mais.


O que fizeram foi romantizar os Sith, tornar eles inocentes, e vilanizar os Jedi, fazendo eles os caras mais corrompidos do universo. E olha que eu resisti a essa interpretação, fiz todo o possível pra entender o que queriam comunicar, mas o fim é exatamente esse: Sith são uns coitados inocentes, Jedi são os conspiradores monopolizadores de poder.

Tem até um outro Sith aparecendo, mais velho (Darth Plagues), fazendo uma ponta pra dizer que há mais deles por ai, e tentando desfazer a besteira que foi dizer que a origem deles foi o cara revoltadinho com a vida.


Mas isso não vale de nada, se tudo é jogado pra uma temporada posterior! A série apenas pega essa informação, e diz "talvez falemos disso no futuro, quem sabe" sendo que o pouco que ela tinha pra contar aqui, ela não contou.

Mae e Osha não são gêmeas, são a mesma pessoa, mas e ai? O que isso significa de verdade? O quanto isso pode ser impactante pra história da Força e seus usuários? Porque isso nunca foi mencionado antes?


A solução que dão é a mais babaca que eu já vi na vida: Apagam a memória de Mae, que simplesmente é entregue aos Jedi pra ser TREINADA com eles, enquanto Osha se converte em Sith, e se entrega ao seu novo mestre.

O louco, é que no que acham ser o ápice do brilhantismo, é na verdade total cafonice. Osha e Mae invertem os papeis, e uma vira Sith, a outra vira Jedi, e fica tudo por isso mesmo.


O chato é que tem umas coisas legais nisso tudo, como ver o Sabre do Mestre Sol se transformar um sabre Sith só pelo toque de Osha, e a Força distorcida que sai dela. Mas por outro lado, ver ela matar ele enforcado usando a Força, e ignorando qualquer sentimento que poderia ter, sem mostrar sinais de corrupção... é muito feio.


A série não dá tempo para que nos aproximemos dos personagens, e ela não sabe evoluir eles, não sabe fazer Osha ter uma ascensão (ou queda) descente para o Lado Sombrio, pois é tudo exageradamente rápido.

Esquecem o pouco que construíram dela, pra jogar tudo no ventilador na última hora e dizer "Pronto, ela é má agora". A grande revelação que faz ela se voltar pras trevas é que Sol matou a mãe dela, mas o diálogo é fraquíssimo, e a motivação dela não se sustenta nem se nos esforçarmos muito pra acreditar.


Mas, esse problema de falta de emoção virou uma marca dessa produção, então nos basta aceitar, e torcer pra nunca mais fazerem algo assim.

Fiquei pasmo com o jeito como tacaram a reputação Jedi na sarjeta, e ainda botaram Yoda pra representar isso. Jedi agora jogam a culpa uns nos outros, escondem a verdade, mentem e desrespeitam a memória de seus falecidos colocando a culpa neles.


Jedi agora são um grande culto dominador que anseia por poder governamental e controle absoluto.

Jedi agora são apenas Sith sem emoções, afinal eles agem com total parcialidade e em prol de seus próprios desejos.

Até daria pra entender que isso talvez seria a perspectiva Sith sobre eles, mas a série não sabe comunicar isso, mostrando toda a história pela perspectiva intercalada dos dois cultos.


Mal feito, simples assim. Chega a dar vergonha esse final, e eu tenho ainda mais vergonha por ter gostado do começo.

Vou nem falar dos furos, como os caras viajando entre planetas em segundos, a insistência em usar aquele personagem rastreador, a forçada de barra da Mestra Jedi verde que também já foi mestra do Sith, e por ai vai. Até as cenas de lutas desse episódio são sem graça.


Vou evitar Star Wars daqui pra frente.


ME FRUSTREI NO FIM!

Ainda tive esperanças de mais... que tolice. 


See yah.

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18 Comentários

  1. Grande Shady. Torço para que seja puro sarcasmo você falando que adorou essa série. Essa aí é impossível gostar.

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    1. A ironia está nos detalhes. To buscando uma forma passivo agressiva de criticar sem ser muito cruel... vai que dá certo.

      O pior é que to mais motivado a acompanhar ela (principalmente pelo Chewbacca!!!), do que fiquei com aquela bomba do Obi-wan.

      Aliás, bom te ver sr Ivan!!!

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  2. Vc só pode estar de brincadeira kkkkk torço muito que seja. Essa é a pior coisa que a Disney ja fez que eu ja vi kkkkk até as sequels eu consigo tankar (se levar como uma fanfic) comparado com isso. É impressionante como essa empresa só quer usar seus titulos como "propaganda lacrativa" a cada lançamento, sem um pingo de alma ou historias boas.

    A verdade é que Star Wars pra mim é apenas do EP I ao VI, a trilogia classica que é incrivel e depois 3 filmes bem legais nas prequels (principalmente o EP III que é excelente). Pois afinal... foi essa a historia que o criador fez... a jornada do Anakin... o resto é delirio coletivo.

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    1. Estou começando a ter medo sr Yuri rs.... muito medo...

      Por incrível que pareça, eu sou bem fã do Episódio I pois minha mãe assistia ele tanto, que eu apenas peguei um baita carinho por ele, inclusive o Jarjar... sim... eu sei... loucura....

      Com relação aos demais, até o VI, eu adoro todos igualmente. Tive uma ótima experiência com meus irmãos assistindo ele.

      O problema fica no delírio coletivo huahua.

      E bem, quero só ver se Acolyte vai bater a meta que eu imaginei...

      Ah, seja bem vindo hein.

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    2. Ué, mas o VI sempre foi foda ué kkks o "problema" é os Ewoks kkk mas acho eles fofinhos pelo menos, e eles tem um destaque aceitavel. O Ameaça Fantasma é um filme bem legal, o Jar Jar dublado consegue ser engraçado, acho que o problema é no audio original, assim como acontece com a dublagem do Anakin nas sequencias que salvam a atuação do Hayden (dub br é foda mesmo...)

      Eu prefiro acreditar que é um delirio coletivo, ou um monte de fanfic que a disney fez sobre SW e decidiu fazer live actions...

      Agradeço pelas boas vindas!

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    3. Ah sim, a dublagem salvadora é um fato inegável. A atuação vocal do garotinho pesa mesmo, um problema que nós não tivemos né.

      Temos esse direito até porquê, os caras nem são os reais desenvolvedores da história. Pior cagada foram ter criado o esquema do Legends... deveriam só investir na canonização cinematográfica do que já era cânone por fora e pronto... teriam uma baita fonte de riqueza.

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  3. Rapaz, depois daquele fiasco de episódios 4 e 5 eu nunca mais quero saber de Disney "Star Wars" ou seria "Star Was"? Leslie Headland mostrou que consegue ser tão "boa" produtora e diretora quanto foi como assistente pessoal de Harvey Weinstein. Tô fora. ✋

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    1. Estava eu me segurando pra assistir tudo só quando terminasse, mas seu comentário me fez assistir os 4 e 5... e jesus....

      Atualizei o artigo e não deu outra, agora entrei na vibe de resumir tudo.

      É erro meu ou de fato, refizeram a origem dos Sith?!

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    2. Sim, eles estão com essa bobagem de Sith oprimido, coitadinho, que sofreu bullying e estão transformando os Jedi nas criaturas mais perversas e canalhas que existem no universo. Deturparam tudo o que George Lucas criou. Na boa, Star Wars acabou nas prequelas mesmo. Essa "A Cólica" é a coisa mais patética que já criaram (a guria corta o cabelo com sabre de luz e nem se fere, pelo amoorrr!!!). Vou até me desculpar com Jar Jar Binks depois dessa.

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    3. A Cólica kkkkk

      O pior de tudo é perceber que descartaram toda a Velha Republica pra dar corda pra essa versão infundada.

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  4. No fim do dia não passa de fanfic, assim como os Anéis do Poder.

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    1. Devo concordar... e me assusta pois, eu tava mesmo gostando da série.

      Jurava de pés juntos que iam falar mais das bruxas, que essa era uma abordagem fictícia e reinterpretativa da Inquisição... mas nah... o que pra mim foi um erro gravíssimo.

      Tinham a chance de fazer o mesmo que fizeram com a segunda guerra, dando uma versão fantasiosa espacial para algo que marcou a história humana, praticamente criando arte da tragédia. Mas optaram pelo simples.

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  5. Eu ainda acho vc doido kkkkkkk Disney Wars é intankavel...

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    1. To aguentando firme mas, já to vendo a catástrofe... mas sério, eu bem que queria ver mais das bruxas. Se tem algo em Jedi Fallen Order que eu sempre curti era esse outro caminho da Força.

      Sempre pensei que, talvez, não haveria só luz e trevas, e tipo, o ceguinho de Rogue One tinha de fato descoberto um caminho fora das normas jedi e sith, algo próprio...

      Eu brizo.

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  6. Acho que todos que assistiram essa lobotomia em forma de série deveriam ser pagos! E a Leslie Headland e Kathleen Kennedy deveriam ser presas por esse crime à humanidade.

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    1. O pior é que eles ainda pensaram e planejaram em dar continuidade a isso. Antes esse pessoal era menos audacioso, fazia uma tentativa e esperava a reação pública, agora já metem o louco, empurram o que querem, e massacram o cânone.

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  7. Entendeu pq a Mae ficou do bem e será Jedi? Porque "May the force be with you". Mae. May. MAY! Alguém me mata, pelo amor de Luke Skywalker!

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    1. Não pode ser... isso não pode ter sido pensado assim... não foram tão longe... não... eu não posso acreditar nisso!

      Aliás, só eu to esperando ver o Yoda bebendo leite de vaca espacial na próxima temporada?!

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Obrigado de mais por comentar, isso me estimula a continuar.

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