O Filme Pedido de Hoje: Kung-Fu Futebol Clube - Shaolin Soccer

Se Super 11 tivesse um live action, não chegaria nem perto do que é Kung-Fu Futebol Clube.

Uma obra que mistura o exagero das artes marciais mais mentirosas da face da terra, com as peripécias acrobáticas jamais vistas no futebol, isso tudo com direito a humor, ação, romance, e até drama! Eis uma das melhores paródias do gênero.


Inusitado né, mas hoje falarei o que acho dessa patacoada futebolística.

Boa leitura.


Eu não sou um consumidor de obras shaolin. Se vi 3 filmes de kungfu é muito, pois sempre fico espantado com o equilíbrio esquisito entre drama e ação repleta de mentira encenada. Contraditoriamente não sou nada fã de futebol, o esporte pra mim perdeu sua magia quando surgiram regras que limitavam os malabares dos atletas.


Por isso fico impressionado por gostar tanto desse filme, chegando a gargalhar sem entender a razão, só por um cara sair correndo rápido.


Ou quando toca música de suspense por que um irmão ta se aproximando do outro pra dar uma notícia, e ele se desespera fugindo da câmera. Meu, eu rachei nisso.


Já havia assistido antes, e nunca entendia a insanidade por trás do que tinha em tela. É que, por mais acostumado com paródias que eu seja, existe um padrão nesse tipo de filme que eu esperava ver aqui, mas isso não acontece.


Geralmente, filmes de humor pastelão, ainda mais que parodiam ou satirizam algum tema, costumam ser repletos de piadas rápidas e jamais se levam a sério. Aqui, é o oposto disso.


O filme é tão absurdo, que ele se leva a sério, ao mesmo tempo que debocha de si mesmo com cada situação bizarra. Poxa, do nada os caras tão na porrada, ai um pede dinheiro pro outro, e sai dali como se fosse mó normal. 


A ideia dele é simples: um grupo de irmãos ex-shaolins se une pra jogar futebol, aplicando suas mais variadas técnicas de luta em campo.


Só que, seguindo os padrões de filmes de kung-fu, o exagero que acompanha tais cenas é elevado a enésima potência, resultando numa explosão de efeitos especiais (dignos de hollywood pra época), e um monte de destruição.


E isso é feito com consciência do exagero, tornando ele parte da narrativa e realmente se levando bem a sério.


Chega a ser esquisito rir em tantos momentos pois, por mais que seja uma piada muito clara, os personagens também carregam uma tremenda emoção nas atuações.


Então é um tipo de montanha russa de sensações, todas elas diretamente ligadas à pura estranheza, mas variadas, e dinâmicas, alternando dependendo da situação.


O filme tem até uns momentos tristes, que a gente não sabe se ri ou se chora. Na dúvida, fazemos os dois, sentindo culpa ainda por cima.


O Enredo


O longa é breve em sua proposta. Tudo gira em torno de Futebol, mas ele só surge mesmo na metade dele.


Até ai, o que acompanhamos é um ex-jogador e aspirante a treinador, que descobre um maluco obcecado por Kung-Fu, quem tenta a todo custo passar a perna nas pessoas ensinando suas técnicas. Ele é um malandro, mas também é um lutador de verdade que valoriza muito seu conhecimento.


Ele, junto de seus irmãos, tenta dar uma razão pro Kung-Fu que conhecem, e seu objetivo de vida é ensinar a arte para o mundo, e lucrar com isso é claro.


Quando a ideia de juntar futebol e artes-marciais surge, nem é dele, mas do treinador que o vê mandando ver na pancadaria indireta, usando justamente o esporte como desculpa pra surrar as pessoas.


Só que daí pra frente o filme se torna aquele típico drama esportivo, em que um time luta pra vencer o torneio, enfrentando times cada vez mais fortes.


Cada membro tendo um poder único, e seu momento de destaque, é hilário ver a criatividade dos produtores em aplicar as técnicas digitalmente forjadas em cena.


Mas o humor não está apenas nisso. Pequenos detalhes também fazem rir, sempre violando a lógica e extrapolando no nosense. 


O Filme Confunde


O que mais me impressiona é que, apesar do filme apelar muitas vezes pro puro besteirol, ele nunca passa dos limites. Ele é pura paródia, e o costumeiro em obras assim é ter uma piadinha de duplo sentido ou sexista aqui e ali, mas no caso deste filme, ele nunca faz isso.


Até no romance gerado entre o artilheiro do time e a garota dos pães doces, isso é abordado como romance mesmo, um romance muito idiota, e que a todo instante zomba das características físicas da garota, mas nunca a expõe nem trata ela com ignorância.


Chega a ser meio fofo, ainda mais os instantes em que ela se entristece. Mas disso os caras tiram piadas ainda mais loucas e metem elas na tela como se fizesse algum sentido, e apesar de fazer, ao mesmo tempo não faz!


O problema que tem no filme é o ritmo, só isso, pois o humor existe, mas não está presente o tempo inteiro. Tem muitas cenas mais paradas ou com diálogos puxados pro drama que, confundem o espectador.


É fácil pensar que algo ali está sério de mais, até que do nada tudo só vira do avesso e se torna hilário, mas mantendo aquela sensação de estar muito errado.


A trilha sonora e as atuações corroboram com essa confusão, e eu diria que é proposital, pois isso satiriza diretamente as próprias obras asiáticas de artes marciais. Elas se levam a sério, mesmo nos embates mais exagerados e extravagantes, e o peso dramático é carregado.


Aqui fizeram o oposto, muito mais extravagância e menos drama, mas ainda mantendo as doses exigidas de um filme do tipo.


Fácil rir com ele, e nem é um filme "burro" pois ele tem uma boa história. Seus efeitos são primorosos (apesar de ridículos), e ele envelheceu bem.

Filme de 2001, que ainda dá rasteira em muito filme atual, tanto em seu enredo, quanto em sua comédia, quanto em suas atuações e arte.

Curti assistir.

See yah.

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4 Comentários

  1. Análise sensacional. Muito diferente do besteirol americano, que a todo momento utiliza de alcunhas sexuais para prosseguir com o andamento do filme, esses filmes asiáticos utilizam a comédia com pura maestria para contar sua história.
    Simplesmente fabuloso!

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    1. Finalmente, estou cumprindo o prometido de tanto tempo!!!! Fico feliz por vê-lo aqui.

      Agora bora pro próximo!!!

      E sr Jhonny, seja bem vindo!

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  2. Eu adoro esse filme kkk
    ainda tenho um DVD pirata dele aqui por casa mesmo sem ter um leitor de DVD pra usar ele.
    São filmes divertidos, justamente porque é tudo uma mistureba de porradaria com comédia...

    O que eu acho mais interessante é que o protagonista é o próprio Diretor, Produtor e Roteirista desses filmes loucos e isso dá uma identidade única para cada um dos filmes dele que vi (Kung Fu Futebol Clube e Kung-Fusão).

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    1. Eu só notei que o diretor era tudo quando vi o segundo da leva kkkkk. Mas me impressionou, ele leva jeito.

      Eu imaginei que o sr ia curtir rs.

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