SérieMorte: American Horror Stories - 1° Episódio é Ruim de Mais!

Eu nem sabia que existia essa série, sendo uma derivada da famosa "American Horror Story". Não confunda as duas, pois enquanto a "Story" é uma antologia de Temporadas (ela se renova com sua história de uma temporada pra outra, com troca de personagens, mas permanência de elenco, como um teatro), a "Stories" (no plural) é antológica por episódio, mudando seu elenco, personagens, terror e ambientes de episódio pra episódio.


A grande ideia seria contar o que rolou nos lugares das histórias principais da série, fora dos eventos principais da série. Seriam como contos de antes e depois, repletos de referências, mas tentando se limitar ao conto do episódio, com inicio, desenvolvimento e desfecho.

Se isso funciona ou não ai já é outra história.

Falarei mais a respeito, episódio por episódio.

Boa leitura.


1° Episódio
Rubber (Wo) Man - Parte 1
Começou Ruim de Mais



O primeiro episódio é talvez a pior abordagem pra uma ideia tão boa. O que poderiam fazer de errado ao contar histórias dentro do universo de American Horror Story, mas sem depender do elenco famoso, ou da necessidade de continuidade? Fosse pelo terror tematizado por cada temporada, a época em que se passavam, as ações, consequências e vínculos entre personagens diferentes (as vezes com os mesmo atores), tudo isso não precisaria ser seguido à risca, dando grande liberdade pros criadores de antologias, certo?!


Foi ignorando essa faca na mão, que tacaram o queijo no lixo e decidiram pegar conceitos velhos, ideias antiquadas, e temas totalmente previsíveis e cansados pela repetição, inclusive já vistos na série principal, pra iniciar a obra. Não é atoa que nunca ouvi falar dela... se o resto for nesse nível ou pior, duvido que conseguirei concluí-la.


O primeiro episódio se passa na mesma casa vista na Primeira Temporada, a da Casa Assombrada, e o vilão é também o mesmo, o "Fantasma da Roupa Sadomasoquista" que é pai do anticristo. 


Uma "adolescente" encontra a roupa dele, veste, e desperta a psicopata interior, matando a galerinha tudo.


Algo esperado desde o instante que ela veste a roupa, mas o episódio consegue enrolar, com muita verbalização e exposição de fatos, pra dizer que tem algum enredo. É ridículo como em tão pouco tempo (1 hora!) não conseguem criar um único arco plausível, com um desenvolvimento natural.


Nada é mostrado, tudo é contado, e isso é bem chatinho de se assistir. As pessoas conversam muito, explicam seus problemas, mas não conseguem fazer a gente entender apenas mostrando. Erro de roteirista esse, "Não mostre algo, conte".


Temos um casal gay (Matt Boomer e Galvin Creel), que tem uma filha. Para que entendamos que são dois homens casados que adotaram uma criança, a série mostra eles agindo como tal? Não... na primeira cena a série fala claramente "Eles são gays, e ela é adotada".


Temos uma adolescente rebelde que curte pornografia pesada, a série nos mostra ela acessando algo perturbador (mesmo que fosse só a luz do notebook na cara dela com uma música sinistra)? Não, a série faz os pais sentarem com ela, absolutamente DO NADA, pra conversar sobre como descobriram que ela acessa sites de baixaria com torturas, ESPIONANDO ELA! 


Na boa que tipo de pai faz isso??? Mas voltando pra garota, ela é lésbica (se tem pais gays, ela também é gay, a lógica é inegável né?! NÉ?!), e a série nos mostra ela sentindo atração por outras garota? Nesse caso até o faz, com direito a uma cena de "carícias auto infligidas" em que ela fantasia com sua crush (Irônico que na única cena em que ela se toca, é sem nem acessar a internet! Ela apenas imagina, e nem é nada pesado)... coisa essa é que é perturbadora pois seria uma garota de 16 ANOS! 


E ai tem outro ponto... meu, onde que essa atriz de com evidentemente mais de 20 anos (Sierra Mccormicke, que na época tinha seus 24 anos de idade!) consegue vender a ideia que é uma estudante do ensino médio? Se não dá pra contar uma história com jovens, nem dá pra vender isso só com a aparência, então nem usa isso como parte do enredo! Acho que funcionaria muito melhor se falassem que era uma caloura de faculdade.

Isso é uma "festa do pijama de adolescentes"

Pois, todas as cenas em que ela (e todas as demais "crianças") age como criança, dão vergonha alheia fazendo parecer um episódio de Chaves! E a conotação sexual constantemente enfiada goela abaixo é também muito prejudicial pra imersão. Apenas não da pra se conectar aos personagens, pois não acreditamos que sejam o que querem que pensemos que sejam!


Sobre a adoção, há uma parte que eles contam fatos assustadores da infância da garota, como se fosse algo normal de se dizer com ela na sala. E assim estabelecem pra gente que ela já foi sequestrada por uma misteriosa mulher no passado, e que isso pode ter alguma consequência atualmente. Mas acho que é algo deixado pra segunda parte (e esse é um dos raros momentos em que algo é mostrado, de forma misteriosa, e correta... só é numa hora sem qualquer nexo).


A Casa Assombrada, que por sua vez é o grande personagem principal tanto da Primeira Temporada da série mãe quanto desse episódio, vira palco pois foi comprada pelo casal gay, que pretendem transforma-la numa "Haunted House" para atrações de terror. A série nos mostra isso??? Não, ela prefere contar com eles explicando seus projetos pra filha adolescente, da forma mais artificial e antinatural possível, como se ela desse a mínima pro trabalho deles.


Podiam mostrar eles equipando a casa, podiam manter o mistério pra Parte 2 (que convenhamos, nem faz sentido existir considerando a proposta dessa nova série), ou apenas poderiam evitar perder tempo com diálogos baratos e focar em TERROR.


Ao menos mantiveram a ideia dos fantasmas variados da casinha, que assombram seus moradores, e a constante adição de mais espíritos a cada massacre. Algo que pra mim, funciona muito melhor na Primeira Temporada de Story, quase dando um aspecto antológico por episódio justamente por contar com cada fantasma diferente em cada um deles, mas é legal relembrar algumas coisas com as referências.


Melhor ainda é pensar que não dependem de conhecimento prévio da série principal pra que algo daqui dê certo. Mesmo que tudo dê errado, não é por causa da ideia, já que mesmo quem nem assistiu American Horror Story consegue captar a mensagem de que aquele lugar é assombrado, e teve muitas mortes. Eles nem mostram (graças a deus, nesse caso seria perda de tempo ficar usando flashbacks!), mas contam de um jeito saudável (o pessoal comenta por alto que morreu gente ali).


Podia ser feito melhor? Talvez se mostrassem aparições variadas nos cantos da casa, sem foco de câmera, algo que só o espectador notaria, seria medonho. Se a cada enquadramento já tivesse um fantasma diferente, a gente sacaria na hora que o lugar é abarrotado de gasparzinhos. Mas, não posso reclamar disso, do jeito que fizeram foi o melhor que poderiam (considerando o padrão estabelecido até então).


As cenas de medinho e suspense que rolam são daquele formato barato do susto falso. A menina veste a roupa de borracha do fantasma, pega uma faca, e assusta os pais como uma "pegadinha". Isso depois de ter sido posta de castigo por ver sadomasoquismo em sites adultos, e ter passado por uma senhora conversa vexaminosa que nenhuma família jamais teria!


Os pais acham a roupa de borracha ensanguentada após o fantasma matar, e o que eles fazem? Queimam e ainda falam "Esse sangue todo deve ser dela, daqueles dias, por isso ela tá tão impossível". Meu deus... é sério isso???


Me vi em uma fantasia adolescente sobre como pessoas funcionam... pois certamente ninguém agiria assim. Ou talvez até agiria... se tudo tivesse no contexto certo.


Essa mesma história podia ser contada sem depender de clichês, sem se pendurar em conceitos pra "atrair público e se identificar com eles" e sem nos chamar de burros. Pense nessa mesma cena, da roupa sendo achada com sangue, e se ao invés de colocar ela aleatoriamente tacada no chão, na frente de um dos pais, isso tivesse acontecido gradualmente. Primeiro uma cena da garota tendo vergonha por estar menstruada, e depois o sangue achado por eles.


Conectaria as duas cenas, e ao invés de falarem a respeito, teriam MOSTRADO pra que nós interpretássemos. 

Mas tudo bem, isso tudo foi só o primeiro episódio, que de bom só tem mesmo a introdução, com a clássica musiquinha perturbadora de American Horror. 


Mas, assim como a Temporada dos Vampiros, achei tudo o que vi bem desagradável, ao ponto de me fazer querer parar de acompanhar. 


Mas, tratando-se de Antologia, não custa nada torcer para que outros roteiristas e diretores de outros episódios tenham a chance de brilhar, e façam jus a ela. A série é da FX/Hulu, e atualmente está caminhando pra terceira temporada, mas os episódios meio que são independentes... pelo jeito vai ser mais uma nova série aqui do blog.

Continuarei a jornada.

Mas por hora é isso.

See yah!

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2 Comentários

  1. Gostava muito dessa série, mas parei na temporada 1984, já ficou arrastada demais

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    1. Eu parei antes, parei na dos vampiros. Só cheguei a ver a Roanoke por ser found footage, mas depois fugi do resto. Ai agora tem essa derivada que já me fez desgostar no inicio.

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