Não é de hoje que desejo escrever sobre este show de comédia que tanto é reprisado no canal da Warner Bros... mas só hoje bateu aquela coragem.
Assisto a série todo dia, mais com os ouvidos do que com os olhos, pois tudo o que faço é com ela passando no televisor ao fundo. E bem, porque não falar um pouco sobre?
Explicarei o que ela é pra mim, assim como contarei tudo o que achar curioso, e deixarei o mais claro possível.
"The Big Bang Theory" é uma série de humor naquele formato sitcom, ou seja, algo filmado em um estúdio com plateia, com direito a risadas e aplausos a cada cena de humor. Isso era bem comum no passado, apesar dessa não ser uma série tão antiga assim. Ela nasceu em 2008 e durou 12 temporadas (quase todas com 24 episódios curtos de menos de 20 minutos), até 2019, e foi se adaptando com o tempo, sem jamais deixar o estilo.
A série saiu na Warner e alias, lá ficou. Eu a conheci pela televisão aberta (não me lembro a emissora, mas se não me engano foi SBT) mas ela é constantemente reprisada na Warner, sendo praticamente o Chaves da televisão fechada, compartilhando seu tempo de exibição com outras séries (que toda hora são trocadas mas, essa sempre tá lá passando). E por incrível que pareça, ela nunca enjoa.
O humor é rápido, leve, e apesar de repetitivo ele não cansa, usando e abusando de jargões clássicos, piadas inteligentes (ou não) e reviravoltas repletas de sátiras e referências nerds. A série em si é sobre Nerds aliás...
Qual a história?
Ela dramatiza a vida de um físico teórico com doutorado, chamado Sheldon Cooper (Jim Parsons) que divide o apartamento no terceiro andar de um prédio (isso é importante viu), em que o elevador não funciona (pior que isso também é importante, você entenderá), com um físico experimental com doutorado, chamado Leonard Hofstadter (Johnny Galecki), ambos vizinhos de Penny (Kaley Cuoco), uma garçonete que deseja ser atriz, e por quem Leonard tem uma queda.
E ao lado desse elenco, temos Raj Koothrappali (Kunal Nayyar), um indiano Astrônomo também com doutorado, que sofre de uma patologia que o impede de conversar com mulheres, e Howard Wolowitz, um judeu Engenheiro SEM doutorado, que ainda vive com a mãe e se acha galanteador.
Todos são jovens, e tem uma amizade forte, convivendo desde o primeiro episódio até o último... e é isso, a série é apenas e tudo isso.
A cada episódio eles passam por situações que envolvem a cultura nerd, científica, ou apenas bobagens contemporâneas e conflitos que grupos de amigos teriam, com relacionamentos, ciúmes, pegadinhas, enfim, de tudo que possa imaginar, sempre com uma nova história, sempre com algo pra nos fazer rir, e até mesmo refletir.
As vezes eventos são recordados em episódios posteriores, as vezes rolam participações especiais de celebridades, e as vezes alguns novos personagens são introduzidos e se destacam tanto, que se tornam parte do elenco principal, como foi o caso do elenco feminino formado por Bernadette Rostenkowski (Melissa Rauch) ou Amy Farrah Fowler (Mayim Bialik), ambas pares românticos inesperados que ganharam um espaço significativo posteriormente.
Ainda há Stuart Bloom (Kevin Sussman), que próximo ao fim do show acabou por se consolidar como membro do elenco principal (mesmo que tarde de mais), sendo apenas um dono de uma loja de quadrinhos que, aos poucos virou membro do grupo.
A série gira muito em torno de Sheldon, que por ser muito excêntrico (tem memória aidética - jamais se esquece de nada - e ainda por cima é um gênio que não sabe socializar muito bem), e tecnicamente é sobre ele... apesar de todos os demais personagens serem tão importantes quanto.
É uma série sobre a vida...
O mais legal de Big Bang é que ela reflete a vida como ela é. Os personagens tem problemas e personalidades distintas à princípio, mas conforme as temporadas passam, novos conflitos surgem, novas relações, e eles evoluem, aprendem, se transformam, mesmo sem jamais perder a essência original.
Sheldon começa como um cara muito chato, que adora encher o saco de seu colega de apartamento, com tiradas inteligentes mas muito indelicadas, e as vezes sendo bem robótico, sem emoções ou empatia. Mas com o tempo, ele se liga aos seus amigos, passa a respeita-los (a muito custo) e até mesmo aprende a amar. Ele vira outra pessoa, mas mantém seu jeitão de C3-PO.
Leonard é tímido, apesar de muito inteligente, e vive sonhando com sua vizinha, mesmo achando que ela, por ser muito atraente, é areia de mais pro seu caminhão. Só que aos poucos ele conquista sua amizade, da amizade nasce respeito, do respeito surge aquele carinho sem igual, e no ambos se conhecem, aceitam, e apaixonam, criando um belo casal. Mas o caminho é árduo.
Penny era ingênua, queria só ser uma atriz, e lutou muito por isso. Contudo, sua vida adulta foi aos poucos se moldando às necessidades e realidade, e ela foi se tornando uma mulher cada vez mais responsável e madura, até chegar a um cargo alto em uma empresa como vendedora, e se tornar até mais rica que Leonard, um de seus maridos (pois é, ela se casa algumas vezes!).
Raj é um dos personagens mais ferrados da série, sempre sofrendo por sua patologia, e quando não é por ela, é por seus erros pela falta de prática em lidar com mulheres. Mesmo sendo o personagem que mais teve parceiros românticos (até mais que a Penny!), ele também é o único que até o fim, termina sem jamais obter sucesso no amor. Contudo, ele também evolui, vence suas falhas, é reconhecido no meio em que trabalha, e até se torna independente dos ricos pais. Mas é aquilo... ele é o amigo ferrado.
Howard por outro lado, é o que mais evoluiu, de um mulherengo sem sucesso a um pai de família responsável, ele cresce muito ao longo da série, e continua sendo o mais estúpido e pervertido do grupo, mantendo sua personalidade mas, aprendendo a controla-la. Ele também é aquele que sofre uma das perdas mais trágicas, sendo o único órfão do grupo, e mesmo assim, ele sempre sorri.
Bernadette é aquela que se casa com Howard, mas mais que um simples par romântico que corrigiu o incorrigível, ela é uma Microbiologista com doutorado, que com seu carisma e voz inigualável, conquistou os fãs e ganhou a chance de brilhar ainda mais, trazendo pra trama o lado feminino que ela tanto precisava.
Amy por fim é a garota robótica que seduziu Sheldon, mas que também acaba se transformando de mais e aos poucos se destaca, como alguém com emoções reprimidas que de tanto lutar, conquista o impossível, e ela é a chave pro sucesso na vida de Sheldon, além de aprender a se amar.
O Final foi previsto na metade do show...
Inclusive, uma curiosidade que sempre me intriga é que no episódio 21 da 7° temporada, onde Sheldon está em conflito com sua recém conhecida Amy e com sua profissão, é convencido por Penny a ir numa vidente, que prevê seu futuro e diz claramente o que seria o final do show: Se ele assumisse Amy, isso resolveria todos os problemas da sua vida.
É exatamente o que ocorre, com ele fazendo sua descoberta vencedora do Prêmio Nobel no dia do casamento com Amy, inclusive ao lado dela. Isso faz o grande Big Bang, numa metáfora bem bolada pra um show com tal nome.
Nem tudo é continuado...
Apesar de ser algo episódico, a série sempre teve certa continuidade, com a maioria dos eventos e características obtidas ou perdidas ao longo dela. Certos personagens apareciam, sumiam, reapareciam, e recordavam os eventos anteriores. Assim como baixas sempre foram respeitadas e raramente havia troca de membros do elenco.
Um dos casos mais lembrados e importantes é o da Mãe do Howard, que jamais apareceu em cena, mas sempre teve sua voz berrando com seu filho. Aliás, ela pode até nunca ter aparecido diretamente, mas partes do seu corpo surgiram em um ou outro episódio (bem rapidamente). Apesar disso, sua aparência ficava no imaginário do público, e essa era a grande piada.
Mas, a atriz que fazia sua voz faleceu, e em respeito de sua memória, a personagem também morreu. E o curioso é que sua morte, gerou uma das passagens mais pesadas da série, e foi tomada com humor, com carinho, e sem pretensão de aproveitar, apenas respeitando atriz e personagem, e continuando o show como devia.
Irônico que depois disso, houve um episódio em que um meio irmão de Howard apareceu, mas esse personagem apenas não vingou, servindo pra algumas piadas rasas nesse mesmo episódio, sem ter qualquer contato com vários membros do elenco (ele só conhece Raj e Bernadette além do Howard), e sumindo, nunca mais sendo nem mesmo citado.
Era comum personagens aparecerem e sumirem desse jeito. Os que se destacavam ganhavam mais falas, mais linhas de diálogos, até arcos inteiros, como várias das namoradas do Raj (todas sempre chamavam atenção, mas nunca duravam). A própria Bernadette quase teve um desfecho assim com Howard, sendo esquecida em alguns episódios após ter conhecido seu par, mas trazida de volta posteriormente.
E até teve um caso notável de substituição de elenco, onde a mãe de Amy (ainda no período em que a personagem esta "em testes") aparece em uma vídeo chamada, e é interpretada por Annie O'Donnell, mas quando a personagem passa a aparecer pessoalmente nos episódios finais, a atriz muda pra Kathy Bates... sem nunca nem ter uma explicação (podiam falar que era mãe adotiva, sei lá, mas só ignoram mesmo).
Participações Ilustres...
Também houveram muitos personagens celebridades, que de tão marcantes, viraram recorrentes, como o Will Wheaton, que interpretou ele mesmo, sendo ator de Wesley Crusher do Star Trek, que tinha uma inimizade com Sheldon (criada por causa de um autógrafo) e passou de seu nêmeses, a um amigo do grupo, um amigo famoso, que sempre dava as caras.
O próprio Stephen Hawking teve múltiplas participações, em vídeo e pessoais, interagindo principalmente com Sheldon, e rendendo boas risadas.
Foram tantas celebridades e ícones da ciência que não daria pra por aqui sem lotar o texto, mas na maioria das vezes, eles interpretavam eles próprios, interagindo com a trama, sem que necessitassem de um personagem. Foi ocaso por exemplo de Stan Lee, que surge numa sessão de autógrafos e depois é perseguido por Sheldon (na verdade por Penny... mas é complicado).
Até Mark Hamill já apareceu, como ator do Luke Skywalker do Star Wars mesmo, mas para ser mestre de cerimônias no casamento de Sheldon (baita participação, ele faz rir).
Aliás, até mesmo Elon Musk já deu as caras, interagindo diretamente com Howard em um episódio onde eles servem os necessidades, juntos.
Nem todo mundo gosta...
Infelizmente, apesar do show ser impecável, ter início, meio e fim, e não ser nem de longe uma decepção... tem quem o critique.
Existem pessoas que alegam que a partir da introdução do elenco feminino, a essência da série se perdeu. Coisas como as mudanças de Howard, ou o próprio Sheldon, desagradam muitos fãs.
Ainda tem a questão de muitas piadas serem estereotipadas, as vezes até machistas, e de pouca sensibilidade social. O foco da série em problemas masculinos de nerds masculinos, e o fato de citarem mulheres muitas vezes como meros objetos de desejo dos protagonistas, acabam manchando um pouco o humor.
Tem por exemplos piadas com a sexualidade de Raj, que talvez não pegariam bem nos tempos de hoje. Ou as sacadas de Howard, muitas vezes misóginas, criam até desconforto (mas repare, que não somos só nós que percebemos isso, pois os envolvidos sempre reagem as atrocidades que ele fala ou faz).
Mas é óbvio que tanto pra época, quanto pros dias atuais, tudo é só uma questão de imersão, e compreensão, de que o humor em si serve àqueles personagens, e condiz com o ambiente mostrado.
E até isso acaba sendo parte da grande evolução que constroem. Até o fim do show, tudo amadurece, tanto personagens, quanto atores, quanto espectadores, e ele acaba bem.
As risadas fazem a diferença...
O que ajuda muito nessa sitcom são as risadas da plateia. Aliás, risadas, reações, aplausos, isso realmente serve ao formato de um jeito inquestionável. Sei disso pois há um episódio em questão saiu sem as risadas, e consegue ser depressivo, mesmo tendo o mesmo humor de sempre.
Creio que foi um erro de dublagem, e infelizmente na edição não colocaram os sons de risadas e aplausos em destaque, e ficam abafados, na maioria das vezes inaudíveis. É no 2° episódio da terceira temporada, chamado "A Conjectura do Grilo", e o tom muda de comédia pra drama, só pela falta de risadas.
Os atores sempre fazem pausas enquanto a plateia aplaude, mas aqui, eles faziam pausas dramáticas (literalmente), que tornavam as situações mais sérias do que pareceriam, caso desse pra ouvir risadas. O tenso é que passamos a entender como somos manipulados e induzidos a rir junto, pois em várias situações, os diálogos nem condiziam com piadas.
A frase final do Raj pra um certo cientista falido, chega a ser traumática de tão pesada, e a pausa que fazem só aumenta a tensão da cena.
É curioso, bizarro, mas ver esse episódio repetidas vezes na televisão (como se os caras nem verificassem o vídeo que tão tocando em looping) faz ele ser ainda mais memorável.
O final...
Bem, a série acaba com Sheldon fazendo um discurso muito tocante, e o elevador voltando. Aliás, esse elevador está quebrado desde o começo, e aparece em TODOS OS EPISÓDIOS, gerando uma travessia constante pelas escadarias, com diálogos e muitos momentos divertidos.
No fim, ele voltando a funcionar, demarca o encerramento da história, mas ela continua pros personagens. Suas vidas não acabaram, eles continuam vivendo, e isso é até citado na série spin-off chamada "Young Sheldon", que conta o passado do personagem.
Lá, as vezes, citam eventos futuros, mostrando que os personagens estão bem, e unidos. Na real, a série é narrada pelo Sheldon adulto, e tem um episódio em que a Amy narra ao lado dele, e eles citam o Leonard, mas não o amigo, e sim o filho que tiveram com o nome do amigo.
Uma pena que, talvez nunca ocorra a reunião do grupo, que Stuart foi o único a comparecer (é no eisódio 18 da 7° temporada "The Mommy Observation", e se não me engano é o que Raj faz um jogo de detetive, e no fim todos combinam de se reunir 20 anos depois, mas ninguém aparece). Seria legal, a série fazer um especial, mas enquanto isso não ocorre, temos a série passando e repassando infinitamente para vermos, e ainda tá disponível no Amazon Prime, Sky, HBO Max, e sei lá mais quantos streamings.
Considerando que foi na 7° temporada... e ela se passou em 2014... esse encontro seria em 2034... mas só o Stuart foi né. Tentei falar tudo que lembrei, mas é tanto! Em resumo... |
É isso.
See yah!
4 Comentários
Sempre fui muito julgado por gostar dessa série kkkkk, sério, nem to brincando, era como se eu fosse o ápice da nerdisse por gostar de uma série que só envolvia nerds, mas acho que com o tempo isso foi passando, é uma das minhas séries favoritas, apesar de eu nunca ter assistido ela ''completa'' (perdi alguns vários episódios, uns fillers, outros mais importantes, nesse naipe).
ResponderExcluirÓtimo texto senhor carinha!! Obrigado por me lembrar dessa série maravilhosa hahah, é isso, see yah!!
Obrigado digo eu sr Wilson! Eu amo essa série, tamo junto.
ExcluirNunca assisti a série... porém tenho a curiosidade... a coisa é que, sou muito preguiçoso pra acompanhar séries... quando vejo que tem tantos episódios acabo abandonando, mas ainda irei assistir, ter lido aqui sobre é um incentivo a mais para correr atrás... então, simbora kk
ResponderExcluirSou exatamente assim com séries também, e pra ser sincero eu nunca assistiria ela em forma de "maratona". Acho que a única que fiz isso voluntariamente foi Brooklyn 99, baixando os episódios e tal. Mas ela é uma série divertida pra se assistir "de canto".
ExcluirTomara que goste sr!
Obrigado de mais por comentar, isso me estimula a continuar.
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