Sabia que o Mr. Bean já foi um Doctor? Quando descobri isso, fiquei curioso e fui procurar mais a respeito, me deparando com várias outras descobertas e curiosidades muito interessantes.
Aliás, conhece Doctor Who? Não?! Bem, nem grila, nesse post eu faço um resumão de tudo da franquia! Agora, se já conhece, bem... espero que goste do que lerá!
O ator Rowan Atkinson (eterno Mr Bean) já encarnou uma versão parodiada do Doctor Who, que apesar de não ser canônica na série, é tão importante quanto se fosse.
Ele, ao lado de alguns outros atores, interpretaram encarnações inéditas do Doctor, em um especial curto de 20 minutos chamado "Doctor Who: The Curse of Fatal Death", produzido pela própria BBC (produtora da série real), com teor totalmente cômico.
Esse especial apela pra um humor diferente do visto até então na série, puxando pra piadas escatológicas e de cunho sexual, o que soa esquisito, mas é engraçado, ainda mais por se levar a sério e até respeitar regras do universo Who, mas brincando com elas.
A questão porém é que, não é só pela inusitada participação desse ator, ou da comédia duvidosa, que esse pequeno especial se destaca. Ao meu ver, ele acabou indo além em vários quesitos, como o prelúdio do que seria a Segunda Geração Who.
Originalmente ele foi transmitido em 2 partes, como um episódio de caridade, em 1999, e o interessante disso é que ele foi a estreia de Steven Moffat como roteirista na série Who.
A Geração Clássica
A primeira geração Who (conhecida como Fase Clássica) teve duração de 1963 a 1989, com 7 encarnações do Doutor. A última foi interpretada por Sylvester McCoy, como Sétimo rosto do Doutor.
Desde a primeira temporada, o Doutor tem como característica a habilidade de trocar de corpo quando morre, voltando pra mais e mais temporadas. Porém, quando chegou em 1989, a série acabou, sem previsão de uma nova encarnação do doutor.
Só em 1996, um filme da série estreou com um novo Doutor, interpretado agora por Paul McGann como 8º Doutor, mas isso não bastou para trazer a série de volta.
Ela só retornou, quando Christopher Eccleston estreou como 9º Doutor, em 2005, sob o roteiro de Steven Moffat, igualmente estreante, em uma aposta de nova temporada pra série.
E funcionou, a "Nova Geração" surgiu, e daí vieram David Tennant como 10º Doctor (o único a durar 4 temporadas, e ainda ser o Eterno Doctor), Matt Smith como 11º (o "Doutor Depressivo"), Peter Capaldi como 12º (o "Doutor com Alzimer") e Jodie Whittaker como 13º encarnação, e segunda vez que Doctor se tornou uma mulher, tudo isso escrito por Moffat.
Isso pois no especial, feito antes dessa grande estreia, entre a Fase Clássica e a Moderna, Doctor teve um rosto feminino também, entre vários outros, que curiosamente parecem ter previsto o que viria a acontecer nessa nova era (inclusive seu desfecho).
O Especial Piloto
Se foi pura coincidência não sei, mas é engraçado como a obra parodiada por Steven Moffat, parece ter sido um rascunho do que se tornaria sua Era como showrunner da série, e também a Segunda Geração inteira de Doctor Who.
Tudo começa com Mr. Bean no papel de novo Doctor, o que na época significava um "Nono Doutor", ainda mais por ser um especial da própria BBC.
Ele era boa pinta, assertivo, sempre parecia saber o que estava fazendo, e sempre estava a frente dos problemas, protagonizando uma rixa temporal contra um dos maiores arqui-inimigos do Doctor: O Mestre.
O Mestre era um Time Lord, igual a ele (com dois corações, viajante do tempo e espaço, etc), que também tinha suas capacidades regenerativas pós morte, e sua máquina do tempo (TARDIS), mas ele era assumidamente vilão, e odiava o Doutor.
Porém, Mr. Bean estava pra se aposentar. O Doutor dele era noivo de sua companion, Emma, e iria deixar o cargo de defensor do universo para relaxar no casamento com uma humana. Todo doutor tem um ou mais acompanhantes em suas viagens, mas até então ele não havia se relacionando tanto assim.
A história do curta é essa, ele tentando se despedir pacificamente de seu inimigo, e o cara tentando sabotá-lo, aliando-se até aos Daleks, maiores inimigos dos Time Lords, pra vencer o Doutor.
Só que. por um erro besta ao tentar escapar, Doctor morre, e seu rosto se regenera para Richard E. Grant, alguém bem mais atraente e jovem, que faz sua noiva ficar ainda mais empolgada pro casamento.
Mas isso não dura, e mais um acidente faz ele regenerar para Jim Broadbent, uma versão mais velha, e pra variar, tímida do Doctor (achei a mais engraçada), que acaba não durando muito também passando por um acidente.
Daí ele vira Hugh Grant, ainda mais galanteador que antes, que faz sua noiva enlouquecer e torcer pra não regenerar mais. Mas outro acidente ocorre, matando ele permanentemente (pois sua regeneração acaba falhando) e pronto, Doctor morre.
Assim, o Mestre decide se tornar bondoso, e levar adiante a missão de Doctor, mas, na última hora, Doctor se regenera mais uma vez, contrariando a tudo e todos, e se tornando ainda por cima a primeira versão feminina de Doctor.
Como Joanna Lumley, Doctor se torna uma moça atraente e meio pervertida (até consigo mesma) que, acaba sentindo atração pelo Mestre, e ambos saem juntos, rompendo o casamento com a pobre companion, e encerrando o show.
Toda essa reviravolta maluca de transformações acaba prevendo de certa forma os eventos que Moffat apresentaria em sua obra. Porém, com mudanças é claro.
A Era Moffat - A Segunda Era
Christopper seria a versão do Bean. Alguém pra trazer o Doutor de volta, e atrair atenção, ao lado de uma companion chamada Rose.
Depois mudaria pra versão galã, onde entra David Tennant, e tem seu desenvolvimento com a companion anterior (Rose), quem já tinha certa atração pelo Doctor, e fica ainda mais atraída com essa nova versão.
Inclusive, nesse período começa a rolar mais romance (insinuado é claro) entre Doctor e seus companions. Algo que não era comum, se torna um clichê na nova Era.
Ele acaba tendo Martha como aliada, depois Donna, isso após Rose partir (sem ele jamais superar sua perda), mas no fim encontra um jeito de voltar pra Rose, eternizando sua relação com ela e encontrando uma "aposentadoria", mas numa versão alternativa de si mesmo (o cara cria uma cópia dele em outro universo, onde sempre existirá como um Doctor... só que envelhecendo).
Numa transição acidental, Tennant se torna Matt Smith, o Doctor que, apesar de jovem e bonito, é depressivo e não se envolve amorosamente com seus companions. Pelo menos não até se tornar noivo de alguém que viaja inversamente no tempo, River Song.
Aliás, River Song, a esposa de Doctor, a única pessoa em todo universo que sabe seu real nome, e uma das histórias mais incríveis da série. Ela terminou sua jornada surgindo pro Tennant e dizendo que era sua esposa... mas não daquele rosto, ainda não. É um baita mistério que só seria revelado várias temporadas depois. Tanto que ela acaba morrendo no mesmo episódio. Era a última vez que ela encontraria Doctor, na perspectiva dela, mas a primeira dele, na perspectiva dele.
Depois ela passa a aparecer pro Matt, até que seu nascimento é revelado, e ele descobre que ele próprio ajudou os pais dela a ficarem juntos. Os encontros de River seriam inversos na linha temporal do Doctor, e aquele que seria o primeiro encontro dela com ele, na perspectiva dela, era também o último encontro. Ela se casa com o Matt, e assiste a morte dele... mas não era o real fim...
O grande último encontro rola com Peter Capaldi, onde ela não o reconhece (afinal não sabia que haveria um Doutor além do Matt), mas vive vários anos ao lado dele em uma longa Lua de Mel, em um especial de Natal.
Voltando ao Matt Smith, ele flerta com sua companion Amy, mas acaba virando padrinho de casamento dela com Rory (que acaba virando parte da equipe também), e vê a filha deles nascer, filha essa que no futuro viria a se tornar sua esposa (bizarro, mas é).
Mas Matt não permanece como Doutor. Ciente que era sua última regeneração, ele aceita a morte e decide partir, se isolando de tudo, após se aventurar ao lado de sua nova companion, Clara Oswald, por um tempo. Pra sua surpresa, e de todos, ele acaba regenerando no fim de sua vida.
Como Peter Capaldi, ele volta "defeituoso", sem suas memórias e com dificuldade para assimilar as coisas. Ainda por cima retorna mais idoso, e luta contra o estereótipo da idade numa eterna crise da meia idade.
O Mestre, que havia confrontado ele antes, acaba sofrendo uma regeneração pra uma forma feminina (autointitulada Missy), que sente atração por Doctor (e vice-versa), mas eles não duram juntos, pelo fato dela ser vilã.
Nessa versão ele se relaciona muito mais profundamente com sua nova companion, Clara, e rolam os flertes, ele chega a quase perder ela pra um casamento com alguém que ela amava (e no fim morre), e só sobra eles dois, unidos, até ela partir num acidente idiota, e ele optar por esquecê-la pra sempre.
Assim, Peter assume uma nova companion, Bil, junto com Nardole (uma adição esquisita ao elenco, que surge no especial de natal da River), e encerra sua fase como um professor, em homenagem a esquecida Clara (que também era professora). Nesse período ele estava responsável por manter o Mestre (em sua forma feminina) preso, crente que poderia converte-lo em alguém benevolente.
Mas no fim ele se regenera uma vez mais, e ainda por cima bem na hora que a Mestre decidiu se tornar boa e ajudar Doctor pra sempre, ela morre (pelas mãos se sua própria versão anterior, que nunca deixaria isso ocorrer).
Assim, Doctor muda como Jodie Whittaker, em um final para a Era Moffat.
Fim da Segunda Era
Depois da regeneração, a série passou para outro showrunner (Chris Chibnall)... e as previsões de Steven Moffat se concluíram.
De fato, os eventos não foram idênticos, mas seguiram uma linha semelhante com a parodia.
E, é curioso isso. O cara brincou, a brincadeira deu certo, e ele a adaptou pra série principal, o que também deu certo.
Infelizmente, Mr. Bean não virou uma encarnação real do Doctor, mas, ele serviu como "piloto" pra versão definitiva.
Legal né?
Enfim, pra que que eu fiz esse post exatamente?!
Bem, eu queria falar de Doctor Who! E aprendi tanto com a série que quis muito compartilhar. Mas, acho que dessa forma, resumindo as temporadas e falando desse especial maluco, consigo suprir minha maior necessidade e desejo.
Espero que tenha ficado bom...
Se errei em algo, foi mal. Só falei o que pensei e, fui somando aos fatos que obtive e notei ao assistir.
E, bem, é isso!
Obrigado pela leitura, e see yah!
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