Como alguém decora esse nome?!
Falarei um pouco desse anime curto no gênero Isekai (sim, eu viciei nisso) sem dar muitos spoilers.
Apenas Full Dive, é um anime estilo Isekai, onde um personagem entra num jogo ultrarrealista de Imersão Total, e precisa "viver" lá. Lembra muito um Sword Art Online, ou um Acel Word, mas... ele vai por um caminho bem diferente deles.
Seu diferencial está no fato do jogo ser absurdamente realista, ao ponto de se tornar monótono, chato, e péssimo pra se jogar, sem "poderes", sem a parte divertida de RPGs, apenas... uma vida mesmo. Assim sendo, ninguém mais joga, e é praticamente um game morto.
Mas, por uma razão completamente aleatória, um garoto compra esse jogo e acaba entrando, recebendo assim motivações nada convincentes pra permanecer nele, até que, a parte realmente interessante surge, e esse jogo chato, acaba atraindo esse jogador, por razões mais relacionadas às emoções do que necessariamente, diversão.
É só por isso, que me dou ao trabalho de escrever a respeito.
Apesar de ser uma obra dublada, e com apenas 1 temporada de 12 episódios, ela não é lá tão divertida não, nem é tão bem animada. Sem contar, que mesmo tendo um encerramento decente, ela também deixa a trama em aberto, exigindo uma segunda temporada.
Mais puxado pro gênero Comédia, e repleto de um Echi fraquinho, e uma violência gráfica moderada, ele apenas mostra a vida de um personagem sem graça, num jogo ainda mais sem graça chamado "Kiwame Quest". Porém, as situações absurdas nas quais ele se envolve arrancam algumas risadas, ou apenas impressionam, isso até o ponto que do nada, tudo começa a ficar mais psicologicamente impactante.
Não chega ao nível de um To Your Eternity, mas... ele consegue fazer o espectador refletir um pouco.
Acontece que, por ser um jogo muito realista, ele só funciona corretamente com quem se deixa envolver. Isso significa, que jogadores convencionais que apenas buscam diversão passam batido por ele e acabam se frustrando na primeira derrota, na primeira falha, na primeira dificuldade. (Ironicamente, isso vale pro espectador também, em relação ao anime!)
Seja um trabalho pesado pra obter uma conquista, ou a exigência de treinar o corpo na vida real, pra ter qualquer benefício no mundo virtual. Coisas assim afastam pessoas que só procuram por um escape justamente, das dificuldades da vida.
E essa é a pegada desse anime. Através de uma proposta estranha, ele nos faz pensar exatamente no quanto estamos dispostos a lutar, para mudar alguma coisa.
Eu fiquei irritado em muitos momentos, nos quais o personagem não tinha motivo nenhum pra entrar no jogo, nenhuma obrigação, nem nenhuma recompensa. Era um jogo de merd4 e, todo mundo no anime reforça isso. Ele não vai premiar o jogador com dinheiro, nem oferece uma ameaça de vida ou morte, ele não tem nada disso.
Pelo contrário, a única consequência que ele traz, no máximo, é o console e jogo quebrarem assim que o personagem morrer.
Mas, coisas ridículas como o jogador não poder sair do jogo durante eventos (ou seja, precisa ficar online, mesmo quando ta tudo muito chato) ou o fato dele precisar fazer necessidades fisiológicas durante o jogo, é estranho, e ainda reforça a vontade de nem entrar nele, ou pelo menos reforçaria. Assistir um personagem voltando pra algo assim é revoltante.
Porém, sempre com o mínimo de motivações, ele volta ao jogo e, sem nenhuma reviravolta explícita por parte da sua anfitriã, o jogador (e o espectador) percebe que tem algo mais. Ele não é um simples jogo, mas um tipo de tutorial... pra vida.
Falemos por parte...
O protagonista é um jovem rapaz estudante, antes corredor profissional em ascensão, que em uma corrida muito importante de sua vida, pagou um mico sem igual, e se sentiu tão humilhado que desistiu da carreira, mergulhando numa depressão em potencial. Então, ele passou a jogar em Realidade de Imersão, onde ele levava sua mente pra mundos fantasiosos e escapava da própria realidade.
No entanto, um dia ele acaba comprando, sem querer, um jogo bem ruim, e antigo, além de com pouquíssimos (quase nenhum) jogadores. E logo de cara ele comete um monte de erros que só tornam o jogo pior, a cada segundo logado.
Ele é fraco, sem habilidade alguma, sem qualidades, e ainda por cima passa a ser humilhado e menosprezado pelo universo do jogo. E mesmo assim, várias circunstâncias o forçam a voltar, sem que ele precise voltar de fato, até que uma hora... ele percebe que precisa terminar o jogo, por suas próprias motivações: Pra crescer na vida.
Como coadjuvantes, existe uma moça com seios fartos, que trabalha numa loja de vídeo games bem isolada e pouco movimentada. Ela que vendeu o jogo pra ele, tapeando ele na maior cara de pau, e ela quem o força a continuar jogando... só pra debochar dele mesmo.
Ela nem joga, apenas entra como uma personagem Suporte, que apenas ele pode ver e conversar. Porém, ela faz questão de tentar motivar ele, zoando ele, provocando, e até fazendo promessas suspeitas (ela diz que vai se casar com ele se ele zerar o jogo, mesmo ele nem querendo isso).
Tem uma garota que quer matar ele a todo custo, por conta do erro que ele causou ao entrar no jogo. E nesse caso, é apenas uma NPC, mas com tanta personalidade (todos são bem realistas) que causa medo. Ela o persegue o tempo inteiro, com uma faca de cozinha.
E tem uma outra NPC sádica, com um visual muito do vulgar, que apenas quer ver o cara sofrer, e sente prazer com isso. Ela gosta de andar com ele pra tentar tirar alguma expressão de sofrimento dele, e não é exatamente uma aliada, apesar de servir pra isso.
E claro, existe um fantasma que assombra o cara... mas ai entro em muitos detalhes da história, e perde a graça falar disso.
Por fim, há um ex-jogador, que criou um Guia na Internet, e conta todos os detalhes pra zerar o jogo (pois ele foi o único que conseguiu). Ele sabe tudo, de muitos eventos diferentes, quase como se tivesse jogado milhares de vezes, isso sendo que é um jogo com uma única campanha (que se adapta e muda pra cada jogador).
Enfim, esses personagens são os mais importantes pra se entender onde tudo vai levar, pois o jovem rapaz interage com eles, e aprende, cada vez mais, a dar valor a própria vida.
E sim, é uma história sobre um jogo tão ruim, mas tão ruim, que o cara passa a querer viver melhor depois de passar por ele. Mas o mais irônico... é que ele ainda deseja voltar pro jogo, e tentar termina-lo, por suas próprias (e nesse caso bem convincentes) motivações.
Bem, esse anime é meio parado, mas um pouco engraçado as vezes. Os personagens ficam quase sempre apenas observando os coadjuvantes fazendo alguma coisa (o protagonista mais observa do que faz, e quase nunca toma uma iniciativa).
E ele frustra, além de irritar, com uma subversão do que seria o "herói" pra algo mais próximo de alguém... incompetente, frágil, e real.
Aliás, o nome do protagonista é "Hiro". Talvez seja uma piada com "Herói".
Porém... ele é legal de assistir e repito, é engraçado.
Pelo menos tem uma história completa, e interessante de conhecer, com uma possibilidade de uma Realidade imersiva diferente do que estamos acostumados.
Não espere nenhuma obra prima, mas, eu achei que compensou ver. São só 12 episódios, mesmo sendo algo esquecível, ao menos serve de referência futura pra alguma coisa.
É isso.
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