O texto a seguir é apenas uma história de 6 capítulos, totalmente aleatória, que decidi escrever hoje. Como inspiração, peguei o esquema dos super-heróis que povoam meu cérebro recentemente, mas não apenas isso... eu quis tentar criar algo... bacana.
Espero que... bem... não se decepcione.
Capítulo 1 - Amigos
No mundo em que vivo, existem todo tipo de pessoas, umas boas, umas ruins, e algumas especiais. Além daquelas com deficiências diversas, tem é claro aquelas que são "melhores" que todo o resto, é dessas especiais que quero falar, pois eu sou uma delas... soou convencido né? Perdão.
Quando nascemos, somos separados do resto e levados pra um tipo de academia onde estudamos e aprendemos as regras pra manter a ordem do mundo, pois assim que nossas habilidades forem despertas, nós precisaremos usa-las da melhor forma possível pra fazer apenas o bem, e levar justiça pra todo canto.
Sem enrolar vai, o governo nos usa para promover uma boa política, fazendo com que ao invés da população geral nos temam, eles nos idolatrem e clamem, e claro, paguem. Isso gera um lucro sem igual, mas naquela época eu não fazia ideia do meu real valor pra eles.
Naquele tempo, tudo que eu pensava era em qual seria meu poder. Todos nós sabíamos que éramos especiais, pois tinha alguma coisa no sangue que sinceramente eu não faço ideia de como explicar. Lembro apenas dos caras chegando la em casa e falando com meus pais sobre o quão importante eu seria no futuro, e ai, pimba, fui levado pra Escola... "Escola"... pois aquele lugar era mais como um centro militar do que qualquer outra coisa.
Porém, além dos exercícios forçados, e das técnicas do exército que garotos e garotas eram obrigados a aprender, e das leis é claro, tinham os momentos de lazer, que se resumiam as conversas com nossos parceiros!
Apesar de eu ser meio recluso e tímido, eu tinha meus amigões. Phil e Lícia, duas pessoas que eu não aguentaria viver longe! Phil era um entusiasmado garoto que queria ser igual O Herói (praticamente o maior super-herói que já existiu na face da Terra), e Lícia era linda... em tudo. Voz, aparência, jeitinho fofo... e ela era azul.
Ela nem tinha despertado qualquer habilidade ainda mas já tinha uma aparência muito diferente e rara. Pessoas azuis eram tão raras, mas tão raras, que eu só conheci duas em toda minha vida, e ambas eram relacionadas a Lícia tecnicamente. Diziam que ter uma cor diferente, ou aparência física diferente, significava que o poder que surgiria seria descomunal, e o pior é que no caso dela, foi mesmo.
Existem 4 tipos de poderes, e apesar de não ser possível prever quais surgiriam, o governo fazia questão de nos direcionar pro uso correto deles, nos preparando pra tudo o que ocorresse com nossos corpos.
Lícia foi uma das primeiras a despertar, conseguindo um dos tipos mais poderosos, na categoria mais poderosa: Pacífica.
Poderes assim não afetavam os arredores nem a física em si, mas sim a realidade como um todo. Eram poderes que permitiam a pessoa ver ou sentir coisas além da percepção normal, ou apenas violar as regras da realidade. Coisas como Imortalidade, Juventude Eterna, Leitura Mental, ou pura Sorte. Esses tipos de poderes, difíceis de identificar ou captar, eram apenas sublimes e invejáveis, ao menos pelo governo é claro.
Ela despertou a capacidade de Sempre Estar Certa. Os caras notaram isso quando mesmo quando ela nem estudava pra nada, tudo que ela respondia dava certo. Tudo que ela fazia funcionava, mesmo quando tudo apontava pro oposto. Era só ela por a mão, que tudo rolava assim como ela queria. Foi legal no dia em que deram um teste vocacional na sala e ela tirou nota máxima, em tudo. Isso era impossível! Mas ela conseguiu.
Pior que ela era tão jovem, a gente tinha o que? 9 anos? Eu só lembro de ver o amor da minha vida com um sorriso no rosto, sendo levada pra fora da unidade de contenção... e fim. Jamais pude ver aquele sorriso outra vez. Pelo menos eu não queria ver aquele sorriso outra vez... até queria... mas não devia querer. Me arrependi tanto disso.
Phil e eu permanecemos unidos no atraso do despertar até meados dos 17 anos. Pois é, chegar a maioridade sem jamais despertar os poderes, sendo um especial, é o mesmo que ser um baita de um atrasado. Legal é que, em nossas muitas turmas com o passar do tempo, os únicos atrasados fomos nós. Uma dupla de marmanjos no meio da pirralhada.
Chegamos ao cúmulo de desejar qualquer poder, até mesmo se fosse da categoria "Inviável", só pra sair daquele lugar e ir pra algum escritório ou sei la pra onde mandam essa gente.
Esses poderes eram aqueles que simplesmente não tinham utilidade nenhuma, como o Ilustre Poder de Prever 1 Segundo no Futuro, ou a habilidade de Escutar as Plantas... só escutar mesmo, sem poder manipular elas nem nada.
Coisas assim até são usadas, geralmente em laboratórios ou escritórios. Alguém tem que fazer o trabalho administrativo dos heróis não é? E apesar de não ser a função dos sonhos, depois de tantos anos preso ali, estudando e treinando diariamente, isso parecia até uma senhora recompensa, o paraíso.
Seria muito melhor do que pegar um poder Destrutivo. Esses tipos simplesmente são odiados por todo mundo, tanto pelo governo quanto pelos heróis, ainda mais pela população, que sempre é vítima de toda catástrofe que eles geram.
Ninguém nunca esquece do Laser, o herói que podia lançar Raios Lasers pelos olhos, e acabou matando metade da população de uma cidade num único disparo, tentando salvar um gato. Não pergunte, ninguém nunca entendeu o que raios (haha) ocorreu com o cara, mas dizem que ele "surtou".
Depois disso, ninguém queria virar um Laser da vida, sendo este com certeza o poder mais odiado da face do universo. Diferente do incrível poder de Voar, assim como O Herói detém.
Todo mundo quer isso, todo mundo praticamente implora pra um dia acordar ao bater com a testa no teto, assim como ele descobriu! O Herói é o exemplo que todos querem seguir, e não é atoa que seu poder é Voar. Ele é o mestre disso, e nem é seu único.
Dizem que o Herói é o único no mundo inteiro que tem mais de 5 poderes diferentes. Tem até teorias sobre o verdadeiro poder dele ser Aprender Outros Poderes, o que convenhamos, é a coisa mais incrível de todas!
Porém, entre poderes de Herói como os dele, e Destrutivos como o Laser, todos nós sempre torcemos pra despertarmos com os de Heróis.
Dito isto, consegue antecipar qual o poder que acabei despertando 3 dias antes do meu aniversário de 18 anos? Pois é, eu era uma porcaria de um voador!
Todos na "escola" ficaram com inveja, comigo voando por todo lado imitando O Herói, gritando "Não temam, eu cheguei!" Haha, foi o dia mais incrível da minha vida... até ver o Phil na multidão de crianças empolgadas, com uma expressão de tristeza.
Não pude julgar ele, éramos amigos desde sempre, e eu tinha saído na frente enquanto ele continuava ali, na dúvida de um atrasado. Por mais que eu tentasse me aproximar eu sentia o gelo dele... por uns dias até achei que o poder dele era "Dar Gelo", pois cara, como era tenso ficar perto dele.
Mas, isso não duraria muito de toda forma. Os homens iriam me tirar dali, e com sorte eu iria reencontrar Lícia... Pois é, eu ainda pensava apenas nisso. Chame-me de gado se quiser, eu sei voar, você não!
Implicância a parte, nem deu tempo das coisas acontecerem como eu sonhava que aconteceriam, pois quando menos esperávamos, numa prova escrita cotidiana na qual gabaritávamos de tanto que já respondemos quais as leis dos heróis, eis que dois buracos surgem na lousa, bem ao lado dos enormes quadris da senhora Carem.
Dois feixes de luz poderosos haviam sido expelidos como quem tentava disfarçar o olhar, partindo da carteira de Phil. Sempre soube que ele era meio pervertido pela professora mas, o espanto de todos foi o fato dele ser um Laser.
Os homens do governo que estavam ali para me buscar, optaram por recolher o meu amigo. O motivo? O risco. Ele era um perigo pra escola, pro governo, pra sociedade, pro mundo, pra si mesmo, e com certeza pra poupança da senhora Carem.
Só que isso era injusto. Tudo que Phil queria desde sempre era ser como O Herói... e agora ele seria provavelmente trancado em algum laboratório ou, apenas preso pra ser contido...
Eu não me lembro de ter visto ele chorar alguma vez na vida, mas nem precisou dizer uma única palavra, ou derramar uma única lágrima, pra notar que meu melhor amigo havia desmoronado por dentro. Ele nem tentou lutar contra os homens que o puxavam, ele apenas se levantou, com os olhos fechados (e ainda com fumaça saindo), e se deixou carregar.
Acho que não pensei direito pois quando me vi, estava puxando ele pela camisa e voando pra fora do prédio.
Confesso, eu não queria ver ele sofrer, mas ainda mais, não queria viver sem meu outro amigo. Ninguém ali podia me deter então, ninguém ali poderia deter ele também. A gente tava junto.
Phil não gostou nada da minha atitude. A gente brigou, ele desabafou muito, jogou na minha cara o quanto eu era falso e o quanto ele era inferior, e pediu pra que eu me livrasse logo dele. Claro que, eu como manipulador como sempre, me bastei de um abraço pra acalma-lo. Eu chorei? Lógico... um monte... e, as frases que eu disse sobre ele ser importante e tal... foi tudo parte de um jogo pra fazê-lo se acalmar. Tudo calculado! Eu juro.
No fim estávamos em fuga é claro. O governo na nossa cola, e provavelmente até o Herói apareceria. Como constava na Regra 26 do parágrafo 18 do artigo 4 das Leis dos Heróis "Qualquer possível ato de vilania, incluindo traição, seria e deveria ser punido com rigor total." A gente tava morto.
Mas, eu tinha um plano é claro. Iríamos pro México... eu gosto de burritos.
Foi aí que ouvimos gritos. Duas crianças estavam presas numa caverna, que estava inundando pouco a pouco. A primeira coisa que eu disse pro Phil foi "Cancún ou Acapulco?" E ele fitou meus olhos (morri de medo, vai que saia raios!) como quem pensasse "Desce agora, vamos salvar aquelas crianças".
Na verdade ele disse isso mesmo, e me xingou no final...
Então nós descemos. Eu tentei retirar a pedra da caverna, dando várias investidas, acho até que torci meu pé. Foi quando ouvi Phil gritar "Afastem-se do meio! Rápido!" e logo em seguida, vrum!
Um laser amarelo dividiu a pedra em duas e eu "Meu deus!". Por dentro eu torcia pras crianças não serem teimosas de mais é claro, mas por fora estava espantado com a facilidade com que meu amigo tinha resolvido a situação.
Dividida, os dois lados da pedra rolaram pra lados opostos, e aí, a dupla de pirralhos que, não faço a menor ideia da razão de estarem ali, saíram felizes e saltitando como se nada tivesse acontecido.
Nem deu tempo de falar pro Phil que ele foi o máximo, só vi tudo escurecer por causa dos dardos no meu pescoço.
Quando acordei, eu tava numa salinha escura, com uma luz balançante acima da minha cabeça, e algemado com correntes no chão. Eu tava muito ferrado. Pra variar a primeira coisa que eu disse foi "Phil?! Onde ele tá?"
Foi aí que um guarda apareceu, um carinha bem vestido do governo, com um monte de papeis na mão (demorou umas 3 horas acho, pra ele surgir, mas vou cortar a parte em que eu chorei e gritei pedindo desculpas por ter fugido).
O cara não falou uma única palavra, apenas resmungou e mexeu nos papéis, como se lesse algo. Eu até consegui ver uma foto do Phil, e da Lícia também, e pareciam documentos meus... acho. Daí ele olhou pra mim, mexeu nos óculos, e saiu da sala.
Não demorou muito até o Phil entrar acompanhado de mais dois caras engravatados.
Todo tímido ele, nunca vou me esquecer, ele tava todo torto e envergonhado, e quando me olhou, pude ver uma alegria como nunca em seu olhar.
Ele, todo sorridente, disse "Você é o máximo!"
Eu fiquei surpreso é claro, olha como eu tava, todo preso como se fosse um criminosos daqueles filmes de espião, e aí do nada meu melhor amigo, com mó pinta de mafioso, aparece me falando isso?! Foi estranho.
Só que logo entendi a alegria toda dele, quando logo atrás, O Herói apareceu.
"Não se preocupe guri, você só tá preso pra não fugir. Fiquei sabendo que você voa primeiro e pensa depois".
Eu nunca esquecerei ué. Meu herói falando comigo diretamente poxa, bronca ou não, é inesquecível!
"Podem solta-lo, queremos que a imprensa veja nossos novos heróis."
O que estava acontecendo afinal? Uma hora meu amigo ia ser sacrificado e eu virei piloto de fuga voador. Na outra, nós dois estávamos abraçados pelo Herói, na frente de um monte de luzes e câmeras, com muitos microfones.
Aparentemente, pelo que me recordo do discurso que O Herói fez, Phil tinha salvado a vida de duas crianças desaparecidas a um tempinho, que pra variar, eram ambas filhas de um magnata da região. Teria sido sorte? Vai saber. A questão é que as ações do meu amigo naquele dia repercutiram tanto, e tão rápido, que até mesmo o "Massacre do Laser" foi ofuscado, e pela primeira vez um jovem estudante foi condecorado herói ainda aos 17!
Publicamente, Phil foi chamado de "Certeiro", um nome de herói que enaltecia sua qualidade, e escondia seu defeito (ele era bom de pontaria, com os lasers). E eu... bem... meu nome não importa.
Sei que, eu não fiquei empolgado com o que me deram... e na verdade, mal imaginava como tudo pioraria muito mais dali em diante.
Mas, eu tava feliz, no fim das contas Phil se deu muito bem.
Capítulo 2 - Trabalho
"Avante Carregador!" 25 anos nas costas e esta é minha frase de ação.
Mal me lembro da última vez em que senti prazer em estar vivo, pois depois que virei uma mochila ambulante, tudo se resume a ficar pra trás e assistir o sucesso alheio. Viva!
Sabe, por um tempo eu até curti a ideia. Eu revolucionei o mundo! Antes, os heróis trabalhavam individualmente, usando suas habilidades para fins específicos e exclusivos. Mas hoje, hoje todo mundo anda em duplas, se bobear até em trios! Tudo graças ao imbecil aqui.
O problema não é a união dos heróis, mas como eles começaram a ME usar. Sim, puramente egoísta, mas depois de ser chamado de "mochilinha" por 50 idiotas, você chega ao ponto de começar a questionar o quanto os respeita, ou deveria respeitar.
Naquela coletiva de imprensa, eu achei que estava nascendo como um super-herói, mas na verdade aquele era o dia do Phil. Eu mesmo tava sobrando, nem ia ser chamado só pra constar, foi o meu amigo que insistiu.
O governo viu a oportunidade de mostrar que todo poder é bem vindo e útil pro mundo, e que tudo gira em torno de quem os utiliza. Pra limpar a mancha horrível que o Laser criou pros heróis, eles se aproveitaram do Certeiro, que tinha exatamente o mesmo poder, pra recuperar o apoio do povo.
Tenho até minhas dúvidas se tudo aquilo não foi manipulado pra esse desfecho, mas não acho que eles seriam tão inteligentes assim.
Enfim, com o tempo, eu fui o parceiro do Certeiro. Minha função? Carregar ué. Pensaram em me dar nomes como "O Suporte" ou "O Transportador" ou meu favorito "O Mochila", mas no fim das contas o Maicon do marketing achou mais "cara de herói" me chamar de Carregador mesmo.
As vezes acho que foi retaliação por eu ter debochado dele na época de escola, quando ele descobriu que o poder dele era Construir Carreiras. Eu zombei mesmo, afinal, que tipo de poder é esse? Pareceu até que inventaram qualquer coisa pra tirar ele de lá... eu chamava ele de "Cara de CC" então ele se vingou me botando numa dupla com as iniciais "CC". Bem maduro Maicon, bem maduro.
O problema nem era isso, mas meu uniforme. Que tipo de herói usa uma Cadeira de bebês na frente do corpo? Que tipo de design é esse? Aliás, eu nem me lembro de ter implicado com ninguém da área dos designs... mas pelo jeito eu devo ter pisado no calo de todo mundo de lá pois, além de usar as cores Marrom e Amarelo, eu ainda tinha uma porcaria de uma Cadeira de Bebê pra Adultos na frente.
E pra que isso? Simples, pra que eu carregasse os heróis pras suas missões.
No início eu tentava levar no braço mesmo, mas o pessoal dizia que era desconfortável. Depois começaram a montar em mim, comigo carregando geral nas costas... o que era bem vergonhoso: "Vejam lá, os super-heróis tão brincando de cavalinho".
Não que tenha melhorado muito, eu chegar com um monte de brutamontes pendurados na frente, como se fosse uma mãe levando o bebê pra passear, bebê esse de mais de 40 anos já.
Se fosse apenas eu e o Certeiro, tava até tranquilo. Eu conseguiria aturar meu amigo de infância nessa situação. Mas com o tempo começaram a me colocar pra dar suporte pra todo mundo. Ao invés de gastarem com jatos e helicópteros, apenas me chamavam mesmo e pronto.
Não era sempre ruim também. Quando era pra carregar tipo, a Dama, ou a Ilustre, ou naquele dia em que precisei levar a Camuflada numa missão de espionagem... cara, o poder dela era ficar invisível, mas as roupas não ficavam então... já viu né.
Eu sei, que coisa feia de se dizer. Mas caramba meu, eu era uma MOCHILA! Eu tinha que ver o lado bom disso de alguma forma. Era isso ou viver lamentando por ter uma existência tão medíocre.
As coisas mudaram porém no dia do avião. Não fiz nada de propósito, e nunca quis esconder a verdade daquele dia, mas não tive muita escolha depois de tanto caos seguido.
Estava eu trabalhando como sempre. A missão do dia era levar o Pesado pra uma luta do outro lado do planeta. Pra variar eu tinha prazo pra chegar lá, então eu deveria levar ele o mais alto possível, pra acelerar a viagem é claro.
"O Pesado", meu, olha o nome do cara, e acredite, não era atoa. O poder dele não era desequilibrar a crosta terrestre com o tamanho de sua pança, mas sim, ter super-força. Ele era o cara mais forte do mundo, diziam até que era mais poderoso que O Herói, mas convenhamos, Super-Força não é Super-Resistência... provei isso sem querer.
Enquanto voávamos, e eu torcia pra cadeirinha de bebezão dele não arrebentar, eu precisei subir muito mais, não apenas pra compensar a velocidade mas pra suportar aquele peso todo. Na verdade, eu consigo até carregar uma quantidade enorme de coisas, mas preciso ir alto pro vento me ajudar. Não sei explicar mas quanto mais alto vou, mais leves as coisas parecem ficar.
Foi nessa subida constante, e meu sofrimento e desespero, que sem querer querendo eu fui parar na frente de um avião. Em minha defesa estava nublado por causa das nuvens e, eu nem ouvi o avião chegar. Esses modelos híper silenciosos e rápidos da UltraVion são fantásticos, mas ao mesmo tempo, tão frágeis...
Eu nem teria notado o que houve com o Pesado se não fosse a asa do avião se despedaçando, o sangue jorrando pra todo lado, e claro, a leveza. Nunca fiquei tão feliz em me sentir leve... o problema é que né... tinha feito uma baguncinha ali.
O pior é que aquele era um voo comercial, e tava repleto de pessoas. Todo mundo ia morrer, e a culpa foi toda do Pesado por comer de mais. Custava usar a super-força pra levantar uns pesos de vez em quando? Tinha que ser um lutador de sumô em potencial? Caramba Pesado!
Quando dei por mim, eu estava carregando o avião... e tava mais leve que o Pesado.
Por dentro estava em pânico afinal, eu podia debochar do sobrepeso do carinha, mas na verdade, eu tinha matado ele num acidente provocado por mim! Eu estava desesperado. Nem notei que a super-força dele tinha passado pra mim, e que eu já estava usando isso pra salvar um tremendo avião!
Resultado: Consegui pousar com a máquina gigantesca, no meio do mar, e salvei umas 300 pessoas. O atrito com a água limpou os restos do Pesado e no fim, o governo acobertou a trágica perda, destacando a grande vitória.
O Carregador havia salvado o dia!
Capítulo 3 - Amor
O dia da festa foi um dos que mais me fizeram feliz, e triste, ao mesmo tempo. Acredito que tenha sido naquele dia em que uma parte de mim morreu pra sempre, pois foi quando eu a vi.
Cabelos encaracolados e castanhos, um sorriso lindo e grande, uma voz rouca e meio trêmula, e uma pele azul, com manchinhas na bochecha. Pensa numa criatura maravilhosa! Estava ela ali de vestido branco e rosa, conversando com uns engravatados.
O único problema é que, se aquela era Licia, Lícia tava estranha. Eu me lembrava dela perfeitamente com seus 9 anos, mas... ela devia ter crescido um pouco mais acredito eu. Aquela na minha frente, me encarando com uma expressão de espanto, não parecia ter mais do que uns 10 anos. "Você ainda é uma pirralha?!"
Pois é, eu falei isso. Não me pergunte a razão, eu sou simplesmente um idiota. Soltei isso tão alto que todos na festa me olharam, e só a vi me puxando pra fora de lá, totalmente envergonhada (tinha mudado de azul pra vermelho, juro!).
No lado de fora, numa varanda ao céu noturno e estrelado, aquela pequena criatura olhou pra mim e disse "Você é um idiota?". Eu ri.
Eu disse que senti saudades dela, e que tava surpreso, apenas isso. Mas ela logo me interrompeu e corrigiu "Essa é sua festa, você não devia se comportar assim. Estou aqui para assegurar que você não estrague tudo outra vez".
Okay, achei meio específico e estranho de mais a forma como ela se reportou a mim. Sim, parecia que ela me conhecia, mas não parecia que me conhecia como eu achei que a conhecia. Eu fiquei bem confuso.
"É... você lembra de mim?" disse eu com cara de suspeito enquanto virava uma taça com algum líquido estranho. Eu tinha pegado isso numa mesa antes de cruzarmos a porta da varanda, mas não tinha ideia do que era. Aliás, bebi apenas pra ter certeza que não falaria besteira ou a interromperia enquanto ela me respondia.
"Lógico, nós nunca nos falamos pessoalmente, mas eu sou sua assistente, tecnicamente". Se fosse possível ficar mais confuso, eu ficaria. Mas eu já tava totalmente perdido, pensando algo como "Isso é peixe? Porque fizeram suco de peixe?". Quando cuspi tudo na frente dela não foi pelo que ela disse, mas pelo nojo daquela coisa.
"Você é um idiota!" ela esbravejou, se afastando um pouco mais de mim, enquanto checava seu vestido, em busca de algum respingo daquela porcaria que eu tentei beber. Aliás, quem que teve a ideia de botar aquilo em taças, na minha festa?
Depois do avião, o pessoal do governo decidiu fazer a social comigo nas câmeras, aparecendo em um tipo de festa de gala, pra me reapresentar como o novo grande super-herói da área. Por alguma razão ninguém nunca notou no Carregador antes, mas agora, eu tinha destaque!
Meu uniforme continuava sendo o mesmo... com cadeirinha e tudo. Diziam que não podiam mudar o design afinal, já tinha se tornado a minha marca. Balela dos trolladores do Marketing, eu tenho certeza disso, pois minha Logo Marca de Herói era justamente uma Lancheira.
Mas, voltando ao amor da minha vida, não era ela. Aquela na minha frente se chamava Marina, e eu não fazia ideia de quem era até ela me explicar que, era responsável por me "agenciar" desde que se formou na escola.
Ela era uma super-heroína, melhor do que eu, um prodígio que se formou cedo pra caramba. Aparentemente o poder dela era Inteligência, e ela havia se tornado uma executiva de sucesso ainda em seus 3 anos de idade. Com 3 anos, ela já tava assinando meus cheques! Pensa comigo: 3 anos! A menina tinha 3 anos! Ela era tão inteligente que com essa idade tava trocando farpas com os velhos do governo, e saindo vitoriosa! Tudo fazia sentido agora.
Ela era a culpada por eu ser tão ridículo. Botaram uma criança pra cuidar da minha carreira. Antes deixassem o Maicon mesmo, pois eu jamais imaginaria que teriam a audácia de por uma pirralha que nem saiu das fraudas pra literalmente, dizer o que eu tinha de fazer!
Mas tudo bem, apesar de eu estar puro ódio por dentro, por fora ainda estava curioso, afinal, ela era a cara da Lícia! (eu sou lerdo mesmo).
Inclusive, cheguei a perguntar sobre ela de forma bem calma "Lícia! Lícia! Você sabe quem é a Lícia?!" e ela apenas apontou lá pra festa, com uma cara de quem bebeu suco de peixe.
Cabelos encaracolados e castanhos, um sorriso lindo e grande, uma voz rouca e meio trêmula, e uma pele azul, com manchinhas na bochecha. Pensa numa criatura maravilhosa! Estava ela ali de vestido lilás conversando com uns engravatados. Pera... eu já disse isso?! Pera... era ela!!!
Agora no tamanho correto, aquela com certeza era ela: "Obrigado mini-Lícia!" parti eu na direção do meu coração.
Todo educado e formal, me enfiei no meio dos caras, empurrando todo mundo, e disse "Oi!!!" Acho que naquele momento minha voz saiu meio esganiçada, pois tudo que ouvi foi um barulho agudo que inclusive explodiu meia dúzia de taças.
Não da pra esconder, eu fiquei completamente desnorteado ao vê-la. Era ela mesma! E muito mais bonita do que eu podia me lembrar ou imaginar. Faziam décadas que não a via, e agora, ela estava ali na mesma festa que eu! Minha festa! Minha Lícia!
Puxei ela pra varanda, praticamente chutando a versão miniatura de lá, quem mantinha a cara esquisita de antes. E aí, fiquei encarando.
O mais estranho é que, ela não falou nada, ela não fez nenhuma cara de nojo, nem uma expressão esquisita, ela apenas manteve um sorriso tímido e me encarou de volta, por uns muitos minutos pelo que me pareceu.
Ficamos lá, ela e eu, eu e ela, olhando um pro outro feito dois babacas. Parecia um jogo, e quem quebrasse o silêncio primeiro fracassaria. É claro que eu faria isso afinal, eu sou o exemplo do fracasso!
"Lícia né?" ela riu pra baixo, como se tivesse segurado isso durante aqueles longos minutos. "Seu bobo". O meu deus, ouvir a voz dela depois de tanto tempo, praticamente me fez flutuar. De fato, eu comecei a voar do nada, mas foi uma ligeira perda de concentração mesmo.
Conversamos um pouco, rimos, eu fiz umas piadas das quais não lembro pois, eu nem pensei direito. Na minha cabeça tudo que se passava era um tipo de scanner, buscando memorizar cada pequena parte dela pra que de noite, mais de noite, em meus sonhos, ela surgisse tão linda quanto, tão completa quanto.
Foi muito bom aliás, tudo que eu queria ali era abraça-la, beija-la, se possível pegar ela e sair voando pro mais longe possível e nunca mais voltar. Eu até tentei... e foi nesse momento que meu mundo desmoronou.
Eu não sei bem o que deu em mim, mas quando notei, já tinha tentado beija-la. O desvio que ela deu foi tão ligeiro que por pouco, achei que era uma velocista: "Desculpe, não podemos". Eu não me lembro muito bem de tudo com exatidão sabe, mas essas palavras eu lembro perfeitamente pois ficaram cravadas no meio do meu coração.
Eu podia! Ela também podia! Tínhamos sidos feitos um pro outro, eu precisava dela, e ela... de mim? Certo, eu estava bem equivocado pode-se dizer, e tinha alcançado a confusão absoluta. Afinal de contas o que eu esperava? A moça não me via a quase 20 anos e eu queria chegar nela e falar "Opa, casa comigo?" O pior é que eu falei... "Casa comigo por favor!"... ignore isso.
A questão é que ela me rejeitou, e eu não entendi. Mas eu devia ter entendido... eu acho. Eu ainda não entendi totalmente o que houve, e até parece simples, mas sabe quando seu peito inflama numa chama ardente e intensa, mas tão intensa, que beira a insanidade?
Em resumo, o que importa é que Lícia olhou pra mim e disse "Eu estou casada com um babaca e tenho uma filha, aquela pirralha que você conheceu" Certo, ela não falou com essas exatas palavras, mas foi isso que eu ouvi.
E aí, bem, eu agradeci... depois implorei pra ela não me abandonar, supliquei pra ela ficar, fiquei chorando no pé dela e disse que amava ela desde sempre e pra sempre, mas ela foi embora... acho que até com medo...
E depois, bem, eu terminei a noite bebendo mais umas taças de suco de peixe. Até que não tava mais tão ruim assim.
Capítulo 4 - Justiça
Num tribunal, cercado por pessoas gritando e, sendo taxado como o grande vilão. Eis a situação na qual fui parar, depois de simplesmente ter salvado 1.041 pessoas. O motivo? 1 cara.
Naquele tempo eu acabei ficando fora de mim, e já não podia mais responder por todas minhas ações, pelo menos é assim que penso hoje. Na época, eu não fiz nada por mal, na verdade eu queria muito ajudar a todos, e por mim teria resgatado aquele maldito maquinista.
Só que sempre que via aqueles dois pais, me julgando com o olhar, a mãe em prantos e o pai apenas me olhando muito feio. Eu sentia na alma o que eles queriam dizer. Eu havia tirado um filho deles, e iria pagar por isso a todo custo.
Achei mancada terem me feito ir pra julgamento ainda com o uniforme. Usar aquilo num local tão sério gerava um tom de deboche, o qual não condizia com a realidade. Eu estava bastante incomodado pelo que tinha feito, e minha consciência estava me matando. Eu me sentia um palhaço ali, mas fiz exatamente como me pediram.
Ironicamente, ao meu lado, estava o Certeiro. Meu melhor amigo, decidiu me apoiar estando comigo nos momentos de necessidade. Fazia tudo parte do roteiro, que eu inclusive li um pouco antes da audiência. Phil nem queria estar ali, só foi mesmo pelo dinheiro que prometeram, e a promoção é claro. Disseram que poriam ele pra trabalhar ao lado do Golias, um passo mais perto do Herói.
Mas, a questão não é essa, não é nada disso. O problema era o maquinista. Tudo era por causa do maquinista.
Naquele dia, eu fui ao metrô em missão, como sempre. Aparentemente, ele havia perdido o controle e avançado 3 estações sem parar. O desespero dos passageiros era grande, e era horário de pico, estando lotadíssimo.
Quando eu cheguei, na verdade ele tava numa velocidade tão grande que temi por não alcança-lo. Além disso, como eu já havia descoberto no passado... ser forte não me garantia resistência... assim sendo eu precisava evitar qualquer ação desesperada pra não virar purê de Pesado.
Só que, eu também precisava agir rápido. A linha não era tão longa assim, e faltava uma única estação pra tudo aquilo virar uma sujeira que nem mesmo o Limpeza conseguiria dar conta.
Foi apenas por isso, que eu optei por voar contra o vagão chefe. Eu precisava empurrar o metrô na direção oposta, pra desacelera-lo até que, ele parasse. No tribunal disseram que eu deveria ter entrado no vagão e puxado os freios, mas, era perceptível que não ia funcionar. Acho que nada iria... e eu não tinha tempo pra arriscar.
Fato é que deu certo! Eu consegui parar o veículo, mas... cada instante em que ele desacelerava era como perder um pedaço da minha alma. No início eu ainda gritei, berrei, cheguei até mesmo a esmurrar o vidro praquele imbecil sair de lá... mas ele tinha desmaiado. E nem era por medo, ou por doença. Dava pra sentir o cheiro de álcool de longe... e dava pra ver as garrafas jogadas por toda a cabine.
Talvez o seu Jorge tenha sido rejeitado pela namoradinha de infância e apenas encheu a cara, pra afogar as mágoas. O chato é que ele decidiu fazer isso com mais de mil pessoas nas costas. Nem eu era tão imprudente assim... mas nem por isso ele precisava pagar com a vida.
Se pelo menos tivesse sido rápido... mas não. Quando a cabine começou a esmaga-lo, eu pude ver ele acordar, pude ouvir seus gritos de dor e desespero, e mesmo quando desviei o olhar, o sangue me atingiu. Empurrar o trem estava comprimindo aquele vagão, e tinha uma pessoa ali... que foi sendo esmagada lentamente, ainda viva.
Fogo que mesmo com o som estridente das rodas contra os trilhos, ainda é difícil não lembrar da voz daquele homem. Eu não me lembro o que ele dizia, pois nem dava pra entender, mas... era como se ele suplicasse pra morrer logo de uma vez.
Foi doloroso pra mim, ao checar se alguém mais havia se ferido, ser ovacionado pelos passageiros, que aos poucos notaram minhas mãos marcadas pela tragédia. O sangue, e a forma como eu caminhava, aquilo entregava meu trauma.
Sei que ninguém ali me julgou, todos estavam felizes, todos estavam vivos. Mas o fantasma daquele homem me acompanhou até o tribunal, e se sentou ao lado de seus pais, unindo-se a eles, e dando força aos olhares condenatórios.
No fim, eu tinha de responder. Uma morte era uma morte, e tava nas regras... herói que mata civil vai direto pra cadeia. Negócio era burocracia pura.
"Como se declara?" foi o que ouvi do juiz. Nem ouvi a acusação, mas acho que disseram algo como "Suspeito de executar a sangue frio um pobre filho de família que não merecia ter sido espremido vivo". E tudo que respondi foi "Culpado".
Geral comemorou, pois caramba, era uma baita vitória ver um traste como eu indo direto pra sarjeta. Recebi o que? 15 anos de prisão e mais um tempo de trabalho voluntário? Nem lembro, só lembro das marteladas do cara de preto e... eu todo cabisbaixo.
Me lembro de ter sentido uma raiva enorme. No fundo, eu sabia a verdade. A culpa era do Maquinista! Caramba, eu tinha salvado mil e não sei quantas pessoas, e por causa de uma, que inclusive botou todas elas em perigo, eu ia ser preso? Qual o sentido? O cara tinha enchido a cara pelo amor de deus! Ele tava errado, e aliás, mereceu o fim que teve. Se não quisesse aquilo não teria sido tão irresponsável...
Enquanto eu pensava, sentia alguém me puxar... os policiais tavam me puxando, tentando me algemar. Caramba, eles nem conseguiam levantar meus braços, se eu não deixasse eles nem me moveriam, eu não sairia de lá. Esse tipo de gente queria me prender? Eu podia sair dali com um pulo. Um pequeno salto e voava pra longe. Aliás, porque exatamente eu estava ali? Eu fiz o certo não fiz?
Foi aí que ouvi ele falar "Vai cara, segue o texto, por favor, não ferra com isso também"... Posso ter exagerado um pouco, mas entre dar um soco na cara dele e apenas espanca-lo, preferi dar uma cabeçada de nada. Só não imaginei que minha cabeça era tão mais forte que a dele, e a atravessaria por inteiro.
Usei shampoo de Certeiro... por um instante me vi dentro dele... literalmente. Foi bem fácil aliás, a cabeça dele parecia um travesseiro que eu amei repousar minha testa, com uma fúria esmagadora.
Todo mundo aos berros... um monte de formiguinhas. Eu não sabia que atirar Lasers pelos olhos era tão divertido, o Certeiro provavelmente devia adorar isso. Ver tudo queimando, era só olhar, e desejar o fim. Meus problemas estavam todos resolvidos.
Quando dei por mim, estava num mar de sangue e fogo, porém tão feliz.
Capítulo 5 - Surto
Capítulo 6 - Deus
14 Comentários
Essa é a parte boa de visitar o blog todo dia pra vê se tem alguma coisa nova...
ResponderExcluirPois se acaba deparando-se com brisas muito doidas que no fim fazem sentido e são legais pacas...
(Espera, isso resumiu o blog, não? Kkk).
Exatamente! Isso resumiu o blog kkk.
ExcluirA história não terminou ainda em texto mas já sei exatamente tudo o que escrever. Isso foi o que saiu hoje, amanhã concluo.
"Você já olhou pra alguém e pensou: o que se passa na cabeça dela?"
ResponderExcluirBom, esse é um dos tipos de textos que eu mais gosto (depois da analiseMorte)...
Os textos de =Brisas e/ou devaneios repentinos que ao serem alongados ou ao menos redigidos obtém um valor imaterial para o site em que se encontram=
(*o nome nois decide depoiz*)
Estes pequenos textos dizem muito sobre quem os escreve, e inclusive, queria saber de onde veio a inspiração para a história, que por sinal ficou muito legal.
Eu percebi que o desenho do carinha que protagoniza é muito diferente do que eu imaginei lendo...
Primeira coisa que eu pensei foi que ele usaria uma capa...
Mas como Edna modas diz em sua citação estilística: *NADA* de capas.
(""As vezes eu imagino como ficaria um negrito aqui....será que daria pra ler?"")
E falando nisso, por que raios imaginei que seria uma história sobre a briga familiar com os carregadores? (Tendeu né...).
Well, tem muita coisa a se destacar , primeiro, o protagonista tem muita semelhança com tu, exceto a idade, e os poderes, quer dizer, você tem o poder que nenhum herói tem, pois você escreveu a historia deles, então meio que você se torna o herói mais poderoso de todos kkkkk, afinal, você poderia se inserir na história e virar o unico super herói, consequentemente o mais poderoso, sem falar que tudo que você pensasse aconteceria...
Pera, que maluquice é essa que eu to escrevendo?
Zueira a parte, o herói carregador (mas que puta nome daora, ele não deveria ser herói, deveria trabalhar na shoppi esse cara, assim os produto chineiz viria rapidaum pra ka...aliás, ele poderia ser um herói com poder de conduzir e controlar eletricidade, afinal, ele é o herói CARREGADOR...ok,ok isso foi ruim...
Que parênteses longo kkk).
Se parece muito com você, em todos os aspectos, ou quase todos, a parte de perversidade elevada foi um dos pontos mais parecidos (""vou fingir que não li isso...é"")
além da história entre a mina azul, que se parece com uma das suas histórias sobre a sua vida.
Bom, agora falando de algo interessante (a história)...
Que por sinal é interessante, mas eu não sei identificar de onde veio a inspiração...
Considerando a natureza física e mental da pirralha de 10 anos (azul, e igual a mãe)...
Podemos entender então que, a caracterização dos super poderes é hereditária...
Pelo menos a essa espécie de poderes, os pacíficos.
(Isso implica em uma teoria que eu tava bolando que dizia que o protagonista é filho de um super heroi escondido, que era suposto a ser o maior heroi vivo...
Mas duvido que isso aconteça kkk).
Uma coisa que eu não entendi foi que os caras que voam são muito fortes, tipo, muito mesmo, mas ele não são resistentes...
Isso é muito irônico, pois apesar e ser um mundo fictício, em uma terra que não é a nossa, ou não se sabe se é a mesma que nós nos encontramos, isso simplesmente quebra qualquer lógica....
Se os músculos dele são tão resistentes a ponto dele poder parar um trem em alta velocidade (inclusive, falando nisso, o caso la do bêbado piloto irresponsável foi engraçado, pois segundo a regra, em um caso como esse o objetivo maior seria do salvamento do maior numero de pessoas possível, assim como na Medicina, e ai, por um cara só, eles queixam o herói que por sinal salvou todos ali, como assassino...
Meu, essa é a prova que esses humanos não são humanos como nós, eles não respeitam nem seguem as mesmas regras judiciárias que nós, eles parecem ser mais estúpidos também, não seguindo nem uma logica!!!)
mas não poder aguentar um tranco desse que tem a mesma força que a força exercida por ele em um corpo...isso é irracional, é como dar um soco e não aguentar receber um soco da mesma força! considerando que estes indivíduos são humanos mais desenvolvidos, e considerando a logica presente nos seres vivos, as características apresentam benefícios mútuos, então, se ele tem super força, os ossos dele são mais resistentes, logo os músculos também, e a pele mais espessa...
Excluir(""Meu, nem sei como você consegue escrever isso, tu ta cobrando logica em uma história em um mundo que heróis existem, e pessoas voam e soltam lasers pelo zói!!!!"")
claro, para todo benefício, há um maleficio, como ser pesado e ser lerdo...
Mas é um super herói!!!! Como isso pode funcionar para eles de forma tão...exata a dos seres humanos rs.
É, não tem sentido mesmo kkk.
Alias, amanhã vai ser postado a outra metade? Inclusive, quanto tempo demorou pra fazer este artigo aqui?
Ele ficou muito legal, senti falta de ilustrações, não que...o artigo fique diminuido por conta disso, mas ajuda a idealizar a ocorrência e aparência dos fatos, provavelmente teria muuuito mais trabalho, mas acho que vale a pena o esforço.
HEY!!!!
Fuiss.
(Caramba,não imaginava que iria sair um textaum rs).
Antes de tudo, qualquer semelhança é mera semelhança mesmo... acredite.
ExcluirBem, não busque tanta lógica nesse universo kkk. Apenas aceite... fará sentido no fim... acho.
Essa ilustração na "capa" foi um desenho que uma amiga fez ao ler. É assim que ela imaginou, e eu achei muito louco a cadeira de bebê kkk. Talvez, eu faça ilustrações futuramente... mas tudo depende de tudo.
Esse é daqueles textos que escrevi em modo relâmpago... fiz ontem mesmo... tava com a ideia na cabeça e queria por logo no papel antes que me esquecesse ou apenas, descartasse. Quantas outras histórias birutas eu simplesmente joguei fora pois, achei que não compensava digitar. Nesse caso quase fiz o mesmo mas optei por correr e escrever. Era inclusive pra já ter escrito os 6 capítulos, mas acabou não dando tempo.
Escrevi enquanto trabalhava, comecei às 9 e parei as 16h... nesse meio tempo fiz pausas e tal, afinal não podia ignorar minhas funções né. Mas nos momentos vagos deu pra concentrar legal e escrever bem. Hoje pretendo concluir sim, e já publicar.
Repito, pode ser que eu ilustre, eu também não acho tão legal o texto assim jogado... gosto de por algo só pra descansar a vista mesmo. Talvez ilustra a "contra-capa" de cada capítulo. Mas, por hora meu maior objetivo é terminar a história o quanto antes.
Aliás, obrigado pela leitura sr Wilson.
*Déjà vu intensifies*
ResponderExcluirBom, eu tive uma lembrança de uma memória de um sonho enquanto li os 2 últimos capitulos, sonho este que eu nunca esqueci, mas não lembro quando ocorreu, é quase como se...ele não existisse, e eu apenas lembra-se dele.
No sonho eu estava em um vazio, com uma névoa muito escura, em baixo tinha uma visão amplamente estranha do universo, e nas quatro direções não tinha NADA, a não ser uma sombra, uma sombra com um formato...
Ela tinha a minha forma, e ela copiava meus movimentos, até que eu toquei nela, e a partir daquela sombra, saiu uma fumaça, e de lá se formou (de uma forma bem fantasiosa) um corpo, este corpo tomou minha forma, e ele virou a minha pessoa, ela continuava copiando meus movimentos, de forma espelhada, a partir daí, eu olhava para meu corpo, e eu deixava de existir, eu comecei a correr, e a minha cópia corria na mesma velocidade que eu, só que a mesma distância que estavamos quando nós encarava-mos...
Foi estranho, pois naquele vazio eu a achei uma porta, e quando abri, lá estava a cópia, assustada, com a mesma expressão presente no meu rosto, eu caminhava para trás, ela seguia, eu me alcalmei, e apenas sentei, olhando para ela (que se parecia comigo de fato, mas era como eu me lembrava de ter visto no espelho, eu devia ter uns 10 anos na cópia) e assim eu esperei...até eu...
Acordar, e não saber se isso foi um sonho ou, um devaneio momentâneo dado após alguma experiência de valor significativo na minha vida...
De qualquer forma, essa lembrança, e esse conceito em geral, me da medo, sentir que há um ser igual a você em todos os aspectos, e inclusive na movimentação, em um vazio eterno...isso....me dá a pura sensação de medo...
E sobre esses últimos capítulos, o Carregador poder pegar todos os poderes de todos que ele mata foi um negócio que eu não consegui entender, pois isso meio que seria uma outra espécie de poderes...acho.
O Phil ser filho do herói eu há suspeitava, apesar que mesmo assim, ainda foi algo não previsível.
Pois é, o carregador no fim carrega o pior fardo que pode existir, a solidão...
E além disso, a solidão eterna...
Isso me lembra o quadrinho do "Hulk: O Fim"
Um ser imortal sozinho em um planeta, quase impossibilitado de morrer.
Provavelmente o carregador vai tentar achar uma forma de morrer, sei la, sair pelo universo, tentar morrer no vácuo, entrar em um buraco negro, tentar ser atingido por uma super nova, só sei que na terra, ele não vai achar a morte...e nem sentido na vida,afinal, se vive com o objetivo de que teremos a morte em algum momento...
Se uma pessoa é imortal, qual seria o sentido da vida para ela, olhar para as pessoas como formiguinhas?
Destacar a insignificância das pessoas acerca da infinitesimal supremacia dela em relação a tudo que existe?
Bom, O carregador no fim perdeu a cabeça, literalmente, e meio que, talvez as pessoas existam em outra realidade, na mesma terra, só que no passado, onde ele não tinha nascido, por isso ninguém se lembraria dele...
Considerando que ele é tão forte, ele poderia tentar romper o tecido do espaço tempo, só de leves, vai saber, mas primeiro ele tem que saber se ele aguenta ser puxado por um buraco negro que fica no centro da galaxia e conseguir permanecer intacto, dessa forma ele vai saber se ele aguenta fazer...uma viagem no tempo...
No fim, o poder de "prever um segundo para o futuro" seria muito útil, quantas coisas acontecem em um segundo?
Ele poderia prever uma anomalia física-Química do ambiente (afinal, é uma previsão exata do futuro em um segundo, abrangendo tudo que aconteça)...
E principalmente, poderia ver o que aconteceria antes de enfiar a cabeça na testa do certeiro, e não faria isso, tornando esse futuro horrível que ele teve inexistente!
O que se pode concluir com este pequeno texto?
Mais textos de =Brisas/devaneios momentâneos que por uma breve cogitação de descarte fracassada, podem ao ser redigidos tornarem-se algo realmente interessante=
Rs, serio, na próxima vez que vier uma ideia doidona dessa, escreve, pois é divertido kkk.
Ps: o Nome pode ser "ShadyHistoria"
ExcluirNão posso garantir que mais textos assim surgirão... é algo muito aleatório.
ExcluirEssa ideia foi um devaneio de um dia. Amanhã posso ter um novo, ou não. Não da pra saber.
Mas, na próxima escreverei, não se preocupe.
E, obrigado por curtir. Esse universo e história foram, sei la, legais. Espero que tenha captado a mensagem do texto rs.
E principalmente, espero que tenha ficado bem escrito e sem tantos erros...
Cara, que incrível, não sabia que esse formato já existia no site. Achei a história magnífica, soltei altas risadas aqui enquanto lia, achei incrível mesmo. Espero que possa ver mais disso escrito por ti em algum momento, foi bem criativo mesmo. Esse personagem me lembrou um pouco do estilo de narrativa de "diário de um banana" em que o protagonista é um garoto que se mete em um monte de problemas e nunca se vê como culpado, sempre jogando pra outra pessoa e com um ar cômico. Bem legal mesmo, foi uma leitura muito agradável.
ResponderExcluirPoxa fico feliz por ter curtido hehe. Logo logo publico aquela hein, e desculpe demorar tanto.
ExcluirTecnicamente, minha escrita é bem inferior tanto em detalhes quanto em narrativa mas, eu me esforcei kkkk.
Acho que eu publiquei a dos 4 Cavaleiros da Morte. Ta em algum lugar no site...
Nossa, que história? Ontem passando aqui pelo blog pra dar uma olhada nas suas histórias, achei esta e favoritei pra ler hoje. Sinistro, engraçado e divertido... Me faz pensar inclusive numa lição bíblica que li há pouco tempo.
ResponderExcluirMuito interessante e reflexiva a história. Me faz lembrar de novo em como as coisas são e como parecem neste mundo, onde apesar do mantra, repetido à exaustão, das pessoas, principalmente no cenário atual de "a vida é minha e faço o quê eu quero" na verdade não somos ilhas, vivemos num mundo cada vez mais globalizado e onde o quê uma pessoa faz a outra pessoa também vai ter consequência. Faz parte afinal da vida em sociedade, afinal o quê seria de nós sem limites ou regras estabelecidas? Tremo só de pensar....
E que protagonista este, hein?Rsrs sempre o achei duvidoso mas confesso que não esperava que esta virada viesse assim tão rápido. Mas enfim, quem sabe agora neste limbo ou seja o quê for, ele não mude? É, meu caro, neste mundo todos dependemos uns dos outros, esta que é a verdade, e não é à toa Jesus nos ter lembrado tanto da importância do amor uns pelos outros pois afinal somos todos interligados, e tem momentos que são afinal passageiros, mas as consequências são bem duradouras... Enfim, muito legal a história, Shady!
E aproveitando já esta época, que sempre me incomodou pelo fato de como cosias que deviam ser vividas o ano todo só parecem ganhar relevância nela, desejo realmente que você esteja bem neste natal e ano que se aproxima. E, conforme escrevi pra uns no trabalho até, que estes ideias de amor, companheirismo e amizade te acompanhem não só no natal mas sim por toda a vida!
Poxa sr, obrigado pelo carinho. Me senti bem sucedido. E pensar que tive vergonha de publicar.
ExcluirTu conseguiu tirar uma ótima reflexão desse texto, eu não imaginava que ele iria tão fundo. Fiquei feliz de mais.
Vejo a sinceridade em suas palavras e atos sr Marcio, o ano inteiro esteve presente, apoiando, me dando permitindo esse espaço pra partilhar ideias. Eu sou grato a ti, e a todos os leitores que tanto me ajudaram até hoje. E oro pra que venham mais e mais!!!
Não foram poucas as provações, e tenho certeza que muitas mais virão... mas tendo esse apoio, a gente supera tudo.
Feliz festas... e assim como você, eu também não sou muito pró festividades datadas. Presentes, atenção, carinho, partilha, a gente deve o ano inteiro não só em um dia ou outro. E eu sou grato de mais por estar por aqui, lendo o que surge, e me permitindo conhecer sua opinião também.
Vlw sr!!!!
(Fiquei muito envergonhado kkkkk. Alguns posts tão bem escondidos rs)
Isso mesmo, é pra viver o ano todo!!! Enfim, eu que fico feliz que te deixei feliz, hahaha, e sempre que precisar é só mandar mensagem também, que tratarei de responder também logo que puder. A vida é feita de provas mas por meio delas nos aproximamos ainda mais do pai, melhorando como pessoas por nós e por uns aos outros também. E ainda tem mais coisas que quero fazer por todos, do jeito que puder, e poder ministrar ainda mais meu apoio a você que considero também um presente não de natal mas pra vida toda também!
ResponderExcluirBem escondidos? Hahahahaha hora de descobrir mais...
Amei tanto seu comentário que me inspirei em sono. Consegui escrever um novo conto.
ExcluirAcabei de publicar! Espero que goste sr Marcio. E poxa, obrigado por esse presente.
Obrigado de mais por comentar, isso me estimula a continuar.
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