SérieMorte: Upload (Segunda Temporada)

Demorei mas acabei voltando pro Prime Video, pra encarar a segunda temporada dessa série.

E, ela voltou tão boa quanto a primeira! Mas relativamente mais curta.

Uma pena que passa ligeira de tão agradável e divertida.

Falarei minhas impressões dessa temporada, sem spoilers.

Boa leitura.

Eu falei da primeira temporada e do quanto que ela me agradou e surpreendeu, e caso queira conferir, só clicar aqui.

Mas resumidamente, a série é sobre pessoas que transferem a consciência após a morte, pra dentro de uma Realidade Virtual, onde podem viver o resto da existência, desde que alguém do lado de fora faça manutenção e pague por isso.

Daí acompanhamos um cara, que teve sua mente forçada no sistema após ser misteriosamente assassinado, sua noiva no mundo real que, parece disposta a fazer todo tipo de sacrifício pra ficar com ele (mas ele não quer), e sua atual namorada, uma administradora do sistema que se apaixonou por ele e vice-versa, mas que não podem ficar juntos pois, ele tá morto, e ela viva.

A segunda temporada segue os modelos da primeira, mas por uma rota menos trágica, sem mortes, e ainda por cima repleta de humor.

Ela mostra novamente aquele casal, o cara preso no mundo virtual, e a moça do lado de fora, mas os separa uma vez mais, criando assim um baita problema pra esse romance, já bastante problemático por natureza.

Se já era difícil conciliar tudo entre os dois mundos, imagina quando eles são impossibilitados de se conectarem.

A moça acaba partindo em uma jornada por sua segurança, e é forçada a se afastar da tecnologia, encontrando na natureza uma vida até mais agradável que aquela a qual cresceu.

E o rapaz depois da surpresa de estar com seus bancos de dados limitados e, quase não pode existir, é salvo na última hora, aos poucos se esquecendo de sua amada, e se adaptando a rotina de casado.

Daí os dois arcos se desenvolvem paralelamente até ocorrer o reencontro, que rola de um jeito bem inusitado.

Só que não é só disso que a série fala. Ela também traz, de forma episódica e até antológica, vários elementos de Realidade Virtual e dessa vida futurista, com seus prós e contras.

Constantemente mostrando como as coisas poderiam ser, e revelando ideias interessantes de ficção cientifica futurista, repletas de vantagens e desvantagens, como Tablets de Passeio, Corpos Robôs, Leitores de Mente, Gravadores de Sonhos, Clonagem, etc.

A parte quase antológica nisso tá no fato de em cada episódio surgir uma problemática que parece se concluir no fim, e mesmo que haja citação desses eventos posteriormente, eles parecem se finalizar no mesmo episódio em que iniciaram.

É algo que a primeira temporada também tinha, mas lá tudo era em equilíbrio com a trama principal, e tudo parecia apenas uma parcela da história total. Aqui, realmente são como contos menores se juntando na narrativa, sem grande impacto nela.

A história flui em cada episódio, e além da trama principal que vai se desenrolando, existem essas paralelas que sempre mostram algo novo desse universo.

Porém, tudo vai se amarrando até o desfecho. Mesmo a menor das sub-tramas tem um baita significado em algum momento, na história principal.

Mas, não espere muitas respostas às questões em aberto na primeira temporada. Muita coisa pareceu esquecida, sendo que na verdade, o foco foi só o reencontro do casal principal, deixando essas questões pra outras temporadas.

Pelo menos já revelam alguns mistérios, mas mesmo com suas respostas, surgem mais dúvidas, que ficam pra terceira temporada.

Também há mais indicativos de que certas tecnologias parecem se desenvolver de forma autônoma (como aquela IA que serve de assistente dentro do programa da Horizon), e mesmo que isso não ganhe tanto destaque, é lembrado e vai se desenrolando, prometendo grandes reviravoltas no futuro.

O elenco sofreu algumas poucas mudanças, todas justificadas brevemente junto ao enredo. Rostos não tão importantes trocaram (a mais chamativa que foi justificada como "atualização de avatar" foi a Mildred, avó da namorada do protagonista), e alguns atores mirins cresceram um pouco (também tendo suas justificativas dentro e fora do digital).

Mas estes personagens se resumem a participações especiais de tão pouco que aparecem. Os novos personagens ganham mais destaque, mas mesmo isso não significa tanto, pois tudo foca muito mais no "trisal" principal, e nos melhores amigos deles.

Tem esses novos personagens, que mesmo aparecendo pouco, já arrancam risadas sinceras, como a nova colega da melhor amiga da protagonista (eu sou péssimo com nomes, eu sei, isso ta tenso!). Eu ri com ela, muito.

Também quiseram mostrar mais de como é o mundo do lado de fora do sistema, e como este enfrenta as inovações tecnológicas, algo que foi muito bem feito, e foi bem vindo, ainda mais por incrementar mais ainda no enredo.

Quanto aos efeitos especiais, não são perfeitos, mas também se justificam pelo universo mostrado e sua Realidade Virtual, quase dizendo que qualquer imperfeição é proposital.

Mas do lado de fora, no mundo real, se esforçaram bastante pra fazer algo realmente bem feito, e tornar a tecnologia convincente. Então não há o que criticar.

E bem, ta divertida, e passa realmente muito rápido. Reduziram muito a quantidade de episódios  (são apenas 7 ao invés de 10), e cada um com menos de 30 minutos.

Mesmo sendo pouco, já é o bastante pra nos fazer ansiar por mais.

Sobre o final, ele é satisfatório, mas deixa tudo muito em aberto.

Como citei, as coisas ficaram menos trágicas, o que fez a série ter um tom muito mais leve, e engraçado. Contudo, ela abre precedentes pra conclusões bastante negativas e alarmantes, como o próprio desfecho.

Criam 3 pontas soltas dessa vez, com a polêmica sobre "O que realmente torna um ser humano, humano" pairando sobre nossas cabeças.

O protagonista virou um experimento de algo muito maior, do que ele poderia imaginar, e o pior é que isso poderá causar consequências terríveis pra todos em seu entorno.

Sem dar spoilers, só diria que tem muito a ver com aqueles males citados em Black Mirror sobre "cópias de consciência e corpo". A coisa virou bagunça.

Mas agora é esperar pela terceira temporada e torcer pra não ser tão cruel, quanto parece que será.

É isso.

See yah... e... se tiver esse tipo de tecnologia um dia, eu gostaria muito de me candidatar!

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