SérieMorte: Percy Jackson e Os Olimpianos - Episódios 1 e 2

E entramos na nova era de adaptações de livros, pela segunda vez. Percy Jackson já foi adaptado em 3 longas que, desde o começo já estavam errados, por mudarem certas características importantíssimas, como a idade dos personagens. Agora, a Disney tenta adaptar a obra com mais fidelidade, e não faz feio.

Com uma boa dose de efeitos especiais aceitáveis, a trama do "Ladrão de Raios", primeiro livro da série "Percy Jackson e os Olimpianos" de Rick Riordan, parece ser a aposta de adaptação assim como o primeiro filme de Chris Columbus, então ficam nítidas as semelhanças.


Porém a série, talvez por ter um tempo de tela muito mais favorável pra trama (40 minutos por episódio é muito melhor que 2 horas de história na telona), se sai muito melhor em vários fatores, desde o aspecto físico dos personagens, até o desenrolar da trama junto com seus mistérios.

Talvez falte emoção aqui ou ali, com certos personagens falando as coisas certas, mas não do jeito certo, o que prejudica nosso envolvimento. Mas, no geral, é uma ótima série, pelo menos em seu início.

Vejamos como ela se completa, afinal a promessa são 8 episódios.

Bem, como de costume, falarei dos 2 episódios que saíram (ambos saíram juntos, mas os próximos serão semanais). 

Sem muito spoiler, e direto ao ponto pra não enrolar.

Boa leitura.


Primeiro Episódio


Percy Jackson é um garoto de 12 anos que enxerga o mundo diferente. Tem problemas diversos, sofre muito com isso, e ainda vive alucinando com criaturas místicas ao acaso. O primeiro episódio serve pra nos apresentar ele e sua condição, concluindo com ele descobrindo o que é, e chegando ao seu local destinado.


Mas, apesar de ser algo bem contado, é um tiquinho enrolado, ainda mais com o mistério. Várias questões podiam ser respondidas com menos rodeios, e não causariam problemas, na verdade resolveriam. O pobre Percy sofre muito com bullying e o tomento mental e visual é muito constante, algo que ele não esconde das pessoas em quem confia. Mas essas pessoas parecem querer a desgraça dele pois nunca nem tentam acalma-lo, apenas reforçando o medo que ele já sente (por estar confuso), dizendo que não é nada, e tudo está só na cabeça dele.


Daria um ótimo filme de terror, um garoto com tumor cerebral vendo coisas, e as pessoas ignorando. Mas no fim, é só o fato dele enxergar além do "véu" do mundo, e poder ter vislumbres repentinos de criaturas que ninguém mais pode. Isso é explicado, e até o fato de não poderem explicar antes também é.


Este é um ponto interessante pois eu fiquei me perguntando "Tá, porque não contam logo, já ta muito na cara que os monstros existem" mas, as pessoas que sabiam ignoram, não por tentarem proteger Percy, mas por também não verem.

Se é algo que será melhor trabalhado depois eu não sei, mas foi o que consegui absorver desses eventos, onde criaturas protegidas pelo véu acabam tendo liberdade pra agir contra o semi-deus.


E, sim, a revelação de que Percy é um semi-deus vem logo no primeiro episódio, na verdade vem nos primeiros segundos da obra (o que eu não curti). Poderiam ter deixado a magia do momento seguir seu rumo, assim como a revelação de Harry Potter como bruxo. Mas preferiam já revelar tudo de cara e depois enrolar com mistérios.

Ficou ruim? Não exatamente. As atuações foram boas e as sequências de diálogos e ação também, com algumas trapaças visuais (esconderam o Minotauro pra economizar CGI, até não ter alternativa), e o que tem pra contar é contado, sem deixar pontas soltas.


Ficou bem melhor que a versão cinematográfica inclusive, pois alguns conceitos como a "morte" que Percy testemunha, são mais fáceis de interpretar, tanto quanto no sentido de perda quanto no de esperança.


A sequencia em si não faz o menor sentido (ele foge mas volta atrás?!). Mas tudo é mais preenchido, então a história tem mais força.



Segundo Episódio



Já no acampamento de rinha de crianças, também há uma boa abordagem narrativa. Primeiro que, certas alianças e amizades recebem um peso muito maior, e mais significativo do que na outra adaptação.


Com mais tempo para conversarem, os personagens realmente criam vínculos (que pra quem conhece a trama sabe que vai gerar grandes e chocantes revelações). Mas isso se limita às crianças, pois os adultos prejudicam muito a história.


Dionizio e o Centauro são difíceis de aceitar. O primeiro não convence em uma atuação forçada de tiozinho cheio de maneirismos, e o segundo é muito prejudicado com o CGI da sua metade cavalo. Por mais que tentem contornar isso com enquadramentos durante os diálogos, isso não ajuda e só deixa tudo com uma cara de "baixo orçamento".


Além disso, ele não tem espaço na história. Quando aparece é pra dizer coisa alguma com nada, e só fica enrolando, tornando sua participação bem irrelevante.

Antes fosse melhor deixar as crianças interagirem, conhecendo mais do acampamento e do mundo dos semi-deuses, e apesar de ter muito mais informação, como o caso dos acampamentos divididos e a razão de Percy ir pro Alojamento de Hermes (que acolhe viajantes) ficou muito mais clara aqui.


Os semi-deuses que tem seus pais reconhecidos vão pra alojamentos respectivos dos deuses, agora quem é bastardo fica no de Hermes que acolhe geral, junto com os filhos dele.

As regras dos deuses e o contato com seus filhos não é nem citada, mas pelo menos explicam ainda no segundo episódio que os 3 maiores deuses (Poseidon, Zeus e Hades) são os únicos que tem frescura pra assumir paternidade.


Isso é mostrado aos poucos, explicado com calma, e muito fácil de entender... o que no longa é uma das coisas que mais me deixaram confuso.

Por outro lado, não é tão convincente assim. É que, Percy demonstra qualidades absurdas antes mesmo de ingressar no acampamento, tendo domínio sobre a água, e que deixa muito na cara de quem ele é filho, mas todo mundo se faz de besta.


O mesmo vale pra mãe dele, que podia facilmente contar pra todo mundo de quem ele é filho, mas esconde, até mesmo dele, sendo que isso é algo muito importante. Claro que, tudo isso é mostrado de forma incoerente pra ajudar no mistério (e estou certo de que vão explicar, pois fizeram com outros pontos que também fiquei cético).


É uma adaptação mais elaborada, detalhada, e eu diria até mais completa que o longa. Por outro lado, não vi nada novo.

É a mesma história, contada com personagens mais novos e efeitos especiais piorados. Baseia-se no livro claro, e é óbvio que seria a mesma história... só que eu não imaginava que o filme de 2010 tinha adaptado tão bem cada letra do livro.


Imaginei que talvez a série mostraria algo diferente, fora do que já foi visto antes, vitalizando alguma criatura que foi ignorada na obra anterior. O máximo que mostraram foi uma Dríade, mas ela foi muito mal explicada... por enquanto claro.


Os detalhes falam mais alto, Percy usando água do banheiro pra atacar geral foi algo novo, mas não entendi a sequência para que isso ocorresse. Do nada personagens secundários decidem implicar com o jovem, caçando ele onde ele deveria estar seguro, e ninguém fala a respeito? Ta certo, são filhos de Hares e só querem causar guerra, mas não era um lugar seguro?!


Não há punições, não há monitoramento, que raios de lugar é esse?


Falando em Raio, a introdução da maior premissa dessa história é feita já no final do segundo episódio. Percy é convencido a buscar o Raio de Zeus para inocentar seu pai. O que o convence a isso é sua mãe, e a possibilidade dela estar com Hades, quem é o suspeito de ter roubado o raio.


E o que faz Percy ser o escolhido pra tal missão é o fato dele ser o único filho de Poseidon, e o principal acusado do roubo. Essa acusação vem só por ele ser filho de Poseidon, e pronto... adultos falam e crianças obedecem, que formem um trio e se matem caçando monstros. A gente compra a ideia pois, se não for isso a história não avança.

Podia ser melhor contado, talvez se tivessem enrolado menos com o mistério forçado, e explicado a natureza dos três deuses mais poderosos, e a responsabilidade de carregar o nome deles, as coisas ficariam mais fáceis de engolir.


Mas, não dá pra reclamar. A história tá caminhando bem.



É isso.

Ver personagens mais novos certamente melhorou a história, elevando a ameaça das criaturas e tornando os feitos da criançada ainda mais épicos, afinal são um bando de pirralhos matando monstros! Isso é muito irado.

Bora ver como tudo vai se desenrolar agora.

See soon

Postar um comentário

2 Comentários

  1. Vou fazer os comentários agora em cima do que você falou, com algumas coisas que agradaram e desagradaram.
    Primeiro o Dionísio, nos livros ele realmente é um tiozinho cheio de maneirismos, apesar de a adaptação ter ficado isso aí, meio que foi fiel kkkk ele só é chatinho mesmo, principalmente pra uma divindade.
    Um detalhe que eu não tenho certeza agora, mas se não me engano a mãe do Percy não sabia que o pai dele era Poseidon, ela sabia só que ele era uma divindade. Até mesmo pq na época Poseidon estava proibido de ter filhos, então ele não revela a identidade nem mesmo pra ela (tem a chance de eu estar errado, faz tempo que li, mas tô quase certo que ela não sabia).
    A questão da segurança do acampamento meio sangue é algo completamente questionável mesmo, igualmente Hogwarts, um lugar completamente seguro onde os pais podem deixar os filhos na maior tranquilidade que vai ficar tudo bem (todos os alunos andam com uma arma mais perigosa que uma AK-47, tem uma árvore no campus que senta a porrada em todo mundo que se aproxima, uma serpente gigante no subsolo que mata com o olhar, um esporte onde as crianças voam a centenas de metros de altura e ficam tentando se derrubar das vassouras).
    No geral eu gostei dos episódios, eles tem a chance de contar as coisas com mais calma e isso é ótimo. Também senti que estava vendo mais do mesmo em alguns pontos, isso pois a adaptação do primeiro livro não foi tão infiel assim como dizem, o segundo filme é que desandou completamente (totalmente mesmo).
    Falando agora do que não gostei, esse final onde eles dão a missão pro Percy pra mim foi igual a uma sessão de RPG onde o mestre precisa dar uma missão aos jogadores e pega uma meia dúzia de razões (muitas forçadas) e enfia no peito dos jogadores pra eles não reclamarem e simplesmente irem na missão. Tipo, eles jogaram tudo de uma vez, ficou exatamente como uma missão de RPG. Em uma única conversa ele falou que tava dando treta com os deuses, falou que o Percy tava tomando a culpa por aquilo, falou que eles tinham que ir até o Hades, falaram que a mãe dele tava viva no Hades, inclusive já deram o número de integrantes que a missão teria (uau). Sei lá, não gostei não, nem lembro se essa parte nos livros é assim, mas tô quase certo de que eles fazem as coisas com mais calma.
    Por fim, essa questão do orçamento espero que eles dêem um jeito, senão vai ter muita coisa tosca pela frente, inclusive cortaram um personagem da série (uma criatura do bem que tinha vários olhos pelo corpo) por conta do orçamento.
    É isso, valeu por assistir, vamos ver o que nos espera nos próximos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Curioso, referente ao final do segundo episódio tive a mesma impressão. Como se jogassem tudo de última hora, quando nem precisava disso. Dava muito bem pra desenvolver o momento com mais calma.

      Essas escolas de fantasia sempre são uma armadilha cruel né. Bela comparação kkkk. Mas é um fato, nem dá pra reclamar, se for caçar muita ação e reação vamos ter uma história de suspense num internato tipo Promised Neverland.

      Cara, como o Dionisio meu deu raiva viu! Mas se ele é assim nos livros também, ponto pra série né. No filme eu nem lembro da existência dele.

      Ah, faz sentido ela não saber que Poseidon é o deus com quem dormiu mas... se for isso mesmo, qual a lógica dela ficar na chuva? Tipo, eu imaginei que ela sentia conforto na chuva pois se sentia próxima do amado... mas se ela nem sabe quem ele é, então... cena meio perdida. A menos que ele consiga passar um tipo de comodidade pra ela via gotículas d'água... Mas é outra coisa que nem da pra reclamar. Se ela não sabe, não tem o que falar. Mas ela podia ter enrolado menos pra contar pro Percy. Sei que ela praticamente ensinou tudo de mitologia grega pra ele desde pequeno pra ele ir se acostumando, só que quando a hora chegou ela realmente demorou muito pra falar. Tipo, eles viajaram de carro, podiam ter conversado no percurso, ela podia ter dito tanta coisa...

      Mas ta bem né... a série não é ruim, pelo menos não ficou ruim. Senti a mesma sensação ao ver o primeiro filme e eu confesso que curto os 3 (sim, apesar de achar meio zoado alguns detalhes, eu gosto da história, e to ansioso pra ver ela contada de um jeito melhor).

      Vlw sr Ed!!!! Vamos ver como ficarão os próximos (e pena que os efeitos vão ser importantes adiante... meio receoso).

      Excluir
Emoji
(y)
:)
:(
hihi
:-)
:D
=D
:-d
;(
;-(
@-)
:P
:o
:>)
(o)
:p
(p)
:-s
(m)
8-)
:-t
:-b
b-(
:-#
=p~
x-)
(k)